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Chicago celebra 55 anos com o álbum Born For This Moment

chicago capa 400x

Por Fabian Chacur

Em um ambiente tão afeito a mudanças e fins de linha, é surpreendente constatar que o Chicago está completando 55 anos de carreira. Melhor do que isso: ainda ativo e disponibilizando material atual e inédito. A consagrada banda norte-americana acaba de lançar seu álbum de nº 38, Born For This Moment, que a gravadora BMG lança em CD e nas plataformas digitais, e que também terá a sua versão em LP de vinil em outubro.

A atual formação do Chicago traz três de seus criadores. São eles Robert Lamm (teclados e vocais), James Pankow (trombone e arranjos de metais) e Lee Louchlane (trompete e flugelhorn). Completam o time Neil Donell (vocal principal e guitarra), Ray Herrmann (sax, flauta e clarinete), Waldredo Reyes Jr. (bateria), Ramon “Ray” Islas (percussão), Tony Obrohta (guitarra e vocais), Loren Gold (teclados e vocais) e Eric Baines (baixo e vocal).

O som do novo álbum está mais próximo do que eles faziam nos anos 1970, mesclando baladas bacanas como If This Is Goobye (a primeira a ser divulgada e a contar com um clipe) a canções com pegada mais sacudidas como as excelentes Firecracker (ouça aqui) e She’s Right (ouça aqui).

Outro destaque importante do álbum para nós, brasileiros, é a faixa The Mermaid (Sereia de Mar) (ouça aqui), parceria de Robert Lamm com ninguém menos do que Marcos Valle, que já havia trabalhado anteriormente com a banda. Com levada de bossa nova, tem citação de Samba de Verão, clássico de Marcos & Paulo Sérgio Valle.

Como de praxe, os arranjos de metais e vocais estão irrepreensíveis. As 14 canções são bem consistentes, e se não trazem novidades ao som habitual deles, não cai em mera diluição ou repetição banal de glórias passadas. Born For This Moment (ouça a bela faixa-título aqui) flagra uma banda importante em um momento dos mais dignos e competentes.

O Chicago surgiu em 1967 como uma das primeiras bandas de rock a incorporar metais à sua formação habitual. Com uma mescla de rock, jazz, r&b, música latina e até elementos eventuais de música erudita, eles estouraram nos anos 1980 com canções como Saturday In The Park, Happy Man, 25 Or 6 To 4, If You Leave Me Now e Just You ‘N’ Me.

Em 1985, Peter Cetera, baixista que com o tempo se tornou o vocalista de seus principais hits, saiu da banda rumo a uma bem-sucedida carreira-solo. O grupo, no entanto, soube superar essa perda, e continuou a emplacar hits nas paradas de sucesso pelo menos até a metade da década de 1990. O saudoso e excelente percussionista brasileiro Laudir de Oliveira (1940-2017) integrou a banda entre 1973 e 1981.

If This Is Goodbye (clipe)- Chicago:

Músico Laudir de Oliveira, ex-Chicago, morre durante show

laudir de oliveira 400x

Por Fabian Chacur

Dizem que nada mais glorioso para um artista do que morrer durante uma exibição de seu talento. Pois foi exatamente isso o que ocorre na tarde deste domingo (17) com o genial percussionista brasileiro Laudir de Oliveira. Ele nos deixou aos 77 anos durante um show em homenagem ao saudoso Paulo Moura do qual participava em Olaria, no Rio de Janeiro. Laudir foi vítima de um infarto, e deixa um belo legado, construído em rica trajetória musical.

Nascido no Rio de janeiro em 6 de janeiro de 1940, Laudir começou a se tornar conhecido como músico nos anos 1960, tocando com nomes como Marcos Valle e Sergio Mendes. Em 1969, mudou-se para os EUA, e se tornou um músico bastante acionado para gravações e shows. Ele participou da versão de Feelin’ Alright gravada por Joe Cocker, por exemplo, e fez parcerias com os compatriotas Airto Moreira e Flora Purim, também radicados na terra de Louis Armstrong.

Em 1973, foi convidado a tocar com o Chicago, um dos primeiros grupos de rock de sucesso a mesclar guitarra, baixo, bateria e teclados a uma sessão de metais, influenciado por jazz e soul. Após gravar dois discos com eles como músico de apoio, foi confirmado como integrante oficial em 1975 e ficou por lá até 1980, um período de grande sucesso da banda. Ele está presente em hits como Happy Man, If You Leave Me Now, Baby What a Big Surprise, No Tell Lover e inúmeros outros.

Além de sua atuação tocando diversos instrumentos de percussão e tendo ótimo entrosamento com o baterista da banda, Danny Seraphine, ele participou como vocalista da faixa You Get It Up (de 1976) e é o coautor (em parceria com Marcos Valle) da música Life Is What It Is, gravada pela banda em 1979. Em 1978, participou tocando congas do álbum Destiny, dos Jacksons, que inclui os hits Shake Your Body (Down To The Ground) e Blame It On The Boogie.

Além do Chicago, Laudir gravou com inúmeros outros artistas, entre os quais Milton Nascimento, Nina Simone, Chick Corea, Gal Costa, Maria Bethânia, Jennifer Warnes, Gerry Mulligan e inúmeros outros. Ele também trabalhou como produtor, dançarino, ator e artista plástico. Ele acompanhou Carlos Santana na edição de 1991 do Rock in Rio, e voltou ao Brasil no fim dos anos 1980, após 20 anos na terra do Tio Sam.

Life Is What It Is– Chicago:

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