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Erasmo Carlos, 81 anos, o meu, o seu, o nosso amigo de fé…

M2081S-1029

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Por Fabian Chacur

“E agora, com vocês, o meu amigo Erasmo Carlos!” Era dessa forma irreverente e simpática que Roberto Carlos apresentava, no programa Jovem Guarda, da TV Record, nos anos 1960, seu maior parceiro, o grande Erasmo Carlos. Eu era muito pequeno para me lembrar de algo daquele programa, mas me recordo e muito de um compacto simples do meu irmão, A Pescaria, que eu amava, mesmo com meus cinco aninhos. Duro saber que o Gigante Gentil se foi nesta terça-feira (22), aos 81 anos.

Fui ter a honra de conhecer esse imenso cantor, compositor e músico no ano de 1992, quando ele lançou o álbum Homem de Rua, muito bom, por sinal. A entrevista coletiva foi em uma hoje extinta casa de shows situada na rua Turiassu, em São Paulo, e ficou na minha memória para sempre. Tenho aquele álbum no formato vinil com o precioso autógrafo do Tremendão.

Fui reencontrá-lo pessoalmente lá pelos idos de 2003, quando ele participou de uma entrevista coletiva ao lado da amiga Wanderlea, e desta vez com direito à foto que ilustra este post, gentileza da minha querida amiga Giseli Martins Turco. Também o entrevistei por telefone, e em todas essas ocasiões pude presenciar um cara extremamente simpático, gentil e sempre com histórias deliciosas para nos contar.

O tamanho da obra de Erasmo é imenso. Tanto suas eternas parcerias com Roberto Carlos como o que fez como artista solo já o eternizaram há muitas décadas entre os mestres da nossa música. O rock o marcou desde sempre, mas em sua sonoridade também entraram elementos de música brasileira, latina, pop e um romantismo repleto de inspiração e poesia.

A minha querida A Pescaria, Festa de Arromba, Gatinha Manhosa e Sentado à Beira do Caminho são apenas algumas das canções mais marcantes da fase inicial de sua carreira. O pós-jovem guarda nos trouxe muita coisa boa também, como Cachaça Mecânica, Filho Único, Mesmo Que Seja Eu, Mulher, Homem de Rua, é muita música boa.

Um dos grandes méritos de Erasmo Carlos reside no fato de ter conseguido atingir tanto os roqueiros mais radicais quanto o público mais simples e popular. Ele sofreu com uma parcela barra pesada de headbangers em sua participação no Rock in Rio em janeiro de 1985, mas foi um raro momento em que teve de encarar esse tipo de reação. Ele sabia falar com todo tipo de plateia como poucos artistas na história da nossa música.

Sua autobiografia Minha Fama de Mau (2009- leia a resenha de Mondo Pop aqui) é repleto de histórias de sua rica trajetória.

Outra virtude de Erasmo foi ter se mantido bastante ativo durante todos esses anos, lançando novos trabalhos e fazendo shows, o que lhe permitiu atingir um público bem além dos seus fãs originais dos tempos de jovem guarda. Ele certamente mereceu a linda homenagem de Roberto Carlos na música Amigo, que a partir de agora sempre arrancará lágrimas de todos aqueles que o admiram tanto. Perdemos um amigo de fé, mesmo.

A Pescaria– Erasmo Carlos:

Roberto Carlos: 80 anos e muito mais do que um milhão de amigos

roberto carlos

Por Fabian Chacur

Em 1974, em seu delicioso hit Eu Quero Apenas, Roberto Carlos nos disse que “eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar”. Como dizem por aí, cuidado com o que você deseja. Pois o artista, que completa nesta segunda (19) 80 anos de idade, possui muito, mas muito mais do que isso. Fãs incondicionais que se consideram seus amigos, e que certamente desejam tudo de bom e um pouco mais para o seu Rei. E alguém em sã consciência é capaz de dizer que ele não merece tanta idolatria?

Como jornalista especializado em música, tive a oportunidade de participar de três entrevista coletivas com o cantor, compositor e músico natural de Cachoeiro do Itapemirim (ES), todas realizadas na cidade de São Paulo: em 1988, no hotel Maksoud Plaza e em 1995 e 1996 no hotel Transamérica. Nas três, ficou claro para mim algumas de suas marcas: a simpatia, o imenso carisma e a forma sempre conciliadora de responder mesmo as perguntas mais ácidas.

Em uma delas (se não me falha a memória, na de 1988), questionei-o sobre o porque seu álbum de estreia, Louco Por Você (1961), nunca foi relançado oficialmente, e se isso ocorria devido ao seu veto. Ele, cheio de sorrisos e de dedos, disse que um dia a gravadora faria esse relançamento, e que ele não tinha impedido nada. No entanto, o disco completará 60 anos neste 2021, e continua disponível só em versões piratas, uma delas no formato CD repleta de faixas-bônus lançadas no início de sua carreira.

E já que o tema é efemérides, temos algumas bacanas em 2021, além dos 80 anos de idade e 60 anos do lançamento do álbum de estreia. Roberto Carlos (1971) considerado por muitos o seu melhor álbum e aquele que inclui sua canção mais citada, a maravilhosa Detalhes, celebrará 50 aninhos, enquanto Acústico MTV festeja 20 primaveras sem nunca ter sido exibido na emissora musical.

Poucos artistas conseguem chegar a uma idade como essa ainda relevante e cultuado por milhões de pessoas, ainda mais no Brasil, e o autor de Amada Amante e tantos outros sucessos pode se gabar dessa façanha. Se não lança mais discos com canções inéditas como fazia até meados dos anos 1990, mantém-se gravando projetos especiais (geralmente gravados ao vivo) e fazendo shows sempre lotados, alguns deles até em cruzeiros marítimos.

Há quem tente condená-lo por sua postura conservadora e as poucas opiniões sobre política. Ele só apoiou explicitamente uma candidatura, a de Antonio Ermírio de Moraes ao governo de São Paulo em 1986, embora já tenha dito, em uma entrevista ao extinto jornal O Pasquim, ser de direita. Também se mostrou irritado com a exibição no Brasil de filmes como Je Vous Salue Marie (1985), de Jean-Luc Goddard e A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorsese, ambos com abordagens polêmicas sobre temas caros aos católicos.

Como ele nunca foi agressivo nesses posicionamentos e não está escrito em nenhuma lei que um artista seja obrigado a ter posições políticas públicas e a defendê-las, vale deixar essa sua faceta de lado. Mas dá para se lamentar sua luta contra o excelente livro Roberto Carlos em Detalhes (2006), de Paulo César de Araújo, com direito à destruição de inúmeros exemplares. Enfim. ninguém é perfeito, e é melhor falar de música.

Nesses mais de 60 anos de música, Roberto enveredou por vários estilos. Do flerte inicial com a bossa nova, mergulhou no rock and roll, que lhe valeu a Jovem Guarda e a primeira fase de grande sucesso, com direito a programa na TV ao lado do parceiro Erasmo Carlos e de Wanderléa. Mesmo nessa época, já mostrava a versatilidade, cantando baladas, música latina, valsa e até charleston ou coisa que o valha.

No fim dos anos 1960, investiu com categoria na soul music e aos poucos foi se tornando mais romântico ainda e mais pop, consolidando sua popularidade de uma vez por todas durante a década de 1970, com álbuns sempre esperados com avidez pelo grande público que emplacavam uma quantidade incrível de hits.

Os sucessos se mantiveram firmes e fortes durante a década de 1980, embora a crítica especializada adorasse detonar cada um desses álbuns. Mas, em sã consciência, dá para dizer que músicas como Fera Ferida, Emoções, Meus Amores da Televisão, Amazônia e Amor Perfeito, alguns dos grandes hits dessa era do Rei, são de fato músicas ruins?

Certa vez, um crítico disse que Roberto Carlos é o mais popular que um fã de música sofisticada consegue ouvir e o mais sofisticado que um fã de música brega consegue chegar. É uma opinião contra a qual podemos até por alguns reparos, mas que faz todo o sentido do mundo. Difícil encontrar alguém que não goste de rigorosamente nada do repertório de Roberto Carlos.

E tem duas vertentes marcantes da sua obra. A ecológica, quando poucos tocavam nesse tema no Brasil, que gerou O Progresso, O Ano Passado, As Baleias e tantas outras, e a de cunho religiosa, que gerou Jesus Cristo, Nossa Senhora e diversas outras. Lógico que também temos as canções temáticas femininas do tipo Coisa Bonita, Mulher Pequena e Mulher de Quarenta, ou a do caminnhoneiro, a do taxista etc. Mas até essas são bem divertidas.

Das composições da dupla Roberto e Erasmo até as canções de outros autores muito bem escolhidas, Roberto Carlos Braga nos proporcionou um verdadeiro tsunami de músicas boas de se ouvir. Sempre bom cantor, ele conseguiu não perder a voz nessas décadas todas, agora se valendo de interpretações mais doces e contidas que tem tudo a ver com sua paixão pela bossa nova, e que culminou com o belo álbum que gravou em parceria com Caetano Veloso em 2008 só com músicas do repertório do grande Tom Jobim, Roberto Carlos e Caetano Veloso e a Música de Tom Jobim.

É Proibido Fumar, Quero Que Vá Tudo Pro Inferno, Rosita, Noite de Terror, Por Isso Estou Aqui, Não Vou Ficar, Todos Estão Surdos, Além do Horizonte, Amor Sem Limites… Acho que ficaria horas citando músicas do repertório do Rei de que gosto, e isso mostra o tamanho da obra desse cara. Parabéns pelos 80 anos, de um de seus milhões de amigos!

Amada Amante– Roberto Carlos:

Rei lança duas músicas em Salve Jorge

Por Fabian Chacur

Roberto Carlos, o eterno Rei, volta ao cenário das músicas inéditas com força total. Ele está lançando duas novas canções na trilha sonora da nova novela global das 21h, Salve Jorge, e tem tudo para invadir as paradas de sucesso nacional, algo que faz há quase 50 anos de forma initerrupta.

As duas faixas são bem diferentes entre si. Esse Cara Sou Eu, assinada apenas por Roberto, é uma balada rock um pouco menos melosa do que a safra de canções lançadas por ele nos últimos 20 anos, e tem aquele tipo de refrão que gruda no ouvido logo na primeira audição. Não é uma obra-prima, mas passa na média.

Furdúncio, a outra, é de autoria da célebre dupla Roberto & Erasmo, e investe na vertente mais melódica do chamado funk carioca, soando até mais como funk melody ou charm do que fúnc propriamente dito. O ritmo é gostoso e a letra fala de amor, ou seja, temos em cena aqueles elementos que contagiam seus milhões de fãs.

As duas canções certamente estarão incluídas no primeiro CD com a trilha sonora da novela global, mas o fã terá outra alternativa para adquiri-las. A loja iTunes de música digital (www.itunes.com) comercializará um EP (compacto com quatro faixas) virtual, ao preço de R$ 9,99, trazendo as duas faixas inéditas e também A Mulher Que Eu Amo e A Volta.

Se jeito regula, então, novamente não teremos um álbum só de inéditas do Rei chegando às lojas a tempo de pegar o período de Natal. Só nos resta aguardar. Mas ao menos são duas novas músicas com um dos mais bem-sucedidos nomes da música brasileira de todos os tempos, e ambas bem aceitáveis. Salve, Roberto!

Ouça Esse Cara Sou Eu, com Roberto Carlos:

Ouça Furdúncio, com Roberto Carlos:

Lulu Santos relê clássicos de Roberto e Erasmo

Por Fabian Chacur

Um dos melhores shows de rock brasileiro dos últimos tempos iniciou sua trajetória em 2011 e mostra Lulu Santos relendo com sua assinatura inconfundível alguns dos grandes sucessos roqueiros de Roberto e Erasmo Carlos. Para quem não viu, o espetáculo volta a São Paulo no dia 29 de setembro no Credicard Hall (fone 4003-5588, site: www.t4f.com.br), com ingressos de R$ 40 a R$ 220.

Há mais de 30 anos na estrada, o cantor, compositor e guitarrista carioca nunca negou o fato de ser a Jovem Guarda uma de suas grandes influências como criador. Ele, por sinal, gravou em seus discos dois clássicos desse período da música brasileiras, O Calhambeque e Se Você Pensa, ambas com ótimo resultado perante público e crítica.

No show, que passou inicialmente por São Paulo em 2011 na Via Funchal, Lulu incluiu no repertório petardos como Eu Sou Terrível, Não Vou Ficar, Quando, Sentado à Beira do Caminho, Você Não Serve Pra Mim e Festa de Arromba, entre diversas outras. Ele e sua banda incorporaram com rara felicidade esse repertório contagiante e de alta qualidade.

Lulu Santos relê ao vivo Quando:

Lulu Santos relê ao vivo Eu Sou Terrível:

Chorinhos em Desfile agora no céu, Altamiro

Por Fabian Chacur

Minha mãe era fã incondicional de música, da clássica à popular, e costumava ter sempre uma boa trilha sonora para seus afazeres de dedicada dona de casa que era. Eu, quando criança, tive a honra de ouvir com minha eterna dona Victoria vários de seus LPs.

Entre eles, um dos favoritos era Chorinhos em Desfile (1959), lançado pela gravadora Copacabana e creditado a Altamiro Carrilho e Seu Conjunto Regional. Era o “disco do passarinho”, devido à sua bela capa, com uma ave cantando nos galhos de uma árvore, em foto colorida que você pode ver ilustrando este post.

Esse álbum incluía 11 faixas, entre as quais maravilhas como Tico-Tico No Fubá (Zequinha de Abreu), André de Sapato Novo (André Victor Corrêa) e Canarinho Teimoso (Altamiro Carrilho e Ary Duarte), só para citar algumas que permanecem firmes na minha memória musical.

Através desse disco fantástico, gravado pelo flautista fluminense Altamiro Carrilho quando ele tinha 35 anos de idade, conheci um dos gêneros musicais mais cativantes da música brasileira, o chorinho, com seus improvisos, melodias deliciosas, predominância instrumental e berço/inspiração de músicos brilhantes, entre os quais o próprio AC.

Infelizmente, esse verdadeiro gênio da flauta e da música popular nos deixou no dia 15 (quarta-feira), vítima de um câncer no pulmão, e irá se juntar a minha saudosa mãe (1926-1996), apenas uma entre as inúmeras fãs desse verdadeiro gênio da música.

Altamiro Carrilho começou a tocar ainda muito jovem, aos 5 anos, e no decorrer dos anos passou a se dedicar à flauta e ao estudo da música, enquanto trabalhava como farmacêutico. No início dos anos 50, passou a atuar como músico em tempo integral.

Além de gravar inúmeros discos, entre os quais o citado Chorinhos em Desfile, Carrilho também atuou como músico de estúdio, sendo utilizado por grandes astros e sempre em posição de destaque em incontáveis gravações antológicas.

Dois de seus momentos marcantes como flautista estão nas gravações originais de estúdio de dois grandes clássicos da MPB, Detalhes (1971), de Roberto Carlos, e Meu Caro Amigo (1976), de Chico Buarque. Só essas duas participações bastariam para que eu o considerasse um gênio. E ele fez muito, mas muito mais.

Tive a honra de entrevistar esse monstro sagrado da música brasileira lá pelos idos de 1992, e fiquei cativado por sua simpatia e simplicidade, características que o marcavam também no intercâmbio com músicos mais jovens, dividindo seu talento com generosidade e inteligência.

Altamiro Carrilho (21.12.1924-15.8.2012) é mais um músico do primeiríssimo escalão da MPB que nos deixa. Sorte que temos os discos e vídeos para matarmos a saudade. Entre os quais Chorinhos em Desfile, que eu herdei da Dona Victoria. Que herança maravilhosa!

André de Sapato Novo, com Altamiro Carrilho:

Meu Caro Amigo, com Chico Buarque e Altamiro Carrilho:

Detalhes, com Roberto Carlos (flauta tocada por Altamiro Carrilho):

Morre Ivone Kassu, assessora de imprensa nº1

Por Fabian Chacur

Ivone Kassu, assessora de imprensa de Roberto Carlos por quase 40 anos, nos deixou nesta terça-feira (3), e foi enterrada nesta quarta-feira (4). Trata-se de uma daquelas perdas irreparáveis para o meio musical/artístico.

Nascido em Itu (SP), Ivone se formou em secretariado e começou sua carreira no meio musical durante os anos 60, na gravadora CBS, numa época em que a rigor nenhum artista tinha assessor de imprensa. Ela teve como primeiro cliente Chico Anysio em 1965, e ajudou a criar jurisprudência na área em nosso país. Jurisprudêcia positiva e do bem.

Além de seu cliente mais famoso, Roberto Carlos, com quem começou a trabalhar na metade dos anos 70, Kassu também assessorou artistas como Jorge Ben Jor e inúmeros outros, além de inúmeros eventos importantes, com a sua Kassu Produções.

Conheci Ivone quando ela comandava a assessoria do festival Hollywood Rock, em 1988. Ao contrário do que virou padrão nos últimos 20 anos, Kassu atendia todos os profissionais da mesma forma, sem discriminar quem trabalhava em órgãos de imprensa menores que as Folhas e Globos da vida.

Nunca deixei de ser credenciado para os eventos em que Ivone trabalhava, e não por causa de vínculos de amizade ou coisa que o valha. Bastva ela ver que você era profissional e que estava a fim de cobrir o evento, não entrar em uma boca livre. As três vezes em que tive a honra de entrevistar o Rei foi através de Ivone.

Gentil e enérgica ao mesmo tempo, Kassu sabia como tratar com as pessoas, e nunca deixava de atender quem a procurava, obviamente dentro do possível. Mas até seus “nãos” eram dados com classe e transparência.

Que o legado de Ivone Kassu possa ser divulgado e seguido por mais gente, especialmente essa gente despreparada e metida a besta que adora ser grosseira e humilhar as pessoas, assessorando às vezes artistas que não chegam sequer ao dedinho dos nomes com quem essa saudosa profissional trabalhou. Descanse em paz, amiga de fé!

Ouça Amigo, com Roberto Carlos:

Serenata homenageará Roberto Carlos em SP

Por Fabian Chacur

Nesta quinta-feira (19) o eterno Rei Roberto Carlos completará 71 anos de idade. Como forma de homenageá-lo, o grupo Trovadores Urbanos fará uma apresentação especial no centro de São Paulo.

A partir das 12h30, tendo como local a Praça Dom José Gaspar, o grupo interpretará alguns dos grandes clássicos da carreira do autor de Detalhes, em formato acústico e com vocalizações que enfatizarão as belas letras e melodias de canções que marcaram a vida de muita gente.

Durante o show, cuja entrada é gratuita, serão distribuídas rosas vermelhas a quem estiver passando no local, fato que costuma ocorrer há muitos anos durante os shows que Roberto Carlos realiza no Brasil e no exterior.

Para quem não conhece, será também uma ótima oportunidade de conferir ao vivo um dos grupos musicais mais bacanas e simpáticos da cidade.

Criado há mais de 20 anos, os Trovadores Urbanos surgiram com o intuito de resgatar grandes clássicos da música brasileira no melhor estilo de serenatas. Com o tempo, virou uma verdadeira empresa, com seus serviços sendo contratados para festas e serestas particulares.

O grupo já participou de eventos ao lado de nomes do calibre de Cauby Peixoto, Demônios da Garoa, Família Caymmi, Guilherme Arantes, Toquinho e Célia, entre muitos outros, e gravou discos bastante elogiados pela crítica. Este ano, eles darão início ao Instituto Trovadores Urbanos, cujo objetivo é ensinar canto às crianças.

Wanderléa fará show com músicas do Rei

Por Fabian Chacur

Wanderléa vive uma das melhores fases de sua carreira e pelo visto não quer saber de deixar a peteca ir para o chão.

A cantora, há mais de 40 anos na estrada, fará no dia 5 de novembro de 2011 (sábado) às 21h no teatro Artur Rubinstein, da A Hebraíca (rua Hungria, 1.000 – fone (0xx11) 3818-8888) um show aparentemente imperdível.

Acompanhada por uma orquestra regida pelo maestro uruguaio León Halegua, ela relerá à sua moda clássicos do repertório de Roberto Carlos, com quem apresentou o programa Jovem Guarda naquelas jovens tardes de domingo dos anos 60 que também incluíam Erasmo Carlos.

O repertório irá incluir, entre outras, maravilhas do naipe de Emoções, Detalhes e Como é Grande o Meu Amor Por Você.

Se levarmos em conta a altíssima qualidade de seus mais recentes trabalhos, o CD Nova Estação e o DVD Nova Estação Ao Vivo, é o tipo de show que você pode recomendar sem susto.

No DVD citado acima, por sinal, Wandeca interpreta com classe e inspiração três composições da dupla Roberto/Erasmo, Samba da Preguiça, Mané João e Todos Estão Surdos.

Os ingressos custam R$ 140,00 e R$ 70 (para sócios de A Hebraica).

Veja My Funny Valentine, com Wanderléa:

Clássicos do Rei em ritmo de churrascaria

Eduardo-LagesPor Fabian Chacur

O maestro, pianista, arranjador e compositor Eduardo Lages trabalha com Roberto Carlos há quase 30 anos. Coincidência ou não, foi mais ou menos nessa época que esse nome seminal da música brasileira começou a perder a grande inspiração que teve durante uns bons anos em sua carreira, caindo em uma mansidão e repetição com direito a poucos momentos à altura desse passado de glórias.

Braço direito do Rei nessa fase autoindulgente, Lages lança agora seu segundo CD com versões instrumentais de hits do patrão, intitulado Nossas Canções. Mais um trabalho esquecível.

Lógico que seria de se esperar, em um disco como esse, uma abordagem leve, sem grande compromisso e no melhor clima de som de fundo de churrascarias de antigamente. Mas Lages poderia ter sido um pouquinho mais criativo. Suas releituras de 12 sucessos do Roberto Carlos ficaram sonolentas demais, sem grandes nuances rítmicas ou melódicas.

O repertório se divide entre composições de Roberto e Erasmo como Além do Horizonte, Outra Vez, O Portão e Não Quero Ver Você Triste, e canções de outros autores gravadas pelo astro, como Custe O Que Custar (Hélio Justo e Edson Ribeiro), Canzone Per Te (Sergio Endrigo, Sérgio Bardotti e Luis Enrique Bacalov), Negro Gato (Getúlio Cortês) e Falando Sério (Maurício Duboc e Carlos Colla). Uma leva a assinatura do próprio Lages, Confissão, feita em parceria com Paulo Sérgio Valle. Não por acaso, a mais fraca de todas.

Nossas Canções é o tipo do disco que você ouve e esquece cinco minutos depois. Simples assim. Fica a torcida para que, em uma próxima tentativa, Lages aproveite e tente algo pelo menos um pouquinho mais criativo, mesmo que seja nessa mesma linha mansa e sem grandes ambições. Mas que não caia de novo nessa mesma linha de recepção de dentista. Dá sono…..

Clipe sensacional de Quando, extraído do filme Em Ritmo de Aventura:

http://www.youtube.com/watch?v=wdW2Eo7xY5w

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