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Lucila Novaes lança novo CD no Café Paon

Por Fabian Chacur

A cantora paulista Lucila Novaes irá mostrar o repertório de seu novo álbum, É…, lançado pela gravadora Lua Music, em show no dia 24 de maio (sexta-feira) às 22h30 que terá como palco o Café Paon (avenida Pavão, 950- fone 0xx11-95348-662). Os ingressos custam R$ 35, e o show contará com a participação especial do compositor Paulo Novaes, destaque da nova geração da MPB.

É.. figura entre os lançamentos mais legais da MPB recente, e conta com músicas de autores como Gonzaguinha, Chico Buarque de Hollanda, Jean e Paulo Garfunkel, Dani Black e Juca Novaes, entre outros, abrangendo desde pioneiros da MPB até importantes revelações da nova geração da nossa música. Leia a crítica do CD aqui

A cantora oriunda da cidade de Avaré e cujo primeiro álbum solo (Frestas do Céu) saiu em 1998 será acompanhada neste espetáculo por Cláudio Duarte (violão), Pichu Borrelli (baixo e direção musical), Michel Freidenson (teclados) e Jorge Saavedra (bateria), com direção a cargo de Cris Ferri. No repertório, canções como Quem Viver Verá, É…, Ao Ligar a TV, Contrato de Separação e Sing (sucesso dos Carpenters nos anos 70).

Veja Lucila Novaes no Programa Em Cartaz, de Atílio Bari:

Veja Lucila Novaes no programa Senhor Brasil, de Rolando Boldrin:

Lucila Novaes dá banho de doçura em É

Por Fabian Chacur

Lucila Novaes selecionou para seu quarto álbum, É (lançado pela Lua Music), um repertório com músicas compostas dos anos 1920 até hoje. “Quis mostrar que música boa não tem tempo nem idade”, afirmou. E acertou em cheio. Foi além, na verdade: mostrou que bom gosto, doçura e swing fazem parte do seu sofisticado DNA musical.

Quando digo doçura, leia-se uma voz gostosa, acolhedora, boa de se ouvir, com aquele timbre equivalente ao prazer que sentimos quando damos uma boa dentada naquela sobremesa favorita. Só que sem correr o risco de engordar alguns quilinhos, ou de ter de evitá-la por causa de diabetes ou algo do gênero. Prazer sem culpa.

A voz de Lucila lembra um pouco a de antecessoras como Elis Regina e Leila Pinheiro, por exemplo, mas sem soar como algum tipo de cópia diluída. Muito pelo contrário. A moça aproveita bem as influências citadas para seguir um caminho próprio, no qual respeita as letras, as linhas melódicas e os arranjos musicais de cada canção que interpreta.

Aliás, os arranjos das onze faixas de É, a cargo de feras do naipe de Marcelo Mariano e Keko Brandão, nunca pecam nem pelo excesso, nem pela falta de algo mais. São sempre na medida, oferecendo a cada canção o que elas precisam, dando ao vocal delicado e tecnicamente impecável de Lucila o apoio necessário e de bom gosto.

A sonoridade do álbum mergulha na MPB, com direito a muita bossa nova, samba, canções românticas, pop e até elementos clássicos e jazzísticos. A abertura com É, do genial e saudoso Gonzaguinha, e o encerramento, com Homenagem Ao Malandro, de Chico Buarque, mostram como pegar canções bem conhecidas e não cair na mera repetição de gravações anteriores.

O clima vai do mais leve ao mais denso, mergulhando nos muito mais do que 50 tons de delícia auditiva existentes na escala musical. Quem Viver, Verá (Juca Novaes e Rafael Altério), com sua levada contagiante, Ao Ligar a TV (Dani Black), momento mais pop do trabalho, e a nova roupagem dada a Linda Flor (Ai, Yoyô), resgatada dos anos 20 e de autoria de Henrique Vogeler, Luiz Peixoto e Marques Porto, outro belo achado.

Contrato de Separação (Dominguinhos e Anastácia) é o momento mais introspectivo do álbum, que também inclui a clássica Por Toda a Minha Vida (Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Alfredo Buongusto), em interpretação inspirada.

Na verdade, É merece ser ouvido da primeira à última nota, pois traz em sua essência elementos do que de melhor a nossa amada MPB realizou nesses anos todos. Não cai na chatice, não se perde em arranjos repetitivos ou rebuscados demais e nem em preciosismos vocais desnecessários. Tudo aqui é na medida exata.

Vejo cantoras por aí que não tem 10% do talento de Lucila Novaes sendo incensadas como a salvação da MPB. Lamentável, no mínimo. Mas uma coisa é certa: quem ouvir este seu novo álbum certamente concordará comigo: ela merece muito mais holofotes apontados em sua direção. Afinal, como diz a letra direta e reta da maravilhosa É, “a gente não tem cara de panaca, a gente não tem jeito de babaca”…

Veja o clipe de É, com Lucila Novaes:

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