gamp grupo de rock brasileiro 2-400x

Por Fabian Chacur

O rock brasileiro continua mostrando as suas garras, independente de modismos. Mais uma prova acaba de chegar de Belo Horizonte (MG). Trata-se de Keep Rockin’, álbum de estreia da banda Gamp. Lançado pela Som Livre, o trabalho aposta em um rock básico e sem firulas ou frescuras, indo direto ao ponto, mas com categoria e capricho suficientes para impressionar bem o ouvinte.

Integram o time Bernardo Viana (vocal), Matheus Ribeiro (guitarra e violão), Eduardo Dequech (guitarra e violão), Euclydes Bomfim (baixo e vocais) e Lucas Bastos (bateria). No álbum, temos participações especiais de um naipe de metais formado por Altair Martins (trompete), Marlon Sette (trombone) e Bidu Cordeiro (trombone baixo) e do tecladista Maycon Ananias, que ajudam a encorpar com bom gosto a sonoridade em algumas faixas.

As influências mais nítidas notadas no som do Gamp remetem ao rock brasileiro dos anos 80, especialmente de Barão Vermelho, Cazuza e Capital Inicial, e dos clássicos Raul Seixas, Rolling Stones, Bob Dylan e Rita Lee, além de um quê do CPM 22, especialmente no vocal de Bernardo, cujo estilo e timbre de certa forma combinam o de Dinho Ouro Preto com o de Badaui, da banda paulista.

Os grandes méritos de Keep Rockin’ são a coesão instrumental e vocal apresentadas pelo quinteto e a ótima seleção de repertório, que é bem equilibrada e mescla composições dos integrantes da banda com canções escritas por feras como Leoni, Paulinho Moska e a jovem Roberta Campos. A produção de Rodrigo Vidal é bem sóbria e eficiente.

São várias as faixas legais desse disco de estreia da banda Gamp, sempre com letras inteligentes e que fogem dos lugares comuns do gênero. Vinil, por exemplo, é bem sacada e bem humorada. Hora de Pular do Trem contagia logo nos primeiros momentos, enquanto Recomeçar, Te Redesenhar e Vermelho e Preto equivalem a boas variações de pop rock.

No fim das contas, Keep Rockin’ equivale a uma respeitável estreia dessa banda mineira que soa totalmente universal e cuja coesão vocal e instrumental dão a impressão de que se trata de um quinteto que veio para ficar. Sem apostas em redundâncias e fugindo do óbvio, merecem ser conhecidos pelo público roqueiro brasileiro.

Hora de Pular do Trem– Gamp:

Te Redesenhar– Gamp:

Vinil– Gamp: