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Coletânea R-Kive faz uma boa viagem pela obra do Genesis

R-Kive-genesis-400xPor Fabian Chacur

Foi lançado na Inglaterra e no exterior um documentário que dá uma geral na carreira do Genesis. Ainda sem previsão de lançamento no Brasil, o filme conta com depoimentos atuais de seus integrantes e imagens de arquivo dos mais de 40 anos da carreira da banda britânica. Como consolo, acaba de sair por aqui via Universal Music a coletânea tripla R-Kive, espécie de complemento do vídeo.

Durante esses anos todos, foram lançadas várias compilações com músicas da célebre banda inglesa, um dos pilares do rock progressivo. No entanto, esta aqui é sem sombra de dúvidas a mais abrangente e bem pensada, especialmente para aqueles que não conhecem bem o seu trabalho, ou que gostariam de poder ouvir momentos representativos de todas as suas fases.

São no total 37 faixas, sendo 22 do grupo e três de projetos individuais de cada um dos cinco integrantes mais importantes da história do grupo: Phil Collins (bateria e vocal), Peter Gabriel (vocal), Peter Banks (teclados), Steve Hackett (guitarra) e Mike Rutherford (baixo e guitarra). Ou seja, pela primeira vez uma coletânea mistura esse material todo.

A distribuição das músicas foi feita de forma bastante inteligente. O primeiro CD enfatiza a fase mais progressiva nos moldes tradicionais do gênero, quando Peter Gabriel era o vocalista do Genesis. São 9 faixas, sendo Supper’s Ready com mais de 23 minutos de duração. Longas passagens instrumentais, melodias próximas da música erudita, especialmente de sua vertente mais romântica, letras psicodélicas, eis as marcas dessa fase.

Entre improvisos e faixas mais longas, também temos nesse disco as mais compactas I Know What I Like (in Your Wardrobe) e Carpet Crawlers, que davam leves dicas do que viria. A faixa que encerra essa parte é Ace Of Wands, do primeiro trabalho solo de Steve Hackett (Voyage Of The Acolyte), da qual participam Phil Collins e Mike Rutherford.

O segundo CD registra a banda em sua fase de transição, sem Gabriel e Hackett e com Phil Collins nos vocais, aos poucos mergulhando um pouco mais no rock eletrônico, no pop e em outros elementos musicais. Os trabalhos solo também mostram uma amplitude enorme, como provam Solsbury Hill e Biko (Peter Gabriel), In The Air Tonight (Phil Collins) e Every Day (Steve Hackett).

O terceiro CD apresenta o Genesis com a cara que o tornou ainda mais bem-sucedido em termos comerciais, um pop rock consistente, musculoso e que não perdeu a força de seus tempos mais progressivo nos moldes dos anos 70. Ou seja, a ousadia continuou presente, só que de outras formas, como provam Invisible Touch, I Can’t Dance, Land Of Confusion e Hold On My Heart.

Também é interessante ouvir as faixas do bem-sucedido grupo alternativo de Mike Rutherford, o Mike + The Mechanics, com direito às ótimas The Living Years e Over My Shoulder. Os outros momentos solo incluídos aqui mostram desde experiências com o flamenco (Nomads, de Steve Hackett) e a música erudita (Siren, de Tony Banks).

O legal desta compilação é que não houve a intenção de reunir todos os hits. Outras coletâneas já cumpriram essa missão anteriormente. Aqui, o fundamental foi apresentar momentos representativos da carreira do grupo e de seus integrantes, mesmo que em alguns casos não se tratasse das faixas mais conhecidas.

R-Kive conta com belíssima embalagem digipack e um encarte com ótimo texto repleto de aspas dos cinco músicos (que contribuíram diretamente na realização desta coletânea) e fotos das capas de todos os álbuns dos quais faixas foram extraídas (no caso do Genesis, todos de estúdio a partir do álbum Foxtrot, de 1970, que marcou o início da “fase adulta” da banda).

Ouvir R-Kive na íntegra e na sequência é uma bela forma de se viajar na trajetória de uma banda que nunca teve medo de experimentar novos rumos e formatos para a sua música, tanto em conjunto como em suas trajetórias individuais paralelas. Que venha logo o documentário, para que possamos ter a experiência integral CDs+filme.

Supper’s Ready – Genesis:

Mama -Genesis:

Invisible Touch – Genesis:

Morre Peter Banks, da fase inicial do Yes

Por Fabian Chacur

Morreu no último dia 7 de março, em Londres, vítima de parada cardíaca, o músico britânico Peter Banks. Ele tinha 65 anos e ficou conhecido no universo do rock progressivo como o primeiro guitarrista do Yes, com o qual gravou os bons álbuns Yes (1969) e Time And a Word (1970).

Embora tenha saído do Yes ainda em sua fase inicial, quando o sucesso comercial da célebre banda inglesa ainda não era tão grande, Banks deixou sua marca na obra do grupo, e é considerado por especialistas como um dos músicos mais talentosos da história do rock progressivo. Seu desempenho no brilhante cover de Every Little Thing, dos Beatles, serve como boa prova dessa afirmação.

Depois de deixar Jon Anderson e sua turma, Peter Banks integrou bandas como a Flash e a Empire, além de investir em carreira solo razoavelmente produtiva, embora sem tanta repercussão. Ele nasceu em 15 de julho de 1947, e reza a lenda que foi dele a sugestão de que o grupo britânico até hoje na ativa fosse batizada como Yes, nomenclatura assumida de forma provisória pelo grupo em princípio, mas que logo se solidificou.

Every Little Thing, com o Yes:

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