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Grandes nomes da música que nos deixaram durante 2018

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Por Fabian Chacur

A única certeza que temos nesse período de tempo sem limitação exata chamado de vida é referente à inevitabilidade da morte, no fim dessa viagem de tempo imprevisível. Não há como fugir. E 2018 nos trouxe o encerramento da trajetória de artistas importantes, sendo um triste acréscimo tardio a cantora Miúcha, que nos deixou no dia 27 de dezembro, aos 81 anos. Uma das irmãs de Chico Buarque, deixou-nos como legado discos elegantes, deliciosos e marcantes, especialmente os que gravou ao lado de Tom Jobim., o eterno Maestro Soberano.

Perdemos vários ícones de diversas áreas. Mondo Pop registrou a partida de alguns desses artistas maravilhosos, que se não estão mais conosco em termos físicos, ao menos nos deixaram como legado seus álbuns, gravações, entrevistas etc. Que suas memórias sejam sempre reverenciadas, pois o que é lembrado, na verdade não morrerá jamais!

Algumas perdas na música em 2018:

Ruy Farias (ex-MPB 4) e Fast Eddie Clarke (ex-Motorhead):

Ruy Faria e Fast Eddie Clarke são os desfalques da música

Dolores O’Riordan (The Cranberries):

Dolores O’Riordan, a cantora de voz deliciosa, nos deixou

Dennis Edwards (ex-The Temptations):

Dennis Edwards, ex-membro dos Temptations, nos deixa

Angela Maria:

Angela Maria, um marco para os fãs da música brasileira

Marty Balin:

Marty Balin, cantor da banda Jefferson Airplane, nos deixa

Vai Levando– Tom Jobim, Miúcha:

Tony Babalu lança Cactus em estiloso clipe preto e branco

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Por Fabian Chacur

Tony Babalu é um daqueles guitarristas que todo fã do rock brasileiro deveria conhecer. Sua classe como músico e compositor empolga, vide seus trabalhos solo instrumentais e também performances ao lado de outros artistas, especialmente da mítica banda Made In Brazil. Ele lançou recentemente um CD simplesmente arrebatador, Live Sessions At Mosh (leia a crítica de Mondo Pop aqui). E agora nos proporciona uma nova faixa, com direito a videoclipe e tudo.

A música em questão intitula-se Cactus. Trata-se de uma espécie de blues, tocada no violão acústico de cordas de aço com aquele tipo de timbre que marca o estilo de Babalu, classudo e repleto de disciplina e requinte. A partir de um riff simples e envolvente, ele vai brincando com harmônicos, sutilezas e pequenos solos com uma agilidade típica do craque que ele é. Sem exibicionismos nem arrogâncias instrumentais, e esbanjando sensibilidade e bom gosto.

O bacana é que a música tem a divulga-la um clipe em preto e branco, formato que dá ao som que já é legal uma aura mística e vintage que tem tudo a ver com o artista envolvido. Simples, sem exageros e registrando um momento de intimidade musical deste grande músico. Seria o prenúncio de um novo trabalho dedicado apenas ao violão? Saberemos nos próximos meses. Por enquanto, vale mesmo é curtir esse delicioso Cactus e ficar com gostinho de quero mais. Só pra variar…

Cactus– Tony Babalu:

Daniel Nascimento mostra as surpresas da Cova dos Leões

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Por Fabian Chacur

Que tal ir a um show no qual você não terá previamente a menor dica do que irá ocorrer em cena? Eis o mote da apresentação que o cantor e guitarrista Daniel Nascimento irá realizar nesta quarta-feira (21) às 21h no Teatro Central das Artes Sub 3 (rua Apinajés, 1.081- Sumaré- fone 0xx11-3865-4165), com couvert artístico a R$ 20,00.

Bem, dizer que você não terá a menor ideia do que irá ocorrer em cena é um certo exagero. Algo você saberá de antemão, sim. Daniel e os cinco músicos que o acompanham no espetáculo Cova dos Leões Com Daniel Nascimento irão investir em um repertório definido por eles como de “temas conhecidos e de famosas músicas que não existem, que serão criadas na hora, com a ajuda da plateia”. Ou seja, quem estiver vendo irá virar parceiro involuntário dos caras.

O time traz em sua escalação, além de Daniel nos vocais e guitarra, os músicos Bruno Belasco (trompete), Gabriel Gaiardo (teclados) e Lucas Macedo (sax). A nota triste fica por conta de Paulinho Vicente (bateria) e Nino Nascimento (baixo), que farão sua última performance como integrantes deste projeto. Que seja uma despedida bacana, com direito a improvisos dignos do jazz e boas surpresas.

Festival In-Edit mostra em SP documentários sobre música

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Por Fabian Chacur

Uma verdadeira Disneylândia para os fãs de música, mais especificamente para aqueles que curtem documentários referentes ao tema. Essa é uma definição possível para o In-Edit Brasil, cuja sétima edição terá início nesta quinta-feira (2) e se estenderá até o dia 12 em São Paulo, com sessões em cinco salas diferentes e 59 filmes escalados.

São produções oriundas de 16 países e sem restrições em termos de estilos musicais ou eras. Para que se possa ter uma ideia da abrangência da coisa, rolam desde um documentário sobre o rock and roll feito no Cambodja nos anos 1960 (Don’t Think I’ve Forotten: Cambodia’s Lost Rock And Roll) até uma bio sobre o genial Carlos Imperial (Eu Sou Carlos Imperial), um dos pais da cultura pop no Brasil. Jazz, rock, MPB, soul, tem rigorosamente de tudo.

O legal é que vários dos filmes exibidos no In-Edit não entram no circuito comercial ou nem mesmo chegam por aqui no formato DVD, possibilitando ao aficionado por música uma rara chance de ver produções muito bacanas em salas de cinema. Também existem produções de mais fácil acesso, mas a vantagem também fica por conta dos preços das sessões, bastante convidativos.

O ingresso mais caro é o do Cinesesc, e ainda assim custa módicos R$ 12,00 (inteira) por filme. No Centro Cultural São Paulo e Cine Olido, você só desembolsa R$ 1, e na Matilha Cultural e na Cinemateca, é na faixa. A programação oferece no mínimo duas opções de dias e locais para cada filme, o que propicia ao cinéfilo se organizar e ver tudo.

Entre outras atrações bacanas, recomendam-se os que abordam as carreiras da musa brasileira Elza Soares, os grupos britânicos The Damned, Killing Joke e Spandau Ballet, o roqueiro americano Alice Cooper, o jazzista Jaco Pastorius e o soul man James Brown. Mais informações você encontra no site do evento (acesse aqui ).

Don’t think I’ve Forgotten: Cambodia’s Lost Rock And Roll (trailer):

Eu Sou Carlos Imperial (trailer):

Quase Lindo Premê (trailer):

The Damned: Don’t You Wish That We Were Dead
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Racionais MC’S – 25 anos no movimento:

Virada Cultural de SP precisa ser repensada

Por Fabian Chacur

Completando dez anos de existência, a Virada Cultural chega a um impasse, após sua edição 2014, realizada nos dias 17 e 18 de maio em vários pontos da cidade de São Paulo, tendo sua região central como principal local. A pergunta básica a ser feita é a seguinte: será que vale a pena ter shows durante a madrugada em condições precárias de segurança, higiene e organização?

A ideia dessa sem dúvida bela festa popular é permitir ao cidadão curtir grandes atrações culturais de graça e em locais bacanas que em sua maioria normalmente não são ocupados com essa intenção. Já tivemos momentos muito bons nesses anos todos, mas as últimas edições infelizmente enfatizaram a má organização e o descalabro da violência, que acaba afastando muita gente de cena por justificado medo de entrar nas estatísticas negativas de bobeira.

Neste ano, tivemos inúmeros arrastões, assaltos e consumo exacerbado de drogas. Esse clima pesado acabou motivando o cancelamento de diversos shows. De quebra, o imprevisível (uma violenta chuva de granizo) acabou encerrando o evento antes da hora, privando-nos de ver atrações inéditas por aqui como a lendária cantora americana Martha Reeves, revelada pela Motown Records nos anos 60 com hits como Dancing In The Streets e Nowhere To Run.

Não faltou esforço por parte do policiamento, mas ficou claro que a quantidade de profissionais em ação não era suficiente para coibir a baderna instaurada em alguns momentos. Fica claro que o período da madrugada torna-se um verdadeiro episódio ao vivo da série televisiva The Walking Dead, com “zumbis descontrolados” ameaçando as pessoas a qualquer momento e sem dó nem piedade.

O mais sensato seria, nas próximas edições, suprimir o período de shows entre a meia-noite e as oito da manhã do domingo, quem sabe antecipando o início no sábado para tipo 14h (hoje é as 18h), como forma de abrigar um número suficiente de atrações para manter a grandeza do evento, mas em uma configuração um pouco mais segura. Seja como for, do jeito que está, definitivamente não dá. Com a palavra, o sr. prefeito Fernando Haddad.

Cidadão Instigado tocando The Dark Side Of The Moon (Pink Floyd):

Baixe de graça música do bloco Ilê Aiyê

Por Fabian Chacur

A música Negras Perfumadas, do bloco afro Ilê Aiyê, já está disponível para download gratuito. A faixa faz parte do DVD Ilê Aiyê- Bonito de se Ver, que será lançado oficialmente no dia 3 de abril na Senzala do Barro Preto, em Salvador, sede da entidade. O projeto foi viabilizado graças ao patrocínio do programa Natura Musical. Baixe aqui.

O bloco afro Ilê Aiyê está comemorando 40 anos de existência, e foi o primeiro do gênero a surgir no país, mais especificamente em Salvador. Sua fusão de ritmos brasileiros e africanos gerou um estilo percussivo criativo e extremamente influente que incentivou o surgimento de outras entidades na mesma linha, como o Olodum, por exemplo. Cantores como Caetano Veloso ajudaram a divulgar o seu trabalho pelo resto do país, e abriu espaço para shows e gravações de discos, incorporando instrumentos harmônicos e vocais à marcante percussão.

Escrita por Lafayete, Marito Lima e Milton Boquinha e interpretada pela cantora Iracema, Negras Perfumadas fez bastante sucesso no Carnaval 2013, e é uma das 18 músicas incluídas no DVD Ilê Aiyê- Bonito de se Ver, gravado ao vivo em show realizado na Concha Acústica do mítico Teatro Castro Alves, em Salvador. O repertório traz vários sucessos dos anos 1970 do bloco afro, equivalendo a uma espécie de “o melhor da obra” da entidade cultural.

A direção musical do DVD ficou por conta do produtor Arto Lindsay (que já trabalhou com Caetano Veloso, Marisa Monte e muitos outros), enquanto a direção de imagens teve como diretor Pico Garcez. O vídeo conta com participações especiais de nomes como Carlinhos Brown, Margareth Menezes e Daniela Mercury, entre outros, tendo como base musical a banda Band’ Aiyê e a presença de cantores próprios.

Criado em 2005, o programa Natura Musical já deu apoio a mais de 220 projetos musicais e culturais dos mais diversos tipos, contemplando desde jovens revelações até artistas consagrados sempre a partir de editais de cunho nacional e agora também com focos regionais.

Ouça sucessos do bloco afro Ilê Aiyê:

Duas ou três coisas sobre a música em 2013

Por Fabian Chacur

Muita gente odeia essa história de retrospectivas dos “anos velhos” que acabam de se mandar. Também tem quem goste. Se bem feitas, acho que essa passada de olhos no que ocorreu nos doze meses anteriores ao novo janeiro são até úteis, como um balanço e uma avaliação de fatos. Seja como for, não estou com saco de ser detalhista, mês a mês. Então, vamos com uma viagem aleatória a alguns fatos ocorridos no mundo da música em 2013.

The Voice Brasil, The Choice Brasil, Que Joça, Brasil!

Se há uma verdadeira praga que veio para infernizar a vida de quem realmente gosta de música são os tais reality shows musicais. Há mais de uma década nas programações das mais diversas redes de TV do mundo, e disponíveis em várias versões, esse tipo de programa tenta formatar de jeito rígido o que deveria ocorrer de forma mais espontânea: a revelação de novos talentos.

Se em alguns países essa fórmula até ajudou a destacar alguns nomes bacanas, no Brasil tornou-se mais um tipo de “loteria musical”. No fim das contas, são sempre dois os fatores que levam alguém a vencer uma atração assim por aqui. Basicamente, quem grita mais ou quem é mais pobre e pode sair da zona do rebaixamento da vida se embolsar a grana disputada.

The Voice Brasil é apenas mais um capítulo desse universo dos “not so reality” shows. Exibicionismo de jurados e candidatos, vozeirões ocos, disputa por dinheiro e vencedores que, posteriormente, voltam ao anonimato. Ellen Oléria, a vencedora de 2012, já está caminhando para ficar ao lado das Vanessas Jacksons da vida, sumindo de cena. Uma pena, em um formato no qual o que menos importa é a música. Mas não se iludam. Mais programas assim virão e virão e virão. Procure talentos em outros cantos…

Dominguinhos agora está ao lado de Gonzagão no Céu do Forró

Recentemente, reli uma entrevista de 1999 do músico paulista Miltinho Edilberto no qual ele comentava sobre Dominguinhos, definindo-o como uma espécie de Gonzagão que merecia ser mais cultuado pelas pessoas, e ser homenageado enquanto estava vivo e com saúde.

Pois Dominguinhos infelizmente nos deixou em 2013. Grande músico, cantor, compositor e ser humano, ele nos deixou uma obra impecável dedicada ao melhor da cultura popular. Tive a honra de cobrir seu último grande show em São Paulo na Virada Cultural 2011, e vi esse mestre, mesmo com limitações físicas evidentes, dar um banho de garra e musicalidade.

Se merecia ter sido mais reverenciado, até que Dominguinhos foi bastante “acarinhado” pelo povo em suas mais de quatro décadas de carreira, na qual nos proporcionou tantos sucessos próprios e também colocou suas cerejas em bolos confeccionados por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Elba Ramalho e tantos outros. Simples, simpático, genial. Descanse em paz!

Reginaldo Rossi e a fórmula para agradar gregos e troianos musicais

Não é para qualquer um se manter durante quase cinquenta anos no cenário musical, ainda mais se o artista em questão nunca se dobrou aos modismos da vida para fazer sucesso. Outra grande perda brasileira em 2013, Reginaldo Rossi começou na onda da Jovem Guarda, mas logo entortou suas influências musicais e criou um estilo próprio, bem-humorado, romântico e pé na porta, sem preocupações com sutileza ou politicamente correto.

Se só virou uma espécie de unanimidade em 1998, quando seu CD Ao Vivo turbinou o antigo sucesso Garçom e o fez ultrapassar a marca de um milhão de cópias vendidas, “The King” sempre teve público fiel no Norte e Nordeste. Felizmente, Rossi teve as flores em vida, e nos deixou sabendo ser amado por milhões de fãs. Um estilista da canção popular. Uma figuraça!!!

Paul McCartney, David Bowie e Elton John mais gênios do que nunca

Três nomes que há décadas fazem parte da história do rock and roll provaram em 2013 que continuam com fome de bola, dispostos a nos oferecer novos trabalhos repletos de boas canções. David Bowie nos ofereceu The Next Day, uma espécie de álbum síntese com ecos de várias fases de sua carreira e uma surpresa para quem não lançava um trabalhos só de inéditas há dez anos. Aposentado uma ova!

Macca e Elton, por sua vez, continuam na estrada e ativos nos últimos anos, mas lançaram em 2013 CDs comparáveis a seus grandes momentos. Se o único ponto negativo de Elton John em The Diving Board é a voz já não tão impactante, no caso de McCartney não dá para reclamar de nada em seu New, repleto de boas canções, vocais excelentes e a fome de bola do eterno beatle.

Ringo Starr, Matchbox Twenty, Black Sabbath, Joyce Moreno, Springsteen…

Em um ano repleto de shows nacionais e internacionais em nossos palcos, alguns merecem destaques especiais. Bruce Springsteen, que não tocava por aqui há 25 longos anos, conquistou os fãs no Rio e em São Paulo com um show vigoroso, repleto de hits e com Sociedade Alternativa, de Raul Seixas, como surpreendente e detonante música de abertura. Quem nasceu para The Boss sempre será The Boss, pelo visto.

Ringo Starr voltou a São Paulo e conquistou os beatlemaníacos e afins com uma performance impecável, cantando, tocando e cativando a plateia com muita energia para um setentão. A seu lado, mestres como Todd Rundgren, Steve Lukhater, Richard Paige e Gregg Rollie, que tornaram o que já seria bom um momento absolutamente inesquecível.

Embora ignorada pelos críticos brasileiros, o grupo americano Matchbox Twenty deu aos brasileiros a prova de que não estão nas paradas de sucesso há quase 20 anos por acaso. Seu rock and roll com tempero pop e influências de Bruce Springsteen, John Mellencamp, Beatles e outros é apresentado ao vivo com muita vibração, refinamento e carisma. Belos shows, que os fãs adoraram e que me tornou ainda mais fã deles.

Fecho com um destaque especial para o maravilhoso show que a genial Joyce Moreno fez no Sesc Bom Retiro mostrando o repertório de seu excelente novo álbum, Tudo. A se lamentar, o fato de menos de cem pessoas terem comparecido para ver essa verdadeira aula de música brasileira melódica, poética e rítmica. Uma performance de lavar a alma de quem teve a honra de presenciá-la. Dica: não perca o próximo, role onde rolar.

A emoção de ver o Black Sabbath com sua quase formação clássica

Eu não estive lá, mas quem esteve classifica o show feito pelo Black Sabbath em São Paulo, no Campo de Marte, em outubro de 2013, como um dos mais emocionantes de todos os tempos. E não é para menos. Ver no mesmo palco três dos quatro integrantes originais de uma das mais influentes e poderosas bandas de rock de todos os tempos não é coisa banal.

Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler arrancaram lágrimas e alegria de um verdadeiro mar de gente que nem se importou tanto ao não ver desta vez o baterista original da banda, Bill Ward, que tocou com o Black Sabbath no Brasil nos anos 90, em show que não teve o vocalista comedor de morcegos. Se o show foi como o do ótimo DVD lançado há pouco por aqui, invejo quem esteve lá. Histórico, simples assim.

Daft Punk, ou como tornar fazer 2013 soar como 1978 sem cair em caricatura

Ver Nile Rodgers, o genial capitão da Chic Organization, de volta às paradas de sucesso após muitos e muitos anos já tornaria Random Access Memories um álbum histórico. Mas o trabalho do duo Daft Punk (o primeiro de inéditas em 8 anos) vai muito além de incluir dois dos melhores e maiores hits de 2013, Get Lucky e Move Yourself To Dance.

Gastando uma grana lascada, a dupla radicada na França investiu em músicos de verdade para tocar uma mistura de disco music com música eletrônica, pop e rock, gerando um álbum que consegue a façanha de soar como se tivesse sido lançado em 1978 e ainda assim parecer totalmente sintonizado com o espírito musical de 2013. Discoteca básica total e eterna!

Lou Reed sai da Wild Side e vai para a Eternal Side…

Um dos artistas mais influentes e talentosos da história do rock nos deixou em 2013. Lou Reed morreu setentão, faixa etária que muitos não acreditavam que ele atingiria, levando-se em conta o tipo de vida que teve durante as décadas de 60 e 70. Belo exemplo de que o destino a Deus pertence, e que a gente morre quando chega a hora, nem antes, nem depois.

Lou Reed conseguiu fundir rock básico a elementos eruditos, especialmente de ordem poética, com suas letras evocando a barra pesada, os personagens sombrios dos grandes centros urbanos e os poderosos riffs de guitarra. O brasileiro teve a chance de vê-lo nos anos 90 em show de rock and roll básico e em 2010 no formato experimental Metal Machine Music. Que bela obra ele nos deixou!

E que venha muita coisa boa em 2014. Feliz ano novo, queridos leitores!!!

Perfect Day, com Lou Reed:

I Can’t Stand It – Lou Reed:

Críticos x músicos x críticos x músicos…

Por Fabian Chacur

Desde que o mundo é mundo, músicos e críticos musicais mantém uma espécie de contenda eterna, na qual alguns desejam ver surgir um vencedor de um dos lados conflitantes.

Para diversos músicos, críticos musicais não passam de párias, músicos frustrados que descarregam suas mágoas e revolta naqueles que conseguem realizar seus trabalhos. Ou seja, uns invejosos.

Para diversos críticos, no entanto, músicos frequentemente não passam de seres arrogantes que não admitem ver seus trabalhos criticados de forma negativa, considerando-se gênios intocáveis.

Na verdade, esse duelo não deveria ter vencedores, levando-se em conta que um precisa do outro. Alguns músicos arrogantes dizem que não precisam da crítica, mas sempre exaltam e divulgam, orgulhosos, quando algum analista elogia suas obras de forma entusiasmada.

Quanto ao crítico, é óbvio que, se não existir música, ele não terá o que analisar/criticar, tornando-se totalmente inútil. Mas para onde o músico irá, se a sua obra não for divulgada? E críticas, boas ou ruins, são sempre uma boa forma de se realizar essa divulgação.

Na verdade, o problema surge quando as pessoas se levam a sério demais. O músico fica louco da vida ao ler uma crítica negativa, enquanto o crítico fica puto quando o músico o classifica como um inútil.

O jornalista Maurício Kubrusly certa vez deu uma boa resposta para os músicos que não admitem serem analisados por um “não músico”, digamos assim: “será que eu preciso saber fazer uma pizza para poder opinar sobre sua qualidade?”

Então, meus caros, o negócio é o seguinte: ninguém é o dono da verdade. Quando eu opino aqui ou em outros espaços para os quais colaboro, apenas faço isso, dou minha opinião. Não quero ser ou dar uma de dono da verdade.

Minha principal preocupação é a de passar informações e tentar incentivar quem me lê a ouvir os artistas sobre os quais escrevo. Ouça você e concorde comigo, ou não. Mas quero fazer o que, antes, críticos como Ana Maria Bahiana, Ezequiel Neves, Big Boy e tantos outros fizeram para mim, ajudando-me a descobrir gente como Beatles, Joe Jackson, Culture Club, Daryl Hall & John Oates etc etc etc ( e tome etc!).

Acho que qualquer crítico ou músico que se ache o dono da cocada preta tende a mandar bolas na trave ou fora do estádio. Bem, essa é a minha opinião…

Ouça Dancing Barefoot, com a cantora e compositora (que também foi crítica musical) Patti Smith:

Adele pode voltar ao primeiro lugar nos EUA

Por Fabian Chacur

A cantora britânica Adele pode voltar ao topo da parada americana nesta semana, posto que ela ocupou por várias vezes nos últimos meses, sempre com o seu segundo álbum, 21.

A vítima desta vez deverá ser a banda Evanescence, da cantora americana Amy Lee, cujo álbum autointitulado atingiu este posto na última aferição da parada Top 200 da revista Billboard, a bíblia da indústria musical. O disco é tido como carta fora do baralho para uma segunda semana consecutiva no topo.

No entanto, esta posição pode ser atingida por outro grupo. Para ser mais preciso, a banda americana de pop cristão Casting Crowns, que está lançando o seu novo trabalho, Come To The Well.

Segundo o site da Billboard, ambos devem vender nesta semana em torno de 120 mil cópias cada, e Adele é a favorita para atingir o topo, embora a Casting Crowns também tenha boas chances.

A disputa, portanto, vai ser daquelas, sendo que em aferições iniciais, a estrela do Reino Unido estava na ponta. Mas ainda faltavam ser computados setores em que os cristãos tinham maior poder de fogo.

Seja como for, na pior das hipóteses Adele se manterá no segundo posto, posição que vinha ocupando na última semana. Tudo leva a crer que 21 continuará vendendo bem até o fim do ano, com boas chances de ser coroado o álbum mais vendido de 2011 na terra de Barack Obama.

Veja o clipe de Someone Like You, como Adele:

Para mim, o que é música? Leia aí, Moska!

Por Fabian Chacur

Em seu maravilhoso programa Zoombido, exibido pelo Canal Brasil, o cantor, compositor e músico Paulinho Moska sempre pergunta a seus entrevistados o que é musica para eles.

Acredito ser essa uma das perguntas mais difíceis de todas, embora pareça simples e óbvia em um primeiro momento.

Há duas formas de tentar respondê-la: com uma única frase ou se valendo de diversas divagações instantâneas.

Vou encarar o desafio e encarar as duas possibilidades.

Com uma só frase, vou com essa: é o que me impulsiona no objetivo de continuar querendo viver.

Com diversas frases aleatórias, vamos lá:

– É a alegria de descobrir coisas novas independente de quando foram criadas, se pelos blueseiros americanos dos anos 30, se pelos roqueiros britânicos e tropicalistas brasileiros dos anos 60… Música boa não tem era, não tem momento, não tem limitação.

– É ouvir discos de Ivan Lins dos anos 70/80, de Paul McCartney de sempre, dos Beatles dos anos 60, do Jefferson Airplane dos anos 60, do Tears For Fears dos anos 80, do Joe Jackson de sempre, de Daryl Hall & John Oates dos anos 80 etc e sempre ter prazer.

– É uma arma para arrasar o tédio, o pessimismo, a rejeição, a violência gratuita, a sede, a fome, o frio, o calor…

– É o sorriso ingênuo de Carlitos perante o amor de sua vida.

– É o milagre que pode transformar um desconhecido em um astro.

– É a poção mágica que pode me trazer de volta pessoas, sensações, alegrias, tristezas, as mais distintas sensações.

– É a constatação de que, sim, existem milagres.

-É o que me move, é o que me apaixona, é o que me faz feliz.

Lógico que eu não consegui responder porra nenhuma. Nem é preciso. Música é……ouvir música e se refestelar de boas energias.

Veja e curta um desses momentos musicais mágicos:

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