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The Time tem álbum de estreia relançado com faixas-bônus

the time album 1981-400x

Por Fabian Chacur

Uma das marcas de Prince enquanto artista era a sua inquietude. Além de lançar inúmeros discos solo, ele também produziu e participou de discos de diversos grupos e cantores em seus mais de 40 anos de trajetória profissional. Um dos mais significativos foi a banda The Time, que revelou o cantor Morris Day e a dupla de produtores e compositores Jimmy Jam & Terry Lewis. O álbum de estreia deles, The Time, completa 40 anos de lançamento este mês, e está sendo reeditado em versão expandida nas plataformas digitais e (no exterior) em álbum duplo de vinil.

A nova edição do trabalho de estreia do grupo de Minneapolis inclui as seis faixas originais e mais quatro versões editadas para o formato single e uma versão expandida do hit Cool dividida em duas partes como bônus. Embora tivesse ótimos músicos, o grupo permitiu que Prince (com o pseudônimo Jamie Starr) não só tocasse praticamente todos os instrumentos como também assinasse quatro das seis músicas sozinho e uma em parceria com Dez Dickerson (autor, sozinho, da faixa restante), da banda Revolution.

Emplacando hits como Cool, Get It Up e Girl, o disco de estreia do The Time ajudou a difundir a sonoridade funk eletrônica criada por Prince, e se tornou um dos mais influentes no r&b dos anos 1980. Morris Day, por sinal, participou com destaque do filme Purple Rain (1984), vivendo o papel do líder da banda rival de Prince (que, no filme, valia-se do nome The Kid).

Eis as faixas de The Time (Versão estendida):

1. Get It Up
2. Girl
3. After Hi School
4. Cool
5. Oh, Baby
6. The Stick
7. Get It Up (Single Edit)
8. Girl (Edit)
9. Cool (Parte I)
10. Cool (Parte II)
11. After Hi School (Single Edit)
12. The Stick (Single Edit)

Cool (clipe)- The Time:

Prince terá Sign O’ The Times relançado com faixas-bônus

prince sign o the times 400x

Por Fabian Chacur

Durante seus quase 58 anos de vida, Prince (1958-2016) teve como uma de suas marcas a incrível produtividade. Além de nos deixar uma discografia extensa e com direito a trabalhos muito bons, o cantor, compositor e multi-instrumentista americano ainda tinha um vasto material guardado em seus arquivos. Aos poucos, a gravadora Warner está disponibilizando este tesouro. No dia 25 de setembro, será a vez de uma versão remasterizada Super Deluxe Edition de seu álbum Sign O’ The Times, lançado originalmente em 1987.

Previsto para sair no Brasil apenas nas plataformas digitais, o trabalho nos oferece uma versão remaster do álbum original e todas as faixas adicionais lançadas em singles na época. De quebra, temos 45 gravações de estúdio realizadas entre 1979 e 1987 e uma apresentação ao vivo registrada no dia 20 de junho de 1987 na cidade de Utrecht, na Holanda, na qual ele interpreta músicas do então novo álbum mescladas a hits como Purple Rain.

Para dar uma adoçada na boca dos fãs, a gravadora já disponibilizou uma das 45 faixas inéditas, o funk racha-assoalho Witness 4 The Prosecution (Version 1). Uma faixa em particular que deixará os colecionadores e pesquisadores com a curiosidade atiçada é Can I Play With U?, que conta com a participação de ninguém menos do que o saudoso ícone do jazz Miles Davis.

Sign O’ The Times marcou o inicio de uma nova fase de Prince, acompanhado por uma nova banda, e teve um desempenho comercial não tão bom como o dos trabalhos imediatamente anteriores, mas, ainda assim, atingiu o 6º posto na parada americana e o 4º lugar no Reino Unido, no formato álbum duplo de vinil. A vigorosa faixa-título, a ótima If I Was Your Girlfriend e o rockão U Got The Look são os pontos altos de um disco muito bom como um todo.

Eis as faixas de Sign O’ The Times – Super Deluxe Edition:

Álbum original remasterizado:

Sign O’ The Times
Play In The Sunshine
Housequake
The Ballad Of Dorothy Parker
It
Starfish And Coffee
Slow Love
Hot Thing
Forever In My Life
U Got The Look
If I Was Your Girlfriend
Strange Relationship
I Could Never Take The Place Of Your Man
The Cross
It’s Gonna Be A Beautiful Night
Adore

Single Mixes & Edits:

Sign O’ The Times (7” single edit)
La, La, La, He, He, Hee (7” single edit)
La, La, La, He, He, Hee (Highly Explosive) (7” single edit)
If I Was Your Girlfriend (7” single edit)
Shockadelica (“If I Was Your Girlfriend” B-side)
Shockadelica (12” long version)
U Got The Look (Long Look) (12” edit)
Housequake (7” edit)
Housequake (7 Minutes MoQuake) (12” edit)
I Could Never Take The Place Of Your Man (Fade 7” edit)
Hot Thing (7” single edit)
Hot Thing (Extended Remix)
Hot Thing (Dub Version)

Dos Baús, Parte 1:

I Could Never Take The Place Of Your Man (1979 version)
Teacher, Teacher (1985 version)
All My Dreams
Can I Play With U? (featuring Miles Davis)
Wonderful Day (original version)
Strange Relationship (original version)
Visions
The Ballad Of Dorothy Parker (with horns)
Witness 4 The Prosecution (version 1)
Power Fantastic (live in studio)
And That Says What?
Love And Sex
A Place In Heaven (Prince vocal)
Colors
Crystal Ball (7” mix)
Big Tall Wall (version 1)
Nevaeh Ni Ecalp A
In A Large Room With No Light

Dos Baús, Parte 2:

Train
It Ain’t Over ‘Til The Fat Lady Sings
Eggplant (Prince vocal)
Everybody Want What They Don’t Got
Blanche
Soul Psychodelicide
The Ball
Adonis And Bathsheba
Forever In My Life (early vocal studio run-through)
Crucial (alternate lyrics)
The Cocoa Boys
When The Dawn Of The Morning Comes
Witness 4 The Prosecution (version 2)
It Be’s Like That Sometimes

Dos Baús, Parte 3:

Emotional Pump
Rebirth Of The Flesh (with original outro)
Cosmic Day
Walkin’ In Glory
Wally
I Need A Man
Promise To Be True
Jealous Girl (version 2)
There’s Something I Like About Being Your Fool
Big Tall Wall (version 2)
A Place In Heaven (Lisa vocal)
Wonderful Day (12” mix)
Strange Relationship (1987 Shep Pettibone Club Mix)

Live In Utrecht – June 20, 1987:

Intro/Sign O’ The Times
Play In The Sunshine
Little Red Corvette
Housequake
Girls & Boys
Slow Love
Take The “A” Train/Pacemaker/I Could Never Take The Place Of Your Man
Hot Thing
Four
If I Was Your Girlfriend
Let’s Go Crazy
When Doves Cry
Purple Rain
1999
Forever In My Life
Kiss
The Cross
It’s Gonna Be A Beautiful Night

Witness 4 The Prosecution (Version 1)– Prince:

Prince terá o seu disco Originals lançado no Brasil no formato CD

prince originals capa cd-400x

Por Fabian Chacur

Uma ótima notícia para os fãs brasileiros de Prince que curtem formatos físicos musicais. O mais recente lançamento póstumo do saudoso artista americano, Originals, chegará ao mercado nacional no dia 28 (sexta) em CD, via Warner Music. O álbum, que saiu inicialmente apenas na plataforma digital Tidal (que tem entre seus proprietários o rapper Jay-Z), agora também está disponível nas outras localidades virtuais dedicadas aos lançamentos digitais.

Prince tinha diversas marcas registradas em sua forma de trabalhar. Duas delas eram a extrema produtividade e o detalhismo. Dessa forma, ele compunha um total de músicas que excediam sua própria capacidade de gravar, e isso o levava a encaminhar parte dessa extensa produção de canções para outros artistas. Como forma de apresentar tais músicas aos artistas que as lançariam, gravava sozinho demos tão bem produzidas que, em alguns casos, os artistas acabavam se valendo delas, acrescentando apenas novos vocais ou pequenos detalhes.

Originals traz 15 faixas com essas características, várias delas hits massivos com nomes como Sinéad O’Connor (Nothing Compares 2 U), Sheila E (Glamorous Life) e Martika (Love…Thy Will Be Done), por exemplo. The Time, Vanity 6, Apollonia 6, Jill Jones, The Family e Mazarati são outros artistas-grupos que gravaram essas músicas originalmente, vários deles apadrinhados por ele. A seleção do repertório ficou a cargo do produtor e gerenciador de talentos Troy Carter

Eis as faixas incluídas em Originals:

-Sex Shooter
-Jungle Love
-Manic Monday
-Noon Rendezvous
-Make-Up
-100 MPH
-You’re My Love
-Holly Rock
-Baby, You’re a Trip
-The Glamorous Life
-Gigolos Get Lonely Too
-Love… Thy Will Be Done
-Dear Michaelangelo
-Wouldn’t You Love to Love Me?
-Nothing Compares 2 U

Ouça Love…Thy Will Be Done– Prince:

Prince terá álbum piano e voz inédito lançado em setembro

Por Fabian Chacur

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Prince teria celebrado 60 anos de idade em junho deste ano. Como forma de relembrar esse seminal cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista que nos deixou precocemente em 2016, a gravadora Warner programou para setembro o lançamento de um álbum inédito dele. Trata-se de Piano & A Microfone 1983, que terá no exterior os formatos CD, LP de vinil, deluxe edition (ainda sem conteúdo adicional divulgado) e digital.

O álbum traz 9 gravações feitas pelo genial astro de Minneapolis no melhor estilo voz e piano. Em um total de aproximadamente 35 minutos de duração, ele interpreta de forma intimista canções que gravou posteriormente com banda, entre as quais Purple Rain, 17 Days, Strange Relacionship e International Lover.

A Case Of You, de uma de suas compositoras favoritas, a brilhante estrela canadense Joni Mitchell, que ele só registrou anteriormente em versão ao vivo no hoje raro álbum ao vivo One Nite Alone, de 2002, é outra faixa presente neste lançamento póstumo.

A única canção nunca antes gravada por ele e incluída em Piano & A Microfone 1983 é Mary Don’t You Weep, composição do gênero spiritual do século 19 que teve sua primeira gravação feita em 1915 pelo grupo Fisk Jubilee Singers e posteriormente relida por diversos artistas, entre os quais Aretha Franklin, Soul Stirrers e Swan Silvertones.

Mary Don’t You Weep, a primeira faixa divulgada deste novo lançamento, faz parte da trilha sonora do mais recente filme do diretor americano Spike Lee, BlackakKlansman, sendo tocada na hora em que os créditos da película são exibidos para o público.

Mary Don’t You Weep– Prince:

Max de Castro celebra Prince e toca com músicos da NPG

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Por Fabian Chacur

Em abril deste ano, perdemos Prince, um dos grandes nomes da história da música pop. Naquela época, Max de Castro estava em Los Angeles, fazendo contato com o baixista Andrew Gouche, da banda New Power Generation (NPG), que tocou com o astro de Minneapolis durante muitos anos. Na hora surgiu a ideia de um show no Brasil homenageando o autor de Purple Rain. Esta apresentação se concretizará nesta sexta-feira (19) à meia-noite no Cine Joia (Praça Carlos Gomes, nº 82- Liberdade-fone 0xx11-3101-1305), com ingressos a R$ 40,00 (meia) e R$ 80,00 (inteira).

Ao ser convidado para tocar com Max no Brasil, Gouche sugeriu o nome de outros músicos da NPG para entrarem no time, e Dominique Taplin (teclados) e Cassandra O’Neal (teclados e vocal) toparam. Gorden Campbell, baterista que já tocou com Earth Wind & Fire e George Duke, e os brasileiros Sidmar Vieira (trompete), Will Boné (trombone), Denílson Martins (sax barítono) e Josué dos Santos (sax tenor) completam a banda, que poderá ter convidados especiais surpresa.

O repertório da apresentação vai privilegiar as canções mais dançantes do saudoso astro americano, entre as quais Kiss, I Wanna Be Your Lover, When Doves Cry, 1999 e outras com a mesma pegada. Vale lembrar que Prince só tocou duas vezes no Brasil, ambas em janeiro de 1991 durante a segunda edição do Rock In Rio, no estádio do Maracanã, com direito a performances inesquecíveis. O show de Max de Castro terá a abertura do projeto Discopédia, dos DJs Nyack, Dandan e Marco.

Onda Diferente– Max de Castro:

Samba Raro– Max de Castro:

Apenas Uma Mulher– Max de Castro:

Álbuns de Prince geram novo recorde na parada dos EUA

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Por Fabian Chacur

Diziam alguns cínicos e não muito éticos dirigentes de outrora das gravadoras que em algumas ocasiões o melhor passo que um artista pode tomar para impulsionar suas vendagens de discos é a morte. Infelizmente, essa máxima macabra se mostra real mais uma vez, e agora o personagem é Prince, morto no dia 21 de abril aos 57 anos. Sua Majestade Púrpura acaba de quebrar um recorde na parada Billboard 200 da revista Billboard, a bíblia da indústria fonográfica dos EUA.

A edição publicada esta semana da parada, que quantificou as vendas de discos físicos e virtuais entre os dias 21 e 28 de abril, trazem nada menos do que cinco álbuns do autor de Kiss entre os 10 mais. Esse fenômeno não ocorria na terra de Donald (toc, toc, toc) Trump desde o longínquo ano de 1963. No total, são 19 CDs do cantor, compositor e multi-instrumentista americano entre os 200 mais esta semana.

Somados, esses trabalhos venderam nesta semana computada a bagatela de 4.41 milhões de cópias no mercado ianque, segundo a Billboard. Para efeito de comparação, na semana anterior, quando ainda estava entre nós, Prince teve comercializados apenas 5 mil álbuns e 14 mil canções. E ele só não repetiu o primeiro posto obtido na semana anterior com apenas um dia de vendas pós-morte porque Lemonade, o novo trabalho de Beyonce, não permitiu.

The Very Best Of Prince, o álbum mais bem posicionado (nº2), é uma coletânea simples com versões editadas de algumas músicas, mas parece ser a opção mais cobiçada pelo ouvinte médio. Duas outras coletâneas melhores, The Hits/The B-Sides (nº4) e Ultimate (nº6) também estão no Top 10. Completam o elenco Purple Rain (nº3) e 1999 (nº7), este último duas posições acima da mais alta que havia obtido anteriormente, em 1982, época de seu lançamento original.

Vale ressaltar a lembrança contida na própria matéria do site da Billboard: esse fenômeno não seria possível se em 2009 a parada Billboard 200 não tivesse sido unificada, incluindo também discos de catálogo, que na classificação deles são trabalhos que saíram há mais de um ano e meio e já haviam saído dos charts. Agora, com “tudo junto e misturado”, fenômenos como esse tendem a se repetir em outros casos semelhantes (toc, toc, toc 2-a missão).

Lógico que alguns podem achar meio mórbido as pessoas se interessarem pela obra de um artista apenas após sua ida para o outro lado do mistério. Mas lembro que eu, um adolescente de 19 anos e que já tinha alguns discos de John Lennon em sua coleção, foi atrás do que faltava nos meses seguintes após aquele triste 8 de dezembro de 1980. Mesmo assim, fica a dica: vá atrás da boa música sempre, independente de efemérides, falecimentos ou coisas do gênero.

Love Song– Madonna & Prince:

A Love Bizarre (live)- Michael Hedges:

I Feel For You– Chaka Khan:

Prince, o gênio, o criador, nos deixa com apenas 57 anos

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Por Fabian Chacur

O ponto alto da segunda edição do Rock in Rio, a única que cobri e realizada no estádio do Maracanã em 1991, foi ter realizado o meu sonho de ver Prince ao vivo. Dois shows marcantes e inesquecíveis, especialmente o primeiro. Um dos meus ídolos desde que ouvi I Wanna Be Your Lover, seu primeiro hit, em 1979. Infelizmente, ele não pertence mais a esse mundo. O genial astro americano foi encontrado morto nesta quinta(21). Ele tinha 57 anos.

O cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista americano estava em sua casa e estúdio, o Paisley Park, situado em sua cidade natal, Minneapolis, onde viveu todo o seu período de vida. A causa da morte ainda não foi divulgada. O anúncio oficial foi feito por sua assessora de imprensa, Yvette Noel-Schure. Ele havia sido internado na semana passada devido a uma gripe, mas anunciou que estava bem e que não precisavam se preocupar. Ledo engano…

No que seria sua última comunicação com o público, ele também afirmou que em breve lançaria um álbum gravado ao vivo extraído do show Piano and a Microfone, que fez no melhor esquema voz e piano, sem outros músicos. O tecladista brasileiro Renato Neto, que tocou durante mais de dez anos com Prince, participando de turnês e de discos como Musicology (2004), afirmou em entrevista que o artista tinha ao menos 200 músicas inéditas gravadas e guardadas.

Prince Rogers Nelson nasceu em 7 de junho de 1958. Desde o início, esbanjava autoconfiança, ao ponto de exigir liberdade total de criação para assinar com a gravadora Warner em 1978. O sucesso começou com seu segundo álbum, autointitulado, do qual fazem parte hits como I Wanna Be Your Lover e Sexy Dancer. O som era um funk com elementos de soul, disco music e rock. Este último elemento aparecia de forma escancarada em Bambi, faixa puramente hendrixiana na qual ele brilha com riffs e solos de guitarra demenciais.

Lembro que um dos momentos que mais me marcaram no primeiro show que vi de Prince no Rock in Rio de 1991 foi exatamente ver o astro interpretando Bambi de uma forma simplesmente demencial, solando como se não houvesse amanhã. Puro Hendrix, puro hard rock. Aliás, essa é uma das marcas desse artista: o total desrespeito aos limites e barreiras, indo do funk ao rock ao soul ao jazz ao pop e ao que pintasse, sempre com personalidade e criatividade.

For You, o primeiro álbum (de 1978) daria início a um procedimento que Prince repetiria em diversos momentos de sua carreira: a autossuficiência, com direito a gravar todos os instrumentos e vocais e a produzir os álbuns. Reza a lenda que ele era o terror dos técnicos de estúdio, pois sempre varava noites gravando, sem se preocupar com coisas básicas como refeições, dormir e outras rotinas habituais.

Prince era ousado em termos musicais e também nos aspectos visuais de seus discos e shows, sempre flertando com a pornografia. Ele teve a coragem de aparecer na capa de seu álbum Dirty Mind (1980) usando uma calcinha. Sua postura andrógina podia dar margem a falatórios, mas a verdade é que o baixinho de Minneapolis sempre namorou e trabalhou com mulheres lindas, como Apolônia, Sheena Easton, Sheila E, Carmen Electra…A lista é longa e interminável.

Com 1999 (1982), o artista cria uma sonoridade minimalista que influenciaria toda a música pop dos anos 1980, emplacando hits como a faixa título e Little Red Corvette. E o grande estouro viria em 1984 com o álbum Purple Rain, trilha do filme homônimo e que invadiu as paradas mundiais com os hits Purple Rain, Let’s Go Crazy e When Doves Cry. Michael Jackson ganhava um rival de peso nas paradas de sucesso.

A criatividade desse grande astro nunca encontrou amarras que o contivessem. Psicodelismo em Around The World in a Day (1985), funk eletrônico pesado em Sign O’ The Times (1987), pop puro na trilha do filme Batman (1989), a lista vai longe. Sozinho ou acompanhado por belas bandas, como a The Time, a Revolution e a New Power Generation. Belos parceiros para um artista sempre inquieto.

Além da própria carreira, ele também forneceu hits para vários artistas, como Sinead O’Connor (Nothing Compares 2 U), The Bangles (Manic Monday, que ele assinou com o pseudônimo Christophe), Madonna (com quem gravou o dueto Love Song, incluída no disco Like a Prayer-1989, da diva pop) e até mesmo o saudoso violonista e cantor americano Michael Hedges (uma releitura ao vivo simplesmente brilhante de A Love Bizarre).

Aí, o temperamento difícil começou a dar as cartas. Na primeira metade dos anos 1990, comprou uma briga com a Warner e resolveu trocar o nome por um símbolo estranho, mistura de feminino e masculino, que o levou a ser apelidado de Symbol. Saiu da gravadora nos idos de 1995, lançando em 1996 o álbum triplo Emancipation. A partir dali, seu sucesso comercial teria uma queda, mas não a sua produção artística.

Neste século, Prince (o “símbolo” já havia ficado no passado) se manteve relevante e bastante ativo, mas seus trabalhos se tornaram menos badalados do que nos bons tempos. Isso, aliado a sua aversão às redes sociais e ao veto de suas músicas no Youtube e outros pontos virtuais de divulgação o tornaram menos visível.

Os bons trabalhos, no entanto, continuaram saindo, como o ótimo Musicology (2004). De setembro de 2014 até aqui, por exemplo, lançou quatro álbuns de inéditas, entre os quais o recente HITNRUN Phase Two (2015), disponível apenas no site de streaming Tidal, de Jay-Z.

O trabalho de Prince misturou Sly Stone, James Brown, Michael Jackson, Beatles, Jimi Hendrix, Joni Mitchell e muito mais de uma forma absolutamente original, gerando dessa forma uma assinatura própria das mais influentes. Perder David Bowie e Prince em um mesmo ano é simplesmente lamentável para quem é fã de música pop de qualidade.

Ainda bem que pude ver aqueles shows em 1991. Um retorno dele ao Brasil foi cogitado há não muito tempo, mas acabou sendo cancelado. Agora, curtir a sua música, só mesmo nos DVDs, CDs, Blu-rays, streamings…Rest in Peace, Purple King!

Love Song– Madonna e Prince:

Nothing Compares 2 U– Sinead O’Connor:

Manic Monday– The Bangles:

A Love Bizarre– Michael Hedges:

Apertem os cintos: Prince não vem mais!

Por Fabian Chacur

Nesta terça-feira (23), Prince comunicou através de um lacônico e-mail que não irá fazer o show programado para o próximo dia 27 no Rio, como principal atração do festival Back2Black.

O mítico cantor, compositor e multi-instrumentista americano simplesmente ferrou com a direção do festival, que será realizado de 26 a 28 de agosto na Estação Leopoldina, no Rio. Como substituir alguém desse porte em cima da hora?

O evento será realizado da mesma forma, sendo que os que preferirem receber de volta o dinheiro pago por seus ingressos serão devidamente ressarcidos, segundo a organização dos shows.

Fazem parte da programação do Back2Black as cantoras Chaka Khan e Macy Gray, além de Seu Jorge e do Grupo Nação Zumbi, entre outros.

Seria a segunda passagem de Prince pelo Brasil. A primeira ocorreu no Rock in Rio, em janeiro de 1991.

Tive a oportunidade de ver os dois shows dele naquele festival, em um Maracanã lotado nas duas datas. A primeira, particularmente, foi muito legal.

Foram shows irregulares, sim, mas repleto de momentos de magia pura, especialmente nas músicas Bambi (no primeiro show), na qual Prince virou um verdadeiro Jimi Hendrix e Purple Rain (nos dois), com direito ao público cantando junto o refrão. Inesquecível.

Como consolo para quem iria vê-lo agora e não irá mais, viaje com o excelente vídeo do polêmico astro interpretando Purple Rain ao vivo em Milão, Itália, em 2010.

Veja Purple Rain ao vivo na Itália:

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