Por Fabian Chacur

Raul Seixas, em seus 45 anos de vida, provou ser um daqueles artistas com várias faces, cuja trajetória pode ser analisada sob os mais variados ângulos.

O grande mérito do documentário Raul – O Início, o Fim e o Meio, dirigido por Walter Carvalho e em cartaz em São Paulo desde a última sexta-feira (23), é mergulhar de forma vigorosa para tentar mostrar todas as facetas de um talento impressionante. E chegou bem perto, no mínimo.

Em suas quase duas horas de duração, o trabalho do diretor do antológico Cazuza – O Tempo Não Para (2005) se divide entre depoimentos de personagens fundamentais na carreira de Raul, jornalistas e até mesmo fãs anônimos.

Também foram utilizados vários registros de shows, entrevistas feitas com Raul e participações marcantes em programas de TV. A rigor, só um personagem importante em sua vida não aparece, o cantor Jerry Adriani, que entre o fim dos anos 60 e o início dos 70 o ajudou bastante.

O início como seguidor do rock and roll original, a fase como produtor de música popular, o estouro inicial em um festival e o lançamento de seu álbum mais impactante, o brilhante Krig-há Bandolo! (1973), tudo está lá, assim como a parceria com Paulo Coelho.

Os outros parceiros musicais, as ex-esposas, os músicos que o acompanharam e também seus problemas de saúde gerados por drogas e especialmente bebidas alcoólicas também estão lá.

Raul Seixas conseguiu criar um rock genuinamente brasileiro, misturando o rock and roll original com forró, baião, samba, tango, jovem guarda e o que mais lhe surgisse na cabeça. Um gênio, cujo pior inimigo foi ele mesmo, responsável por sua passagem tão rápida pela vida. Uma pena. Mas que herança musical fantástica ele nos deixou!

Raul – O Início, o Fim e o Meio serve como boa apresentação para quem imagina ser Raul Seixas apenas um maluco não tão beleza e capaz de reunir fãs insuportavelmente chatos. Sua genialidade e importância vão milhões de léguas além disso.

Veja o trailer do filme: