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Monarco celebra 87 anos e Velha Guarda da Portela lança álbum

Teresa Cristina e Monarco da Portela 02-400x

Por Fabian Chacur

Hoje é dia de celebrar os 87 anos muito bem vividos pelo genial Monarco, grande cantor e compositor carioca cujos sambas embalam o povo brasileiro há décadas. Como forma de marcar essa data tão especial, a gravadora Biscoito Fino acaba de disponibilizar nas plataformas digitais Velha Guarda da Portela- Minha Vontade, trabalho que em setembro também merecerá versões físicas em CD e DVD.

Minha Vontade traz o histórico registro de um show em 2015 da Velha Guarda da Portela, que reúne cantores, compositores, ritmistas e instrumentistas ligados ao Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela, um dos grandes berços e celeiros do samba carioca. Nesta apresentação, além de Monarco e seu filho, o também talentosíssimo Mauro Diniz, temos participações especiais marcantes.

Cristina Buarque relembra Quantas Lágrimas (Manacéa), que saiu do berço portelense para se tornar um grande sucesso em todo o Brasil em 1974. Por sua vez, Teresa Cristina interpretou a bela Sofrimento de Quem Ama (Alberto Lonato), enquanto Maria Rita mergulhou em Coração em Desalinho (Monarco e Ratinho), que por sinal já faz parte de seu repertório habitual.

O time de músicos que acompanha Monarco e sua turma da pesada inclui o filho Mauro Diniz (cavaquinho) e também Guaracy de Castro (violão 7 cordas), Sérgio Procópio (cavaquinho), Paulão 7 Cordas (violão 7 cordas), Luis Cipião França Barcelos Neto (bandolim), Jorge Luiz Santiago de Sá (percussão), Marcelo de Oliveira Braga (flauta/gaita), Marcos Antônio Diniz (pandeiro), Ubiratan Rodrigues de Mello (trombone), Marcelo Lemos (sopro), Carlos Alberto Braga Júnior (surdo) e Carlos Alberto “Tcha Tcha Tcha” (bateria).

Eis as faixas de Minha Vontade:

1.NATUREZA (Manacea)

2.LENÇO (Monarco / Francisco Santana)

3.VAI SAUDADE (Candeia / David do Pandeiro)

4.DESENGANO (Aniceto)

5.LINDO (Monarco / Noca da Portela)

6.VIVO ISOLADO DO MUNDO // VAI VADIAR (Alcides /Monarco / Alcino Correia)

7.CIDADE MULHER (Paulo da Portela)

8.QUANTAS LÁGRIMAS (Manacea)- Part. Especial: Cristina Buarque

9.SOFRIMENTO DE QUEM AMA (Alberto Lonato)-Part. Especial: Teresa Cristina

10.COCÓROCÓ (Paulo da Portela)

11.VOCÊ ME ABANDONOU (Alberto Lonato)

12.PASSADO DE GLÓRIA (Monarco)

13.MINHA VONTADE (Chatim)

14.CORRI PARA VER (Monarco / Chico Santana / Casquinha da Portela)

15.PORTELA QUERIDA (Picolino / Noca da Portela / Colombo)

16.A CHUVA CAI (Argemiro / Casquinha)

17. CORAÇÃO EM DESALINHO (Monarco / Ratinho) Part. Especial: Maria Rita

Coração em Desalinho (ao vivo)- Maria Rita e Velha Guarda da Portela:

Elis Regina, 75 anos, uma utopia: o sonho mais lindo iremos sonhar

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Por Fabian Chacur

Nesta terça-feira (17), Elis Regina completará 75 anos. Três quartos de século, quem diria! Afinal de contas, ninguém se esquece do susto que o Brasil tomou naquele 19 de janeiro de 1982, quando a grande cantora foi internada às pressas, ficando em estado de coma durante diversas dolorosas semanas. Parecia o ponto final para alguém que, então, tinha apenas 36 anos. Mas não foi isso o que aconteceu. Tivemos um verdadeiro renascimento.

Tudo bem que a recuperação total da mãe de João Marcello, Maria Rita e Pedro demorou um período significativo, gerando insegurança por parte dos fãs, especialmente por ter se criado um mistério em torno das razões que levaram a artista gaúcha a quase nos deixar de forma tão prematura. Uns bons anos depois, foi revelado o fato de ela ter sido vítima de uma overdose, da qual escapou por um verdadeiro milagre, e pelo empenho dos médicos que a trataram.

Portanto, seu retorno aos palcos, ocorrido em 1985, poucos meses após ter completado 40 anos de idade, tornou-se rapidamente um dos grandes momentos daquele conturbado ano, no qual Tancredo Neves nos deixou antes mesmo de assumir a presidência da República. E surpreendeu a todos, pois foi um espetáculo totalmente intimista, no qual ela foi acompanhada apenas pelo piano de Ivan Lins e pelo violão de João Bosco, dois dos compositores que ajudou a lançar e de quem gravou canções antológicas.

Muito elogiados, aqueles shows geraram um álbum ao vivo, Os Sonhos Mais Lindos- Ao Vivo (1986), e deram início a uma nova fase na trajetória artística da nossa amada Pimentinha. Com a voz intacta e controlada de forma primorosa, Elis se mostrou mais disposta do que nunca a dar a volta por cima, e a partir daquele momento, a música voltou a predominar em sua agenda.

Desde então, a intérprete nos proporcionou momentos muito bacanas em termos artísticos. A ansiedade de lançamentos constantes a deixou, e cada nova turnê e disco de inéditas (ou projetos especiais) de Elis Regina tornava-se um evento, atraindo as atenções da mídia e do grande público.

Citada como influência pela maioria das novas cantoras, ela no entanto não se importou mais em ser uma campeã de vendas ou de ocupar os holofotes da fama o tempo todo, mantendo-se reservada e com entrevistas eventuais e sempre concedidas a jornalistas e apresentadores em que confiava bastante.

Desde sempre, Milton Nascimento diz que compõe suas canções pensando na voz de Elis Regina. Logo, pode-se dizer que até demorou o lançamento de Nada Será Como Antes (1995), álbum que reuniu composições inéditas do Bituca interpretadas pelos dois. Tipo do álbum que já saiu clássico, e que gerou uma série de shows pelo Brasil e também com inúmeras datas no exterior.

Embora tenha continuado fiel a compositores que gravou desde os anos 1960 e 1970, como o próprio Milton, Ivan Lins, João Bosco, Belchior e Tomas Roth, a estrela gaúcha também soube escolher canções oriundas de autores de gerações posteriores à sua, entre eles Lenine, possivelmente seu favorito. Afinal, em 1999 ela dedicou um álbum inteiro a suas composições, o brilhante Normal Só Tem Você e Eu, cujo título foi extraído de versos de sua melhor faixa, Acredite Ou Não, que contou com a participação do autor (Lenine) em dobradinha fantástica.

Elis também se mostrou muito feliz ao ver o envolvimento dos filhos com a música, todos bem-sucedidos e com sucesso comercial e de crítica. Lógico que também se criou a expectativa de algum trabalho que os reunisse, mas isso só ocorreu em 2015, quando a intérprete fez o show Como Nossos Pais e Filhos, depois registrado em CD e DVD no qual o clima entre ela, Maria Rita, João Marcello (que também se incumbiu da produção) e Pedro no palco foi simplesmente delicioso, com direito a uma surpreendente releitura de Pais e Filhos, da Legião Urbana como momento mais emocionante.

Desde o fim daquela consagradora turnê, que durou quase dois anos e se encerrou em 2017, Elis deu sua habitual saída de cena. Não há informações sobre algum evento (show, álbum ou coisa que o valha) para celebrar seus 75 anos, e quem sabe ela, desta vez, prefira soprar as velinhas ao lado dos filhos e dos netos, além dos amigos, discos e livros, e nada mais.

Casa no Campo (ao vivo)- Pedro Mariano e Elis Regina:

Maria Rita faz dois shows voz e piano no Theatro Net em SP

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Por Fabian Chacur

Maria Rita lançou o seu primeiro álbum em 2003, quando já tinha 26 anos de idade. Desde então, mergulhou de cabeça na carreira musical e conseguiu se consolidar como uma das cantoras de maior sucesso no Brasil neste século, no segmento MPB. Ela volta a São Paulo para dois shows que serão realizados nos dias 17 e 18 de novembro (sexta e sábado), às 21h, no Theatro Net São Paulo (Shopping Vila Olímpia- 5º andar- rua Olimpíadas, nº 360- Vila Olímpia- fone 4003-1212), com ingressos que custam de R$ 120,00 a R$ 240,00.

Inquieta e batalhadora, a filha de Elis Regina procurou evoluir a cada novo trabalho. De um início no qual mesclava MPB com jazz e música pop, aos poucos ela foi abraçando de forma mais intensa o samba, opção que provou ser bastante acertada. Em 2012, lançou Redescobrir, CD/DVD gravado ao vivo no qual releu de forma competente e emocionada alguns dos grandes sucessos da saudosa Pimentinha.

Após o sucesso do DVD/CD O Samba Em Mim- Ao Vivo Na Lapa (2016) e da sua apresentação em setembro no Rock in Rio, Maria Rita mostra novamente ao público paulistano Voz e Piano, espetáculo no qual, como o título entrega logo de cara, ela investe no intimismo, tendo a seu lado, no palco, apenas o pianista Rannieri Oliveira. No repertório, canções como Pagu, Cara Valente, Vida de Bailarina e Over The Rainbow, entre outras, com figurino assinado pelo badalado Fause Haten.

Grito de Alerta (ao vivo)- Maria Rita:

Maria Rita estreia bem na parada brasileira

Por Fabian Chacur

Faz tempo que Mondo Pop não publica a parada de sucessos decorrente de pesquisa feita em parceria da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD) com a empresa de pesquisas de mercado Nielsen. Então, aproveito o gancho da boa largada do novo trabalho de Maria Rita para mostrar de novo esse levantamento por aqui.

Redescobrir, álbum duplo no qual a intérprete relê a sua maneira clássicos do repertório de sua mãe, Elis Regina, aparece no quarto lugar no levantamento de vendagem feito entre os dias 5 e 11 de novembro. O álbum fica atrás dos padres Marcelo Rossi e Reginaldo Manzotti e dos palhaços Patati e Patatá.

Os pagodeiros Thiaguinho (estreando como artista solo após integrar o Exaltasamba), Sorriso Maroto e Revelação, os sertanejos Victor & Leo e Bruno & Marrone e o pop rock do Kid Abelha completam a lista. Desanimador? Bem, cada um tem a sua opinião. Eu não irei estourar fogos, com certeza. Mas quem comprou esses discos, sim…

Conheça os 10 discos mais vendidos no Brasil entre 5 e 11 de novembro/2012

1Ágape – Padre Marcelo Rossi – Sony Music

2- Coletânea de Sucessos – Patati e Patatá – SBT Infantil

3- Paz e Luz – Padre Reginaldo Manzotti – Som Livre

4- Redescobrir – Maria Rita – Universal Music

5- Ousadia & Alegria – Thiaguinho – Som Livre

6- Ao Vivo Em Floripa – Victor & Leo – Sony Music

7- 360º Ao Vivo – Grupo Revelação – Universal Music

8- 30 Anos- Multishow Ao Vivo – Kid Abelha – Microservice

9- 15 Anos Ao Vivo – Sorriso Maroto – Som Livre

10Pela Porta da Frente – Bruno & Marrone – Sony Music

Maria Rita relê repertório da mãe com classe

Por Fabian Chacur

Desde que resolveu encarar a carreira de cantora, há dez anos, Maria Rita sabia que teria de lidar com o fato de ser filha de uma das maiores divas da história da MPB, a saudosa Elis Regina (1945-1982). Um legado maravilhoso, sem dúvidas, mas extremamente difícil de se carregar, pela inevitável e quase cruel comparação entre o trabalho das duas intérpretes.

Nessa primeira década de carreira, a paulistana nascida em 9 de agosto de 1977 conseguiu se consolidar como uma intérprete de grande sucesso comercial, além de ganhar um fã-clube fiel e composto por inúmeros admiradores da Pimentinha, o que não deixa de ser um ponto favorável. O timbre semelhante de voz também a ajudou bastante.

Em 2012, quando a morte precoce de Elis (aos 36 anos) completa 30 anos, Maria Rita a homenageia com o projeto Redescobrir, que a Universal Music acaba de lançar em DVD e CD duplo. Uma viagem pelo repertório de uma das grandes estilistas da história da MPB, incluindo 28 de seus maiores sucessos.

Lógico que a comparação entre as interpretações das duas cantoras precisa ser feita, mas com cuidado. Os timbres vocais são semelhantes, mas ninguém consegue ou conseguirá cantar esse repertório com a paixão, a assinatura própria e a divisão vocal que Elis Regina imprimia às canções que escolhia. Ninguém. Nem mesmo sua filha. Simples assim.

Aparentemente, Maria Rita entrou no projeto consciente disso, e se mostra despojada e à vontade, mesmo nos momentos em que fica nítida demais a desproporção entre o talento da mãe e da filha, tipo em Como Nossos Pais, Saudosa Maloca, Fascinação, O Bêbado e a Equilibrista e Águas de Março, só para citar os exemplos mais contundentes desse desnível.

A opção por arranjos enxutos e bem concebidos e pelo acompanhamento de uma banda coesa e minimalista formada por Tiago Costa (teclados), Sylvinho Mazzucca (baixo), Davi Moraes (guitarra) e Cuca Teixeira (bateria) consegue criar um clima gostoso e que ajuda Maria Rita a encarar com eficiência essa sequência de grandes canções de grandes autores.

Alguns momentos são particularmente elogiáveis e acima da média geral, como Agora Tá (Tunai e Sérgio Natureza), Zazueira (Jorge Ben, com direito a brilhante citação de Brazilian Rhyme Interlude 1, do Earth, Wind & Fire), Doce de Pimenta (Rita Lee e Roberto de Carvalho) e Aprendendo a Jogar (Guilherme Arantes).

Claro que no geral é melhor ouvir esse songbook na voz de Elis Regina, mas esse fato não invalida o projeto Redescobrir, que certamente permitirá a muitos jovens a descoberta de canções maravilhosas, aqui interpretadas com respeito, dignidade e despretensão. Certamente um peso está saindo das costas de Maria Rita com este lançamento. Missão cumprida!

Veja o show Redescobrir, de Maria Rita:

Maria Rita lança single Me Deixas Louca

Por Fabian Chacur

Considerado um dos lançamentos mais aguardados do ano, Redescobrir, novo CD(duplo)/DVD/Blu-ray está previsto para chegar às lojas no mês de novembro. Trata-se do álbum gravado ao vivo no qual a jovem cantora relê canções marcantes e provenientes do vasto e rico repertório de sua mãe, Elis Regina, que morreu há 30 anos.

Como forma de promover o novo trabalho, que leva a marca da Universal Music e o patrocínio da marca de cosméticos femininos Nívea, está sendo lançado para divulgação nas rádios o primeiro single do projeto. Trata-se de Me Deixas Louca, que, curiosamente, foi o último single lançado em vida pela Pimentinha, em 1981, no formato compacto simples de vinil e comercializado na época pela Som Livre.

Me Deixas Louca já está escalada para integrar a trilha sonora da nova novela global do horário das 21h, Salve Jorge, de Glória Perez. A canção irá embalar o romance entre os personagens que serão vividos por Cléo Pires e Domingos Montagner. Redescobrir certamente será divulgado por uma nova turnê pelo Brasil, o que ainda não está confirmado.

Veja um dos shows da turnê Redescobrir, de Maria Rita, na íntegra:

Biografia e dvd serão novas homenagens a Elis

Por Fabian Chacur

Dois novos produtos serão lançados em homenagem a Elis Regina, que nos deixou prematuramente em janeiro de 1982, aos 36 anos. São eles uma nova biografia e um DVD que será gravado por sua filha, Maria Rita.

Viva Elis, o livro, tem 173 páginas e foi escrito por Allen Guimarães. O trabalho aborda de forma cronológica os momentos mais importantes da carreira da Pimentinha, concentrando-se no lado artístico da intérprete.

A publicação será distribuída para escolas e bibliotecas públicas de todo o país, em elogiável tentativa de aumentar o conhecimento do público em relação a uma das carreiras mais brilhantes da história da nossa música popular.

O projeto envolvendo Maria Rita teve início no fim de 2011, envolvendo ampla pesquisa, seleção de repertório e pelo menos um mês de ensaios entre a cantora e sua banda de apoio, composta por Thiago Costa (piano e teclados), Sylvinho Mazzuca (baixos acústico e elétrico), Davi Moraes (guitarra) e Cuca Teixeira (bateria).

A primeira turnê do show envolveu cinco apresentações realizadas nos meses de março e abril em Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Rio, em apresentações gratuitas que reuniram mais de 270 mil pessoas, segundo os organizadores.

Paralelamente, uma exposição com memorabilia e vídeos está viajando por diversas capitais, tendo passado pelo Centro Cultural São Paulo com grande sucesso.

Com o título Redescobrir, o show de Maria Rita volta a Sampa City de sexta a domingo (10 a 12/8), às 22h (domingo às 20h) no Credicard Hall (informações: 4003-5588 e www.t4f.com.br), com ingressos de R$ 40 a R$ 200. A apresentação de sábado (11) será gravada para posterior lançamento em DVD via Universal Music.

O repertório do espetáculo incluirá grandes momentos da carreira de Elis Regina, entre os quais Como Nossos Pais, O Bêbado e a Equilibrista, Se Eu Quiser Falar Com Deus, Tatuagem, Águas de Março, Redescobrir e Alô Alô Marciano.

Ouça Águas de Março, com Maria Rita, ao vivo:

Show de Maria Rita em SP terá novo local

Por Fabian Chacur

O show que a cantora Maria Rita faria em São Paulo no dia 22 deste mês terá nova data e local, que serão informados em breve. A BDF Nívea Brasil, patrocinadora do evento, e a produção da artista informam que o local previamente escalado para abrigar a apresentação, a área externa do Auditório Ibirapuera (situada no Parque do Ibirapuera) tem alvará para comportar apenas 15 mil pessoas, número abaixo do que se espera receber nesse evento especial.

Por sua vez, a data marcada para o Rio de Janeiro teve sua alteração confirmada, do dia 29 deste mês para o dia 13 de maio, que coincidirá com o Dia das Mães. O palco será montado no mesmo local divulgado anteriormente, o Aterro do Flamengo. E a mudança faz sentido, pois o show, parte integrante do Projeto Nívea Viva Elis, tem repertório composto apenas por canções gravadas pela mãe de Maria Rita, a inesquecível Elis Regina, cuja morte ocorreu há 30 anos, quando a diva da MPB tinha apenas 36 anos de idade.

O Projeto Nívea Viva Elis já passou por Porto Alegre e Recife, e a organização do evento afirma que a apresentação do Rio será a última. Logo, é muito provável que a nova data em São Paulo deva ser no início de maio, possivelmente no fim de semana anterior ao do show do Rio, portanto, no dia 6 ou no dia 7 de maio. Mas isso é mera especulação.

Os fãs de Elis Regina também poderão conferir a exposição Viva Elis, no Centro Cultural São Paulo, com 200 fotos da carreira da cantora e também uma instalação na qual poderá ser ouvida a voz da cantora a capella, ou seja, sem acompanhamento de instrumentos musicais. Dizem que a experiência é de arrepiar. A exposição ficará em cartaz de 14 de abril a 20 de maio, com entrada gratuita.

Veja Maria Rita cantando Águas de Março ao vivo:

Ed Motta e seu Piquenique: arrogância sem sal

Por Fabian Chacur

Quando surgiu ainda adolescente no cenário musical brasileiro, no finalzinho dos anos 80, Ed Motta foi saudado pelos apressados como o futuro da soul music brasileira. Ser sobrinho de Tim Maia o ajudou bastante, nesse sentido.

Mas desde o começo Mister Ed mostrou que não merecia tal confiança. Tanto que não demorou para arrumar encrencas com o Síndico, simplesmente o maior gênio da soul music brazuca. Não podia prestar.

Os anos se passaram. Hoje beirando os 40 anos, o cantor, compositor e músico carioca conseguiu cativar um público restrito que vai a seus shows, mas compra seus discos em quantidades limitadas.

Depois do início com os hits fracotes Manuel e Vamos Dançar, Mister Ed tentou sofisticar seu trabalho, lançando gororobas metidas a besta do naipe de Entre e Ouça, Dwitza e Aystelum, entre um e outro disco mais, digamos assim, comercial.

A tal “sofisticação”, na verdade, baseia-se em cópias descaradas de obras do Steely Dan, uma da melhores bandas dos anos 70 e criadora de uma sonoridade que mistura rock, soul, funk, jazz e pop de forma única, ajudando a criar o padrão do pop radiofônico mais sofisticado das décadas que viriam.

Como pouca gente conhece o Steely Dan a fundo por aqui, assim como os melhores expoentes da disco music e do funk americano e europeu dos anos 70, o “sobrinho” os copia na cara dura, e nem todo mundo nota.

Na verdade, só seu não tão grande assim fã-clube engole o que ele faz, assim como alguns críticos tão desinformados quanto ele. E a vida segue.

Piquenique, seu novo lançamento pela Trama, é uma tentativa de “retomar uma sonoridade mais pop”, na definição de seu autor. Na verdade, mantém o saque a fontes bem mais bacanas.

A faixa Minha Vida Toda Com Você, que abre o disco, por exemplo, decalca na cara dura o riff de Bad Girls, hit de Donna Summer. Mensalidade, com letra absurdamente ridícula, se apossa da sonoridade dos Whispers.

A faixa título, então, é o melhor exemplo do xerocopismo de Mister Ed.

Copia trechos de Best Of My Love do grupo vocal feminino americano Emotions (aquela mesma aproveitada por Maurício Manieri em Minha Menina), Rikki Don’t Lose That Number, do Steely Dan, e de quebra New Frontier, do primeiro disco solo de Donald Fagen (do Steely Dan), The Nightfly. Acha que é tudo? O pior ficou para o final.

A Turma da Pilantragem, como o título “genial” já entrega, tenta ser uma homenagem ao som que Wilson Simonal fazia no final dos anos 60, e soa como cópia de, pasmem, Stop, das Spice Girls.

A música é um dueto com a insossa Maria Rita. E aí, vira várzea: o sobrinho de Tim Maia dando vexame em dueto com a filha de Elis Regina. Tem hora que parente só serve mesmo para encher o saco.

Piqueninque tem tudo para encalhar, como os trabalhos anteriores de Mister Ed. Que continua sendo medíocre, a milhas e milhas de distância dos trabalhos de Tim Maia, Cláudio Zoli, Cassiano e outros gênios do soul brasileiro. Ele só ganha no quesito arrogância….

Obs.: a capa é páreo duro no quesito “a mais horrível do pop brasileiro nos últimos 50 anos”!

Perfil é coletânea prematura de Maria Rita

perfil_Maria_RitaPor Fabian Chacur

O grande problema em torno de Maria Rita é sua filiação e a expectativa que se criou em torno dela. Quando seu primeiro CD chegou às lojas, a gravadora Warner o divulgou com a frase promocional “Maria Rita – enfim chegou a cantora que todos esperavam”. Não podia prestar. Ninguém merece surgir com tanta expectativa em torno de si. Ainda mais se a pessoa em questão for filha de Elis Regina, a melhor cantora da MPB de todos os tempos, e de César Camargo Mariano, um dos maiores tecladistas e arranjadores do país. A prematura coletânea Perfil, que a Som Livre acaba de lançar, ressalta bem essa sina da intérprete.

Em seus quase sete anos de carreira, Maria Rita lançou apenas três discos. Meio esquisito uma coletânea nesse momento, com tão pouca coisa lançada. Enfim, coisas da vida e da combalida indústria fonográfica brasileira. Perfil inclui 16 faixas, com direito a encarte luxuoso com todas as letras. Cinco canções foram extraídas de Maria Rita (2003), CD de estreia, que na época parecia irregular e hoje soa como o melhor da trinca. Tudo bem que Festa, momento menor de Milton Nascimento, é uma das piores faixas de trabalho de todos os tempos de uma artista badalada, mas Cara Valente é bacana, e Encontros e Despedidas, embora seja muito inferior às gravações de Simone e do autor Milton Nascimento, é aceitável para um primeiro disco. Ficava a impressão de que a moça poderia melhorar.

Segundo (2005), o (adivinhe?) segundo CD da moça, conseguiu ser ainda mais irregular do que o anterior, e entra com cinco canções neste Perfil. Aquele sabor requentado de MPB dos anos 70 temperado por uma voz afinadinha mas que soa apenas como uma cópia da de Elis mãe não agrada nem nas inéditas, nem na releitura inconsistente de Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero). A toalha começava a ser jogada.

A coisa pega ainda mais nas seis de Samba Meu (2007, outro título bem “original”), trabalho que a moça dedicou ao samba. Para cantar o mais brasileiro dos ritmos, é preciso ter swing, malícia, malemolência, algo que não faz parte do repertório de Elis Júnior. O resultado é um disco insosso, com dois momentos constrangedores, a fraquíssima Num Corpo Só e a caricata Corpitcho. Salva-se O Homem Falou, de Gonzaguinha, muito em função da ótima participação especial da Velha Guarda da Mangueira. De realmente diferente, só o visual da moça, agora usando cabelos longos. Felizmente, não incluíram Não Deixe o Samba Morrer (que ela cantou no DVD ao vivo referente a Samba Meu), que ficou a anos luz da versão perfeita de Alcione.

Se não tivesse os laços sanguíneos que tem e o apoio forte da multinacional Warner, Maria Rita certamente estaria hoje perdida em meio à verdadeira avalanche de cantoras que surgiram no cenário da MPB desta década. Nem ruim, nem boa, mediana. Provavelmente um dos maiores defeitos que um artista pode ter.

Confiram Não Deixe o Samba Morrer ao vivo, com Maria Rita:

http://www.youtube.com/watch?v=iDPLB4dL3zI

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