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Morre aos 65 anos de idade a ótima cantora Natalie Cole

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Por Fabian Chacur

No último dia do ano em que foram completados 50 anos da morte de seu pai, o ícone da música Nat King Cole, foi a vez de Natalie Cole dar adeus ao cenário pop. No dia 31 de dezembro de 2015, mais um nome de grande calibre musical nos deixa, em um período repleto de grandes perdas no setor. Ela tinha 65 anos, estava internada no hospital Cedar Sinai em Los Angeles e foi vítima de problemas com uma hepatite C que a infernizava há pelo menos sete anos.

A doença, que ela admite ter sido contraída devido a consumo de drogas, lhe custou um transplante de rim em 2009. O vício em heroína, crack, cocaína em álcool levaram a cantora a passar por seis meses em uma clínica de reabilitação em 1983, problemas que ela contou de forma franca em sua autobiografia, Angel On My Shoulder, lançada em 2000. A intérprete continuou fazendo shows e gravando, apesar de tudo.

Nascida em Los Angeles em 6 de fevereiro de 1950, Natalie iniciou a carreira aos 11 anos, cantando ao lado do pai, Nat King Cole. Apesar da morte precoce de Nat em 1965 aos 45 anos, vítima de câncer, ela manteve firme o sonho de também se tornar uma estrela, e isso se concretizou em 1975 com o sucesso de seu álbum de estreia, Inseparable, que lhe rendeu hits como a faixa título e também o Grammy de melhor artista novo daquele ano.

A carreira se manteve bem até o fim dos anos 70 no cenário do pop e da soul music, com direito a sucessos como This Will Be (An Everlasting Love) e I’ve Got You On My Mind, até que as drogas começaram a cobrar o seu preço. Após passar pela reabilitação, aos poucos retomou o pique, emplacando em 1988 nas paradas uma ótima releitura de Pink Cadillac, de ninguém menos do que Bruce Springsteen.

Em 1991, lançou seu projeto mais ambicioso: Unforgettable With Love, álbum dedicado ao repertório do pai e no qual fez um dueto tecnológico com ele em Unforgettable. O CD surpreendeu a todos, ficando por cinco semanas no primeiro lugar da parada americana, faturando sete troféus Grammy (incluindo as três categorias mais importantes) e vendendo mais de 13 milhões de cópias. O pop tradicional encarou com garra o grunge, o rap e os outros ritmos então na moda.

A cantora conseguiu se manter na ativa com bons discos e shows nos anos que se seguiram, incluindo outro dueto tecnológico com o pai, When I Fall In Love, em 1996, que lhe rendeu mais um Grammy, e uma segunda parte do álbum de sucesso, Still Unforgettable, em 2008. Natalie procurou mesclar momentos mais próximos do pop e da soul music com o jazz pop tradicional, e se deu bem, com uma voz sempre muito boa de se ouvir.

I’ve Got You On My Mind– Natalie Cole (1977):

Inseparable– Natalie Cole (1975):

This Will Be (An Everlasting Love)– Natalie Cole (1975):

Pink Cadillac– Natalie Cole (1988):

Unforgetabble– Natalie e Nat King Cole (1991):

Brasileira Eliane Elias disputa o Grammy na categoria jazz

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Por Fabian Chacur

Com todo o respeito, o Grammy Latino não passa de um troféu de segunda divisão no cenário da música. Importante mesmo é o Grammy de fato, equivalente ao Oscar nessa seara artística. E a grande notícia para quem é fã dos artistas brasileiros na edição de número 38 do badalado troféu é a indicação de Eliane Elias, que concorrerá ao prêmio no dia 12 de fevereiro de 2016.

A notícia é ainda melhor se notarmos que a cantora, compositora e especialmente pianista brasileira irá concorrer como Melhor Álbum de Jazz, setor nobre e dos mais concorridos na premiação. Ela disputará com seu mais recente trabalho, o CD Made In Brazil (Concord Jazz), que terá como adversários The Rodriguez Brothers (Impromptu), Gonzalo Rubalcaba (Suite Camiño), Wayne Wallace Latin Jazz Quartet (Intercambio) e Miguel Zenón (Identities Are Changeable).

Nascida em São Paulo em 19 de março de 1960, Eliane Elias começou sua carreira como pianista ainda adolescente, na década de 1970. Em 1981, após turnê com Eddie Gomez, resolveu se radicar nos EUA, onde vive até hoje. Gravou seu primeiro álbum por lá em 1984, e em pouco tempo se consagrou como grande nome do jazz, esbanjando talento como pianista, cantora e também compositora.

Eliane gravou com grandes nomes do jazz como Randy Brecker e Herbie Hancock, além de frequentar as paradas de sucesso dos EUA e Japão. Made In Brazil é um trabalho histórico, pois consiste no primeiro álbum solo da estrela do jazz a ser gravado em sua terra natal, com a participação especial de nomes como Roberto Menescal e Marcelo Mariano, dividindo-se entre seis composições próprias e outras de Tom Jobim, Ary Barrozo e do próprio Menescal.

Você– Eliane Elias:

Rogério Rochlitz lança o novo CD com show em São Paulo

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Por Fabian Chacur

O excelente pianista, compositor e produtor Rogério Rochlitz lançou em setembro seu novo CD, o excelente 2345 (leia a crítica de Mondo Pop aqui). Agora, chegou a vez de mostrar esse álbum em um show ao vivo no dia 3/12 (quinta-feira) às 21h no Teatro Central das Artes Sub 3 (rua Apinajés, nº 1.081-Sumaré- fone 0xx11-3865-4165), com couvert artístico a R$ 20,00.

Além dele próprio nos teclados, Rochlitz terá a acompanha-lo João Poleto (sopros), David Rangel (baixo) e Ramon Montagner (bateria), que também marcaram presença no novo álbum, trabalho no qual o músico investiu em uma sonoridade mais orgânica e acústica. O título dado ao álbum (2345) tem a ver com o número de músicos presentes em cada uma das 12 faixas do CD, que variam do mínimo de 2 ao máximo de 5.

Com mais de 20 anos de carreira, Rogério Rochlitz é formado em música popular pela Unicamp. Ele integrou o grupo Jambêndola, com o qual gravou um CD em 1995. Acompanhou artistas como Danilo Caymmi, Elton Medeiros e Skowa, além de participar de shows pelo Brasil e exterior com o Trio Mocotó. Em seu currículo, 5 CDs e um 1 DVD, todos instrumentais, nos quais mostra uma bela fusão de ritmos, com direito a muito swing e brasilidade.

Ouça o CD 2345 de Rogério Rochlitz na íntegra em streaming:

Evento traz grandes músicos ao Edifício Martinelli (SP)

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Por Fabian Chacur

Dizem que a boa música pode nos levar às alturas. No caso do evento Música nas Alturas, parte integrante da nona edição do Mês da Cultura Independente em São Paulo, isso irá ocorrer nos dois sentidos. Ótimos instrumentistas irão tocar, entre os dias 16 e 30 de setembro, no terraço do histórico Edifício Itália, situado no centro histórico de São Paulo. E o melhor: a entrada para todos os shows será gratuita.

O elenco inclui feras de vários países. Abre a festança no dia 16 o compositor minimalista holandês Jozef Van Wissen, que já lançou 26 discos solo e é conhecido pela ótima trilha sonora do filme Only Lovers Left Alive (Amantes Eternos, de 2013), de Jim Jarmush, com a qual ganhou o prêmio de melhor trilha sonora no Festival de Cannes.

Oriundo de Recife (PE), o pianista Vitor Araújo surpreendeu a todos ao estrear em 2008 com apenas 19 anos com o CD/DVD Toc Ao Vivo No Teatro Santa Isabel, em 2008. Em 2012, lançou seu segundo CD, A/B, com participações de Naná Vasconcelos, Yuri Queiroga, Rivotrill e Macaco Bong. Seus shows de piano solo misturam composições próprias e obras de Radiohead, Luiz Gonzaga, Chico Buarque e Ray Charles.

A dupla britânica Trevor Watts (sax alto) e Veryan Weston (piano) (FOTO) toca junto há mais de 20 anos, e possui em seu currículo quatro CDs, além de participação em trabalhos ao lado de grandes músicos do jazz. O clarinetista e saxofonista dinamarquês Lars Greve fecha a programação com seu som imprevisível, ele que toca em vários grupos e tem um elogiado CD solo, Breidablik.

Com 130 metros de altura, o Edifício Martinelli foi inaugurado em 1929 e chegou aos 30 andares em 1934, sendo durante algum tempo o maior prédio do país. Um local histórico, no qual grandes nomes viveram e conviveram, e que hoje abriga eventos importantes, além de ser alvo de visitas programadas por quem deseja saber um pouco de sua história.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO MÚSICA NAS ALTURAS:

Dia 16 (quarta-feira) 19h30- JOZEF VAN WISSEM (HOLANDA)

Dia 19 (sábado) 16h30- VITOR ARAUJO (BRASIL)

Dia 23 (quarta-feira) 19h30 e Dia 26 (sábado) 16h30 TREVOR WATTS E VERYAN WESTON (INGLATERRA)

Dia 30 (quarta-feira) 19h30 LARS GREVE (DINAMARCA)

Local: Edifício Martinelli-avenida São João, nº 35-terraço-SP-(80 lugares) – ingressos gratuitos- retirar 30 minutos antes do espetáculo.

A/B- Vitor Araújo- ouça em streaming:

Jozef Van Wissem & SQÜRL – The Taste Of blood (Only Lovers Left Alive Soundtrack):

Mike Stern toca a sua guitarra jazzy no Bourbon Street (SP)

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Por Fabian Chacur

Um dos melhores e mais badalados guitarristas de jazz do mundo marcará presença em São Paulo nesta quinta-feira (28) às 21h no Bourbon Street (rua dos Chanés, 127- Moema- fone 0xx11-4003-1212), com couvert artístico a R$ 140,00 (primeiro lote). Trata-se de Mike Stern, músico com extenso currículo e que desenvolve há quase 30 anos uma premiada e elogiada carreira solo.

Stern, que nasceu no dia 10 de janeiro de 1953, também será uma das principais atrações do Bourbon Festival Paraty (RJ), no qual está escalado para tocar no próximo sábado (29) às 21h no Palco da Matriz, com entrada gratuita. A seu lado, ele terá Bob Franceschini (saxofone), Teymur Phell (baixo) e Richie Morales (bateria). O repertório normalmente é escolhido a dedo.

A carreira de Mike Stern como guitarrista começou a ganhar força quando ele integrou a banda Blood, Sweat & Tears entre 1976 e 1978. Embora não tenha sido um dos momentos mais populares desse grande grupo de soul-rock-jazz, ele participou de dois ótimos discos deles, More Than Ever (1976) e Brand New Day (1977), sendo que este último inclui um grande hit aqui no Brasil, a belíssima balada Blue Street, da trilha da novela global Dancin’ Days. Em 1979, ele já estava na banda do baterista Billy Cobham.

Em 1981, a glória suprema: foi convidado a integrar a banda de Miles Davis, participando com destaque do álbum ao vivo We Want Miles (1982), tocando ao lado do mestre do jazz e também de músicos do calibre de Bill Evans (sax), Marcus Miller (baixo) e Minu Cimelu (percussão). Uma das faixas proporcionou a Davis um prêmio Grammy por melhor performance instrumental de jazz.

Upside Downside foi o álbum que, lançado em 1986, marcou o início de sua carreira solo, que rendeu mais de 15 títulos até o momento. Mas ele continuou aberto a tocar com outros grupos, entre eles The Brecker Brothers e Yellowjackets. Seu álbum mais recente é Eclectic, gravado em parceria com o guitarrista Eric Johnson e no qual canta pela 1ª vez.

Kate (live)– Mike Stern Band:

Autuum Leaves (live)- Mike Stern:

Mike Stern Trio ao vivo na Itália:

Belga Greg Houben exibe seu jazz no Central das Artes-SP

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Por Fabian Chacur

Se há algo que costuma dar certo no mundo da música é a colaboração entre músicos de várias origens. Um bom exemplo é o Greg Houben Trio. Em sua atual formação, o grupo conta com um belga e dois brasileiros que mergulham no universo jazzístico com categoria. Eles são a atração desta sexta (8) às 21h no Teatro Central das Artes-Sub 3 (rua Apinajés, 1.081- Sumaré- fone (0xx11) 3670-4040), com couvert artístico a R$ 20.

Filho do respeitado saxofonista e flautista belga Steve Houben, Greg é ator, cantor e trompetista, e desenvolve em seus shows um repertório composto por standards do jazz, composições próprias e, na fase atual, até mesmo clássicos da MPB como Avarandado (Caetano Veloso) e Trocando Em Miúdos (Chico Buarque-Francis Hime).

A mais recente escalação do Greg Houben Trio inclui, além de seu líder, dois destacados músicos brasileiros no setor da música instrumental e do jazz. São eles o guitarrista Lupa Santiago e o contrabaixista Sidiel Vieira. A parceria tem como marcas a sutileza, a criatividade e a consistência, fruto de anos de experiência dos três em diversos projetos.

Greg Houben Trio em 2009 (com outra formação):

Lais (Lupa Santiago)- Lupa Santiago e Paulo Braga:

Diana Krall mostra classe cool em seu novo CD, Wallflower

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Por Fabian Chacur

Com mais de 20 anos de estrada, a canadense Diana Krall se firmou como um dos grandes nomes do jazz pop mundial. A cantora, pianista e eventual compositora esbanja uma classe cool em seus trabalhos, e esta é a marca do mais recente álbum da artista, Wallflower (Universal Music), que a flagra relendo clássicos da música pop com abordagem jazzy das mais bacanas.

Depois de ter participado com destaque do álbum de standards Kisses On The Botton (2012), de Paul McCartney, a gatíssima estrela que completou 50 anos em novembro de 2014 aparentando uns dez anos a menos resolveu ampliar sua viagem pelo pop, ela que fez sucesso com a regravação de Just The Way You Are, de Billy Joel, em 2003.

Para encarar a tarefa, convocou o experiente produtor, arranjador e músico David Foster, conhecido por seus trabalhos com artistas como Celine Dion, Earth Wind & Fire e Whitney Houston. Para sorte geral de todos, o lado mais adocicado de sua orientação musical não contaminou de forma significativa o trabalho, prevalecendo um tempero sofisticado.

O repertório foi muito bem escolhido, com direito a dois standards dos Eagles (Desperado e I Can’t Tell You Why, esta última com direito à participação nos vocais de seu autor, Timothy B. Schmidt). Graham Nash e Stephen Stills, com suas vocalizações envolventes, marcam presença nas releituras de California Dreamin’ (The Mamas And The Papas) e Operator (That’s Not The Way It Feels) (Jim Croce), sendo que nesta última Stills também toca guitarra.

No setor duetos, Michael Bublé divide com Diana a belíssima Alone Again (Naturally), maior hit do britânico Gilbert O’Sullivan, enquanto o também canadense Bryan Adams dá muito brilho à releitura de Feels Like Home, de outro mestre da canção, Randy Newman. O agora amigo Paul McCartney contribuiu com a composição If I Take You Home Tonight, outra pérola do CD. E Bob Dylan com a linda faixa título.

Com a exceção da sacudida versão ao vivo de Yeh Yeh, gravação ao vivo com a participação de quem colocou essa música nas paradas de sucesso na década de 1960, o saleroso Georgie Fame, o trabalho tem um clima introspectivo e delicado dos mais gostosos de se ouvir, com direito àquela voz aveludada, sempre bem colocada e que valoriza bem cada melodia que encara. A mulher de Elvis Costello está cada dia melhor nesse quesito, e no piano, esbanja segurança e swing, dividindo o instrumento no CD com seu produtor.

O repertório do álbum também inclui maravilhas como Superstar (Carpenters), In My Life (Beatles), I’m Not In Love (10 CC) e Sorry Seems To Be The Hardest Word (de Elton John e em duas versões, uma de estúdio e outra ao vivo). No geral, Wallflower é um trabalho simples, sem grande inventividade, mas de uma consistência impecável. Nos EUA, atingiu o 10º lugar logo na semana de lançamento, período em que vendeu 44 mil cópias. Quem disse que música boa e sofisticada não vende?

California Dreamin’– Diana Krall:

Feels Like Home – Diana Krall & Bryan Adams:

Operator (That’s Not The Way It Feels)– Diana Krall:

Luiza Meiodavila mostra suas influências no bar Madeleine

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Por Fabian Chacur

Em breve, Luiza Meiodavila irá lançar Florescer, seu primeiro álbum, que estará disponível nos formatos digital, CD e futuramente em LP de vinil. Enquanto aquece as turbinas para a turnê que divulgará esse trabalho, a jovem cantora e compositora paulistana se apresenta nesta quarta-feira (4) às 21h30 no bar Madeleine (rua Aspicuelta, 201- Vila Madalena- fone 0xx11-2936-0616), com couvert artístico a R$ 20,00. Mais informações em www.madeleine.com.br e www.luizameiodavila.com.br .

Embora ainda muito jovem, Luiza já possui um currículo elogiável, especialmente no que tange a preparação. Ela estudou e estuda canto, técnica vocal, teoria musical, flauta, guitarra e violão, além de ter feito diversas apresentações ao vivo em bares e casas noturnas, o que a ajudou a aprimorar sua técnica vocal e presença de palco.

No show no Madeleine, a intérprete irá prestar homenagem a alguns de seus ídolos, mostrando canções nas quais predominam groove, jazz e MPB. Além disso, ela também dará uma prévia do repertório de Florescer, que traz cinco faixas inéditas e uma inusitada releitura com arranjo de ska para o clássico Doce de Coco, de Jacob Do Bandolim e Herminio Bello de Carvalho.

Entre as inéditas, Romance de Novela já tem um belo videoclipe disponível. A cantora terá a seu lado no show desta quarta-feira Cuca Teixeira (bateria), Felipe Galeano (baixo), Gabriel Gaiardo (piano) e Renan Cacossi (sax e flauta). A turnê de lançamento de seu primeiro CD deverá ser iniciada em abril, e o álbum sai pela gravadora Galeão (ex-Velas, fundada nos anos 1980 por Ivan Lins e Vitor Martins).

Romance de Novela– clipe- Luiza Meiodavila:

Jamie Cullum grava a parceria com Nostalgia 77 em novo CD

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Por Fabian Chacur

Jamie Cullum não se cansa de lançar novos e bons trabalhos. Com 35 anos de vida e uns 20 de estrada, este excelente cantor, compositor e tecladista britânico lançou em 2013 o excelente Momentum (leia a crítica aqui). Pois ele já está com CD novo. Trata-se de Interlude, parceria com o grupo britânico Nostalgia 77. Outro golaço.

O contato entre Cullum e Benedic Lamdin, produtor, músico e líder do Nostalgia 77, ocorreu quando o primeiro entrevistou o segundo em seu programa de rádio. Ficou clara a empatia entre eles, e a ideia de um trabalho em conjunto logo se concretizou, gravado em janeiro. Com dez anos de carreira fonográfica, o grupo de Lamdim é do tipo conceitual, reunindo músicos e também incluindo samplers e outros recursos eletrônicos, e já lançou vários CDs elogiados.

Interlude é basicamente um disco de jazz tradicional, com tempero de blues e pop aqui e ali. O bate-bola entre Jamie Cullum e os músicos do Nostalgia 77 é delicioso, com destaque para o pianista Ross Stanley. O repertório se divide entre standards de jazz e releituras com esse espírito de músicas de autores como Richard Carpenter, Randy Newman e Surfjan Stevens.

Dois duetos marcam presença no álbum. Em Good Morning Heartache, a cantora Laura Mvula faz um belo dueto com Cullum, enquanto em Don’t Let Me Be Misunderstood é a vez de Gregory Porter dar um tom soul ao clássico do folk. Sack O’Woe, My One And Only Love, Lovesick Blues, Walkin’ (de Richard Carpenter, dos Carpenters) e Make Someone Happy são outros pontos bacanas de um álbum delicioso. Acertou de novo, heim, Mr. Cullum?

Good Morning Heartache – com Laura Mvula:

Karen Souza mostra novo CD em pocket show em São Paulo

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Por Fabian Chacur

Karen Souza é uma cantora nascida na Argentina e criada nos EUA e em outros países nos quais seus pais moraram. Atualmente, divide-se entre Nova York e Buenos Aires, e investe em uma carreira na qual o jazz é o tempero essencial. Para lançar no Brasil seu novo CD, Essentials II (Music Brokers), ela fará em São Paulo neste sábado (29) às 19h pocket show gratuito na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi (av. Brigadeiro Faria Lima, 2.232- piso 3).

Essentials II dá continuidade ao trabalho apresentado no álbum Essentials, no qual Karen relê clássicos do rock e do pop com arranjos jazzísticos e elementos de bossa nova. Em entrevista exclusiva via fone para Mondo Pop, ela explica que não foi difícil dar nova roupagem a músicas marcantes como Wicked Game (Chris Isaak), The Way It Is (Bruce Hornsby), Never Tear Us Apart (Inxs) e Twist In My Sobriety (Tanita Tikaram), entre outras.

“Quando você se emociona com as músicas que canta, não fica difícil fazer esse tipo de releitura. Por isso, só gravo canções de que realmente gosto e com as quais me identifico. Esse novo CD tem músicas alegres, tristes, românticas, tem bossa nova e também tentei incluir um pouco de samba no meio”.

A produção do álbum, que foi gravado nos estúdios The Orchard, em Nova York, ficou a cargo do experiente Richard Gottehrer, conhecido por seus trabalhos com Blondie, The Go-Go’s, Dr. Feelgood, Richard Hell e The Bongos. A intérprete disse que adorou trabalhar com ele.

“Richard é brilhante, aprendi muito atuando ao seu lado. Ele me treinou como me expressar, sinto que fiquei melhor enquanto cantora após trabalharmos juntos”, elogia.

A primeira oportunidade que Karen Souza teve de cantar no Brasil ocorreu em 2009 no Teatro Bradesco, e ela guarda ótimas recordações daquela primeira vez. Agora, ela fará um pocket show no melhor estilo voz e violão, no qual mostrará músicas do novo CD e também outras dos seus trabalhos solo anteriores, Essentials e Hotel Souza. Ela voltará ao nosso país para shows com o seu grupo em março.

Antes de mergulhar no universo jazzístico, Karen participou de coletâneas de música eletrônica. “Alguns músicos de jazz ouviram essas gravações e me disseram que eu tinha todo o perfil para cantar jazz. Brinco que esse estilo musical é que me escolheu, não fui eu quem o escolhi”, relembra ela, que se diz fã de Astrud Gilberto, Billie Holiday e Louis Armstrong, entre outros.

Seus planos para o futuro incluem a gravação de um DVD registrando um de seus shows e também um álbum incluindo standards do jazz e da bossa nova. Em janeiro, ela fará quatro shows no Japão, outro país no qual seu trabalho possui ótima aceitação. Neste domingo (30), Karen se apresentará no Rio, na Livraria Travessa (Shopping Leblon).

Wicked Game– Karen Souza:

Twist In My Sobriety– Karen Souza:

The Way It Is– Karen Souza:

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