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The Smithereens releem 1º single dos Beatles com o Andy White

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Por Fabian Chacur

Com a morte em 12 de dezembro de 2017 de Pat DiNizio, cantor e guitarrista-base, o excelente grupo americano The Smithereens parecia chegar ao fim. No entanto, seus outros integrantes- Jim Babjak (guitarra e vocais), Dennis Dikens (bateria e vocais) e Mike Mesaros (baixo e vocais), após um show em homenagem ao saudoso colega em 13 de janeiro de 2018, resolveram seguir em frente. E surpreendem com o lançamento neste mês do single Love Me DoP.S. I Love You, no formato vinil de 45 rpm (pode ser adquirido aqui).

Neste show em 2018, Babjak, Dikens e Mesaros contaram com as participações especiais de Steven Van Zandt (que integrou a E Street Band de Bruce Springsteen), Dave Davies (ex-The Kinks), Marshall Creenshaw, Graham Maby (da banda do cantor, compositor e músico britânico Joe Jackson) e Lenny Kaye (guitarrista e fiel escudeiro de Patti Smith), e ali surgiu a ideia de fazerem shows com vocalistas convidados. Até o momento, assumiram o posto de DiNizio o roqueiro Marshall Creenshaw e Robin Wilson (do grupo Gin Blossoms).

A história em torno deste novo single é bem interessante, e tem início em 2007, quando os Smithereens lançam Meet The Smithereens!, álbum no qual releem na íntegra o primeiro álbum dos Beatles lançado pela Capitol Records nos EUA, Meet The Beatles! (1964). Na mesma época, resolvem gravar lados B e outras canções dos Fab Four lançadas em 1963 e 1964, material que acabaria gerando mais um álbum da banda, B-Sides The Beatles (2008).

O quarteto americano pensava em convidar alguém ligado ao grupo de Liverpool para marcar presença neste seu álbum, e então ficaram sabendo que o baterista de estúdio britânico Andy White, que em setembro de 1962 participou das gravações daquele histórico primeiro single dos Beatles, estava morando na região de Nova York. Eles o contataram, fizeram o convite para ele participar da gravação de P.S.I Love You, e a faixa foi incluída em B-Sides The Beatles. Andy também gravou com artistas como Tom Jones, Herman Hermits e Del Shannon.

Em um intervalo no estúdio, White e o grupo fizeram de forma descontraída uma gravação de Love Me Do, mas naquela época não a acharam digna de entrar em B-Sides The Beatles. Algum tempo após as mortes de Andy (que nos deixou em 2015) e DiNizio, o trio remanescente encontrou e reavaliou essa gravação, e viu que ela poderia ser usada sem grandes problemas, especialmente devido à ótima e segura performance de seu ex-vocalista.

Acrescentando alguns elementos e contando com a participação de Kristin Pinell tocando melódica, a gravação de Love Me Do foi completada, com a versão já lançada anteriormente de P.S. I Love You incluída no lado B deste compacto de vinil. Vale lembrar que o grupo celebra 40 anos de carreira neste ano, e que Mike Mesaros voltou ao time em 2017, após ter saído em 2005 para dar lugar ao baixista Severo “The Thrilla” Jornacion.

P.S. I Love You– The Smithereens:

Os grandes nomes da música que nos deixaram em 2017

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Por Fabian Chacur

Mais uma vez tivemos um ano repleto de perdas dolorosas, no meio musical. Lógico que o natural da existência é isso mesmo, as pessoas nascem, crescem e um dia nos deixam rumo ao desconhecido. Mas de uns três anos para cá, as perdas no cenário da música se tornaram simplesmente lamentáveis. Muita gente boa se foi. Ficam as suas lembranças, e, especialmente, as suas obras, que curtiremos até que chegue a nossa vez.

Chuck Berry, Belchior, Chris Cornell, Pat DiNizio, Grant Hart, Jerry Adriani… Muitas lágrimas rolaram durante os 12 meses de 2017. Abaixo, seguem os links com os textos que Mondo Pop fez para celebrar o trabalho desses artistas tão importantes:

John Wetton:

Morre John Wetton, o incrível cantor e baixista de prog rock

Al Jarreau:

Al Jarreau, aos 76 anos, leva a sua belíssima voz para o céu

Chuck Berry:

Chuck Berry, ou um sinônimo para a expressão rock and roll

Tommy LiPuma:

Tommy LiPuma, um produtor lendário, morre aos 80 anos

Joni Sledge (do grupo Sister Sledge):

Morre Joni Sledge, integrante do grupo vocal Sister Sledge

Belchior:

Belchior nos deixa fina poesia, brilho e belíssimas canções

Jerry Adriani:

Jerry Adriani: um ser humano adorável e um grande artista

Gregg Allman (do grupo The Allman Brothers):

O roqueiro Gregg Allman nos deixa aos 69 anos de idade

Kid Vinil:

O Kid Vinil, gentleman que se tornou um herói real do Brasil

Chris Cornell (do grupo Soundgarden):

Chris Cornell, ou mais um dos grandes que nos deixa cedo

Almir Guineto:

Almir Guineto, belo craque do samba, nos deixa aos 70 anos

Barros de Alencar (radialista, apresentador de TV e cantor):

Barros de Alencar, radialista e cantor, nos deixa aos 84 anos

Michael Johnson:

Michael Johnson/Bluer Than Blue nos deixa aos 72 anos

Luiz Melodia:

Luiz Melodia: o adeus a esse mestre inclassificável da MPB

Chester Bennington (do grupo Linkin Park):

Morre Chester Bennington, o vocalista do grupo Linkin Park

Grant Hart (do grupo Husker Du):

Grant Hart, ex-Husker Du, faz a sua última e triste viagem

Walter Becker (do grupo Steely Dan):

Walter Becker, do Steely Dan, sai do cenário pop aos 67 anos

Bunny Sigler:

Bunny Sigler, grande nome do Philly Sound, morre nos EUA

Tom Petty:

Tom Petty, elo perdido entre os Byrds e o R.E.M., viajou

Laudir de Oliveira (do grupo Chicago):

Músico Laudir de Oliveira, ex-Chicago, morre durante show

Malcolm Young (do grupo AC/DC) e George Young (do grupo Easybeats e produtor):

Malcolm e George Young são desfalques de família rocker

Fats Domino:

Fats Domino, um precursor do rock, nos deixa aos 89 anos

Pat Dinizio (do grupo The Smithereens):

Pat Dinizio, vocalista e o líder dos Smithereens, nos deixa

Pat Dinizio, vocalista e o líder dos Smithereens, nos deixa

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Por Fabian Chacur

Em meio ao verdadeiro mar de bandas de tecnopop, heavy/hard rock e new wave que predominavam no cenário rocker dos anos 1980, os Smithereens soavam como uma verdadeira anomalia. Naquele tempo, alguém fazendo uma vigorosa e personalizada releitura do rock anos 1963-1966? Sem chance! Mas eles marcaram época, mesmo assim. Seu líder, o incrível cantor, compositor e guitarrista Pat Dinizio, nos deixou nesta terça (12), com 62 anos.

A morte deste artista oriundo de Scotch Plains, New Jersey, não teve sua causa divulgada, e quem a revelou foram seus ex-colegas de banda em um comunicado oficial nas redes sociais. O fato é que desde 2015, quando sofreu duas quedas que o deixaram com problemas para tocar, o músico sofria com problemas de saúde. Em setembro deste ano, há registros de que ele teria tido nova queda, e que vinha tentando se recuperar. Infelizmente, não foi possível.

Ao lado de Jim Babjak (guitarra e vocais), Dennis Diken (bateria e vocais) e Mike Mesaros (baixo e vocais), também oriundos de New Jersey, Dinizio criou o The Smithereens em 1980. Após lançarem dois ótimos EPs independentes, Girls About Town (1980) e Beauty And Sadness (1983), eles batalharam muito e ouviram inúmeros “não” de várias gravadoras, até enfim conseguiram um contrato com a Enigma Records.

Em 1986, lançaram Specially For You, na minha humilde opinião um dos melhores álbuns de estreia de uma banda oitentista. Com uma mistura da sonoridade de grupos como Beatles, Hollies, The Who e aquele espírito meio Merseybeat 1963-1966, ofereceram aos ouvintes maravilhas como a envolvente e vigorosa Blood And Roses, a balada-bossa In a Lonely Place (dueto com Suzanne Vega, que havia sido chefe de Dinizio em uma pequena empresa) e o rockão Behind The Wall Of Sleep, só para citar algumas faixas.

Com uma voz melódica e ótimas composições, Dinizio era o destaque do time, mas seus colegas eram do mesmo alto nível, com Babjak fazendo uma dobradinha impecável de guitarra com ele e a dupla Diken/Mesaros segurando todas na cozinha rítmica. O álbum não passou do número 51 na parada pop americana, mas conquistou os fãs mais atentos de rock, sendo que Blood And Roses entrou na trilha do filme Dangerously Close (1986) e de um episódio da badalada série de TV Miami Vice.

Green Throughs (1988) veio a seguir, com direito a outras pedradas, como os rockões Only a Memory e House We Used To Live In. Em 1989, sai 11, o álbum que obteve a melhor posição do quarteto nos charts americanos (nº 41) e que traz seu single mais bem colocado nas paradas de compactos, A Girl Like You (nº 38).

A partir dos anos 1990, o quarteto americano praticamente sumiu dos charts, mas prosseguiu fazendo shows e lançando discos bem recomendáveis, entre os quais o excelente e hoje raro A Date With The Smithereens(1994), único trabalho lançado por eles com o selo RCA. Em 1997, Pat Dinizio lança o primeiro dos quatro trabalhos solo que gravaria, o ótimo Songs And Sounds.

Na década passada, os Smithereens prestaram tributo a quem tanto os influenciou com dois CDs: Meet The Smithereens! (2007), no qual regravaram na íntegra o primeiro álbum dos Beatles que a Capitol Records lançou nos EUA (incluindo I Wanna Hold Your Hand, I Saw Her Standing There e It Won’t Be Long, entre outras), e The Smithereens Plays Tommy (2009), com faixas da ópera-rock Tommy, do The Who.

Poucos artistas conseguiram recriar com tamanha inspiração e talento a sonoridade rocker dos anos 1960 como Pat Dinizio, ele que também era fã declarado do genial Buddy Holly, pioneiro do rock e influência decisiva no som dos Beatles. Curiosidade: durante as gravações de Specially For You, mais precisamente no dia 31 de dezembro de 1985, morria Ricky Nelson, certamente um dos artistas que influenciou a sonoridade dos Smithereens.

A primeira faixa dos Smithereens a ser lançada no Brasil foi Blood And Roses, em uma coletânea com músicas de vários artistas intitulada Dancing, em 1986. Depois, tivemos alguns de álbuns em nossas lojas, mas infelizmente nunca o seminal Specially For You. Hoje, todos são raridades daquelas. E algumas de suas músicas tocaram por aqui nas rádios rock nos anos 1980, especialmente A Girl Like You.

Blood And Roses– The Smithereens:

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