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Martinho da Vila e Mart’nália releem a bela Feitiço da Vila

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Por Fabian Chacur

Escrita em 1934 pelos históricos parceiros Noel Rosa (1910-1937) e Vadico (1910-1962), Feitiço da Vila é uma linda homenagem a um dos berços do samba, o bairro carioca de Vila Isabel. Uma das mais célebres crias de lá, Martinho da Vila escolheu a sua filha Mart’nália para uma belíssima releitura desse clássico da nossa música, registro da Biscoito Fino que integra a trilha sonora da recém-estreada novela global Travessia, de Glória Perez.

Como seria de se esperar, o entrosamento entre pai e filha se mostra excelente. O arranjo, produção e piano ficaram a cargo do competente Luiz Otávio, que teve nesta gravação a companhia de Humberto Mirabelli (violão), Hudson (violão 7 cordas), João Rafael (baixo acústico) e Menino Brito (percussão). Uma bela dose de lirismo e sutileza em um momento tão áspero como o que vivemos atualmente.

Feitiço da Vila (clipe)- Martinho da Vila e Mart’nália:

Martinho da Vila, ou o Pelé do Samba, comemora os 80 anos

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Por Fabian Chacur

O excelente repórter e crítico especializado em samba João Mateus Filho deu a Martinho da Vila o apelido de “O Pelé do Samba”. Nada mais justo. Em seus 50 anos de carreira, o cantor e compositor nascido na cidade de Duas Barras (RJ) mostrou tanto talento em sua seara quanto o lendário craque de futebol (MG). Pois nesta segunda (12) esse mestre completa 80 anos de vida, e Mondo Pop não poderia deixar a data passar batida.

Oriundo de família humilde, Martinho José Ferreira demorou para se dedicar exclusivamente à carreira musical. Antes, desempenhou várias atividades para prover seu sustento, incluindo a de sargento do exército, ocupação esta que só abandonou em 1970, quando completou 32 anos de idade. Naquele momento, ficava claro que a carreira musical poderia mantê-lo sem grandes problemas. E não deu outra!

Cria musical da escola de samba Vila Isabel, para a qual compôs vários sambas-enredo bem-sucedidos, Martinho tornou-se conhecido nacionalmente no finalzinho dos anos 1960. Na minha vida, ele entrou com força graças ao incrível álbum Memórias de Um Sargento de Milícias (1971), aquisição certeira (só para variar) do meu irmão Victor. Disco bom de ponta a ponta, trazendo como destaques as contagiantes Segure Tudo e Seleção de Partido Alto.

Quem sabe pelo fato de ter assumido a música como profissão de fato após os 30 anos de idade, Martinho sempre teve como marca o rigor em relação à qualidade do que fazia e ainda faz. Seus discos não abriam espaço para faixas do tipo “tapa-buracos”. Da mesma forma, ele encarava de frente os diretores artísticos de gravadoras e só incluía em seus trabalhos canções que lhe agradassem, sem se render a modismos ou interesses escusos diversos.

Essa preocupação se estendia às capas de seus álbuns, sempre feitas no capricho e se valendo de artes de nomes do porte de Elifas Andreato. Ele é um dos grandes responsáveis por um maior respeito ao samba por parte de crítica especializada e indústria musical. Aquele gênero sempre tratado como “coisa do povão” e colocado em segundo plano passou a ser olhado de uma outra forma graças à batalha de gente como Martinho, Paulinho da Viola e João Nogueira.

Ao contrário de outros sambistas que se perderam no caminho, após alguns anos de bom posicionamento nas paradas de sucesso, Martinho da Vila nunca saiu de cena, gravando de forma constante, sempre em grandes gravadoras e com a devida atenção por parte da imprensa. Lógico que ele conquistou isso com sua postura sempre profissional, com suas entrevistas inteligentes e com o conteúdo artístico de alto quilate em seus discos e shows.

Tive a honra de entrevistar o Pelé do Samba em várias oportunidades, e em todas elas senti de perto sua simpatia, articulação e respeito pelos interlocutores. Em uma dessas oportunidades, lá pelos idos de 1988, tive a meu lado o meu mestre e então editor de Cultura do Diário Popular, o jornalista Oswaldo Faustino. Aí chegou a ser ignorância, pois na prática fiquei ali, babando na frente de dois caras do mais alto gabarito cultural e de vida. Show!

Um dos méritos supremos de Martinho é o fato de ter conseguido aliar qualidade artística a apelo comercial em seus trabalhos. Seu repertório de hits, dele e de autores sempre escolhidos a dedo, traz maravilhas do porte de Canta Canta Minha Gente, Segure Tudo, Batuque na Cozinha, Você Não Passa de Uma Mulher, Mulheres, Aquarela Brasileira, Disritmia, Casa de Bamba, O Pequeno Burguês e dezenas de outras. Além de valorizar o samba-raiz, ele soube mesclar o ritmo com outras sonoridades, sempre com inspiração e categoria. Parabéns, mestre!

Seleção de Partido Alto– Martinho da Vila:

Martinho da Vila vai receber uma homenagem em evento

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Por Fabian Chacur

Martinho da Vila, um dos grandes mestres da música brasileira, receberá uma merecida homenagem em breve, segundo nota publicada na edição desta terça-feira (18) do jornal Folha de S.Paulo. O tributo ocorrerá na edição 2015 da Flink Sampa, festa dedicada a literatura e cultura afro prevista para ocorrer de 13 a 15 de novembro em São Paulo, no Memorial da América Latina, com entrada gratuita.

Com 77 anos de idade, mais de 50 de carreira e mais na ativa do que nunca, Martinho da Vila tem uma trajetória simplesmente irretocável. Ajudou a consolidar o samba no Brasil como gênero musical popular e de alta qualidade artística, aumentando o nível técnico das gravações do gênero e oferecendo ao público um repertório repleto de clássicos.

Fácil citar boas músicas desse cantor, compositor e músico nascido em Duas Barras (RJ) em 12 de fevereiro de 1938. Segure Tudo, Disritmia, Batuque na Cozinha, Canta Canta Minha Gente, Mulheres e Aquarela Brasileira são apenas algumas das canções marcantes que fizeram sucesso em suas gravações. Seus mais recentes trabalhos são os retrospectivos e luxuosos Sambabook (2013) e Enredo (2014).

Vale lembrar que além de cantor e compositor, Martinho também é autor de 13 livros, além de ter escrito artigos em jornais. A Flink Sampa será realizada pelo terceiro ano consecutivo, e ocupará 12 espaços do Memorial da América Latina, com direito a debates literários, lançamentos de livros, espetáculos de teatro e de dança, exibição de filmes e a entrega,(na Sala São Paulo), do 13º Troféu Raça Negra.

Segure Tudo– Martinho da Vila:

Seleção de Partido Alto– Martinho da Vila:

Você Não passa de uma mulher– Martinho da Vila:

Aquarela Brasileira– Martinho da Vila:

Otto canta Martinho da Vila em SP

Por Fabian Chacur

Um show que promete ser no mínimo surpreendente será realizado de sexta (14) a domingo (16) em São Paulo. Trata-se do cantor, compositor e musico pernambucano Otto, que irá reler na íntegra o álbum Canta Canta Minha Gente, lançado em 1974 e um dos grandes sucessos da carreira de Martinho da Vila. O local será o Sesc Vila Mariana (rua Pelotas, 141- fone 0xx11 5080-3000, www.sescsp.com.br), com ingressos que custam de R$ 6,40 a R$32,00.

Tudo bem que o trabalho de Otto inclui elementos de samba em sua mistura peculiar, mas é bastante diferente do realizado por Martinho da Vila, intitulado pelo jornalista especializado no gênero Mateus Filho como “O Pelé do Samba”, de forma merecida. O repertório dos shows terá as 12 músicas do LP, incluindo Canta Canta Minha Gente, Disritmia e Malandrinha, todas com arranjos bem diferentes dos originais.

A banda que acompanhará o artista contará com Pupillo (bateria), Regis Damasceno (baixo e violão), Rodrigo Campos (cavaquinho), Thiago França (flauta), Marcos Axé (percussão) e Malê (percussão). Os shows começam às 21h na sexta (14) e sábado (15), e às 18h no domingo (16h). Se por acaso você estiver a fim de ir, corra logo para comprar os ingressos, pois show no Sesc é garantia de bilhetes esgotados rapidinho.

Nascido em 28 de junho de 1968, Otto integrou as bandas Nação Zumbi e Mundo Livre S.A. antes de resolver partir para a carreira solo. Sua estreia nessa nova fase, o álbum Samba Pra Burro (1998), arrancou grandes elogios de crítica e público por sua mistura de mangue beat, samba, rock psicodélico e muito mais. Desde então, firmou-se como um artista no mínimo interessante. Seu trabalho autoral mais recente, The Moon 1111, saiu em 2012.

O Que Dirá o Mundo, com Otto:

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