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Tag: música pop (page 4 of 6)

Vampire Weekend lançará 3º CD em maio

Por Fabian Chacur

A data de lançamento do terceiro álbum do Vampire Weekend está definida. Em seu site oficial, o grupo americano divulgou que o novo trabalho chegará ao mercado no dia 7 de maio, mais uma vez pelo selo independente XL Recordings, responsável pela comercialização e divulgação de seus títulos anteriores.

Por enquanto, essa foi a única informação fornecida por eles. Título, capa e nome das faixas continuam desconhecidos. A única expectativa fica por conta da inclusão da inédita Unbelievers, tocada ao vivo pela primeira vez em outubro em um programa de TV.

O novo CD sucederá Contra (2009), que no início de 2010 atingiu o primeiro posto na parada americana e tornou o grupo integrado por Ezra Koenig (vocal e guitarra), Rostam Batmanglij (teclados e guitarra), Christopher Tomson (bateria) e Chris Baio (baixo) conhecido pelo grande público. O álbum saiu no Brasil (leia crítica aqui), e inclui ótimas músicas como Horchata, Holiday e Taxi Cab, entre outras

O som do Vampire Weekend procura misturar o rock com elementos da música africana, tendo influências bem digeridas de Paul Simon, Talking Heads, Osibisa e outros artistas nesse naipe. Eles fizeram um ótimo show em São Paulo em fevereiro de 2011 (leia crítica aqui).

Horchata, com o Vampire Weekend:

Regina Spektor voltará ao Brasil em abril

Por Fabian Chacur

A cantora Regina Spektor voltará ao Brasil em abril para shows em São Paulo e no Rio. Na capital paulistana, ela se apresentará no Credicard Hall no dia 10 daquele mês, com ingressos entre R$ 45 e R$ 400. No Rio, o Citibank Hall a receberá no dia seguinte. Ela nos visitou anteriormente em 2010, participando do festival SWU.

Nascida na Rússia em 1980 e criada nos EUA, para onde imigrou ainda pequena, Spektor lançou seu primeiro álbum, 11:11, em 2001. O CD seguinte, Soviet Kitsch (2004), rendeu o hit Us. Begin To Hope (2006) ampliou seus horizontes comerciais, graças a hits como Fidelity, On The Radio e Better.

Far (2009) e o ao vivo Live From London (2010) ajudaram a consolidar seu estilo de cantora e tecladista, com forte tempero pop, vaudeville, jazz, rock e influências de artistas como Tori Amos, Kate Bush e Joni Mitchell, só para citar algumas.

Ela iniciou a turnê mundial de divulgação de seu mais recente álbum, o ótimo What We Saw From The Cheap Seats (2012), lançado no Brasil pela Warner), em abril do ano passado. O álbum inclui ótimas canções, como Small Town Moon, Don’t Leave Me (Ne Me Quitte Pas) e Ballad Of a Politician, entre outras. Sua voz é deliciosamente delicada e suave.

Veja o clipe de Don’t Leave Me (Ne Me Quitte Pas):

Novo single de Justin Timberlake vende bem

Por Fabian Chacur

O início de 2013 traz como marca retornos ao mundo da música. O de David Bowie vocês estão acompanhando aqui em Mondo Pop quase que diariamente. E agora, guardadas as devidas proporções, é a vez de Justin Timberlake voltar à cena. E o single que marca este comeback está sendo muito bem recebido pelo público e crítica.

Segundo previsões do site americano da revista Billboard, a bíblia da indústria fonográfica mundial, Suit & Tie, a nova música do ex-integrante do NSync, terá vendido até o fim de sua primeira semana na loja virtual iTunes, entre 330 e 350 mil downloads pagos.

Se a marca não supera resultados recentes de gente como Justin Bieber e Taylor Swift, trata-se de um desempenho excelente, que irá ultrapassar o melhor obtido anteriormente pelo cantor, compositor e ator americano, SexyBack, que teve comercializados no mesmo prazo 250 mil cópias em 2006. Uma volta estilosa de um artista de ponta do pop da década passada.

E fazem sete anos que Timberlake não lança um álbum próprio de inéditas. Seu primeiro trabalho solo saiu em 2002, o excelente Justified, seguido em 2006 pelo campeão de vendas FutureSex/LoveSouds, que chegou ao número 1 na terra de Barack Obama e vendeu milhões de cópias. Nos palcos, ele mostrou muito carisma e jogo de cintura.

Dando uma de Bowie, o hoje adulto com cara de moleque deu um drible na imprensa e anunciou o retorno à música em seu próprio site, o www.justintimberlake.com , colocando no ar o áudio de Suit & Tie. Trata-se de um rhythm and blues bem bacana, com participação especial de Jay-Z (que não atrapalha, diga-se de passagem).

Ao contrário do Camaleão, no entanto, o autor e intérprete da sensacional Rock Your Body, não anunciou ainda a data de lançamento de seu aguardado terceiro álbum, revelando só o título, The 20/20 Experience, com produção a cargo do velho parceiro Timbaland. Só disse que o disco será lançado ainda este ano. Bobeou, sairá em março, igual ao de Bowie…

No período em que deu um tempo em sua carreira solo, Timberlake se dedicou ao cinema, participou de discos de outros artistas (incluindo Madonna) e até produziu discos alheios. Também virá por aí uma colaboração dele com a mulher de Jay-Z, Beyoncé Knowles, mas a faixa deve entrar em um disco da moçoila.

Ouça Suit & Tie, a nova de Justin Timberlake:

Veja o clipe da fantástica Rock Your Body:

DVD tenta desvendar o mito Freddie Mercury

Por Fabian Chacur

Em seus 45 anos de vida, Freddie Mercury deixou sua marca como um dos artistas mais talentosos da história da música popular. Como cantor e compositor do Queen, tornou-se um verdadeiro ícone do rock, e ainda teve tempo de investir em uma carreira solo repleta de boas incursões por outros gêneros musicais.

Quem era ele, e o que o levou a tentar uma carreira individual, mesmo tendo tanto sucesso como integrante de uma das bandas mais bem sucedidas da história do rock? São essas perguntas que o ótimo DVD The Great Pretender, lançado no Brasil pela ST2, tenta responder.

O documentário se concentra na trajetória individual de Mercury, e traz entrevistas com o cantor, incluindo uma, longa e reveladora, feita em 1985, e também depoimentos de seus colegas de Queen, produtores, colaboradores, parceiros e jornalistas que acompanharam de perto esse gênio da música, um dos artistas mais versáteis e criativos de todos os tempos.

Em suas entrevistas, Freddie era irônico, debochado e às vezes agressivo, mas ficava claro que no fundo ele era na verdade um ser humano tímido e reservado, bem diferente do gigante carismático que se transformava ao entrar nos palcos e estúdios.

The Great Pretender procura mostrar os bastidores da criação de seus trabalhos solo. Mr. Bad Guy (1985), seu primeiro álbum sem o Queen, por exemplo, era para ter tido participações especiais de Rod Stewart e Michael Jackson, e trechos dessas históricas gravações feitas com eles (inéditas até hoje) são apresentadas.

Pouco depois de iniciar o trabalho para gravar esse disco, Mercury resolveu fazê-lo praticamente sozinho, sem convidados, de certa forma tentando evitar o que ocorreu no álbum Hot Space (1982), do Queen, que ganhou um contorno dance-rhythm and blues por imposição dele, e contra a vontade dos colegas, que o culparam por seu fracasso comercial.

O fraco desempenho em termos de vendagens de Hot Space e de Mr.Bad Guy levou Freddie Mercury a voltar a trabalhar com o Queen. A impressão que se tem é de que se Mr. Bad Guy tivesse estourado, o cantor teria optado pela carreira solo de forma definitiva.

Mesmo tendo voltado ao Queen, Mercury continuou investindo paralelamente em trabalhos individuais, e o filme enfoca as experiências na bela releitura de The Great Pretender, sucesso do grupo vocal americano The Platters, e no ousado álbum pop Barcelona, gravado ao lado da cantora lírica espanhola Montserrat Caballé.

Fluente e bom de se assistir, The Great Pretender também enfoca a vida pessoal do cantor, e de como ele teve de lidar com a Aids, doença responsável por sua morte prematura, em 1991. Mas esse tema é abordado de forma classuda e longe do sensacionalismo, com a música sendo mesmo o tema principal do filme.

Nos extras, temos entrevistas adicionais com Freddie e Montserrat Caballet. Um belo encarte repleto de informações também acompanha o DVD, que é certamente essencial para aqueles que desejam ter uma ideia mais abrangente de como era Freddie Mercury.

Veja o trailer do DVD The Great Pretender:

Documentário mostra o genial George Martin

Por Fabian Chacur

Há exatos 50 anos, um jovem produtor britânico resolveu contratar uma ainda mais jovem banda de Liverpool que havia sido recusada por literalmente todos os seus concorrentes, incluindo a matriz do conglomerado do qual seu humilde selo Parlophone fazia parte, a EMI. Houve até quem o ironizasse. Gostaria de ver a cara desses detratores hoje…

Graças a essa decisão arriscada, o tal produtor, Sir George Martin, deu a primeira e decisiva chance para que os Beatles pudessem exibir seu talento. Nos anos seguintes, eles não só dominariam o mundo como se tornariam o mais importante grupo de música da história, seja qual for o seu estilo musical. Beatles For Ever!

Para quem deseja saber um pouco mais sobre a vida desse profissional incrível e ser humano aparentemente adorável, acaba de sair por aqui, via ST2, o documentário Produced By George Martin, que saiu este ano e foi exibido por aqui na edição 2012 do festival de documentários musicais In-Edit.

Nele, temos o relacionamento entre ele e os Beatles como tema principal, incluindo entrevistas recentes com Paul McCartney e Ringo Starr ao lado do mestre. Mas a trajetória desse verdadeiro mito da música nascido no Reino Unido em 3 de janeiro de 1926 é apresentada em toda a sua amplitude, indo além de “apenas” relacionar sua vida com os Fab Four.

Do início como estudante de música aos tempos da 2ª Guerra Mundial, o emprego como produtor na EMI, a conquista do cargo de diretor artístico do selo Parlophone, a produção de discos de comédia com o ator Peter Sellers e a descoberta de John, Paul, George e Ringo estão aqui. Também temos outros momentos marcantes de seu extenso currículo.

Entre eles, o trabalho de Martin com grupos como America, Mahavishnu Orchestra, Jeff Beck e outros, a criação de seu próprio estúdio, o Air, a forma como a versão caribenha, situada na ilha de Montserrat, foi devastada por uma dessas terríveis manifestações da natureza, e de como ele luta contra a surdez. O relacionamento com o filho, o também produtor Gilles, é outro foco bacana da atração bancada pela BBC.

Além do filme, o DVD traz como atratativo 52 minutos de material adicional, o que torna a experiência de conhecer um pouco da vida de George Martin ainda melhor. Meu amigo Raul Bianchi teve a honra de conhecer esse cara pessoalmente, quando Sir George Martin veio ao Brasil. É para se roer de inveja! Mas ao menos temos este DVD para minorar nosso prejuízo…

Veja o trailer de Produced By George Martin:

The Killers homenageiam Andy Williams

Por Fabian Chacur

Todos os dias são dias para nascimentos e mortes. Em um já distante 25 de setembro (o de 1961), eu vim ao mundo. Na mesma data, só que em 1980, foi desta para a tal melhor John Bonham, baterista do Led Zeppelin. E quis o destino que novamente nessa data outro mestre da música desse seu adeus.

O cantor Andy Williams, conhecido mundialmente pelo hit Moon River, saiu de cena em 25 de setembro de 2012. Nesta quarta-feira (26), durante seu show no The Fonda Theater, em Los Angeles, o festejado grupo pop americano The Killers homenageou o crooner ao reler Moon River, música que entrou em seu set list há algum tempo.

A homenagem arrancou aplausos do público, que estava lá para conferir os sucessos do quarteto de rock americano e também algumas das músicas de Battle Born, novo trabalho da banda que estreou esta semana no terceiro posto da parada da Billboard, a bíblia da indústria fonográfica mundial.

Nascido em 3 de dezembro de 1927, Andy Williams começou a se destacar no mundo da música nos anos 50. Dono de uma voz doce e extremamente melodiosa, ele emplacou diversos hits em sua longa carreira, entre eles Butterfly, Lonely Street e Can’t Get Used To Loving You.

Sua ligação com o cinema lhe rendeu hits como a já citada Moon River (1962), tema do filme Breakfast At Tiffany’s (no Brasil, Bonequinha de Luxo), (Where Do I Begin) Love Story (1971), tema de Love Story, e Speak Softly Love (1972), do filme O Poderoso Chefão, esta última regravada no Brasil pelo impagável Wanderlei Cardoso como Fale Baixinho.

Entre 1962 e 1971, o cantor americano comandou na TV americana The Andy Williams Show, programa no qual mostrava grandes nomes da música. Uma de suas atrações foi ninguém menos do que Tom Jobim, com direito a dueto entre os dois. Aliás, Williams regravou com sucesso, em 1965, um dos grandes hits de Tom no mercado internacional, Quiet Nights Of Quiet Stars, versão em inglês para Corcovado..

Ah! Vale lembrar que Andy Williams é o ídolo do Nelson, amigo barra pesada do Bart Simpson no absolutamente genial e icônico The Simpsons. Há um episódio da animação no qual eles vão ver um show de Andy em Las Vegas, quando o garoto fortinho comemora o fato de seu ídolo ter cantado Moon River. Os brutos também amam, Nelson?

Ouça Moon River ao vivo com The Killers:

Ouça Moon River com Andy Williams:

Ouça Quiet Nights Of Quiet Stars, com Andy Williams:

Morre o genial letrista pop Hal David

Por Fabian Chacur

O que canções maravilhosas como Raindrops Keep Falling On My Head, Close To You, Baby It’s You, That’s What Friends Are For, Mexican Divorce, Reach Out For Me, Walk On By, I Say A Little Prayer, entre dezenas e dezenas de outras, tem em comum? As letras inteligentes de Hal David.

Este brilhante letrista morreu neste sábado (1º) nos Estados Unidos, aos 91 anos, vítima das consequência de um derrame sofrido há alguns dias. Ele foi o principal parceiro de outro gênio, o maestro americano Burt Bacharach.

David conheceu Bacharach em 1957, quando começaram a trabalhar juntos em um dos vários cubículos do lendário Bill Building, célebre prédio situado em Nova York no qual compositores atuavam no intuito de escrever canções para outros intérpretes.

Seu primeiro sucesso, naquele mesmo ano, foi a canção Magic Moments, gravada pelo crooner Perry Como. Mas a dupla estouraria mesmo após se associar a uma jovem intérprete, Dionne Warwick, a partir de 1962.

Com o tempo, Warwick gravaria hits como I Say a Little Prayer, Walk On By e outras, ajudando a divulgar a obra de Bacharach/David. Inúmeros outros astros gravaram suas canções, como Frank Sinatra, Aretha Franklin e até mesmo os Beatles, que em seu primeiro álbum releram com maestria Baby It’s You.

Outro intérprete que registrou bem as canções da dupla foi B.J.Thomas, que se tornou famoso mundialmente graças à obra-prima Raindrops Keep Falling On My Head, que até um Oscar rendeu a seus autores. Os Carpenters também tiveram muito sucesso ao gravá-los, como provou o estouro de Close To You, por exemplo.

A orquestra do próprio Burt Bacharach também invadiu as paradas com algumas dessas músicas, entre as quais destaco Mexican Divorce (grande sucesso no Brasil), What The World Needs Now e Reach Out For Me.

Em 1973, o fracasso do filme Lost Horizon (Horizonte Perdido), que só fez sucesso no Brasil, levou a dupla a seguir outros rumos. Isso, mesmo com a trilha sendo maravilhosa, incluindo o tema principal e a belíssima Living Together Growing Together.

Eles só voltariam a compor juntos em 1992, quando Dionne Warwick gravou Sunny Weather Lover, primeira composição dos ex-parceiros em quase 20 anos.

Conhecido pela inteligência, delicadeza e sensibilidade de suas letras, Hall David também teve grande atuação na área da defesa dos direitos autorais, presidindo entidades e ajudando a valorizar o trabalho dos compositores, nem sempre tão reconhecidos como os intérpretes.

Ele também compôs om autores do nível de John Barry (Moonraker, tema de um dos filmes da franquia James Bond) e Albert Hammond (To All The Girls I’ve Loved Before, hit com Julio Iglesias e Willie Nelson na década de 80).

Ouça Baby It’s You, com os Beatles:

Ouça Close To You, com os Carpenters:

Ouça Mexican Divorce, com Burt Bacharach Orchestra:

Elton John e Pnau lançam melhor CD do ano

Por Fabian Chacur

Elton John voltou a emplacar um álbum no primeiro posto da parada britânica após 22 longos anos. Mas há uma grande diferença entre o trabalho que conseguiu tal façanha anteriormente, Sleeping With The Past, comparado ao atual, Good Morning To The Night, que na verdade é creditado a Elton John VS Pnau e acaba de sair no Brasil via Universal Music.

Sleeping With The Past é um CD irregular e que tinha como destaque a xaroposa balada Sacrifice, grande sucesso comercial mas bem longe de ser uma das melhores músicas desse verdadeiro gênio da música pop.

Por sua vez, Good Morning To The Night se trata não só de um álbum excepcional, como também marca uma colaboração entre ele e o duo australiano Pnau, do qual você, leitor, provavelmente nunca ouviu falar. Pois vamos lá. Criado em Sidney, Austrália, e integrado por Nick Littlemore (vocal e produção) e Peter Mayes (guitarra e produção), a dupla lançou seu primeiro álbum, Sambanova, em 1999.

Desde o início, o duo se destacou pelo fato de construir suas músicas baseando em trechos de obras alheias. Em 2007, seu álbum intitulado Pnau recebeu grandes elogios por parte de Elton John, que não só fez muita propaganda gratuita da banda como começou a planejar um projeto em parceria com eles.

Littlemore e Mayes, que tem também outro projeto paralelo, o Empire Of The Sun (que já lançou dois álbuns), tiveram acesso a todas as fitas masters das gravações originais das músicas do autor de Candle In The Wind, com a liberdade de fazer o que quisessem. E o resultado não poderia ter sido melhor.

Os músicos mergulharam especialmente na discografia do cantor, compositor e tecladista britânico gravada durante os anos 70, sem dúvidas o seu período áureo, e de lá extraíram o material que gerou oito novas obras.

Cada nova canção é oriunda de trechos de diversas outras. Tipo quatro compassos de uma, o riff instrumental de outra, a passagem instrumental em outra rotação de mais outra e assim por diante. Para juntar tudo, criaram algumas partes instrumentais e vocais adicionais (tudo bem, rimou, mas vai ficar assim mesmo!).

Já sei o que você deve estar pensando. “Isso deve ter gerado um verdadeiro ‘rock do australiano doido’, um ‘frankenstein pop mais apavorante do que o monstro criado pela escritora Mary Shelley”.

No entanto, o resultado saiu absolutamente fantástico. Os australianos demonstraram um talento de verdadeiros ourives, valendo-se de trechos de canções já maravilhosas na origem com sensibilidade e bom senso, mostrando que nenhum método de trabalho na arte pode ser rejeitado de antemão.

Para quem, como eu, conhece bem o repertório de Elton John, foi extremamente divertido ouvir cada música e reconhecer de onde vinha cada um de seus trechos. Aliás, foi uma vírgula, continua sendo, pois cada nova audição permite descobrir mais elementos escondidos aqui e ali, várias vezes encaixados de forma totalmente inesperada.

No caso de quem não tem esse conhecimento, a coisa é provavelmente ainda melhor, pois as faixas fluem de forma deliciosa, soando como se fossem mesmo canções feitas originalmente no formato habitual.

O álbum é bem diversificado e bom de se ouvir, com direito a canções bem balançadas como Good Morning To The Night, Sad e Phoenix (a minha favorita), a quase reggae Black Icy Stare, a balada atmosférica Foreign Fields, a baladona soul Telegraph To The Afterlife, o rock soul a la sixties Karmatron e a instrumental sinfônica Sixty.

Sim, espertinho, você percebeu que eu citei as oito faixas do álbum, pois esse trabalho é bom como um todo. E o bacana é que Littlemore e Mayes não se limitaram a usar trechos de grandes hits. Pelo contrário. Eles resgataram diversas pérolas preciosas que apenas quem curte Elton de forma mais detalhista conhecem.

Good Morning To The Sky é a prova material de que é possível ser inventivo e criar material com forte apelo comercial ao mesmo tempo. Para mim, um dos melhores álbuns lançados em 2012, se não for o melhor.

Conheça as músicas de Elton John que tiveram elementos utilizados pelo Pnau em cada faixa de Good Morning To The Night:

– Good Morning To The Night: Philadelphia Freedom, Mona Lisa And Mad Hatters, Funeral For a Friend, Tonight, Gulliver/It’s Hay Chewed, Sixty Years On (Live in Australia), Goodbye Yellow Brick Road e Someone Save My Life Tonight.

-Sad: Nice And Slow, Crazy Water, Curtains, Sorry Seems To Be The Hardest Word e Friends.

-Black Icy Stare: Cold Highway, You’re So Static, Solar Prestige a Gammon.

-Foreign Fields: Pink, Someone Saved My Life Tonight, High Flying Bird, Sweet Painted Lady, Cage The Songbird e Chameleon.

– Telegraph To The Afterlife: Harmony, We All Fall In Love Sometimes, Funeral For a Friend, Sweet Painted Lady, I’ve Seen That Movie Too, Love Song e Indian Sunset.

-Phoenix: Grey Seal, Are You Ready For Love, Benny And The Jets, Someone Saved My Life Tonight, Where To Flow St Peter?, Love Lies Bleeding, Border Song, Country Love Song e Three Way Love Affair.

– Karmatron: Madman Across The Water, Funeral For a Friend, The Ballad Of Danny Bailey (1909-1934), Tonight, One Horse Town e Screw You.

-Sixty: Sixty Years On, Sixty Years On (Live In Australia), Sixty Years On (Live 17.11.70) e Indian Sunset.

Clipe de Sad, com Elton John VS Pnau:

Ouça Good Morning To The Night, com Elton John VS Pnau:

Conheça melhor Bob Marley em ótima trilha

Por Fabian Chacur

Sempre que a palavra reggae é pronunciada, um nome costuma ser relembrado de imediato: Bob Marley (1945-1981). E não é para menos. Poucos artistas representam de forma tão completa um gênero musical como este cantor, compositor e músico.

Como forma de registrar a trajetória desse verdadeiro gênio da música, o diretor Kevin McDonald, conhecido pelo ótimo filme O Último Rei da Escócia (2006), incumbiu-se de criar um documentário, Marley, que estreou em abril nos cinemas do mercado internacional (espero que passe por aqui em breve).

Nele, valendo-se de entrevistas de arquivo e performances ao vivo do Marley, além de entrevistas com seus familiares e gente importante em sua trajetória como Jimmy Cliff, Bunny Livingstone Wailer e Chris Blackwell, McDonald nos dá um bom mergulho sobre a trajetória do músico jamaicano, durante 144 minutos que devem ser imperdíveis.

Se o documentário ainda não está disponível em nossas telonas, ao menos a trilha sonora, intitulada Marley – The Original Soundtrack, acaba de ser lançada por aqui pela Universal Music, com essa capa belíssima que você vê acima.

Trata-se de um álbum duplo incluindo 24 faixas que procuram representar toda a trajetória musical do rei do reggae, indo de Corner Stone (de 1962), uma de suas primeiras gravações, até a maravilhosa Redemption Song.

As faixas se dividem entre versões já lançadas anteriormente, novas mixagens e gravações ao vivo inéditas, como a de Jammin’ registrada em 1978 no histórico evento One Love Peace Concert, ou uma versão dub de Exodus.

O álbum é repleto de clássicos do repertório de Marley, como Small Axe, Get Up Stand Up, No Woman No Cry, Could You Be Loved, I Shot The Sheriff, Three Little Birds e One Love.

Através da audição desta trilha sonora, fica mais fácil entender o porque Bob Marley continua até hoje sendo o nome máximo da história do reggae. Ele sabia com raro talento e criatividade unir ótimas melodias, letras ora ácidas, ora filosóficas, ora doces e românticas e um senso rítmico contagiante e hipnótico.

Não é de se estranhar que, mesmo 31 anos após sua morte prematura, as canções desse gênio continuem sendo ouvidas, cantadas e reverenciadas por milhões de pessoas em todo o mundo.

Marley – The Original Soundtrack serve como boa introdução à obra do mestre, ou mesmo como um bom disco para se usar como trilha sonora de nosso dia-a-dia.

Veja dois trailers do documentário Marley:

Maroon 5 está ainda mais pop em Overexposed

Por Fabian Chacur

Quando surgiu no cenário musical americano em 2003, oriundo das cinzas do extinto Kara’s Flowers, o Maroon 5 marcou presença como seguidor do pop-rock com tempero soul-funk.

Seu álbum de estreia, o ótimo Songs About Jane (2003), emplacou hits como Harder To Breathe, This Love e She Will Be Loved e criou boas expectativas em relação a seu futuro.

O estouro do single Makes Me Wonder não só levou o seu segundo CD, It Won’t Be Soon Before Long (2007) ao topo da parada americana como apontou o rumo sonoro que o quinteto iria tomar de forma preferencial dali por diante.

Desde então, o grupo integrado por Adam Levine (vocal e guitarra), Matt Flynn (bateria), Mickey Madden (baixo), James Valentine (guitarra) e PJ Morton (teclados) tornou-se ainda mais pop, com forte influência eletrônica e do rhytym and blues moderno, deixando o rock mais como tempero. Mas um tempero saboroso, audível e bem estiloso, por sinal

O que já havia se sobressaído em Hands All Over (2010) aparece ainda mais nítido no novo lançamento da banda, Overexposed, que chega às lojas em duas versões: simples, com 12 faixas, e especial, com direito a capa digipack e seis faixas bônus.

Overexposed é um belo exemplo de como fazer um rock com forte apelo pop sem cair totalmente na mesmice. A ótima voz de Adam Levine e a produção executiva do experiente Max Martin (Backstreet Boys, Britney Spears e um batalhão de outros) ajudam a dar consistência e um teor diferenciado ao álbum.

Não faltam momentos bacanas, como a ótima faixa de trabalho Payphone, que conta com a participação do rapper Wiz Khalifa, o ótimo reggae eletrônico One More Night, a tocante balada voz/piano Sad e a hipnótica Beautiful Goodbye, que encerra a versão simples do disco.

As seis faixas extras incluídas na versão especial de Overexposed valem o preço adicional (em torno de R$ 10) em relação ao formato standard (que custa em média R$ 29). Dois bons remixes de Payphone e o hit Moves Like Jagger, dueto da banda com Christina Aguilera, são bons atrativos, mas as outras três cativam ainda mais.

São elas a eletrônica Wipe Your Eyes, o funk bem swingado Waisted Years e a fantástica versão blues rock, com quase sete minutos de duração, de Kiss, hit nos anos 80 com o autor, aquele genial Prince. O grupo mostra sua categoria nessa épica releitura, que equivale a bom exemplo de sua performance ao vivo, sempre ótima (eu vi e recomendo!).

Overexposed, com sua descolada e bela capa multicolorida e psicodélica, não só tem pinta de que manterá o quinteto americano no topo das paradas de sucesso como também agrada com sua proposta pop inteligente e descontraída.

Clipe de Payphone, com Maroon 5 e participação de Wiz Khalifa:

Clipe de One More Night, com o Maroon 5:

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