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Tag: heavy metal brasileiro

Projeto Rock na Praça reúne bandas de rock pesado em SP

nervosa banda de rock-400x

Por Fabian Chacur

Uma bela amostra do que temos de melhor no Brasil em termos de heavy metal, hard rock e hardcore. Eis o cardápio previsto para rolar neste domingo (13) a partir das 13h no projeto Rock na Praça, que será realizado em São Paulo na rua 24 de maio, em frente à Galeria do Rock. São quatro bandas, sendo previsto em torno de sete horas de atividades. O melhor de tudo: a entrada é gratuita. É só chegar e curtir a todo vapor.

O projeto estreia com a ideia de fomententar e estimular a responsabilidade social por meio da música. O idealizador da festa roqueira é o baterista Fabrício Ravelli, que tocou com as bandas Harppia, Hirax e Imbyra, e leva a assinatura da Muqueta Records, com o apoio da Ciata e da Prefeitura de São Paulo. O local é próximo das estações Anhangabaú e República do Metrô.

Cada banda escalada tem suas características e currículo próprios. A Project 46, por exemplo, tocou em eventos grandiosos como o Rock in Rio, Monsters Of Rock, Maquinaria Chile e Metal All Stars. Atualmente divulgando seu álbum Que Seja Feita a Nossa Vontade, o time traz Caio MacBeserra (vocal), Jean Patton (guitarra e vocal), Vinícius Castellari (guitarra), Rafael Yamada (baixo e vocal) e Henrique Pucci (bateria).

Integrada por Fernando Schaefer (bateria), Thiago Monstrinho (vocal), Tiago “Hóspede” (guitarra) e Ricardo Brigas (baixo), a banda Worst foi criada por ex-integrantes de bons grupos brasileiros, como Korzus, Dead Fish, Musica Diablo, Treta e Pavilhão Nove. Seu som hardcore está na estrada há quatro anos, e seu novo CD é o Cada Vez Pior.

As garotas do grupo Nervosa (FOTO) acabam de chegar da Europa, onde tocaram em 16 países com boa repercussão. Seu heavy metal potente e agressivo tem conseguido bons fãs. Estão no grupo Fernanda Lira (baixo), Prika Amaral (guitarra) e Pitchu Ferraz (bateria), e em seu set list teremos faixas de seu CD de estreia, Victim Of Yourself.

Fecha o elenco Marcello Pompeu & Amigos, que reúne Pompeu, vocalista e fundador do mitológico grupo heavy metal Korsus, um dos pioneiros do gênero no Brasil, acompanhado pelos bem conhecidos músicos Fernando Schaefer (bateria), Heros Trench (guitarra), Marcelo “Soldado” Nessem (guitarra) e Fábio Romero (baixo).

Victim Of Yourself- Nervosa (CD na íntegra em streaming):

Doa a Quem Doer- Project 46 (CD na íntegra em streaming):

Te Desejo Todo o Mal do Mundo– Worst:

Gustavo Carmo fala sobre CD em duo com Aquiles Priester

Aquiles Priester_Gustavo Carmo . Photo by Alex Solca.

Por Fabian Chacur

O guitarrista Gustavo Carmo e o baterista Aquiles Priester se conheceram em 2001. Desde então, ficou no ar o desejo de realizarem um trabalho em dupla. O que, enfim, se concretizou em 2015 com o CD Our Lives, 13 Years Later…, que tem como marca a ousadia.

O álbum conta com participações especiais de nomes badalados do rock como Greg Howe, Tony MacaAlpine, Vinnie Moore e Junior Carelli, entre outros. Em entrevista a Mondo Pop, Gustavo Carmo fala sobre como esse CD foi gravado, e o desafio de trabalhar com alguém tão ocupado como Aquiles, que integra várias outras bandas.

Mondo Pop- Como ocorreu aquele primeiro encontro entre vocês, em 2001? Vocês tocaram juntos logo de cara? E o projeto do disco sempre foi de um trabalho instrumental?
Gustavo Carmo
– Em torno de 2001, o Hangar, a banda do Aquiles, e o Versover, a minha banda, eram do cast da mesma gravadora, a Die Hard Records. Na época, gravávamos as nossas participações para o Hamlet, um projeto da gravadora que contava com várias bandas da cena metal underground brasileira. Nos conhecemos no Creative Studios em SP durante as gravações.
Nessa mesma época, a Die Hard queria lançar um disco instrumental chamando eu e o Aquiles pra fazer parte do disco. Portanto, a ideia foi sempre ter um disco instrumental, e foi a gravadora que criou a oportunidade.
No entanto, logo em seguida, o Aquiles entrou no Angra e foi impossível levar o projeto pra frente pois a banda ocupou todo seu tempo. Nem chegamos a tocar juntos na época, foi tudo muito embrionário, não deu tempo de acontecer nem o primeiro ensaio. Como o projeto não teve muita tração nessa época, todo o conceito acabou sendo desenvolvido agora. Não tínhamos material daquela época. Só a vontade de fazer o disco.

Mondo Pop- Nesses anos todos você continuaram mantendo contato? E como foi esse reencontro aqui no Brasil?
Gustavo Carmo
– Trocamos alguns emails informais nesse meio tempo, mas extremamente esporádicos. Em 2008, depois que o Aquiles saiu do Angra, o convidamos para fazer um show com o Versover e foi aí que voltamos a interagir. Acabamos montando a nossa banda, House of Bones, fizemos alguns shows, e somente muitos anos depois retomamos o projeto instrumental. Durante as gravações do EP do House of Bones em 2011 eu pedi pro Aquiles me passar umas linhas de bateria, pois eu tentaria fazer músicas em cima delas.
Depois de uns meses, ele ouviu o resultado, gostou e sugeriu retomar o projeto fazendo inteiro neste modelo, ou seja, começando pelas partes rítmicas e depois as harmonias, temas, bases e solos. A princípio ele não levou a sério, mas depois que enviei as duas primeiras músicas ele se animou e ai tudo tomou forma.

Mondo Pop- Desde que rolou o reencontro e vocês decidiram gravar juntos ficou definido que fariam isso de forma virtual ou vocês tentaram arrumar um tempo para fazer o trabalho juntos no mesmo estúdio?
Gustavo Carmo
– Estava tudo muito claro de que esse projeto só aconteceria se fosse virtualmente, por causa da distância. Eu moro em Seattle, o Aquiles mora em São Paulo, e eu não vou para o Brasil com tanta frequência que desse para nos encontrarmos o suficiente em estúdio para fazer um disco inteiro assim. Logo, percebemos que isso seria possível virtualmente através do modelo que escolhemos para compor. As duas primeiras músicas tiveram um resultado bom, e ficamos animados. A animação passou a ser a mesma de quem faz tudo dentro do estúdio.

Mondo Pop- Como foi essa experiência de compor e gravar a distância? Que recursos foram fundamentais para que essa parceria virtual se concretizasse a contento?
Gustavo Carmo
– A experiência teve uma pitada diferente daquela que acontece quando compomos como uma banda completa, com todos fisicamente no mesmo lugar. A caixa de surpresas teve uma forma diferente. Tudo girava em torno de ‘o que será que o Aquiles vai fazer tocando as partes sozinho, do nada’ e ‘o que o Gustavo vai conseguir fazer com essas baterias cruas’.
A ferramenta mais importante para o processo é, naturalmente, a Internet. Precisávamos de uma forma de enviar material um para o outro, e também bater bola para polir as músicas. E-email, Skype, ferramentas para compartilhamento de arquivos e por ai vai.

Mondo Pop- O CD teve várias participações ilustres. Como esses músicos se encaixaram em cada faixa, e como foram feitas as gravações?
Gustavo Carmo
– Nós procuramos colocar as participações nas faixas que fizessem sentido e que combinassem com o estilo e a linguagem de cada um deles. Por exemplo, o Greg Howe foi para uma faixa em que havia um trecho mais rock/fusion. O Tony MacAlpine para uma base mais alternativa, com harmonias mais rebuscadas.
O Vinnie Moore para uma faixa mais rock n’ roll e o Kevin Moore para uma mais progressiva. Contanto também claro com as participações de Junior Carelli e Francis Botene nos teclados, e de Bruno Ladislau, que fez um trabalho fenomenal nos baixos em todas as faixas do disco. Indiscutível a qualidade de seu trabalho.
Para as gravações das participações, seguimos o mesmo modelo. Ninguém nunca se encontrou em estúdio, trocamos os arquivos pela Internet e mandamos as instruções via e-mail. Em seguida, cada um deles mandou a faixa com suas respectivas gravações de volta e foi só colocar na sessão.

gustavo carmo e aquiles priester capa cd-400x

Mondo Pop- Uma característica bem atípica do trabalho da dupla é o fato de as composições começarem sempre a partir da parte rítmica, sem ser no sistema de jam sessions. Fale um pouco sobre isso.
Gustavo Carmo
– Quando novas composições começam a partir das partes rítmicas, são necessárias várias interações e rearranjos até que uma estrutura coesa tome forma. Mas, de uma forma geral, tudo começa de improviso, tanto as partes de bateria, quanto as partes de guitarra, depois que as partes rítmicas foram enviadas. É um processo exaustivo de tentativas até que algo interessante apareça.
Sob a perspectiva da criatividade, este processo foi algo novo para nós. Geralmente, os músicos estão na mesma sala e cada um sugere partes, riffs, arranjos e levadas, e é assim que a música toma forma. E mesmo que trabalhem remotamente, na maior parte das vezes a música começa dos riffs ou de linhas melódicas e harmônicas. No nosso caso, os sinais que eu tinha eram as levadas e viradas de bateria. No caso do Aquiles, os únicos sinais que ele tinha eram a sua imaginação e seu vocabulário musical.

Mondo Pop- Fazendo uma autoanálise do resultado final do CD, o trabalho saiu como vocês imaginavam ou tomou rumos muito diferentes?
Gustavo Carmo
– Uma característica interessante do resultado é que as músicas acabaram saindo com arranjos, estruturas, frases e formas que dificilmente obteríamos caso tivéssemos usado os mecanismos tradicionais de composição. Pelo fato de termos abordado a forma de compor de um jeito diferente, as músicas acabaram em direções que não tínhamos imaginado.
No entanto, a intenção principal era fazer um disco que os ouvintes pudessem repetir sem se sentirem enfadonhos, algo em que pudessem mergulhar, em que cada música tivesse algo especial. É difícil manter essa forma de pensar através do álbum todo, pois é um disco técnico. Este é o maior motivo pelo qual eu mantive o ritual de polir as músicas muitas vezes. Se algo me enjoasse, era sinal de que alguma coisa estava errada.

Mondo Pop- Como vocês pretendem divulgar esse álbum? Apesar da distância e das agendas apertadas dos dois, existem planos de shows para divulgar o CD, ou mesmo a gravação de um DVD para registrar em termos visuais esse encontro?
Gustavo Carmo
– Sim, temos planos para fazer shows em breve. Quando os shows ocorrerem no Brasil, eu irei até lá, ensaiaremos uns dias antes e partiremos para a estrada. A mesma coisa quando o Aquiles vier pros EUA. Estamos planejando um DVD para o início de 2016, mas ainda estamos discutindo os detalhes.

Mondo Pop- O rock instrumental tem um espaço menor na mídia e perante o público do que aquele feito com vocais. Como fazer para superar essas dificuldades e levar o CD ao maior número de pessoas?
Gustavo Carmo
– Lançar um disco de rock instrumental é de fato um desafio grande em termos de público. Felizmente temos a Internet. Fizemos o lançamento mundial do disco em formato digital e físico. Os dois estão indo bem. Não é difícil atingir o público, ainda que restrito, tendo esses recursos. As redes sociais também ajudam bastante. O Aquiles tem uma exposição muito grande e isto facilita bastante a divulgação.

Mondo Pop- Como surgiu a ideia das duas faixas bônus solo no final do disco?
Gustavo Carmo
– A ideia era ter uma faixa de cada um fora do projeto. A minha intenção foi de mostrar versatilidade, e já que tinha tocado guitarra distorcida o disco todo, acabei fazendo uma faixa de violão clássico no espaço do me solo. O Aquiles fez o seu solo de bateria mais famoso pois… ele é o Aquiles!

Aquiles Priester & Gustavo Carmo: Our Lives, 13 Years Later – Teaser video:

Kevin Moore- Aquiles Priester- Gustavo Carmo: Cluttered Inbox:

Noturnall lança novo CD e se prepara para o Rock in Rio

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Por Fabian Chacur

Com menos de dois anos na ativa, a banda brasileira Noturnall já possui em seu currículo três turnês internacionais, dois discos de estúdio, um DVD e diversos clipes. Isso, graças ao talento e à experiência de seus integrantes, todos veteranos do cenário do rock brasileiro e com muita história a contar.
Thiago Bianchi (vocal), Fernando Quesada (baixo, violão e guitarra de sete cordas), Junior Carelli (teclados), Leo Mancini (guitarra) e Aquiles Priester (bateria e percussão) irão participar da edição 2015 do Rock in Rio no dia 19 de setembro. Eles prometem surpresas para os fãs.
Em entrevista exclusiva via e-mail para Mondo Pop, o vocalista Thiago Bianchi fala sobre o novo álbum, o ótimo Back To F*** You All, e tudo sobre essa belo quinteto de heavy metal.

Mondo Pop- Qual a expectativa de vocês para a participação no Rock in Rio, um dos festivais de música mais importantes do mundo? Revelem o que puder ser revelado sobre o que irá rolar no show.
Thiago Bianchi
– Cara, o senso de “responsabilidade” de um show dessa magnitude, principalmente para uma banda de menos de dois anos de debut na praça, é descomunal. Uma vez identificado esse sentimento, a Noturnall preparou um show totalmente inédito, acima de qualquer outra apresentação da história de todos os nossos integrantes. Não posso revelar muito, apenas que a Noturnall vai honrar mais uma vez os “camisas pretas” com toda sua força. Será um dia inesquecível, podem ter certeza.

Mondo Pop- Quais as diferenças básicas entre o novo CD e o álbum de estreia da banda, na visão de vocês?
Thiago Bianchi
– Hum… A palavra “evolução” aparece em minha mente toda vez que ouço essa pergunta. Com certeza hoje somos uma banda em outro “patamar” sob todos os pontos de vista. Claro que não digo isso de forma arrogante, comparando a outras bandas ou algo do tipo, mas sim comparando a nós mesmos meses atrás. Se antes não tínhamos medo de errar na “dose” em nosso debut, aparentemente essa máxima se transformou em nosso “guia espiritual”, por assim dizer. Quanto mais estranho, pesado, alienígena, melhor.

Mondo Pop- Em pouco tempo de carreira como Noturnall, vocês já possuem um belo currículo, com três turnês internacionais, dois discos de estúdio e um DVD. A experiência em projetos anteriores ajudou nessa grande produtividade do grupo?
Thiago Bianchi
– Com certeza! Claro que não podemos nunca deixar o fator “experiência” de fora ao falar da Noturnall. Não seria nem justo. Todos aqui têm uma história tão bonita… tão relevante… Na verdade, me sinto tão sortudo por ter amigos tão profundamente marcados pelo “metal” que de fato fica até difícil às vezes dizer que essa é uma banda nova, já que a sensação é de ter Noturnall em minha vida há séculos… (risos)

Mondo Pop- O Aquiles Priester também participa de outros projetos importantes no meio do rock. Como vocês fazem para conciliar essa agenda agitada dele com a do Noturnall? Ocorre de precisarem ter um eventual substituto em algumas ocasiões ou não?
Thiago Bianchi
– Essa é uma dúvida frequente também de nossos fãs, então já adianto o seguinte: a Noturnall é movida, antes de mais nada, por respeito a todos seus integrantes. Todos aqui vivem da música e em nenhum momento nos sentimos no direito de dizer o que “fulano” ou “beltrano” pode ou não fazer. Não só Aquiles, mas Quesada é coordenador de áudio na maior escola de música da America Latina, o EMT. Mancini tem uma sólida carreira Acústica. Carelli é dono de uma prolífera produtora e eu sou produtor, dono de estúdio, com mais de 170 álbuns lançados…Ou seja, o importante, a base de tudo na vida, principalmente num “casamento” de 5 pessoas, fora a equipe, é respeito.Se essa palavra for o carro chefe, tudo estará sempre em ordem.

Mondo Pop- A capa e o encarte do CD Back to F*** You Up! mostra literalmente os principais símbolos de Brasília pegando fogo. Como surgiu a ideia de criar essa forte imagem e como está sendo a repercussão perante o público e a mídia?
Thiago Bianchi
– Acreditamos fortemente que esse é um sentimento recorrente no brasileiro, o de “renovação”. E o que é mais purificador que o fogo? Claro que não no sentido literário, afinal nossa intenção em momento algum é fazer apologia ao crime… deixe isso com os “black blocks”. (risos). A nossa função enquanto artistas é “conectar” as pessoas que se sentem sozinhas com seus pensamentos e intenções. Queremos semear o que já existe dentro dos corações dos brasileiros, o sentimento de mudança. O Brasil precisa “zerar” sua política, começando por Brasília. Aquilo se transformou num antro de corruptos e vagabundos que não merecem ver a luz do dia nunca mais. Quanto à resposta sobre a capa… Claro que fomos censurados em muitos lugares, e até países.. mas isso é matéria pra outra entrevista. (risos)

Mondo Pop- Como vocês encaram o atual cenário brasileiro para o heavy metal e o rock pesado em geral? A melhor saída para as bandas daqui sobreviverem continua sendo mesmo uma dedicação maior ao mercado internacional? E como está o cenário internacional para esse estilo musical?
Thiago Bianchi
– Não, muito pelo contrario. Claro que não está fácil pra ninguém e em se tratando de Brasil, nunca estará…Mas uma coisa é fato, se você colocar no papel a história do Metal em nosso pais, na ponta do lápis, vai perceber, que ok, não vivemos naquele ápice dos anos 90, mas com certeza a cena é muito maior do que foi nos anos 80 e até em alguns momentos dos anos 2000. Quanto mais tocamos aqui e recebemos o carinho dos brasileiros, mais fica claro que nosso lugar de fato, é no Brasil.

Mondo Pop- A presença de um palavrão em inglês no título do álbum está eventualmente prejudicando a divulgação dele? Vocês temem algum tipo de represália por causa disso em termos de mídia ou de alas mais conservadoras da sociedade brasileira e do exterior?
Thiago Bianchi
– Não. Até agora está tudo bem… Infelizmente.. (risos)

Mondo Pop- Onde vocês possuem melhor público no Brasil, e em que países o Noturnall possui uma base mais fiel de fãs?
Thiago Bianchi
– Brasil, sem sombra de dúvidas.

Mondo Pop- Quais os próximos passos da banda, especialmente após a participação no Rock in Rio?
Thiago Bianchi
– Temos duas “bombas” incríveis, mas realmente não posso contar nada agora… fiquem ligados!

Fight The System- Lyric Video- Noturnall:

Back to F*** You Up- Lyric Video- Noturnall:

Zombies (The Holy Trinity)- Noturnall:

Felipe Machado, do Viper, nos apresenta sua boa faceta solo

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Por Fabian Chacur

Durante 30 anos (entre idas e vindas), Felipe Machado foi no mundo musical o guitarrista da Viper, uma das bandas mais bem-sucedidas do heavy metal brasileiro, com fãs mundo afora. Agora, chegou a vez de o também jornalista e escritor mostrar como se vira sozinho. FM Solo (FM Labs-Wikimetal Music), seu primeiro trabalho como artista solo, esbanja elementos positivos e surpreendentes em suas 10 faixas.

A primeira observação a se fazer após audições atentas de FM Solo é de que se trata de um álbum no qual as composições estão no centro das atenções. Tudo gira em torno delas. Felipe não perde tempo em demonstrações inúteis de virtuosismo como guitarrista, usando seu talento em prol das músicas. Seguiu, guardadas as devidas proporções, a “escola Eric Clapton” de disco solo de guitarrista de banda famosa.

Outro ponto interessante é o fato de ele investir em sonoridades que não caberiam, ou ficariam estranhas, em um disco do Viper. Embora tenha elementos de heavy rock aqui e ali, este é um trabalho de, digamos assim, “rock de combate”, com canções vibrantes e ora agressivas, ora mais reflexivas. Influências de pós punk, britpop, punk anos 1990 e glitter rock também surgem em cena, bem misturadas e bem dosadas.

O vocal de Felipe, uma boa surpresa, é influenciado por vocalistas como Liam e Noel Gallagher (do Oasis), aproveitando bem as melodias bacanas do álbum sem exageros. Além dele nos vocais, guitarras e violões, temos apenas o versátil Val Santos (Toyshop e ex-colega de Viper), que investe em programação de bateria, teclados, guitarra, baixo e vocais, além de assinar a coprodução do álbum.

Três das músicas são releituras. The Shelter, momento mais heavy do álbum, já havia sido gravada pelo Viper no álbum Evolution (1992). O rock melódico Speedway é a faixa que encerra o álbum Vauxhall And I (1994), de Morrissey, enquanto a balada com ênfase no violão Tourist (2005) é da não muito conhecida banda britânica Athlete. Três escolhas incomuns e muito bem realizadas.

FM Solo tem uma dinâmica muito boa, dividindo-se entre rocks energéticos como Perfect One, So Much In Love e Dark Angel (esta última parceria e bom dueto com Giovanna Cerveira), funk rocks com guitarras rítmicas irresistíveis como Take a Chance e Unnatural Feelings, a quase balada Someday e a introspectiva e instrumental Iceland, que fecha o CD.

Conciso, repleto de alternativas e boas surpresas em todo o seu decorrer, além das boas letras em inglês de quem domina bem a língua, FM Solo mostra que Felipe Machado não poderia ter iniciado melhor a carreira solo. No dia 10 de setembro, ele inicia a turnê de lançamento no Na Mata Café, em São Paulo, e a expectativa é das melhores.

Living For The Night– Viper:

Documentário Viper 20 Years Living For The Night:

Grupo goiano Girlie Hell lança single My Best com clipe; veja

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Por Fabian Chacur

O grupo goiano Girlie Hell não dorme em serviço. Após lançar recentemente o excelente single Hit And Run (leia a crítica de Mondo Pop aqui), as heandbangers brasileiras já nos oferecem uma nova faixa. Trata-se de My Best, cujo videoclipe já está disponível no Youtube, com link no final deste post.

My Best, outro petardo heavy rock dos mais bacanas, foi gravado em São Paulo no Mr. Som Studio, com produção a cargo de Marcello Pompeu e Heros Trench e masterização nos EUA feita pelo experiente Alan Douches, que já trabalhou com bandas internacionais consagradas no segmento como Mastodon, Cannibal Corpse e Deicide, entre outras.

E o quarteto feminino integrado por Bullas Attekita (vocal e guitarra solo), Carol Pasquali (bateria), Julia Stoppa (guitarra) e Fernanda Simmonds (baixo) promete mais novidades para breve. Ainda este ano, será lançado o primeiro DVD do grupo, com direito a participações especiais de Pedro Bernardi (DRY) e Junior Meomack (Faroeste).

Intitulado Get Low- Girlie Hell Unplugged traz versões acústicas das músicas do CD de estreia das garotas, Get Hard (2012), acrescido de mais algumas surpresas. A gravação foi feita em estúdio, e o vídeo teve direção a cargo da própria baterista da banda. Com sete anos de estrada, o Girlie Hell é de Goiânia, e vem se firmando no rock pesado nacional.

Veja o clipe de My Best, novo single do grupo Girlie Hell:

Republica traz consistência e vigor em Point Of No Return

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Por Fabian Chacur

Dizer que o heavy metal brasileiro atingiu nível internacional é notícia velha, ou, como diriam os antigos, “chover no molhado”. Pelo menos desde os tempos de Sepultura e Viper, nos já distantes anos 1990, esse segmento do rock brasileiro esbanja vitalidade fora de nossas fronteiras. Mas a coisa continua crescendo, e a prova é Point Of No Return, da banda paulistana Repulica. Um daqueles lançamentos de dar gosto de se ouvir e resenhar.

Na estrada desde 1991, o Republica começou a se destacar no cenário do rock pesado a partir do lançamento de seu segundo álbum, There’s No Fucking Electronic Modern Loop (2008), que o impulsionou rumo a participações nos principais festivais de música do pais, tipo Planeta Atlântida, Festival de Verão de Salvador, Planeta Terra e Ceará Music.

A força de seus shows levou o quinteto a eventos internacionais como abrir a turnê brasileira do Deep Purple em 2011, participar no Chile do festival Maquinaria ao lado de bandas como Kiss, Slayer, Deftones e Stone Sour e marcar presença com força no Lollapalooza Brasil 2013 e Rock in Rio no mesmo ano. Tanto reconhecimento não veio de graça.

A prova é o terceiro CD da banda, Point Of No Return, lançamento independente que supera de longe a maior parte dos produtos das gravadoras majors no setor em todos os quesitos- apresentação, qualidade técnica e especialmente conteúdo musical. É um disco de rock padrão mundial que não deixa nada a dever a qualquer CD do segmento.

Produzido por Luis Paulo Serafim e com a parte dos vocais supervisionada por Thiago Bianchi, temos uma qualidade de gravação que permite ao ouvinte apreciar cada detalhe de instrumentos e vozes e também a massa sonora formada pela soma de tudo isso, algo nada fácil de se obter. Gravado no estúdio da banda e masterizado nos EUA, o álbum é impecável nesse quesito.

Lógico que isso não valeria de nada se o conteúdo musical de Point Of No Return fosse de segundo ou terceiro escalão, mas o capricho dos caras nessa área foi ainda superior. Leo Belling se mostra um excelente cantor, com ótima dicção em inglês e um vozeirão no melhor estilo James Hetfield, Phil Anselmo e Bruce Dickinson.

As guitarras, a cargo de Luiz Fernando Vieira e Jorge Marinhas, tem o peso exigido pelo estilo, mas com bela variedade de timbres e andamentos. Por sua vez, a cozinha rítmica integrada por Marco Vieira (baixo) e Gabriel Triani (bateria) segura os vários rumos seguidos por eles em termos musicais, com suas influências de Black Sabbath, Judas Priest, Metallica e o que mais vier de bom. O resultado é no ângulo.

As dez faixas do terceiro álbum do Republica possuem seus encantos. Goodbye Asshole, por exemplo, tem um clima bem Black Sabbath das antigas, e conta com a participação especialíssima do guitarrista Roy Z, conhecido por seus trabalhos com Bruce Dickinson e Rob Halford. Também meio “sabbathesca” é a ótima Time To Pay, que abre o CD.

A energética Change My Way, a agressiva The Land Of The King e a intensa El Diablo são outros pontos bacanas de um álbum que esbanja consistência e vigor de ponta a ponta. Point Of No Return é a prova de mais um passo adiante dado por essa excelente banda, que se continuar nesse rumo vai longe, muito longe mesmo.

Change My Way– Republica:

Life Goes On– Republica:

Higher lança seu primeiro CD com coquetel em São Paulo

Coquetel de Audicao Higher-400x

Por Fabian Chacur

A banda de heavy metal Higher mostrou em primeira mão o repertório de seu primeiro CD em um concorrido coquetel realizado em São Paulo no dia 13 de agosto no qual reuniu profissionais de imprensa de veículos como Rolling Stone, Play TV, Rock Brigade, Dynamite, Hell Divine e Portal Rock Brasil, entre outros. A repercussão do evento foi das melhores no meio musical.

O trabalho de estreia do grupo foi gravado em São Paulo no Fusão Studios, com produção a cargo de Thiago Bianchi (conhecido por seus trabalhos com grupos como Shaman e Noturnall) e inclui faixas como Keep Me High, Lie, Illusion, Climb The Hill e Like The Wind. Lançado pela via independente, o CD físico pode ser encontrado em lojas como a Die Hard Records (www.diehard.com.br), enquanto a digital já está disponível no acervo do iTunes.

O Higher é integrado por músicos com experiência nas áreas do jazz e da música instrumental brasileira, o que dá ao time uma sonoridade própria e não muito fácil de ser rotulada (leia crítica em breve aqui em Mondo Pop). São eles: Cezar Girardi (vocal), Gustavo Scaranelo (guitarra solo), Andrés Zuniga (baixo), Pedro Rezende (bateria) e o novo integrante Felipe Martins (guitarra base).

Keep Me High, com o grupo Higher:

Super Peso Brasil terá registro em DVD

Por Fabian Chacur

No último dia 9 de novembro, o Carioca Club em São Paulo foi palco do Super Peso Brasil (leia mais sobre o evento aqui), festival que reuniu alguns dos nomes mais importantes do heavy metal brasileiro da década de 80. O público presente delirou com a performance de bandas que ajudaram a firmar o estilo no Brasil. Para quem perdeu e se arrependeu, uma boa notícia.

A produção do evento anunciou que em um futuro não muito distante será lançado um DVD com o registro dos shows de Stress (foto), Centúrias, Salário Mínimo, Taurus e Metalmorphose. Como forma de atiçar a curiosidade dos fãs, disponibilizou um pequeno e caprichado trailer com registros feitos durante as performances dos roqueiros com ótima qualidade de vídeo e áudio, criando ótima expectativa.

Além das cinco bandas, os shows também trouxeram como atração a participação de nomes importantes de outras formações roqueiras do mesmo período, entre os quais o lendário Jack Santiago, primeiro vocalista da banda Harppia (do hit Salém, A Cidade das Bruxas), o marcante Lucky Luciano (ex-cantor da banda Metalmania, de Robertinho do Recife) e o célebre Luiz Carlos Louzada (do grupo Vulcano). O DVD tem tudo para ser histórico.

Veja o teaser do registro em DVD de Super Peso Brasil:

Super Peso Brasil invade SP neste sábado (9)

Por Fabian Chacur

Cinco das mais importantes bandas da história do heavy metal brasileiro estarão reunidas neste sábado (9) a partir das 16h em São Paulo. O evento que promove esse importante encontro é o Super Peso Brasil, que terá como palco o Carioca Club (rua Cardeal Arcoverde, nº2.899-Pinheiros- fone 0xx11 3813-8598), com ingressos antecipados a R$ 50 (pista) e R$ 85 (camarote por pessoa) ou no dia a R$ 60 (pista) e R$ 100 (camarote por pessoa). O elenco e os convidados valem a presença dos fãs.

O Centúrias participou do seminal álbum SP Metal, coletânea lançada pela Baratos Afins em 1984 que ajudou a divulgar o heavy metal brasileiro, e depois lançou álbuns próprios como Última Noite (1986) e Ninja (1988). O time inclui Nilton “Cachorrão” Zanetti (vocal), Ricardo Ravache (baixo), Roger Vilaplana (guitarra) e Julio Principe (bateria), e contará com a participação do cantor André Gois, conhecido por sua atuação com as bandas Vodu e Desaster.

Tavinho Godoy (vocal), PP Cavalcante (guitarra), Marcos Dantas (guitarra, ex-Azul Limão), André Delacroix (bateria) e André Bighinzoli (baixo) são o Metalmorphose, badalados nos anos 80 e hoje divulgando o álbum Máquina dos Sentidos (2012). Eles terão como vocalista convidado Lucky Luciano, conhecido por ter sido integrante do grupo Metalmania (liderado por ninguém menos do que Robertinho do Recife) e X-Rated.

Com fã-clube entusiástico desde sempre, o Salário Mínimo (foto) também participou do icônico SP Metal, e traz como destaque o carismático vocalista China Lee, que tem a seu lado Danie Beretta (guitarra), Junior Muzzilli (guitarra), Diego Leite (baixo) e o baterista revelação Marcelo Campos. Eles tem no currículo álbuns como Beijo Fatal (1987) e Simplesmente Rock (2010), e terão como convidado o lendário Jack Santiago, ex-Harpia, que cantará o grande hit da fase inicial daquela grande banda, Salém (A Cidade das Bruxas).

Os cariocas da banda Taurus lançaram em 1986 o álbum Signo de Taurus, e hoje contam com Otávio Augusto (vocal), Claudio Bezz (guitarra), Felipe Melo (baixo) e Sérgio Bezz (bateria). O cantor Luiz Carlos Louzada, da impactante banda Vulcano, fará uma participação especial no show do Taurus, que lançou em 2010 outro elogiado álbum, intitulado Fissura.

Completa o elenco a banda paraense Stress, que lançou em 1982 um álbum autointitulado que muitos consideram o primeiro realmente de heavy metal brasileiro. A escalação dos headbangers conta atualmente com Roosevelt Bala (vocal e baixo), Paulo Gui (guitarra) e André Chamon (bateria). Eles terão como convidado especial o cantor Vitor Rodrigues, que se tornou conhecido na cena metálica ao integrar as bandas Torture Squad e Voodoopriest.

Ouça Beijo Fatal, do Salário Mínimo, álbum na íntegra:

Hellish War iniciará nova turnê europeia

Por Fabian Chacur

A banda brasileira Hellish War iniciará nesta sexta-feira (11) na cidade de Saint Ettiene, na França, sua segunda turnê europeia. O quinteto oriundo de Campinas (SP) fará um total de oito shows, passando por França, Suíça, Alemanha (duas apresentações), Holanda, Bélgica, Polônia e Eslováquia, com encerramento em 20 de outubro. O grupo saiu do Brasil nesta terça (8).

A primeira turnê do Hellish War por terras europeias ocorreu em 2009. Intitulada European First Assault, contou com oito apresentações ocorridas na Alemanha, Bélgica e Suíça, incluindo o concorrido Swordbrothers Festival, na Alemanha. Foi nessa tour que a banda gravou seu primeiro álbum ao vivo, Live In Germany (2010), lançado pela gravadora Hellion Records.

Desta vez, eles aproveitam para divulgar no Velho Mundo o seu novo CD, Keep It Hellish, que saiu por lá em junho através do selo especializado em heavy rock Pure Steel Records, e no Brasil via Voice Music. O álbum marca o ingresso no time do vocalista Bil Martins, que se junta a Daniel Person (bateria), Daniel Job (guitarra e teclados), JR (baixo) e Vulcano (guitarra), este último o fundador da banda, em 1995.

Além de shows no exterior, a banda Hellish War já realizou inúmeras apresentações no Brasil divulgando seu sólido heavy metal tradicional, além de tocar por aqui junto com dois nomes badalados do rock pesado internacional, o cantor Tim Ripper Owens (ex-Judas Priest) e a banda Grave Digger. Leia em breve em Mondo Pop uma resenha de Keep It Hellish, mais recente álbum do Hellish War.

Ouça Keep It Hellish, faixa-título do novo CD do grupo Hellish War:

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