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Francis Hime faz show de piano solo no Rio neste domingo (6)

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Por Fabian Chacur

Além de ótimo cantor e compositor, Francis Hime também é admirado por ser um excelente pianista. E é nessa sua vertente artística que está centrado o show Inéditas Francis Hime, que vai rolar neste domingo (6) às 18h no Rio de Janeiro na Sala Cecília Meireles (Largo da Lapa, nº 47- Centro), com ingressos a R$ 12,50 e R$ 25,00 (mais informações aqui).

Nesta apresentação, Francis estará no palco no melhor estilo piano solo. Além dele, teremos a participação especial de Hugo Pilger (cello). O espetáculo equivale a uma pequena prévia de seu novo álbum, Estuário das Canções, com 12 temas instrumentais inéditos, que será lançado no próximo dia 11. Ele dá uma prévia do set list.

“O show vai traçar um painel da minha relação com este meu companheiro, o piano, com quem convivo desde os seis anos de idade. Do disco inédito (Estuário das Canções), vou tocar quatro temas: Canção para Raphael Rabello, Canção para Luiz Eça, Para Olivia e Um Rio”.

Também estarão presentes versões instrumentais de alguns de seus clássicos, como Meu Caro Amigo, Passaredo, Vai Passar e Sem Mais Adeus, além de uma releitura de Olha Maria, composição de seu parceiro mais constante, Chico Buarque, com os saudosos Vinícius de Moraes e Tom Jobim.

Vai Passar (ao vivo)- Francis Hime:

Dr. John, o cara que eu descobri com o hit Right Place Wrong Time

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Por Fabian Chacur

Conheci esse tal de Dr. John quando tinha meus 12 anos de idade, mais precisamente ao ouvir o compacto simples de vinil Right Place Wrong Time, um funk de verdade irresistível que me ganhou logo de cara. Cansei de tocar aquele disco! No entanto, fiquei durante muitos anos sem pensar nele novamente, até que, em 1989, a rádio Eldorado passou a tocar de forma constante um delicioso dueto feito por ele com a cantora Rickie Lee Jones, Makin’ Whoopee (ouça aqui ). Estas são as referências para mim desse gênio da música, que nos deixou nesta quinta (6) aos 77 anos. Uma perda lastimável!

Malcolm John Rebennack, nome de batismo deste cantor, compositor e músico (principalmente pianista) americano, nasceu em 20 de novembro de 1941. Foi desses talentos precoces, pois logo aos 16 anos já era profissional, atuando como músico de estúdio. Gravou seu primeiro disco solo, o elogiado Gris-Gris, em 1968, e desde esse início mostrava que não era um cara comum.

Sua mistura de soul, funk, psicodelia, jazz, blues e o que mais pintasse não demorou a se tornar influente, com um balanço típico do som feito na cidade de New Orleans, uma das mais musicais dos EUA e por consequência, do mundo.

Em 1972, o cara resolveu homenagear a música daquela capital da música com o álbum Dr. John’s Gumbo, composto basicamente por clássicos da música de New Orleans. Um discaço, do qual despontou Iko Iko, uma das coisas mais contagiantes jamais gravadas por alguém (ouça aqui). Aqui, sua voz rouca de timbre envolvente dá as cartas.

Seu momento de maior visibilidade em termos comerciais se deu em 1973, quando chegou às lojas o álbum In The Right Place. Com produção a cargo de outro mestre da música de New Orleans, o saudoso e genial Allen Toussaint, e acompanhamento instrumental da matadora banda The Meters, não tinha como dar errado. É exatamente daqui que saiu o hit Right Place Wrong Time, que no formato single atingiu o posto de nº 9 nos EUA. O álbum chegou ao 24º lugar.

O álbum In a Sentimental Mood (1989) traz sua intenção logo no título, e teve em Makin’ Whoopee sua faixa de maior destaque. A presença da incrível cantora, compositora e musicista Rickie Lee Jones por aqui não foi por acaso: Dr. John teve participação destacada no álbum de estreia da moça em 1979, um dos melhores do rock americano daquele período.

Momentos importantes na carreira desse gênio poderiam ser relembrados aos borbotões. Vou me resumir a alguns deles: ganhou seis Grammys, o Oscar da música, integra o Rock and Roll Hall Of Fame desde 2011 e participou da primeira formação da All Starr Band, de Ringo Starr, liderada pelo ex-beatle e na qual esteve ao lado de Levon Helm e Rick Danko (ambos do The Band), Nills Loefgren, Jim Keltner, Joe Walsh (dos Eagles), Billy Preston e Clarence Clemmons. Ah, e ele também tocou na releitura do hit pop Mockinbird (ouça aqui) feita por James Taylor e Carly Simon nos anos 1970.

Que tal essa ligeira amostra? Descanse em paz, The Night Trippers!

Right Place Wrong Time– Dr. John:

Benito di Paula leva a turnê Fim de Papo a Belo Horizonte (MG)

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Por Fabian Chacur

Em fevereiro deste ano, Benito di Paula deu início à turnê Fim de Papo, que ele anuncia como a última de sua bem-sucedida carreira. A previsão é de que sejam realizados shows em aproximadamente 120 cidades do Brasil e do exterior. Nesta sexta (31), esse incrível cantor, compositor e pianista marcará presença em Belo Horizonte (MG), em show único às 21h no Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, nº 1.537- Centro- fone 0xx31-3236-7400), com ingressos de R$ 60,00 a R$ 75,00.

Uday Vellozzo (seu nome de batismo) nasceu em Nova Friburgo (RJ) em 28 de novembro de 1941. Depois de batalhar durante muitos anos como músico da noite em São Paulo, lançou o seu primeiro álbum em 1971. Pouco depois, estourou nacionalmente, graças a hits massivos como Mulher Brasileira, Charlie Brown, Retalhos de Cetim e muitos outros, especialmente durante a década de 1970, a fase áurea de sua trajetória musical.

A explicação para o sucesso de Benito di Paula reside em uma mistura muito criativa e contagiante de samba, música latina e romantismo, com uma forma jazzística e sofisticada de tocar piano. De quebra, ele também é um ótimo cantor, e ao vivo costuma primar por improvisos e muita inventividade. Nos shows da atual turnê, ele conta com a participação do filho, Rodrigo Vellozo, e além dos hits, também toca músicas do mais recente álbum de inéditas, Essa Felicidade É Nossa, lançado em 2017 pela 74 Music.

Mulher Brasileira– Benito di Paula:

Johnny Alf e sua essência são as marcas de dois álbuns digitais

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Por Fabian Chacur

Alfredo José da Silva, embora sóbrio, não era um nome muito charmoso para um dos grandes nomes da história da nossa música. Felizmente, ele atendeu a sugestões de amigos e tornou-se Johnny Alf, denominação muito mais classuda. E deu muito certo. Esse grande cantor, compositor e pianista carioca, que completaria 90 anos no próximo dia 19, mas que infelizmente nos deixou em 2010, construiu uma obra sólida e densa que merecia ser bem mais cultuada do que é. A Kuarup acaba de disponibilizar em todas as plataformas digitais dois álbuns inéditos deste gênio, intitulados O Autor e O Intérprete.

Para alguns dos maiores especialistas no tema, entre eles o jornalista Ruy Castro, Johnny foi o pioneiro da bossa nova, misturando com criatividade e sutileza samba e jazz já no início da década de 1950. Versátil, ele sabia não só compor com desenvoltura como também tocar um piano personalizado, além de reler com classe canções alheias. Um artista de primeira, que habitualmente rendia o máximo ao vivo, nos palcos da vida, com uma categoria reservada a poucos.

Os dois álbuns digitais trazem faixas extraídas de gravações ao vivo realizadas no início dos anos 2000 pertencentes ao acervo do produtor e empresário Nelson Valência, que trabalhou por muitos anos com Johnny Alf. Esse material foi pesquisado pelo consagrado produtor musical e jornalista Thiago Marques Luiz, que se incumbiu de selecionar o repertório que chegou aos produtos finais.

O álbum O Autor nos traz dez das composições mais icônicas do nobre songbook do artista carioca, com direito a Rapaz de Bem, O Que é o Amor, Eu e a Brisa e Ilusão À Toa. O Intérprete, por sua vez, nos oferece suas certeiras releituras de maravilhas alheias do porte de Corcovado, Chega de Saudade, Desafinado, Valsa de Eurídice, Alguém Como Tu e The Shadow Of Your Smile.

Totalmente à vontade e em excelente forma, tanto vocal como instrumental, Johnny aparece no formato do trio de jazz, acompanhado por um guitarrista e um baterista. Suas performances tem total DNA jazzístico, respeitando as melodias mas não se negando a improvisos deliciosos e a belos solos de piano e guitarra aqui e ali. Em alguns momentos, ele fala com a plateia, dando informações sobre as músicas. A qualidade de áudio é das melhores.

O material merecia ter lançamento físico, com direito a um encarte com texto informativo redigido por Thiago e uma capa aproveitando as simples, porém muito belas e eficientes imagens que ilustram as versões digitais, mas só o fato de essas gravações raras chegarem à tona e estarem agora disponíveis para todos os fãs da melhor música brasileira já merece fartos aplausos.

O Intérprete- Johnny Alf (ouça em streaming):

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