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Joe Strummer tem uma música inédita divulgada; álbum vem aí

joe strummer 400x

Por Fabian Chacur

Duas datas redondas ligadas ao saudoso Joe Strummer serão celebradas em 2022. No último dia 21, o cantor, compositor e guitarrista do The Clash teria comemorado 70 anos de idade. No dia 22 de dezembro, completaremos 20 anos de sua morte precoce. Como forma de marcar essas efemérides, a Dark Horse Records, gravadora fundada por George Harrison e hoje liderada pelo seu filho Dhani, lançará no dia 16 de setembro o álbum Joe Strummer 002: The Mescaleros Years, com distribuição da Warner Music.

A 1ª faixa a ser divulgada é Fantastic, delicioso rock ardido no qual Joe soa um pouco como Bob Dylan. Muito bacana mesmo! O material incluído no álbum mapeia o período entre 1999 e 2022, durante o qual Joe Strummer liderou uma nova banda, The Mescaleros, com a qual lançou três álbuns e fez alguns shows no que seria o período final de sua vida.

Outra faixa do álbum divulgada previamente é The Road To Rock ‘N’ Roll (Demo) (ouça aqui), que por ser uma demo tape acústica soa ainda mais como Dylan do que Fantastic. E isso é um elogio! Bons registros de uma fase menos badalada da carreira de um grande nome do rock que nos deixou muito cedo, mas cuja marca continuará sempre presente.

Fantastic– Joe Strumer & The Mescaleros:

London Calling: nova edição por uma pechincha

Por Fabian Chacur

Em meio a trilhões de promoções natalinas que nem sempre valem a pena, ando fazendo a festa ao escolher as realmente bacanas.

Um bom exemplo está nas ofertas da maravilhosa Livraria Cultura do Conjunto Nacional, um dos paraísos paulistanos para os fãs de livros, CDs, DVDs e demais ítens culturais, como este que vos tecla.

Vou me deter em uma dessas molezas que caíram no meu colo.

Em 2009, saiu uma edição comemorativa dos 30 anos de um dos melhores álbuns da história do rock, o emblemático, sensacional, genial etc (e tome etc!) London Calling, do The Clash.

O pacote traz o álbum original remasterizado, um DVD, livreto com 20 páginas repletas de informações e embalagem digipack que reproduz a do vinil duplo original.

Dá para acreditar que eu comprei essa maravilha na Cultura por ridículos R$ 13,90? É isso mesmo que você leu, R$ 13,90!

Dá menos de R$ 7 reais por cada disco.

A embalagem é sensacional. O encarte está repleto de fotos raras e informações bacanas sobre as gravações do álbum que tornou o The Clash uma das bandas mais importantes de todos os tempos.

Do início no punk rock de combate, o quarteto britânico evoluiu para um som multifacetado e sem fronteiras, incluindo em sua química rockabilly, jazz, reggae, soul, funk e o que mais pintasse.

Isso, sem nunca perder a energia punk de seus primórdios.

O DVD é maravilhoso, e tem três conteúdos diferentes.

Um, com 32 minutos de duração aproximada, é um ótimo documentário sobre o making of de London Calling, incluindo entrevistas com os integrantes da banda e da equipe que trabalhava com eles na época, entre os quais seu assessor de imprensa, o impagável Kosmo Vinyl.

Só as cenas com o produtor do álbum, Guy Stevens (1943-1981) já valem o filme.

Conhecido como DJ e grande conhecedor de rock nos anos 60 (foi consultor dos Rolling Stones, por exemplo), ele posteriormente produziu trabalhos importantes de bandas como Procol Harum e Mott The Hoople (batizada por ele, por sinal).

A segunda parte apresenta cenas das gravações do álbum feitas de forma tosca e nas quais você entra na intimidade de Joe Strummer (vocal e guitarra), Mick Jones (vocal e guitarra), Paul Simonon (baixo e vocal) e Topper Headon (bateria).

A terceira parte traz três vídeos promocionais, feitos para divulgar as músicas London Calling, Train In Vain e Working For The Clampdown.

Essa edição de London Calling valeria até cinco vezes mais o que paguei por ela. É a embalagem definitiva para um álbum definitivo.

Que fique aqui a lembrança do saudoso Joe Strummer, que em um triste 22 de dezembro de 2002 nos deixou, com apenas 50 anos de idade.

Que perda prematura! Sorte que a música gravada por ele com ou sem o The Clash esteja aí, registrada e viva para sempre. Especialmente o icônico London Calling!

Ouça Train In Vain, um dos momentos máximos de London Calling:

Coletânea resume trajetória do Big Audio Dynamite

Big+Audio+DynamitePor Fabian Chacur

Após ter sido demitido em 1984 do grupo que ajudou a fundar, o lendário The Clash, o cantor, compositor e guitarrista inglês Mick Jones resolveu ir fundo em novas experiências musicais. Unindo-se ao diretor de documentários de rock e DJ Don Letts, e com um elenco de músicos, montou um novo projeto, o Big Audio Dynamite (o BAD). A banda durou dez anos, e foi uma das pioneiras na mistura de rock, música eletrônica, samplers de áudios de trechos de filmes e dance music. Acaba de sair no Brasil, e a preço bem acessível, a coletânea The Best Of Big Audio Dynamite, que faz um resumo bem competente do que de melhor os caras gravaram, com 15 músicas.

Do disco de estreia, o excelente This Is Big Audio Dynamite (1985), foram selecionados quatro clássicos. E=MC2 inclui falas de Mick Jagger extraídas do filme Performance, e tem uma batida rapidinha deliciosa. Medicine Show inclui falas de Clint Eastwood no célebre faroeste A Fistful Of Dollars, e possui um clima hipnótico. The Bottom Line é empolgante e bem eletrônica, enquanto Bad é funkeada. Em todas, temos o vocal maneiro e a guitarra sempre personalizada e minimalista de Mick Jones.

Das três faixas extraídas de No. 10 Upping Street (1986), a melhor é V Thirteen, bem rocker e improvável parceria de Jones com Joe Strummer, ex-colega do Clash que há apenas dois anos o havia expulso de lá. Coisas da vida. Aliás, a dupla também assinou, no mesmo CD, a boa e pesada Sightsee MC!, incluída nesta compilação. Vale lembrar que o BAD tocou no Brasil em 1987, com ótima repercussão de público e crítica. Eu estava lá! Eles tocaram no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo.

Dos medianos Tighten Up-Vol.88 (1988) e Megatop Phoenix (1989), foram escolhidas cinco faixas. A melhor é James Brown, homenagem ao rei do funk repleta de citações de músicas do saudoso mestre.

Em 1990, Don Letts e os outros músicos saíram do BAD, e Mick Jones seguiu em frente. O álbum The Globe (1991), que inaugura esse novo período, é bem legal, e traz dois petardos, ambos incluídos nesta compilação. Rush, fusão perfeita de rock básico, latinidade, funk e eletrônica (inclui sampler de Baba O’Riley, do The Who), estourou nos EUA, enquanto The Globe tem como base rítmica sampler de Should I Stay Or Should I Go, do Clash.

High Power (1994) e F-Punk (1995) foram os dois últimos lançamentos do BAD, e apenas uma música do primeiro entrou na compilação, a bem bacana Looking For a Song. Depois, Mick Jones resolveu partir para a carreira solo, e em 2002, montou o grupo Carbon/Silicon ao lado do ex-Sigue Sigue Sputnik/Generation X/Sisters Of Mercy (ufa!) Tony James, com quem já lançou alguns CDs. The Best Of Big Audio Dynamite é indispensável para fãs do pop/rock dos anos 80, e certamente ajudará a agitar sua festa temática.

Confira o videoclipe de Medicine Show:

http://www.youtube.com/watch?v=crjgjKp7Eao

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