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James Brown será tema de série na internet que estreia em julho

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Por Fabian Chacur

Na lista dos artistas mais influentes de todos os tempos, James Brown (1933-2006) possui um lugar todo especial. Sua presença se mostra visível em gêneros como soul music, funk, disco, hip-hop e por aí vai. E vai longe! Como forma de mostrar um pouco desse legado e como ele atingiu os outros artistas, foi criada a série Get Down, The Influence Of James Brown, que estreará no Youtube no dia 10 de julho. Veja um breve teaser aqui.

O episódio de estreia enfocará Funky Drummer. A faixa, gravada em 20 de novembro de 1969 e lançada em single em 1970, é considerada uma das mais sampleadas da história da música pop. Sua base rítmica, que traz como destaque a levada criada pelo baterista Clyde Stubblefield (1943-2017), foi utilizada por Public Enemy, Run-DMC, LL Cool J, Bell Biv Devoe e muitos outros artistas.

A música originalmente saiu apenas em single, em duas partes com menos de 3 minutos de duração cada. A versão integral, com 9m13, só foi lançada em 1986, como parte da coletânea de faixas inéditas In The Jungle Groove. Trata-se de uma faixa irresistível, na qual Stubblefield (que tocou com Mr. Dynamite durante seis anos) e seus colegas de banda ajudam a criar os alicerces da funk music.

A série Get Down, The Influence Of James Brown tem narração a cargo do músico e produtor Questlove, integrante do grupo The Roots e também da banda residente do programa de TV The Tonight Show Starring Jimmy Fallon. Neste episódio inicial, temos também as participações de Lord Finesse e Andre Torres. Cada episódio será acompanhado por uma playlist exclusiva.

Funky Drummer (full version)- James Brown:

DVD Mr. Dynamite viaja pela trajetória de James Brown

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Por Fabian Chacur

James Brown (1933-2006) teve uma vida que nem mesmo o mais criativo roteirista de cinema poderia ter imaginado, de tão fascinante e improvável. Criado por uma tia em uma casa de prostituição, preso ainda muito novo, encrenqueiro, poderia perfeitamente ter morrido jovem e desconhecido. Pois o cara não só sobreviveu como ainda virou um dos nomes mais importantes e influentes da história da música pop. Essa trajetória é contada de forma crua e sem rodeios em Mr. Dynamite- The Rise Of James Brown, documentário que a Universal Music acaba de lançar em DVD no Brasil.

Com produção de ninguém menos do que Mick Jagger e direção de Alex Gibney, o documentário traz riquíssimo material de arquivo, com direito a registros de shows, trechos de entrevistas concedidas pelo protagonista do filme em diversos momentos de sua vida e, creme do creme, entrevistas atuais com alguns dos músicos mais próximos a ele e integrantes de suas bandas de apoio, que tiveram importância decisiva para que o cara chegasse onde chegou.

Aliás, uma das grandes virtudes do documentário é a franqueza com que os músicos falam sobre o antigo patrão. Elogiam quando é o caso, mas baixam o cacete no cara nas horas certas, sem pintar um quadro de santinho que qualquer pessoa que conheça um pouco da vida de James Brown sabe que ele nunca foi e nunca quis ser, por sinal. O com lembranças mais afetivas é o baixista William “Bootsy” Collins, e o mais amargo é o saxofonista Maceo Parker.

As revelações sobre como era James Brown como bandleader são simplesmente deliciosas. Melhor não ficar contando muito para não estragar a surpresa de quem ainda não viu. Mas vou entregar uma passagem fantástica: a lembrança do baterista Melvin Parker, quando apontou a arma e ameaçou Brown, quando este vinha em direção a seu irmão Maceo pronto para enfiar uma muqueta em sua cara, nos bastidores após a realização de um show. Inacreditável.

O início difícil, as inseguranças, a criação do seu som, as mudanças da banda, a evolução da soul music para a funk music, está tudo ali, detalhado, de forma muito boa de se ver. Seu incoerente posicionamento político também é exposto, com guinadas da esquerda à direita. Mas o mais importante fica sempre em evidência, a genialidade criativa de um cara que rompeu barreiras e ganhou fãs nos quatro cantos do mundo. E a seção de extras traz 27 minutos de depoimentos adicionais, sendo que o documentário tem mais de duas horas.

Obs.: nos extras, temos também uma excepcional parceria gravada ao vivo lá pelos idos de 1976 no legendário programa de TV Soul Train reunindo James Brown, B.B.King e Bobby “Blue” Bland, que por si só já valeria a aquisição deste DVD.

Mr. Dynamite- The Rise Of James Brown-em streaming:

Funky Drummer– James Brown:

Cold Sweat– James Brown:

Coletânea traz James Brown no Apollo Theater

Por Fabian Chacur

Há artistas que ficam ligados eternamente a determinados locais onde se apresentaram ao vivo. A parceria entre James Brown (1933-2006) e o lendário Apollo Theater, situado no Harlem, Manhattan, Nova York, é o caso mais explícito dessa verdadeira comunhão. A coletânea Best Of Live At The Apollo: 50th Anniversary, que acaba de sair no Brasil em CD, celebra um dos marcos da rica e intensa relação entre eles.

Em sua extensa carreira, o cantor, compositor e músico americano se apresentou mais de 600 vezes no teatro Apollo. Em 24 de outubro de 1962, um desses shows foi registrado e lançado em maio de 1963 no formato LP de vinil com o título Live At The Apollo. O trabalho é considerado um dos melhores álbuns ao vivo de todos os tempos, e vendeu muito, tornando-se um dos itens mais badalados de sua extensa e rica discografia.

Em 1968, chegou às lojas Live At The Apollo Vol II, enquanto um terceiro volume, com o título Revolution Of The Mind: Recorded Live At The Apollo Vol III saiu em 1971. O quarto volume deveria ter chegado às lojas em 1972 com o nome Get Down At The Apollo With The J.B.’s, mas acabou sendo cancelado e infelizmente permanece inédito até hoje.

Best Of Live At The Apollo: 50 Anniversary é uma coletânea que comemora os 50 anos do lançamento do primeiro álbum da série, e traz quatro faixas dele, três do volume II, três do volume III e duas do inédito IV, com direito a um belíssimo encarte colorido com informações técnicas, texto informativo e lindas fotos.

A compilação funciona como uma pequena amostra da evolução da carreira do Mister Dinamyte. Em 1962, ele era ainda “apenas” um grande cantor de soul music e rhythm and blues, como comprovam Try Me e I’ll Go Crazy. Talentoso e vigoroso, mas não muito distante da média dos papas daqueles estilos musicais.

No volume 2, as sensacionais There Was a Time e Cold Sweat apresentam um artista absolutamente original criando a funk music, com direito a muita sensualidade nos vocais, metais certeiros, cozinha rítmica compassada e guitarras totalmente dedicadas ao balanço. Aquele som energético e poderoso para suar até cair de tanto dançar.

A parte final do álbum, com as gravações referentes a 1971 e 1972, apresentam a consolidação desse funk de verdade, com direito às empolgantes Sex Machine, Get Up Get Into It Get Involved, Soul Power e There It Is. Uma massa sonora absolutamente espetacular, dançante e que influenciou todo mundo na área, de Michael Jackson e Prince a quem você imaginar.

A única queixa a ser feita em relação a Best Of Live At The Apollo é a sua duração. São só 40 minutos de música. Daria para encaixar pelo menos mais 30 minutos sem qualquer tipo de problema. Mas como se trata de um aperitivo, tenha a duração que tiver, acho que este CD possui a mesma função: fazer você ficar a fim de mergulhar na discografia desse mestre.

Ouça There Was a Time, com James Brown:

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