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Por Fabian Chacur

Abordar uma carreira de mais de 45 anos como a de Sting em apenas 52 minutos parece uma tarefa difícil, senão impossível de se realizar. O diretor francês Julie Veille, no entanto, mesmo sem ter esgotado o tema, proporciona uma interessante e muito bem realizada amostra do que de melhor o grande cantor, compositor e músico britânico fez nesses anos todos. Sting- A Free Man (2017), o resultado desse projeto, está disponível na programação do Canal Bis e também em sua plataforma de streaming.

Feito para um canal de TV francês, o filme tem como base uma ótima entrevista feita com o astro da música especialmente para a atração. Também temos bons depoimentos de pessoas ligadas a ele, entre os quais o guitarrista Dominic Miller, que toca há muito tempo em sua banda de apoio e é seu parceiro em algumas composições, e também o italiano Zucchero, o baterista Vinnie Colaiuta, Will.I.am (do grupo Black Eyed Peas) e Bob Geldof. Este último surpreende pelo aparente profundo conhecimento da vida e obra do colega de profissão.

A opção foi por ter foco principal na carreira solo de Sting, passando por alto por seus anos no The Police, incluindo uma justificativa pela qual ele saiu da banda: “Não queria repetir as mesmas fórmulas, eu queria a liberdade que me seria ditada pelas músicas, e não pelo grupo”.

Sting fala sobre o desafio de contar histórias relevantes em um formato tão compacto como o das canções pop, e de como escreveu alguns de seus clássicos, como Shape Of My Heart, Desert Rose e do repertório do álbum The Soul Cages (1991), este último feito em homenagem ao seu pai.

O envolvimento do músico com questões humanitárias e ecológicas também é abordado, entre eles sua ligação com o cacique brasileiro Raoni e as mães das vítimas da ditadura de Pinochet no Chile (que rendeu a bela canção They Dance Alone). O show que fez em Toscana, Itália, no mesmo dia dos ataques às torres gêmeas em Nova York em 11 de setembro de 2001, está na pauta, assim como a inspiração das belas canções Russians e Inshala.

Pontuado por um bem selecionado material de arquivo, Sting- A Free Man equivale a uma concisa e bem realizada viagem na obra de um artista que soube como poucos trafegar por gêneros musicais como rock, reggae, jazz, pop, world music, folk etc com desenvoltura, criatividade e muito talento. E pensar que, no relato do próprio Sting, tudo começou quando ele herdou o violão de um tio que se mudou para o Canadá…

Veja o trailer de Sting- A Free Man: