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E lá se vão 15 anos de eterna saudade…

Por Fabian Chacur

No dia 22 de junho de 1996, senti na carne o sentido real da frase “nada dura para sempre”.

Naquele mais do que triste sábado, perdi minha mãe, Victoria Amorim Chacur, que em seus 70 anos e dois meses de existência foi uma pessoa que, definitivamente, soube fazer a diferença.

Nunca irei me esquecer do verdadeiro cortejo fúnebre que seguia o carro que a levava para sua última viagem (ela que tanto gostava de viajar).

Os carros passavam, e as pessoas, na avenida Paulista, se perguntavam: “quem será que era? Será que era alguém famoso?” E era, podem ter certeza.

Minha mãe ajudou muita, mas muita gente mesmo. Coração de ouro, pessoa generosa, prestativa, sempre pronta a dar uma força às pessoas que amava.

E tinha o gosto musical abrangente, sobre o qual já falei aqui neste mesmo Mondo Pop. Ia do brega à música clássica, sem preconceitos. E detonava o João Gilberto!

Quando tive dúvidas entre a profissão a seguir, se o jornalismo ou o direito, ela não negou que não achava o jornalismo uma boa opção.

Sei lá se ela não tinha razão, mas, bem, é o que sei fazer, escrever, e olhe lá. De qualquer forma, ela queria o meu bem. Sempre quis, sempre irá querer, esteja onde estiver.

São 15 anos sem ela. Um dia triste, sim, mas de certa forma, alegre, também.

Afinal de contas, você só sente saudade daquilo que foi importante, que valeu a pena, que fez a diferença, que te ajudou, que te fez feliz. E das pessoas que te fizeram ser o que você é.

Um abraço apertado e um beijo na senhora, mãe, e também em todos que por ventura partilhem dessa saudade dela comigo.

E, como diria ela, sol é vida, pois, nesse exato instante em que estou escrevendo, raios de sol invadem essa nublada manhã, como se fossem uma de suas gargalhadas contagiantes.

Victoria Amorim Chacur que, antes de se casar com o glorioso Fuad Chacur, era Victoria Irene Amorim. Será que o Caetano fez Irene para ela?

Ouça Irene, com Caetano Veloso e Gilberto Gil:

85 anos de Victoria Amorim Chacur, viva!

Por Fabian Chacur

Só pra constar: esse post era para ter sido escrito no dia 5 de abril, pois essa é a data correta do aniversário de Victoria Amorim Chacur.

Mas pergunta se eu consegui escrever isso isso nesta terça (5)? Não rolou.

Lembro bem que nos anos de 1991 e 1992, por causa dessas correrias da vida, absurdamente esqueci de ligar para a pessoa acima, que vocês já devem ter deduzido se tratar da minha amada e saudosa mãe.

Prá quê? Tive de ouvir durante muito tempo ela reclamando: “é, lembra de tudo e de todos, menos da mãe!”, “pra que lembrar da mãe, não é mesmo?” e coisas assim.

Nem mandar flores ou dar presentes legais nos anos posteriores adiantou muito.

Na verdade, ela fazia isso sem nenhum tipo de rancor, era só para tirar uma da minha cara, mesmo.

Dona Victoria era uma pessoa de um carisma absurdo. Em poucos minutos em um lugar, logo fazia amigos e esbanjava simpatia. Ah, se eu tivesse 10% desse espírito cativante…

Conheci muita coisa legal de música com ela, que era fã incondicional de música clássica, embora também curtisse música sertaneja, brasileira, pop e até alguma coisa de rock.

Uma pessoa que conseguia ouvir Beethoven, Chitãozinho & Xororó, Scorpions e Abba, pode?

Ela se foi em um triste 22 de junho de 1996. Do plano físico, pois do meu coração ela só sai quando eu também for dessa para sabe Deus onde.

Enquanto isso, fico aqui, morrendo de saudade e cultuando sua memória. Beijão no seu coração, Dona Victoria!

Ouça Still Loving You, com os Scorpions:

Ouça The Winner Takes It All, com o Abba:

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