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Syd Barrett, 70 anos, enigma que impulsionou o Pink Floyd

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Por Fabian Chacur

Um dos grandes enigmas da história do rock atende pelo nome de Syd Barrett. Líder da envolvente fase inicial do Pink Floyd, este cantor, compositor e guitarrista britânico sumiria de cena de forma estranha, ainda muito jovem, deixando um legado de pura genialidade. Se vivo, ele estaria completando 70 anos de idade nesta quarta (6). O roqueiro britânico nos deixou no dia 7 de julho de 2006, após longo ostracismo.

Barrett entrou no Pink Floyd em 1965, quando a banda ainda buscava um nome decente. Ele acabou sendo responsável por esse batismo, homenageando dois bluesmen que curtia muito, Pink Anderson e Floyd Council. E não demorou a se tornar o líder do time, como cantor de voz peculiar e agradável, compositor original e guitarrista de solos peculiares e timbres envolventes e viajantes.

Não demorou para que o Floyd se tornasse um dos grupos mais badalados da efervescente cena londrina do período, ajudando a criar os parâmetros para o estilo roqueiro rotulado como psicodelia, repleto de efeitos especiais, climas viajantes e etéreos e momentos imprevisíveis e soturnos. Arnold Layne, seu matador primeiro single, veio em 1967.

Em 1967, o ano em que o psicodelismo se tornou o estilo mais popular e influente naquele momento em termos de rock, o Pink Floyd nos proporcionou outro single incrível, See Emily Play, e o álbum The Piper At The Gates Of Dawn, com 8 faixas assinadas só por Syd, duas pelos quatro integrantes do time e uma pelo baixista Roger Waters. Um LP/CD indispensável para quem gosta de rock viajante.

Aí, Syd pirou. Com tendências a esquizofrenia, ele mergulhou de cabeça no LSD e outras drogas, e isso acelerou suas tendências a comportamentos erráticos, que foram piorando a cada semana. No início de 1968, seus colegas tentaram uma solução paliativa ao convidar um amigo de Barrett, o guitarrista e cantor David Gilmour, para entrar inicialmente como um quinto integrante, concentrando-se nos shows.

Nada melhorou, e em abril de 1968, o grupo divulgou a saída oficial de Syd Barrett do time. Seus colegas, no entanto, não desistiram dele. Durante boa parte de 1969, Gilmour e Waters foram aos estúdios da EMI com o ex-colega, no intuito de viabilizar um disco solo. Esse trabalho saiu em 1970, The Madcap Laughs, um disco que, se não é tão bom como seu trabalho no Floyd, é ainda repleto de bons momentos.

Ainda em 1970, com Gilmour (agora ajudado por Richard Wright) novamente na produção, sai Barrett, seu segundo álbum individual. Até 1972, ainda teríamos algumas tentativas de gravações e de shows, mas a partir daí, quando o cantor e guitarrista tinha apenas 26 anos, sua carreira como músico chegou ao fim. O cara virou um verdadeiro zumbi, morando com a mãe na maior parte do tempo e pintando quadros.

O Pink Floyd nunca se esqueceu de seu ex-líder, e fez músicas inspiradas na loucura ou explicitamente em Barrett, sendo que no segundo caso se encaixa a seminal Shine On You Crazy Diamond, incluída em Wish You Were Here (1975). Ainda seria lançado um álbum de inéditas de Barrett em 1988, Opel, com gravações daquele período 1969-1970, assim como coletâneas (como The Best Of Syd Barrett- Wouldn’t You Miss Me?) e registros ao vivo para a rádio BBC de Londres.

Quando finalmente deixou esse plano espiritual rumo ao desconhecido, em 2006, Syd Barrett já era uma figura do passado há muitos e muitos anos. Uma pena. Como teria sido se ele não tivesse mergulhado nessa viagem interna sem volta e continuasse sua vida como criador musical? Uma resposta que nunca teremos. Mas sua obra, mesmo pequena, é das mais atraentes, e continua influenciando novas gerações de músicos até hoje. E isso é o que importa.

Arnold Layne– Pink Floyd:

See Emily Play– Pink Floyd:

Octopus– Syd Barrett:

Terrapin– Syd Barrett:

David Gilmour encanta os fãs em um belíssimo show em SP

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Por Fabian Chacur

A guitarra e a voz de David Gilmour sempre foram partes fundamentais do som do Pink Floyd. Após longas décadas de espera, finalmente o Brasil tem a oportunidade de ver ao vivo esse mito do rock. Em São Paulo, a passagem do mestre na Allianz Parque gerou duas noite de excelência musical. Mondo Pop presenciou a segunda, neste sábado (12). De arrepiar.

A estrutura do show em termos técnicos superou as expectativas. Qualidade de som impecável, com direito a um ótimo aproveitamento da bela acústica do estádio do Palmeiras. Em termos visuais, o telão gigante em formato circular se mostrou versátil, servindo para exibir clipes durante algumas músicas, mostrar Gilmour solando em tamanho gigante e reforçando efeitos de iluminação em alguns momentos.

A ousadia de incluir sete músicas de seu mais recente álbum, Rattle That Lock, no repertório, se mostrou bem-sucedida pelo fato de as canções serem ótimas, e também por terem sido incluídas em momentos estratégicos do show, ladeadas por duas de outro álbum solo (On An Island, de 2006) e 12 clássicos do Pink Floyd. O público encarou a estratégia numa boa, vibrando em todos os momentos.

O espetáculo abriu às 21h12 com três do novo CD, a instrumental 5Am, o rockão Rattle That Lock e a balada Faces Of Stone. Se a coisa já começou em alto estilo, pegou fogo logo a seguir, com o megaclássico Wish You Were Here. A Boat Lies Waiting (do disco novo) e The Blue (de On An Island) não deixaram a peteca ir ao chão.

Dois petardos extraídos do álbum The Dark Side Of The Moon, as icônicas Money e Us And Them, fizeram o estádio ir à loucura. In Any Tongue, de Rattle The Lock, serviu como boa ponte para High Hopes, do álbum The Division Bell (1994), do Pink Floyd, um bom encerramento para a primeira parte do espetáculo, que durou pouco mais de uma hora.

A abertura da segunda parte do show equivaleu a uma viagem a 1967, quando o Pink Floyd, ainda sem David Gilmour e liderado por seu amigo Syd Barret, lançava o incrível Piper At The Gates Of Dawn. A faixa de abertura desse CD, a lisérgica Astronomy Domine, veio acompanhada por uma avalanche de luzes, criando um clima de pura psicodelia. Shine On You Crazy Diamond, de Wish You Were Here, deu sequência à viagem.

Fat Old Sun, a bela balada folk de Atom Heart Mother (1970), soou cristalina e mostrando suas influências do estilo de Paul McCartney. A seguir, três faixas mais recentes vieram, a bela On An Island (do disco homônimo) e mais duas de Rattle That Lock, a jazz/blues The Girl In The Yellow Dress e a intensa Today. Sorrow, bom momento de A Momentary Lapse Of Reason (1987), primeiro do Floyd sem Roger Waters, veio a seguir. E para fechar, a vibrante Run Like Hell, um dos melhores momentos do álbum The Wall (1979).

Se o show já havia sido um verdadeiro arraso em termos gerais, seu bis veio para concluir os trabalhos de forma matadora. Time e Breathe (de The Dark Side Of The Moon) e a delirante Confortably Numb (de The Wall) proporcionaram mais 15 minutos de intensidade e prazer aos milhares de fãs presentes, que literalmente urraram.

Aos 68 anos, David Gilmour se mostrou em ótima forma. Cantou (bem) todas as músicas em seus tons originais. Seus célebres solos de notas espaçadas e bem exploradas continuam intensos, sempre mesclados com momentos mais agressivos, mas sem nunca sair de um estilo classudo e personalizado. Que me perdoe Roger Waters, mas Gilmour sempre foi a parte mais musical do Floyd, e isso ele provou neste belo show, um dos melhores no Brasil em 2015.

Rattle That Lock– David Gilmour:

Today– David Gilmour:

Faces Of Stone– David Gilmour:

David Gilmour está por perto! Saiba tudo sobre o show dele

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Por Fabian Chacur

O brasileiro infelizmente nunca teve a oportunidade de ver o Pink Floyd ao vivo. O consolo ficou por conta das visitas de seu baixista, cantor e compositor, Roger Waters. Agora, chega a vez de finalmente conferirmos ao vivo o outro grande pilar dessa banda lendária, o guitarrista, cantor e compositor David Gilmour. Está chegando a hora de ver esse mestre no show que divulga o seu novo álbum solo, Rattle That Lock.

O fã pode esfregar as mãos, pois o espetáculo só tem grandes atrativos. A banda que acompanhará o ex-integrante do Floyd traz nomes badalados, especialmente o guitarrista Phil Manzanera, que brilhou nos anos 70 e 80 com a seminal banda Roxy Music. Guy Pratt (baixo) e Jon Carin (teclados) já tocaram em turnês de Gilmour e do Pink Floyd.

Completam o time Stevie Distanislao (tambores e percussão), Kevin McAllea (teclados), Theo Travis (sax e clarinete), João Mello (sax), Bryan Chambers (vocais de apoio) e Louise Marshall (vocais de apoio). Se em termos musicais a coisa é de primeira, a parte de áudio e vídeo é digna de um outro mundo, com direito a dez contêineres de equipamentos cênicos para concretizar efeitos grandiosos de luz e de laser.

O repertório do show mescla músicas do novo CD solo de Gilmour com outras mais antigas e também clássicos floydianos, entre os quais Fat Old Sun, Confortably Numb, Money e Us And Them. O espetáculo terá duas partes, uma de aproximadamente 70 minutos e outra durando por volta de 80 minutos, com intervalo de 20 minutos. A equipe que viaja com o roqueiro inclui 150 pessoas, somadas às 150 contratadas por aqui.

Nascido em 6 de março de 1946, David Gilmour começou sua carreira musical tocando em pequenas bandas. Em 1968, sua vida mudou ao ser convidado a tocar no grupo de seu amigo Syd Barrett, o então ainda emergente Pink Floyd. Eles chegaram a fazer quatro ou cinco shows juntos, mas Barrett literalmente pirou, e a guitarra da banda ficou em mãos únicas a partir daí.

Com o tempo, o músico ganhou muita importância no grupo, graças a uma voz ótima e a um estilo de tocar guitarra original e muito bem desenvolvido, com direito a notas longas e incrível aproveitamento dos espaços vazios e silêncios. Em 1978, lançou David Gilmour, seu primeiro trabalho solo, que seria seguido em 1984 por About Face. Ele virou o líder do Floyd a partir da saída de Roger Waters.

Em 2006, voltou à carreira solo com o elogiado On An Island, seguido pelo ao vivo Live In Gdansky (2008) e o mais recente Rattle That Lock. Gilmour também trabalhou com artistas célebres como Eric Clapton, Paul McCartney, Kate Bush, Supertramp, The Dream Academy e Phil Manzanera, sendo que este último é o coprodutor de Rattle That Lock.

Os shows em São Paulo serão nos dias 11 e 12 de dezembro na Allianz Parque (avenida Francisco Matarazzo, 1.705- Água Branca), com ingressos custando de R$ 160,00 a R$ 1.200,00. Os outros espetáculos no Brasil rolam dia 14 de dezembro em Curitiba na Pedreira Paulo Leminski e dia 16 de dezembro na Arena do Grêmio. Mais informações sobre os shows aqui .

SET LIST SHOW 3.10.2015- Royal Albert Hall- Londres-Inglaterra:

Parte 1:

1. 5 A.M.

2. Rattle That Lock

3. Faces of Stone

4. Wish You Were Here

5. A Boat Lies Waiting

6. The Blue

7. Money

8. Us and Them

9. In Any Tongue

10.High Hopes

Parte 2:

11. Astronomy Domine

12. Shine On You Crazy Diamond (Parts I-V)

13. Fat Old Sun

14. On an Island

15. The Girl in the Yellow Dress

16. Today

17. Sorrow

18. Run Like Hell

BIS:

19. Time

20. Breathe (Reprise)

21. Comfortably Numb

Live In Gdansk- David Gimour:

The Girl In The Yellow Dress– David Gilmour:

DVD traz bastidores de Wish You Were Here

Por Fabian Chacur

Wish You Were Here (1975) foi provavelmente o disco mais complicado de ser feito entre os títulos incluídos na discografia do Pink Floyd. E não é difícil entender o por quê essa gestação teve tanta dificuldade.

Como suceder The Dark Side Of The Moon (1973), um dos melhores, mais bem-sucedidos em termos artísticos e comerciais e até hoje um ícone do nosso amado rock and roll? Não era tarefa para qualquer zé mané da vida.

The Story Of Wish You Were Here, documentário que a ST2 acaba de lançar no Brasil, busca mostrar o processo que gerou este álbum, que se não tem o mesmo status e brilho do antecessor, certamente é repleto de qualidades, incluindo algumas canções que não saem dos set lists das rádios de todo o planeta.

O filme apresenta reveladoras entrevistas recentes feitas com Roger Waters (vocal e baixo), David Gilmour (guitarra e vocal) e Nick Mason (bateria), além de se valer de trechos de um papo levado com o saudoso tecladista Richard Wright lá pelos idos de 2001.

Do início do processo criativo, com um riff de guitarra feito por Gilmour que gerou a primeira música a ser composta para o álbum, Shine On You Crazy Diamond, homenagem direta ao fundador da banda, Syd Barrett, até a conclusão das gravações, o relato traz cenas da época, detalhes sobre as gravações e muita informação.

A participação do cantor e compositor Roy Harper no vocal principal da canção Have a Cigar, por exemplo, que Gilmour aprovou e do qual Waters revela não ter gostado. Essa música é uma forte estocada em cima dos executivos das grandes gravadoras e da forma como se relacionavam com os grupos que contratavam.

As entrevistas também falam da relação deles com Syd Barrett, e também do fato de a canção que dá nome ao álbum não ser uma homenagem explícita a ele. O relato da mítica visita de Barrett aos estúdios durante as gravações do álbum arrepia, com direito a uma foto do que havia restado do músico, antes boa pinta, naquele momento gordo, careca e patético. Triste.

As músicas são destrinchadas uma a uma, com detalhes muito interessantes sobre como foram criadas, além de depoimentos de pessoas que participaram das gravações, jornalistas e outras figuras com boas opiniões a dar sobre o álbum e a banda.

O DVD traz ainda 25 minutos adicionais de entrevistas que ajudam a explicar como Wish You Were Here surgiu para vender mais de 13 milhões de cópias no mundo todo. Tipo do ítem indispensável para quem é fã do velho e bom Floyd, e também para os estudiosos do rock.

Veja The Story Of Wish You Were Here:

21 x Dark Side Of The Moon, a disputa pop

Por Fabian Chacur

O mundo da música pop vive uma disputa improvável no momento. Bem improvável, por sinal. De um lado, 21, segundo álbum do fenômeno Adele. Do outro, Dark Side Of The Moon, trabalho clássico do Pink Floyd.

Esta semana, notícia no site da revista New Musical Express informa que o mais recente CD de Adele ultrapassou Dark Side Of The Moon em termos de vendagens.

Com 4.14 milhões de cópias vendidas, o álbum da jovem intérprete agora é o sexto mais vendido na história da indústria fonográfica do Reino Unido. Se vender mais 21 mil cópias, ultrapassará Brothers In Arms (1985), do Dire Straits, assumindo assim o quinto posto. Os analistas prevêem que isso ocorrerá até o fim deste mês.

Se Adele vence no Reino Unido, em termos de EUA Dark Side Of The Moon é imbatível nos quesitos permanência nas paradas e vendas, algo que só mesmo o tempo poderá proporcionar a 21. Se proporcionar…

Lançado em 17 de março de 1973, Dark Side Of The Moon é de longe o recordista de permanência na parada americana, onde se mantém há absurdas 800 semanas.

Como forma de medir tal força, vale lembrar que o segundo álbum que se manteve por mais tempo nas listas de lá, Johnny’s Greatest Hits, de Johnny Mathis (1958), ficou nos charts por “apenas” 490 semanas.

Em termos de vendas, o emblemático trabalho do Pink Floyd vendeu até hoje na terra de Barack Obama em torno de 15 milhões de cópias, enquanto 21 ultrapassou até o momento 7 milhões de exemplares comercializados.

Uma curiosidade: mesmo tendo vendido tanto e permanecido por tanto tempo nas paradas, Dark Side Of The Moon só se manteve no primeiro lugar nos EUA por uma única semana, no mês de abril de 1973.

Veja Speak To Me/Breathe, com o Pink Floyd, em 2005:

Datas de Roger Waters no Brasil vão mudar

Por Fabian Chacur

A paixão do público argentino por Roger Waters recebeu uma prova concreta mais do que absurda nesta semana.

Em função de ter esgotado os ingressos para seis apresentações no imenso estádio do River Plate, em Buenos Aires, os organizadores da turnê mundial do astro resolveram abrir uma sétima data.

Dois detalhes tornam o fato ainda mais impressionante: os shows só irão ser realizados em março de 2012 e a arena tem capacidade para abrigar mais de 50 mil pessoas. Ou seja, mais de 350 mil pessoas irão ver esses shows.

Em função disso, os espetáculos que vão ser realizados no Brasil com o ex-integrante do Pink Floyd, cujo destaque é a execução na íntegra do célebre álbum The Wall (1979), sofrerão alterações.

O primeiro show, que rolaria no dia 17 de março em Porto Alegre, teve a data cedida para os argentinos.

Em função disso, haverá um reescalonamento das datas, mas sem cancelamentos. Os shows ocorreriam inicialmente nos dias 17 (Porto Alegre), 22 e 23 (São Paulo) e 24 (Rio).

A produtora Time 4 Fun, responsável pela nova vinda do cantor, compositor e baixista britânico ao Brasil, promete divulgar nos próximos dias a nova configuração da turnê por aqui, assim como preços, dia em que os ingressos começarão a ser vendidos etc.

Confortably Numb, com Roger Waters e David Gilmour:

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