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Two Door Cinema Club lança um novo single- Talk- após três anos

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Por Fabian Chacur

Três anos após o lançamento de seu terceiro álbum, Gameshow (2016), o grupo da Irlanda do Norte Two Door Cinema Club volta com um novo e muito simpático single. Trata-se de Talk, que marca a estreia deles no selo Prolifica Inc., após ter lançado os trabalhos anteriores pela Glassnote. O trabalho está sendo divulgado com uma estratégia que remete a outras eras do marketing no mundo musical, a instalação de outdoors em cidades estratégicas para eles como Londres, Paris, Bruxelas, Berlim, Sidney, Nova York e Cidade do México.

Talk possui uma sonoridade bem calcada no melhor do tecnopop dos anos 1980, com direito a teclados, baterias eletrônicas, ótima melodia e um refrão daqueles que gruda no seu cérebro e nunca mais sai de lá, além de vocais muito bacanas. A produção ficou a cargo de um parceiro antigo deles, Jacknife Lee, também conhecido por seus trabalhos com U2, R.E.M. e The Killers, com as gravações realizadas em Londres e Los Angeles. Ainda não se sabe se o lançamento é o prenúncio de um novo álbum a caminho.

Com dez anos na estrada, o Two Door Cinema Club é integrado por Alex Trimble (vocal e guitarra), Kevin Baird (baixo e vocais) e Sam Halliday (guitarra e vocais). Além do já citado Gameshow, eles também tem no currículo Tourist History (2010) e Beacon (2012). Este último é o seu maior sucesso comercial, tendo atingido o topo da parada britânica e o 17º posto nos EUA. O trio esteve no Brasil pela primeira vez em 2011, e depois tiveram destaque nas edições de 2013 e 2017 do Lollapalooza Brasil, em São Paulo.

Talk (clipe)- Two Door Cinema Club:

Andy Gibb, astro pop que não aguentou o peso do estrelato

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Por Fabian Chacur

No dia 5 de agosto de 1988, Andy Gibb completou 30 anos de idade. Embora ainda bem jovem, já tinha vivido muito, e intensamente. Sucesso, consagração, badalação, vício, insegurança, problemas de saúde… Tudo foi muito intenso para ele. Tanto isso é verdade que, apenas cinco dias após se tornar trintão, o cantor e compositor britânico nos deixou, em um triste 10 de agosto daquele mesmo ano. Se a história acaba mal, o legado musical que ele nos deixou não poderia ter sido melhor.

A história de Andy Gibb é repleta de curiosidades e momentos bacanas. Ele nasceu na cidade inglesa de Manchester em 5 de agosto de 1958, o filho mais novo do casal Hugh e Barbara Gibb, que também gerou Lesley, Barry e os gêmeos Robin e Maurice. O fraldinha da companhia tinha apenas seis meses quando a família resolveu se mudar para a Austrália em busca de dias mais fartos e vitoriosos naquele lado do mundo.

Quando os Gibb voltaram à Inglaterra, em 1967, Barry, Robin e Maurice eram estrelas do pop-rock australiano, como integrantes dos Bee Gees e a ambição de conquistarem o Reino Unido e, na sequência, o mundo todo. Deu certo. Tanto que em pouco tempo o trio ganhou a idolatria de um contingente enorme de fãs, o que levou Hugh e Barbara a buscarem um lugar mais tranquilo para criarem seu filho caçula, já que Lesley ficou na Austrália e os outros já estavam voando com as próprias asas.

Em 1970, já vivendo em Ibiza, Ilhas Baleares (ao leste da Espanha), Andrew Roy Gibb (seu nome de batismo) começou a dar vasão a sua veia musical, cantando em bares na cidade e se acompanhando com o violão que ganhou de Barry. Ao voltarem ao Reino Unido em 1973, para morar na Ilha de Man, a família Gibb viu seu caçula montando pequenos grupos musicais. Quando ficou claro que o garoto realmente tinha talento, Barry resolve dar um conselho ao maninho.

Na opinião do filho mais velho dos Gibb, Andy poderia desenvolver melhor seu potencial na Austrália, onde não sofreria tanta pressão da mídia. Em 1974, ele foi para lá, e em 1975, após algumas tentativas, assinou com o pequeno selo local ATA Records e lançou o single Words and Music, um belo hit na terra dos cangurus. Aí, entrou na parada Robert Stigwood, empresário dos Bee Gees e dono da gravadora RSO.

Quando sentiu o potencial de Andy, Stigwood resolveu contratá-lo, o que se efetivou em 1976. Na época, os Bee Gees estavam mudando a sua base para Miami, Flórida, e foi para lá que o cantor se mudou. Antes, ficou uns dias nas Ilhas Bermudas, na casa de Stigwood e com o irmão Barry, com o intuito de compor músicas para o seu primeiro álbum.

Cercado por um elenco de músicos do primeiríssimo time sob o comando do genial tecladista, produtor e arranjador Albhy Galuten, um dos nomes fundamentais para a criação da fase rhytmn’ and blues/disco dos Bee Gees, Andy gravou um belíssimo álbum de estreia. Flowing Rivers saiu em 1977, e foi antecedido por um single de sucesso absurdo, I Just Want To Be Your Everything, que chegou ao primeiro lugar na parada americana.

O álbum atingiu o 19º posto na parada ianque e traz dez faixas, sendo nove composições dele (sendo duas parcerias com Galuten e uma com Barry) e uma só de Barry, exatamente o hit funky I Just Want To Be Your Everything. Também lançada em single, (Love Is) Thicker Than Water atingiu o primeiro lugar nos EUA e foi escrita por Andy e Barry. Outro momento incrível do álbum é a canção country Flowing Rivers, essa só do Gibb fraldinha.

Embora com diversas similaridades com o estilo que os Bee Gees desenvolviam na época, Andy não soava como um mero diluidor do trabalho deles. Muito longe disso. Com uma voz doce e capaz de valorizar as melodias bacanas disponíveis, ele se mostrou, aos 19 anos, com uma maturidade artística muito acima do que se poderia imaginar. Uma curiosidade: Joe Walsh, guitarrista dos Eagles, participou de duas faixas de Flowing Rivers.

Em 1978, veio seu segundo álbum. A faixa título, Shadow Dancing, saiu um pouco antes como single, e proporcionou ao jovem astro uma façanha: atingiu o primeiro lugar nos EUA e o tornou o primeiro artista na história da música pop a garantir a posição mais alta da parada americana dos compactos simples com seus três primeiros singles. Shadow Dancing, o álbum, traz oito composições de Andy, sendo seis sozinho, uma em parceria com Barry (Why) e outra escrita pelos quatro irmãos (a faixa-título).

As duas faixas que completam o segundo LP de Andy Gibb são a deliciosamente pop An Everlasting Love (de Barry Gibb e nº 5 na parada de singles) e a deslumbrante balada (Our Love) Don’ Throw It All Away (Barry e Blue Weaver, nº9 entre os singles mais vendidos). O álbum chegou ao nº 7 nos EUA, e sua faixa-título foi o maior hit de 1978 na terra de Barack Obama, acima até mesmo dos inúmeros hits do filme Saturday Night Fever, dos irmãos Gibb.

Em seu primeiro grande show solo, em 1978, ele contou com convidados especiais: nada menos do que os Bee Gees, a primeira vez em que os quatro irmãos pisaram juntos em um palco profissionalmente. Em 9 de janeiro de 1979, ele participou com destaque do show beneficente Music For Unicef, espetáculo que contou com os Bee Gees, Earth, Wind & Fire, Donna Summer, Abba e outros. Gibb aparece no álbum que documentou esse evento histórico interpretando as músicas I Go For You e Rest Your Love On Me, essa última em dueto com Olivia Newton-John.

É mais ou menos nessa época, quando Andy Gibb disputava os primeiros lugares das paradas de sucesso do mundo todo com seus irmãos, que ele começa a mostrar os primeiros sinais mais claros de que não estava segurando a onda de tanta exposição pública. Várias podem ter sido as razões, sendo a mais clara sua insegurança. O fato de seus maiores hits terem autoria ou coautoria do irmão Barry também podem ter reforçado essa situação de autoestima baixa.

Dessa forma, o cantor mergulhou nas drogas, especialmente cocaína. As consequências disso refletiriam em algumas características de seu terceiro álbum, After Dark, lançado em 1980. Das dez faixas incluídas nele, apenas duas levam a sua assinatura, e ainda assim em parceria com Barry, que assina outras cinco sozinho, uma em parceria com Albhy Galuten e as duas restantes com os irmãos Robin e Maurice.

Ou seja, After Dark é quase um disco solo de Barry Gibb com os vocais do irmão. Vocais, por sinal, gravados a muito custo. Ainda assim, o disco é muito bom, trazendo como destaques a ótima faixa título, a meio latina Desire (número 4 entre os singles mais vendidos) e dois duetos inspiradíssimos com a amiga Olivia Newton-John: I Can’t Help It e Rest Your Love On Me. O álbum chegou ao número 21 nos EUA.

Portanto, se não fosse a atuação decisiva de Barry no intuito de ajudar Andy a concretizar seu 3º álbum, o disco poderia perfeitamente não ter sido nem gravado, nem lançado. Ele praticamente não compunha mais nada, e para ficar em condições decentes para cantar, era preciso uma verdadeira operação de guerra. Isso explica o fato de o LP usar faixas como Desire e Warm Ride, ambas pensadas inicial e respectivamente para os Bee Gees e o grupo soul Rare Earth, não para Andy.

Diante desse quadro, Robert Stigwood não viu outra alternativa a não ser encerrar o contrato de Andy com a RSO Records. Como forma de finalizar essa parceria, foi lançada ainda em 1980 a coletânea Greatest Hits, trazendo como atrativos três gravações inéditas: o ótimo rock Time is Time (parceria dele com Barry que chegou ao nº 15 entre os singles em 1981), a balada Me (Without You) (esta só dele, nº 40 entre os singles) e a releitura de Will You Still Love Me Tomorrow (de Carole King), esta última um dueto com a cantora P.P. Arnold. O álbum atingiu o número 46 nos EUA, e marcou o fim de uma era.

Em 1981, Andy entrou forte nas revistas de fofocas de estrelas ao namorar com a atriz Victoria Principal, que vivia a Pamela Ewing na série televisiva de enorme sucesso Dallas. Ele, inclusive, gravou um single com ela, relendo All I Have To Do Is Dream, hit dos Everly Brothers, que chegou ao número 51 da parada ianque em 1951. Seria a última vez em que um de seus trabalhos entraria nos charts, e seu último lançamento antes de seu fim precoce. O namoro também acabou alguns meses depois, quando a atriz exigiu que Andy escolhesse entre ela ou as drogas. Deu a segunda opção, na cabeça.

A década de 1980 seria mesmo muito tumultuada para Andy Gibb, embora não tivessem faltado oportunidades para ele dar a volta por cima. O astro atuou como ator em dois badalados espetáculos teatrais, The Pirates Of Penzance e Joseph Ad The Amazing Technicollor Dreamcoat, e recebeu elogios por suas atuações neles. No entanto, foi demitido das duas produções americanas, ambas por faltar de forma constante aos ensaios e sessões.

Na TV, o mesmo ocorreu. Chegou a ser apresentador do programa Solid Gold entre 1980 e 1982 (com idas e vindas), atuou como convidado na série Punky Brewster (Punky, a Levada da Breca, no Brasil) e como protagonista da série Something’s Afoot ao lado de Jean Stapleton. Em 1984, retomou por uns tempos a música e fez shows nos EUA, Chile e Brasil, shows estes registrados e lançados posteriormente em DVDs piratas. Apresentações bem profissionais, por sinal, sendo que por aqui ele cantou usando uma camiseta amarela com o nome Brasil estampado. No repertório, hits dele, dos irmãos e um de Lionel Richie (All Night Long).

Em 1985, acabou sendo internado na célebre clínica Betty Ford para tentar se livrar das drogas, e a esperança ficou no ar. Em 1987, teve sua falência decretada, mergulhado em dívidas, mas outro raio de luz parecia surgir no horizonte: ele voltou a gravar, em parceria com os três irmãos e almejando o seu retorno triunfal ao meio musical.

Nesse período, foram gravadas quatro músicas, sendo que duas delas seriam lançadas de forma póstuma: Man On Fire, incluída na coletânea em CD intitulada Andy Gibb (1991) e Arrow Though The Heart, na caixa de quatro CDs Mythology (2010), que traz um disco para cada integrante dos Bee Gees e uma para o irmão mais novo. As gravações geraram boas expectativas.

No início de 1988, a Island Records tentou contrata-lo. O intuito era lançar dois singles e, em seguida, o esperado álbum de retorno de Andy. Infelizmente, isso não se concretizou, pois ele mais uma vez se incumbiu de faltar nas datas programas para assinar o compromisso com a gravadora. E, em 10 de março de 1988, a notícia que ninguém queria que se concretizasse veio a tona: Andy já não estava mais entre nós.

Muito se especulou sobre a causa da morte precoce do mais novo dos Bee Gees. Overdose parecia uma opção próxima da realidade, mas informações posteriores apontam para uma miocardite causada por uma infecção viral. Essa condição foi proporcionada por anos consecutivos de uso de drogas, o que deixou o artista com uma saúde bastante frágil, agravada por uma incapacidade latente de se alimentar de forma satisfatória. Uma pena.

Andy Gibb deixou uma filha, Peta, fruto de um casamento ainda na Austrália na metade dos anos 1970. Ela tinha apenas dez anos quando o pai morreu, e recentemente foi convidada a integrar o projeto The Gibb Collective, que reúne ela e os filhos de Barry (Stephen), Sam e Adam (Maurice) e Spencer (Robin) para gravar um álbum com faixas do songbook da família. A saga continua…

I Just Want To Be Your Everything (live Brasil 1984)- Andy Gibb:

Morre Rod Temperton, autor de grandes sucessos do pop

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Por Fabian Chacur

Rod Temperton. Esse nome pode não ter registro para você, mas diversas canções assinadas por ele, sozinho e com parceiros, certamente terão. Que tal Thriller, Rock With You, Off The Wall, Give Me The Night e Love x Love, só para começar a conversa? Pois infelizmente ele entrou na lista das grandes perdas no mundo musical em 2016. Sua morte foi anunciada nesta quarta (5) por Jon Platt, CEO da editora Warner Chappel, que editou suas composições. Ele tinha 66 anos.

Este cantor, compositor e tecladista britânico nasceu no mesmo dia e mês de outro gênio da música pop, John Lennon, só que no ano de 1949. Ele começou a se tornar conhecido no meio musical ao integrar a banda Heatwave, com a qual lançou dois ótimos álbuns, Too Hot To Handle (1976) e Central Heating (1978). Ele compôs os principais hits do grupo, as ótimas Boogie Nights, Always & Forever e The Groove Line.

Temperton, no entanto, não curtia ficar à frente dos holofotes, e resolveu sair da banda, passando a se dedicar apenas ao ofício de compor. Na mesma época, o genial produtor Quincy Jones começava a selecionar repertório para o disco que iria produzir para Michael Jackson em 1979, e pirou quando ouviu os discos do Heatwave. Ele pediu para o inglês lhe mandar material, e três músicas acabaram entrando no álbum: Off The Wall (que de quebra virou faixa título), Rock With You e Burn This Disco Out. Pronto. O cara virou o dono da festa.

Em 1980, foi a vez de George Benson investir nele, e gravou duas de suas composições, outras pérolas pop: Give Me The Night (faixa título de novo!) e Love x Love. Essa verdadeira vocação para escrever faixas-título para os outros atingiu o auge em 1982, com nada menos do que Thriller, que além dessa canção trouxe mais duas outras maravilhas de Mister Temperton, Baby Be Mine e The Lady In My Life. Com o rendimento desses três álbuns, sua aposentadoria já estaria garantida.

Só que o cara preferiu continuar trabalhando, além de ser procurado por inúmeros outros artistas em buscas de boas músicas, alguns deles produzidos por Quincy Jones. Dessa forma, vieram Stomp! (com os Brothers Johnson), Ya Mo B There e Sweet Freedom (com Michael McDonald), Love’s In Control (Finger On The Trigger) (com Donna Summer) e Miss Celie’s Blues (Tata Vega), esta última composta em parceria com Quincy e Lionel Richie para a trilha do filme A Cor Púrpura (1985).

As canções do ex-tecladista do Heatwave também foram gravadas por artistas do porte de Karen Carpenter, Aretha Franklin, The Manhattan Transfer e Herbie Hancock, só para citar alguns. Avesso à mídia e à exposição perante o público, Temperton ganhou o apelido de The Invisible Man. A partir dos anos 1990, passou a atuar de forma mais espaçada, mas ainda assim nos ofereceu músicas ótimas como Family Reunion, gravada por George Benson em 2009. Ele também teve várias músicas incluídas no álbum Back On The Block (1989), que rendeu inúmeros prêmios a Quincy Jones. Adivinhe quem assinou a faixa título?

Give Me The Night– George Benson:

Jamie Cullum toca em Sampa no Samsung Best Of Blues

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Por Fabian Chacur

Após o sucesso das apresentações da dupla Richie Sambora e Orianthi, o Samsung Best Of Blues trará a São Paulo mais uma atração de primeiríssimo escalão. Trata-se de Jamie Cullum. O cantor, compositor e tecladista britânico tocará em São Paulo no dia 21 de outubro às 22h no Tom Brasil (rua Bragança Paulista, nº 1.281- call center: 0xx11-4003-1022), com ingressos custando a partir de R$125,00. A produção é da Dançar Marketing. Tipo do show imperdível.

Nasido em 20 de agosto de 1979, Jamie Cullum começou a tocar piano ainda garoto, e rapidamente adquiriu uma habilidade incrível no instrumento. Seu primeiro CD, Jamie Cullum Trio- Heard It All Before, saiu pela via independente em 1999, seguido posteriormente por Pointless Nostalgic (2002). O sucesso comercial veio em 2005 com o terceiro CD, Twentysomething, com grande vendagem no Reino Unido.

O principal mérito de Jamie é o fato de ser um exímio tecladista, capaz de solos intrincados, mas que não se rende a sonoridades excessivamente elaboradas ou difíceis de serem decodificadas pelo público médio. Ele é jazzista, sim, mas sabe incluir boas doses de soul, funk e pop em sua musicalidade, o que gera um trabalho contagiante, com espaço para o virtuosismo mas no qual a paixão pela música fala mais alto. E o cara ainda canta muito bem. O pacote perfeito…

Em seus shows, ele mescla composições próprias, standards jazzísticos e canções de autores do pop e rock como Jimi Hendrix, Elton John e Stevie Wonder, entre outros, sempre com releituras personalizadas incríveis. Quem já o ouviu cantando Rocket Man sabe do que estou falando. Vi Jamie Cullum ao vivo em São Paulo em 2006, na extinta Via Funchal, e posso garantir que foi um dos melhores shows que já vi, com o artista esbanjando carisma e simpatia com o público.

O Samsung Best Of Blues é um evento que já trouxe ao Brasil grandes nomes da música internacional, entre os quais gente do gabarito de Jeff Beck, George Benson, Ben Harper, Chris Cornell (cantor das bandas Soundgarden e Audioslave), Buddy Guy, John Mayall e a dupla Richie Sambora (ex-Bon Jovi) e Orianthi, entre outros.

Última dica: a releitura de Cullum para Don’t Stop The Music, de Rihanna, dá de dez a zero na versão original.

Don’t Stop The Music– Jamie Cullum:

Everlasting Love– Jamie Cullum:

What a Difference a Day Made (ao vivo)- Jamie Cullum:

Adele quebra recordes com o novo CD na Inglaterra e EUA

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Por Fabian Chacur

Quebrar recordes é com a Adele. Não satisfeita em superar grandes marcas com Hello, o primeiro single de seu novo álbum (leia sobre isso aqui), a cantora e compositora britânica agora arrasa marcas anteriores com o álbum completo, 25, nos EUA e no Reino Unido. Os números são impressionantes, coisas de um incrível fenômeno pop mesmo.

Conforme informações da Nielsen Music divulgadas pelo site americano da revista Billboard, 25 ultrapassou a marca de três milhões de cópias comercializadas em sua primeira semana de lançamento na terra de Barack Obama. Isso significa superar de longe o recorde anterior para esse mesmo período, que era desde março de 2000 defendido pela boy band NSync com seu trabalho No Strings Attached, que teve 2.42 milhões de cópias comercializadas.

No Reino Unido, o terceiro álbum de Adele também ficou com a marca de trabalho mais vendido em sua semana de lançamento, com 800.307 cópias comercializadas, contra 696.000 do recordista anterior, Be Here Now, lançado pela banda Oasis no já distante 1997.

Os resultados nos dois lados do Atlântico estão ajudando a dar uma revitalizada no mercado fonográfico, já que o álbum não está disponível para ser ouvido em streaming. Onde esse fenômeno irá parar? Com a palavra, seus milhões de fãs no mundo todo, ávidos por ouvir sua “ídala”.

Hello– Adele:

When We Were Young (ao vivo na TV)- Adele:

Adele quebra recordes com o seu novo single, a bela Hello

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Por Fabian Chacur

A espera foi de mais de três anos, mas parece ter valido a pena. A cantora e compositora britânica Adele, grande sensação desta década com seus CDs 19 e 21, lançou o primeiro single de seu álbum de retorno, intitulado 25 e previsto para chegar às lojas no próximo dia 20. Hello, a nova canção e uma bela balada, quebrou um recorde nos EUA.

Em apenas uma semana de lançamento, Hello atingiu a incrível marca de 1.11 milhão de cópias digitais comercializadas na terra de Barack Obama. Foi a primeira vez que um single ultrapassou um milhão de cópias vendidas logo em sua semana inicial, dados da Billboard americana. A melhor marca anterior havia sido do rapper Flo Rida, que com Right Round chegou a 636 mil cópias em 2009. O clipe teve mais de 200 milhões de views no Youtube.

Em entrevista concedida à edição americana da revista Rolling Stone, a cantora justificou a demora no lançamento do novo CD pelo fato de, há um ano e meio, o produtor do álbum, o consagrado Rick Rubin (Red Hot Chili Peppers, Johnny Cash etc), ter ouvido o produto finalizado na época e ter achado que ainda havia muito a ser feito ali.

A intérprete dos hits Rolling In The Deep, Someone Like You e Set Fire To The Rain também revelou a decepção que teve ao trabalhar com o cantor, compositor e músico britânico Damon Albarn, líder da banda Blur, que ela encarava como um de seus ídolos. Após semanas de labuta, a cantora diz que não conseguiram finalizar uma única música, e que ela se lembrou da frase “nunca tente conhecer seus ídolos”.

Outra razão pela qual Adele deu uma sumida de cena se refere ao nascimento de seu primeiro filho, Angelo, hoje com três anos de idade e fruto do seu relacionamento com Simon Konecki, de 41 anos de idade e profissional do mercado financeiro. Outro fato que agitou os fãs foi a acusação de que Hello seria plágio de uma música de Tom Waits, mas isso é papo para outro dia…

Hello (clipe)- Adele: 221.634.635

Documentário sintetiza bem o fenômeno Amy Winehouse

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Por Fabian Chacur

O início do documentário Amy, de Asif Kapadia, mostra cenas caseiras de uma então adolescente Amy Winehouse brincando com as amigas e se deliciando com um pirulito daqueles redondos. Aquela ingenuidade permearia toda a curta trajetória dessa grande cantora, que nos deixou de forma prematura. O filme será exibido em São Paulo em sessões exclusivas na Rede Cinemark, e é absolutamente essencial para os fãs de boa música pop, jazz etc. Traz o making of de uma estrela trágica sem rodeios.

Miss Winehouse é de uma era na qual a documentação de cenas caseiras tornou-se rotineira até para famílias de classe média baixa. Então, o diretor teve acesso a um material dos mais ricos, que soube aproveitar com maestria, dando vida a uma viagem intensa e nem sempre muito agradável pelos 27 anos de vida da cantora, compositora e musicista.

Além de reveladores filmes caseiros, também temos material extraído das entrevistas concedidas pela autora e intérprete de Rehab para programas de rádio e TV, nas quais sempre se mostrava direta, aberta e sem frescuras, embora em alguns momentos aparentasse ser vítima do uso excessivo de drogas, não falando coisa com coisa.

A incrível beleza e força de sua voz se mostrava desde criança, e progrediu a ponto de simplesmente encantar os dirigentes da gravadora Universal, quando ela foi contratada em 2003. No ano seguinte, lançou o álbum Frank, trabalho que a tornou extremamente badalada no Reino Unido e Europa, criando um clima de atenção em cima dela.

Seu envolvimento amoroso com Blake Field-Civil, com quem ficou casada durante três anos, ampliou seu envolvimentos com drogas, assim como sua incapacidade de lidar de forma tranquila com as consequências oriundas do sucesso comercial. O filme nos mostra que ela esteve próxima de sair de cena antes mesmo de gravar o álbum que a tornou um estouro mundial.

Felizmente, ou não, Back To Black saiu em 2006, e a partir daí o furacão Amy Winehouse tomou conta do mundo, especialmente dos EUA, onde o CD chegou ao segundo lugar na parada pop e vendeu milhões de cópias. Mais: rendeu a ela cinco troféus Grammy, o Oscar da música, em fevereiro de 2008. O cenário do seu fim precoce estava pronto.

A partir do sucesso de músicas maravilhosas e envolventes como Back To Black (“nossa, que final triste”, comenta ela, após gravar a canção com o produtor Mark Ronson), Rehab (tirando sarro dela mesma ter tentado uma internação para se curar dos efeitos gerados pelas drogas, sem sucesso) e Tears Dry On Their On, Amy ganhou as manchetes e também a perseguição da mídia e dos papparazzi, especialmente os britânicos.

O documentário flagra algumas dessas perseguições, e se chega às raias do insuportável para quem as vê na tela, imagine para a protagonista daqueles ataques à privacidade. Temos a cantora em alguns momentos peitando fotógrafos que a atingiram fisicamente, empolgados para ter registros escandalosos. Pior: a mídia ajudou a transformá-la em alvo de piadas cruéis e politicamente incorretas até a medula.

Era difícil para Amy para aguentar. Para onde olhasse, só tinha “amigos do alheio” ao seu redor. De um lado, fãs do tipo “olha lá, que legal, ela é muito doida”, similares a alguns que seguiram Raul Seixas e o curtiram pelas razões erradas. Do outro, gente a ridicularizando, como se ela fizesse aquelas presepadas por querer, e não por estar doente.

Para piorar, tinha a seu lado (a seu lado?) um pai, Mitchell, que sempre se preocupou apenas com o que a filha poderia lhe render em termos financeiros, sendo capaz de invadir por várias vezes um recanto em que a estrela tentava se refugiar do mundo hostil levando a tiracolo uma equipe de filmagem no melhor estilo “reality show picareta” para botar tudo no ar. O horror! Joe Jackson teve um “bom” seguidor, pelo visto…

Em meio a tudo isso, temos também a chance de ouvir ela mostrando seu imenso talento em interpretações de alguns de seus grandes hits, covers bacanas e mesmo o registro de seu encontro com o ídolo Tony Bennett, já perto do fim de sua curta vida, quando o mestre do jazz esbanja generosidade e paciência para com ela, que no fim arrasa em dueto com ele no standard Body And Soul, infelizmente lançado só quando a moça já não estava mais entre nós.

Amy (o documentário) pega leve com sua triste morte, apenas mostrando a remoção de seu corpo (devidamente coberto) e com algumas reações de fãs. As entrevistas com figuras fundamentais em sua trajetória, como os produtores, músicos e amigos, também nos ajuda a entender essa vida tão conturbada. A música incidental, a cargo de Antônio Pinto, é sublime, especialmente o tema tocado na parte dedicada à morte de Amy. De arrepiar!

Está previsto para 2 de novembro (no exterior, ao menos) o lançamento de Amy em DVD e Blu-ray, e também de uma trilha sonora incluindo gravações inéditas da intérprete-compositora e também as faixas feitas por Antônio Pinto. Desde já, podem ser considerados como objetos de desejo para o Natal de 2015. E, quatro anos após sua morte. a música de Amy Winehouse continua arrepiando, sinal de que veio para ficar.

Trailer do filme Amy:

Amy com Mark Ronson no estúdio, cena do filme Amy:

Tears Dry On Their Own– Amy Winehouse (clipe):

Morre Errol Brown, vocalista da banda pop Hot Chocolate

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Por Fabian Chacur

Foi anunciada nesta quarta-feira (6) pelo manager Phil Dale a morte aos 71 anos de Errol Brown, conhecido mundialmente por ter sido o vocalista, principal compositor e líder da bem-sucedida banda britânica Hot Chocolate. Ele (1º à esquerda na foto) estava em sua casa nas Bahamas ao lado da família, e foi vítima das consequências geradas por um câncer no fígado.

Nascido na Jamaica e radicado na Inglaterra a partir dos 12 anos de idade, Errol entrou no mundo da música pop em parceria com o cantor, compositor e baixista Toni Wilson. Juntos, fizeram uma releitura de Give Peace a Chance que entusiasmou de tal forma o seu autor, John Lennon, que o ainda beatle os convidou a gravá-la pela Apple, com o nome The Hot Chocolate Band.

Logo a seguir, Brown e Toni resolveram montar uma banda de verdade, adotando o nome Hot Chocolate e contando com Harvey Hinsley (guitarra), Larry Ferguson (teclados), Patrick Olive (percussão) e Tony Connor (bateria). O primeiro sucesso veio em 1970 com Love Is Life, que atingiu o sexto lugar na parada britânica. Isso era só o começo do sucesso desse grupo que misturava brancos e negros em sua formação.

Entre 1970 e 1984, o Hot Chocolate emplacaria nada menos do que 30 hits nos charts ingleses, com direito a 18 deles entre as 20 mais vendidas. Foram 14 anos consecutivos com pelo menos um sucesso por ano na parada britânica, um recorde até hoje não igualado por outros grupos. A maior parte de suas canções era de Errol Brown.

A marca registrada da banda era a voz grave e de timbre inconfundível de Brown, que em uma época repleta de cabeleiras masculinas imensas, costeletões e quetais ousava usar a cabeça completamente raspada e um bigodão. O som do grupo era um misto de soul music, funk, disco music, rock e pop, sempre com melodias acessíveis e pegajosas.

Entre outras, os caras conseguiram emplacar nas paradas maravilhas do naipe de You Sexy Thing (que voltaria às paradas em 1997 na trilha do filme The Full Monty), It Started With a Kiss, Brother Louie, Every 1’s A Winner, Emma, Disco Queen, Going Through The Motions, No Doubt About It e A Child’s Prayer, boa parte delas tendo Brown como autor ou coautor.

Brown e sua turma conseguiram fazer sucesso nos quatro cantos do mundo. Nos EUA, ocorreu uma situação curiosa: Brother Louie, hit deles na Inglaterra, fez sucesso por lá na releitura da banda Stories, que atingiu o primeiro lugar. No entanto, essa banda nunca mais conseguiu outro êxito do mesmo porte, enquanto o Hot Chocolate emplacou vários hits na terra de Richard Nixon. Seria praga dos caras? Vai saber…

Em 1985, Errol Brown saiu do grupo e passou a investir em uma carreira solo que não teve tanta repercussão. O cantor também buscava um pouco mais de tranquilidade em sua vida. Tido como extremamente simpático e simples, ele era o oposto da imagem que se costuma fazer de um pop star, especialmente de alguém com tantos sucessos em sua bagagem. Ele recebeu em 2003 a MBE (medalha do Reino Britânico) e em 2004 o prestigiado prêmio Ivor Novello.

O Hot Chocolate foi essencialmente uma banda de singles. Seus álbuns de maior sucesso, não por acaso, foram quatro coletâneas, que venderam mais de 500 mil cópias cada: Hot Chocolate 14 Greatest Hits (1976, nº6 no Reino Unido), 20 Hottest Hits (1979- nº3 no Reino Unido), The Very Best Of Hot Chocolate (1987- primeiro lugar no Reino Unido) e Their Greatest Hits (1993- primeiro lugar no Reino Unido).

Brother Louie– Hot Chocolate:

No Doubt About It – Hot Chocolate:

Going Through The Motions– Hot Chocolate:

You Sexy Thing – Hot Chocolate:

It Started With a Kiss– Hot Chocolate:

Annie Lennox relê clássicos e dá aula em seu CD Nostalgia

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Por Fabian Chacur

Poucas cantoras no universo da música pop poderiam se dar ao luxo de intitular um de seus discos com a palavra Diva sem cair no ridículo ou na extrema arrogância. Annie Lennox se encontra nesse seleto elenco, e fez isso em sua estreia como artista solo em 1992, após uma década como vocalista do duo Eurythmics. E a moça continua mais afiada do que nunca, vide seu novo álbum, o excelente Nostalgia, que a Universal Music acaba de lançar.

Desde o início de sua carreira, como vocalista do grupo The Tourists no fim dos anos 70, a cantora, compositora e pianista escocesa sempre se pautou pela excelência naquilo que faz. Com formação teórica em música (estudou na Royal Academy Of Music, em Londres), ela soube usar esses conhecimentos a seu favor no competitivo cenário da música.

Com um vozeirão poderoso e com cara de soul music, Miss Lennox na verdade cantou de tudo em sua carreira, sempre com muita categoria. Uma explicação para esse mergulho bem-sucedido é o fato de que ela nunca se mete a interpretar aquilo de que não gosta. Ou seja, a sua alma sempre tem de estar 100% envolvida naquilo que faz, pois senão, ela não faz. Simples assim.

Nostalgia é o seu segundo álbum dedicado exclusivamente a repertório alheio. Medusa (1995), o primeiro nessa linha, trazia como mote canções de várias épocas cujas versões originais haviam sido interpretadas por homens. Desta vez, o tema é afetivo: clássicos da soul music e standards de jazz que a encantaram em sua adolescência e vida adulta.

Com arranjos delicados, indo desde o básico piano e voz até acompanhamentos com banda e cordas, o álbum prima pela classe, sempre com a moldura certa para a voz especial da ex-cantora dos Eurythmics. Sem forçar a barra, ela procura trazer cada uma das 12 músicas para o seu universo, sem perder a essência desses clássicos perenes. E é preciso ressaltar: ela, de quebra, continua tão linda como sempre. O pacote completo.

Georgia On My Mind, I Put a Spell On You, Strange Fruit, God Bless The Child, Mood Indigo, You Belong To Me,, Summertime, é uma maravilha atrás da outra. Nelas, Annie, que completará 60 anos no próximo dia 25 de dezembro, mostra que atingiu a maturidade enquanto artista, mantendo o frescor e a qualidade de sua voz em doses altas de prazer para o felizardo do seu ouvinte.

Summertime– Annie Lennox:

I Put a Spell On Me– Annie Lennox:

Jamie Cullum cativa o ouvinte em Momentum

Por Fabian Chacur

Tornei-me fã de Jamie Cullum em 5 de setembro de 2006, quando tive a chance de ver seu impecável show na extinta Via Funchal, em São Paulo (leia a crítica aqui). Desde então, minha admiração por esse cantor, compositor e músico britânico só aumentou.

Quatro anos após o excelente álbum The Pursuit (leia a crítica aqui), o astro britânico que fará 34 anos no próximo dia 20 de agosto está de volta com Momentum, lançamento da Universal Music que já pode ser incluído entre os melhores trabalhos do ano na área pop.

De formação jazzística, Cullum traz como norte em seus trabalhos o aspecto mais importante desse estilo musical: uma inesgotável capacidade de ampliar seus horizontes musicais, sem se restringir a um único caminho sonoro. Seu objetivo parece ser sempre o de entreter seus fãs com material consistente, criativo e bom de se ouvir. Popular, sim, mas nunca de forma apelativa ou se rendendo a modismos efêmeros.

Nas 12 faixas de Momentum (15 na edição Deluxe, ainda não disponível no Brasil), ele vai do jazz percussivo de The Same Things ao balanço de Everything You Didn’t Do, passando pelo romantismo intimista de Get a Hold Of Yourself, o swing de When I Get Famous, o clima Motown de Anyway e o pop sacudido a la Billy Joel de You’re Not The Only One.

Além das ótimas composições próprias, ele mais uma vez se mostra um habilidoso releitor de material alheio. Aqui, temos uma inusitada e ótima versão funk/hip hop do standard Love For Sale (de Cole Porter e Rodney Smith), com participação de Roots Manuva, e uma bela interpretação de Pure Imagination (Leslie Bricusse e Anthony Newley), da trilha sonora da primeira versão do filme A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971). De arrepiar.

Momentum é aquele tipo de disco ideal para quem curte música pop elaborada e fluente, interpretada por um cantor sedutor e pianista swingado e de técnica apurada. Jamie Cullum prova que sofisticação, classe e bom gosto nem sempre levam a um rumo intrincado demais.

Love For Sale- Jamie Cullum e Roots Manuva:

Everything You Didn’t Do- Jamie Cullum:

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