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Tuesday Night Music Club- Sheryl Crow (1993-A&M)

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Por Fabian Chacur

Em 3 de agosto de 1993, Sheryl Crow lançava Tuesday Night Music Club, o seu álbum de estréia. Aos 31 anos de idade, a cantora, compositora e musicista norte-americana era uma jovem veterana, com um currículo repleto de trabalhos interessantes. Faltava, no entanto, aquele algo mais para se tornar uma artista do primeiro escalão. E este trabalho proporcionou isso a ela, mas não sem uns belos percalços antes.

Nascida em Kenneth, Missouri (EUA) em 11 de fevereiro de 1962, filha de uma professora de piano e de um advogado que tocava trompete nas horas vagas, Sheryl se formou em educação musical na Universidade do Missouri em 1984 e logo começou a trabalhar como professora de música. Nos finais de semana, cantava em bandas e sonhava com uma carreira artística.

O produtor e músico Jay Oliver deu a ela suas primeiras oportunidades profissionais, escalando-a para gravar jingles para McDonald’s e Toyota. Após juntar um dinheiro, Sheryl resolveu mergulhar de vez no seu sonho e se mudou para Los Angeles em 1986. No ano seguinte, conseguiu uma oportunidade de ouro: ser backing vocals da turnê Bad, de Michael Jackson.

Até o início de 1989, a jovem cantora esteve com o Rei do Pop, com direito a um momento de destaque nos shows, quando interpretava I Just Can’t Stop Loving You ao lado do patrão, papel representado no álbum Bad pela cantora Siedah Garrett (também coautora do hit Man in The Mirror, do mesmo CD).

Fazer shows pelo mundo com Michael Jackson foi uma vitrine bastante útil para Sheryl. Naquele período, ela fez gravações ao lado de nomes importantes como Don Henley (dos Eagles), Belinda Carlisle (das Go-Go’s), Jimmy Buffett, Kenny Loggins e Neal Schon (do Journey e Santana).

O passo seguinte foi ter gravações próprias incluídas em trilhas de filmes, entre os quais Bright Angel, de 1990 (com a canção Heal Somebody), e Stone Cold, de 1991 (com a faixa Welcome To The Real Life).

Nessa época, entrou em cena na vida da futura estrela do rock um personagem que se mostraria decisivo. Era o cantor, compositor e músico Kevin Gilbert (1966-1996), que se tornou seu namorado e parceiro musical. Ele integrava a banda Toy Matinee e fazia trabalhos para gravadoras.

Ainda em 1991, graças à boa repercussão que sua canção Hundreds Of Tears (escrita por Sheryl em parceria com Bob Marlette- ouça aqui) teve ao ser incluída na trilha do filme Point Break (estrelado por Keanu Reeves e Patrick Swayze), ela foi contratada pela A&M para enfim gravar o seu primeiro álbum. Mas não seria assim tão fácil.

A gravadora escolheu um nome do primeiro escalão para se incumbir da produção, o britânico Hugh Padgham, conhecido por seus bem-sucedidos trabalhos com Phil Collins, Peter Gabriel, The Police e Sting.

O time de músicos envolvidos para a gravação desse álbum provavelmente incluiu músicos do gabarito de Dominic Miller (guitarra), Pino Palladino (baixo), Todd Wolfe (dobro e guitarra) e Vinnie Colaiuta. Não existe uma ficha técnica oficial disponível que possa confirmar 100% tal informação.

Programado para sair em setembro de 1992, o álbum teria as seguintes faixas (com os nomes dos autores quando essa informação for possível):

All Kinds Of People (Sheryl Crow- Eric Pressley-Kevin Gilbert), Father Sun, What Does It Matter, Indian Summer, Will Walk With You, Love You Blind. Near Me, When Love Is Over, You Want It All, Hundreds Of Tears (Sheryl Crow- Bob Marlette), The Last Time e Borrowed Time. O amigo Jay Oliver teria sido parceiro de Sheryl em algumas dessas composições.

Pouco antes de seu lançamento, no entanto, este álbum acabou sendo abortado em comum acordo entre a artista e a A&M. Aparentemente, ambas chegaram à conclusão de que aquele trabalho não conseguiria cumprir a missão de tornar Sheryl Crow uma grande estrela do pop rock.

Uma das razões pode ter sido a produção de Padgham, de alta qualidade técnica mas bastante impessoal nesta ocasião específica. Muitos teclados, bateria bombástica e solos um pouco exagerados são a marca registrada de uma sonoridade ainda muito ligada ao que se fazia na década de 1980.

No fim das contas, Sheryl também acabou deixando de lado as 12 composições, entre elas a única lançada anteriormente (Hundreds Of Tears), o ótimo rock Indian Summer (ouça aqui) e a balançada All Kinds Of People (ouça aqui), embora esta última lembre bastante Crazy, hit de Seal em 1991.

Duas dessas músicas acabaram sendo aproveitadas por outros artistas. All Kinds Of People foi gravada pela cantora country/contemporary christian Susan Ashton em seu álbum A Distant Call (1996), mesmo trabalho em que também gravou Hundreds Of Tears.

All Kinds Of People também seria regravada por Anita Hegerland (em 1994), Jill Johnson (1995), o grupo Big Mountain (1997) e Cherwin (1998), enquanto Hundreds Of Tears teria um registro do cantor Daryl Braithwaite em seu álbum Taste The Salt (1993).

Graças à pirataria, este álbum descartado pela A&M sairia em 1997 (ouça aqui) e hoje está disponível no Youtube, mas nunca teve uma versão oficial. Ouça e tire suas próprias conclusões.

Com um contrato a cumprir e uma primeira tentativa fracassada, Sheryl resolveu apelar para o namorado Kevin Gilbert, que a apresentou ao produtor e técnico de som Bill Botrell, dono de um pequeno estúdio em Los Angeles e que se reunia todas as terças-feiras com um time de músicos para jam sessions, parceria apelidada por eles de Tuesday Night Club.

De quebra, Botrell trazia como ótimas referências ser o coautor e coprodutor de Black Or White, megahit de Michael Jackson em 1991, e ter trabalhado na parte técnica para artistas como Thomas Dolby, Madonna, Tom Petty, Electric Light Orchestra e Travelling Wilburys.

Com essa turma, Sheryl mergulhou de cabeça na criação de um material que soasse mais personalizado e com a cara dela. E dessa forma nasceu o material contido em Tuesday Night Music Club, sem músicos badalados mas todos muito talentosos e capazes de oferecer um consistente som de grupo com uma assinatura própria para a candidata a estrela.

O time trazia, além da própria Sheryl Crow (vocal, guitarra e teclados), os músicos Kevin Gilbert (teclados, guitarra, bateria nas faixas Run Baby Run e All By Myself e baixo em All I Wanna Do), David Baerwald (guitarra), Bill Botrell (produção, guitarra, pedal steel), David Ricketts (baixo em Leaving Las Vegas), Dan Schwartz (baixo e assistente de produção) e Brian MacLeod (bateria, integrante das bandas Wire Train e Toy Matinee).

Tuesday Night Music Club é um trabalho coeso, com muita personalidade e centrado no pop rock com elementos de folk, country e jazz. Tinha tudo para dar certo, No entanto, não foi o que ocorreu inicialmente. Run Baby Run, o 1º single extraído do álbum, sequer entrou nos charts em setembro de 1993. What Can I Do For You bateu na trave em fevereiro de 1994. E Leaving Las Vegas, o 3º, não passou do nº 60 em abril de 1994.

Como forma de ser apresentada ao grande público, Sheryl começou a abrir shows de grupos e artistas como Big Head Todd & The Monsters, Crowded House e John Hyatt. Entre 7 de julho e 13 de setembro de 1994, abriu os shows da badaladíssima turnê Hell Freezes Over, que marcou o retorno dos Eagles do amigo Don Henley. Aí, as coisas começaram a andar.

Em outubro de 1994, All I Wanna Do, a faixa mais pop do álbum, atingiu o 2º posto nos EUA, e abriu caminho para que Sheryl Crow fosse uma das grandes vencedoras da 37ª edição do Grammy, em março de 1995, rendendo a ela três troféus- Record of The Year, Best New Artist e Best Female Pop Vocal Performance, todas graças a All I Wanna Do.

Aí, em 25 de março de 1995, Tuesday Night Music Club atingiu a sua posição máxima na parada ianque, um excelente 3º lugar, longos um ano e sete meses após o seu lançamento. O CD vendeu mais de 7 milhões de cópias no mercado americano e teve ótimas vendagens em vários países, tendo atingido o 8º posto nas paradas do Reino Unido.

Análise das faixas de Tuesday Night Music Club:

Run Baby Run (Sheryl Crow- Bill Botrell- David Baerwald- ouça aqui)

A marca registrada das canções deste álbum são histórias de personagens estradeiras, literalmente sem lenço e sem documento e em busca de suas identidades, destinos e sucesso. Mais ou menos a mesma situação de Sheryl e seus colegas, embora não dê para dizer com toda a certeza que se tratem de canções totalmente autobiográficas. Certamente tem ficção no meio, como deixa clara a abertura desta linda canção de tempero blues, que abre com um “ela nasceu em 1963 no dia que Aldous Huxley (o autor do livro Admirável Mundo Novo) morreu”, sendo que a cantora nasceu em fevereiro de 1962. Aqui, a garota, filha de hippies, aprendeu que o importante é “correr, baby, correr” em meio às dificuldades.

Leaving Las Vegas (Sheryl Crow- Bill Botrell- David Baerwald- Kevin Gilbert- David Ricketts- ouça aqui):

Neste folk rock compassado, temos Sheryl incorporando uma mulher saindo de Las Vegas após se cansar de tentar o sucesso na terra da jogatina insana e romantizada, dos shows bregas e das luzes brilhantes à noite e do clima de solidão no meio do deserto de dia. E se mandando de uma vez por todas, como ela ressalta. Outro momento bem ficcional com elementos reais, já que ela se mandou do Missouri rumo a Los Angeles, uma cidade totalmente envolvida com a música e o cinema.

Strong Enough (Sheryl Crow- Bill Botrell- David Baerwald- Kevin Gilbert- David Ricketts- Brian MacLeod- ouça aqui):

Aqui, a garota ficcional conta ao parceiro de momento os principais aspectos de sua trajetória, entre eles seus medos, desejos e carências. e sempre ressaltando a pergunta “seria você forte o suficiente para ser o meu homem?”. Destaques para a linda melodia, a slide guitar no melhor estilo country e uma interpretação apaixonada e contida na medida certa de Sheryl. Na parte final da canção, versos que denotam fragilidade e surgiriam novamente em outra composição incluída neste álbum: “minta pra mim, eu prometo que acreditarei, mas por favor não se vá”.

Can’t Cry Anymore (Sheryl Crow- Bill Botrell- ouça aqui):

Neste rockão com riff poderoso de guitarra que demonstra fortes influências de Lou Reed, a cantora mostra sua coragem para novamente sair de uma situação difícil pela razão mais simples: “não posso mais chorar”. O lamento pela má sorte e pelas situações difíceis recorrentes também surgem nos versos de uma pessoa que certamente não aguenta mais encrencas.

Solidify (Sheryl Crow- Bill Botrell- David Baerwald- Kevin Gilbert- David Ricketts- Brian MacLeod- Kevin Hunter- ouça aqui):

As canções de Tuesday Night Music Club saíram basicamente de jam sessions entre os músicos envolvidos, e esta funkeada e poderosa faixa é um dos exemplos mais evidentes, especialmente pelo fato de incluir uma letra bem vaga acerca de um relacionamento afetivo não muito estável e a questão básica de “porque eu deveria solidificá-lo?” Teria algo a ver com o namoro de Sheryl com Kevin Gilbert? Boa pergunta…

The Na-Na Song (Sheryl Crow- Bill Botrell- David Baerwald- Kevin Gilbert- David Ricketts- Brian MacLeod- ouça aqui):

Faixa simplesmente sensacional e contagiante, obviamente inspirada em I Am The Walrus, dos Beatles, que inclusive são citados ironicamente pelo fato de uma de suas canções (Revolution) ter sido usada em um comercial da Nike (sem autorização direta da banda, vale ressaltar). Um dos seus versos: “quero ser a Madonna, mas o preço é muito alto”. Mas quem acompanhou sua trajetória sabe que o preço para ser Sheryl Crow também não foi nada baixo. Essa canção teve uma versão anterior (e bem inferior), Volvo Cowgirl 99, que só viria à tona em 2009.

No One Say It Would Be Easy (Sheryl Crow- Bill Botrell- Kevin Gilbert- Dan Schwartz- ouça aqui):

Em outro momento introspectivo do álbum, temos aqui um rock mais lento com tempero bluesy no qual novamente o tema é uma situação de impasse perante dificuldades sérias vividas pelo personagem, com o refrão deixando tudo claro: “ninguém disse que seria fácil, mas também ninguém disse que seria tão duro, e que chegaríamos a esse ponto”.

What Can I Do For You (Sheryl Crow- David Baerwald- ouça aqui):

Entra em cena um rock balançado com uma letra na qual Sheryl faz uma ácida crítica ao cenário machista da música, no qual muitos esperam que a mulher seja obrigada a fazer “favores” aos executivos e produtores musicais para poder atingir os seus objetivos profissionais. “O que eu posso fazer por você ninguém no mundo de Deus pode fazer”, diz em um dos versos.

All I Wanna Do (Sheryl Crow- Wyn Cooper- Bill Botrell- David Baerwald- Kevin Gilbert- ouça aqui):

Em 1987, o poeta norte-americano Wyn Cooper escreveu o poema Fun, no qual dizia a frase “Tudo o que eu quero é ter um pouco de diversão antes de morrer”. E esse foi o mote utilizado por Sheryl na canção mais pop e dançante do álbum, que acabou se tornando o seu maior hit. O cenário é o de um barzinho no qual desconhecidos se divertem tomando todas as cervejas possíveis enquanto observam o mundo cotidiano lá fora, sem grandes perspectivas. E dessa forma desencanada ela não só divertiu os fãs de música pop e de rock como também se tornou enfim uma estrela da música.

We Do What We Can (Sheryl Crow- Bill Botrell- Kevin Gilbert- Dan Schwartz- ouça aqui):

Após o momento mais descontraído do álbum, surge uma canção intimista e com forte inspiração jazzística no qual um músico de jazz relembra dos tempos de outrora e de como as coisas atualmente não estariam mais tão animadoras. Mas, apesar desse clima levemente deprê, a esperança surge em versos como “mas é bom estar vivo, e essas são as escolhas que você faz pra sobreviver, você faz o que pode”. Levemente conformista, é fato, mas confortante. Sheryl convidou para fazer um lindo solo de trompete nesta gravação ninguém menos do que o seu pai, Wendell.

I Shall Believe (Sheryl Crow- Bill Botrell-ouça aqui):

A versão original de Tuesday Night Music Club era encerrada com essa canção comovente, na qual a personagem vai fundo naquele verso de Strong Enough e ressalta “venha para mim agora, mesmo que seja mentira, diga que tudo ficará bem, e eu acreditarei”. Para não deixar margem a dúvidas da sua necessidade em acreditar, ela usa a expressão “I shall”, que vai além da simples “I will”, como que ressaltando uma crença dogmática naquilo em que acredita. Neste caso, no amor de que ela tanto necessita. Se bem que temos uma pequena ressalva: “Por favor, diga honestamente que você não desistirá de mim, e eu acreditarei”. Belo fim para um belíssimo álbum.

All By Myself (Eric Carmen- Sergei Rachmanonoff- ouça aqui):

Uma das marcas registradas da carreira de Sheryl Crow é a sua participação em inúmeras trilhas de filmes e séries televisivas, álbuns celebrando obras de outros artistas e projetos desse tipo. Sua regravação de All By Myself, grande sucesso de Eric Carmen em 1975 surgiu dessa forma, e acabou sendo incluída na trilha sonora da novela global Pátria Minha, exibida entre julho de 1994 e março de 1995.

A gravadora Polygram, que na época distribuía os lançamentos da A&M Records no Brasil, resolveu então incluir All By Myself na tardiamente lançada edição nacional de Tuesday Night Music Club, com direito a uma chamada na capa do CD. A releitura ficou bem simpática, mas abaixo do resto do repertório deste grande álbum.

Tuesday Night Music Club ganhou em 2009 uma Deluxe Edition via Universal Music, com direito a um CD adicional e a um DVD com clipes e um pequeno documentário sobre a gravação deste trabalho (saiba mais sobre o seu conteúdo aqui).

Uma informação final: Sheryl Crow faria seus primeiros shows no Brasil em novembro de 1995, abrindo as apresentações de Elton John, que também fazia a sua estreia em palcos brasileiros. Tive a sorte de ver sua ótima apresentação em São Paulo, perdida por muitos fãs por causa do trânsito nas imediações da Arena montada na região do Ibirapuera.

Ouça Tuesday Night Music Club, de Sheryl Crow, em streaming:

Garbage faz uma releitura eletropop de Cities in Dust

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Por Fabian Chacur

Cities in Dust é um dos hits mais emblemáticos da carreira do grupo britânico Siouxsie and The Banshees. Lançado em single no final de 1985 e depois incluído no álbum Tinderbox (1986), essa canção que mistura rock e dance music estourou nos quatro cantos do mundo, Brasil inclusive, onde a banda abriu seus shows com ela em 1986. A banda americana Garbage acaba de lançar uma releitura da mesma, incluída em seu EP intitulado Witness To Your Love.

O grupo liderado pela cantora Shirley Manson e pelo músico e produtor Butch Vig (que produziu o icônico álbum Nevermind, de 1991, do Nirvana) deu ao sucesso oitentista uma roupagem eletropop com um resultado bem interessante que de repente até pode trazer a canção de volta aos charts.

Essa mesma canção já foi relida em 2007 pelo Pato Fu (confira aqui) e em 2008 pelo produtor holandês Junkie XL (ouça aqui). Mas a versão original continua mesmo imbatível (essa aqui).

Cities in Dust (clipe)- Garbage:

Pixies divulgam single e clipe e lançam um álbum em setembro

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Por Fabian Chacur

Os Pixies voltarão ao Brasil em outubro para shows em São Paulo (no Popload Festival) e no Rio de Janeiro. Enquanto não chegam por aqui, o quarteto americano, um dos mais influentes do indie rock americano, traz novidades para os fãs. Depois de divulgar o rockão There’s a Moon On (veja o clipe aqui), agora é a vez de Vault Of Heaven, com direito a clipe e tudo.

Ennio Morricone (1928-2020), um dos mais influentes compositores de trilhas de filmes de todos os tempos, foi a assumida inspiração da banda para criar Vault Of Heaven, que gerou um clipe divertido com tipos bizarros e cenas em uma filial de uma célebre rede de lojas de conveniência americana. As duas faixas integrarão Doggerel, 8º álbum de estúdio deles, que sairá em diversos formatos no exterior no dia 30 de setembro pela BMG.

A produção do novo trabalho foi dividida entre Tom Dalgety (conhecido por seus trabalhos com Royal Blood e Ghost) e o vocalista, guitarrista e líder dos Pixies, Black Francis. A atual formação da banda americana, que surgiu em Boston em 1986, também traz Joey Santiago (guitarra), David Lovering (bateria) e Paz Lenchantin (baixo).

Vault Of Heaven (clipe)- Pixies:

Goo Goo Dolls divulga faixa do álbum que lançará em agosto

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Por Fabian Chacur

Em 1998, o Goo Goo Dolls invadiu as paradas de sucesso de todo o mundo com Iris, maravilhosa power ballad que integrou a trilha sonora do filme City Of Angels, estrelado por Nicholas Cage e Meg Ryan. A canção, parte do álbum Dizzy Up The Girl (1998), virou o cartão de visitas dessa banda. Eles prometem para o dia 12 de agosto o lançamento de um novo álbum. Chaos In Bloom, pela gravadora Warner, e já tem amostra no ar.

A primeira das 10 faixas a ser divulgada nas plataformas digitais, com direito a um divertido clipe, é o delicioso rock Yeah, I Like You, que brinca com as celebridades instantâneas dos dias atuais, onde uma garota anônima pode ganhar as manchetes graças a uma mera postagem nas redes sociais. Isso, ilustrando uma canção leve, boa de se ouvir e com levada simples e direta.

Com mais de três décadas na estrada, o Goo Goo Dolls é liderado pelo cantor, compositor e guitarrista John Rzeznik, que pela primeira vez assina a produção de um álbum da banda, gravado no Dreamland Studios, situado em Woodstock, New York. Além de Rzeznik, o grupo também traz de sua formação original o baixista e vocalista de apoio Robby Takac, e eles se valem de músicos de apoio nos inúmeros shows que fazem.

Yeah, I Like You (clipe)- Goo Goo Dols:

Red Hot Chili Peppers apresenta 2ª faixa do álbum Unlimited Love

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Por Fabian Chacur

Seis anos após The Getaway (2016), o Red Hot Chili Peppers se prepara para lançar um álbum de inéditas. Unlimited Love chegará ao mercado musical no dia 1º de abril, e será oferecido aos brasileiros não só nas gloriosas plataformas digitais, mas também em CD físico. A 1ª faixa a ser apresentada aos fãs foi a simpática e quase balada Black Summer (veja o clipe aqui). E outra acaba de sair nesta sexta (4).

Trata-se da funkeada e no melhor estilo hip hop old school temperada por rock Poster Child. A letra insere vários nomes do universo pop, como Robert Plant, Yoko Ono, The Ramones e até Ronald Reagan. Muito interessante mesmo. Ambas marcam o retorno à banda do guitarrista John Frusciante, que estava há mais de 15 anos fora do time e se mostra com fome de bola, como podemos ver em seus eficientes solos nestas duas faixas, do álbum que tem um total de 17.

Em press release enviado à imprensa, a banda definiu assim o processo de gravação de Unlimited Love:

“Nosso objetivo é se perder na música. Nós passamos milhares de horas, juntos e individualmente, nos aprimorando e compartilhando para fazer o melhor álbum que pudéssemos. Nosso radar apontou para o divino, o cosmos, e estamos tão gratos por essa chance de estar juntos novamente na mesma sala, mais uma vez, tentando nosso melhor. Passamos dias, semanas, meses ouvindo um ao outro, compondo, tocando e fazendo arranjos para que tudo tivesse um propósito”.

Poster Child– Red Hot Chili Peppers:

Sheryl Crow celebra 60 anos como uma artista impecável

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Por Fabian Chacur

Sheryl Crow esteve no Brasil pela primeira vez em novembro de 1995. Seu álbum de estreia, o maravilhoso Tuesday Night Music Club (1993), havia saído por aqui sem grande estardalhaço, e a moça veio para abrir os shows de Elton John no Brasil. Estive na coletiva de imprensa concedida pela cantora em São Paulo, no Maksoud Plaza, e apareço em uma foto meio bizarra com ela. Ao ver sua performance, ficou claro para mim que esta artista, que nesta sexta (11) completa 60 anos de idade, tinha potencial para ir muito, mas muito longe mesmo na cena musical. Eu estava certo.

Cantora, compositora e musicista, Sheryl não apareceu da noite pro dia, e pavimentou o seu caminho tocando em bares e depois atuando em bandas de apoio de outros artistas. Nessa seara, seu momento de maior destaque ficou por conta de ter sido vocalista de apoio na turnê Bad, de Michael Jackson, entre 1987 e 1989. Ela ficava nos holofotes em cada apresentação quando fazia as vezes de Siedah Garrett na música I Just Can’t Stop Loving You, encarando o dueto com o Rei do Pop sem o menor vacilo.

Mesmo demonstrando tanto talento, Sheryl demorou para lançar um trabalho solo. Seu álbum de estreia só saiu em 1993, o brilhante Tuesday Night Music Club. Dois anos antes, um álbum pronto foi colocado de lado, do qual apenas uma faixa veio à tona na trilha de um filme. Mas valeu a espera. A então já trintona esbanjou talento em uma mistura de rock, country, folk, soul e pop que gerou hits como All I Wanna Do e Strong Enough, com o álbum atingindo o 5º posto na parada americana. Esse foi o repertório de seus primeiros shows no Brasil.

A partir dessa estréia, a moça se consolidou como uma artista completa, sem nunca se desviar radicalmente dos caminhos que nos apresentou nesse disco de estreia. Sempre acompanhada por músicos do primeiro escalão, Sheryl Crow é daquelas artistas que sabem o que fazer quando sobem nos palcos, cantando muito e tocando com categoria. Nunca apelou nem se valeu de recursos cênicos mirabolantes em seus shows. Som na caixa e muita garra e talento, sempre.

Nesses anos todos, ela fez parcerias bacanas com artistas como Stevie Nicks, Eric Clapton, Keith Richards e muitos outros, e mostrou também ser boa para reler repertório alheio, como suas belas covers de Mother Nature’s Sun (dos Beatles) e The First Cut Is The Deepest (de Cat Stevens) provam de forma veemente. E ela voltou ao Brasil de forma triunfal em 2001, participando com destaque do Rock in Rio.

Inteligente, linda, articulada, discreta e sempre defendendo causas bacanas, Sheryl Crow chega aos 60 anos de idade mais relevante do que nunca, com novos álbuns e shows e uma trajetória brilhante que parece estar bem longe de terminar. Ela felizmente superou problemas de saúde que teve nos idos de 2006, e se mostra pronta para nos oferecer novas canções maravilhosas como Soak Up The Sun, Strong Enough, The Na-na Song e tantas outras.

Soak Up The Sun (clipe)- Sheryl Crow:

Pocket Full Of Kryptonite (1991), o álbum da vida dos Spin Doctors

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Por Fabian Chacur

No fim dos anos 1980, surgiu na região de Nova York uma cena de grupos de rock apelidada de jam bands. Eram formações claramente inspiradas no rock psicodélico dos idos de 1967, tipo Grateful Dead, Jimi Hendrix e Jefferson Airplane, com uma pegada um pouco mais pop, mas ainda assim investindo nos improvisos ao vivo. Desse universo musical, aflorou como ponta de lança o Spin Doctors, cujo álbum Pocket Full Of Kryptonite (1991) completa 30 anos de lançamento neste mês de agosto. Um grande sucesso que surgiu graças a muito talento, garra e persistência.

Tudo começou em 1988 quando Chris Barron (vocal) resolveu montar uma banda com dois colegas da New School College de Nova York, Erik Schenkman (guitarra, único canadense deste grupo americano) e Aaron Comess (baixo). Pouco depois, Mark White (baixo) completou o time. Enquanto faziam shows em bares, o grupo gravou duas fitas-demo que vendiam nos shows, e através delas atraíram a atenção do produtor Frankie La Rocka (1954-2005), que os levou para a Epic Records, selo do conglomerado Sony Music.
Inicialmente, foi lançado em janeiro de 1991 o EP Up For Grabs. O álbum completo viria em agosto daquele ano. O material foi selecionado a partir do vasto repertório autoral que a banda tocava em seus shows, com versões mais bem concisas (em termos de arranjos) de músicas que já eram bem legais nos formatos demo, como podemos conferir na edição comemorativa dos 20 anos de Pocket Full Of Kryptonite lançada em 2011, que traz em um CD bônus essas faixas em suas gravações prévias.

Quando chegou às lojas, o álbum de estreia do quarteto veio no melhor esquema “devagar e sempre”. Foram longos meses durante os quais as vendas não entusiasmavam a ninguém. No entanto, Chris Barron e sua turma não desanimavam, e seus shows foram aos poucos ganhando mais e mais público. Em setembro de 1992, enfim atingiram o disco de ouro nos EUA, com mais de 500 mil cópias vendidas. Em 10 de outubro, participaram do mitológico programa de TV Saturday Night Live, e a partir daí a porteira abriu de vez.

Provavelmente, a Sony estava se fartando de ganhar dinheiro com os álbuns de estreia dos grupos Pearl Jam e Alice In Chains, lançados na mesma época, e não deu muita bola para os Spin Doctors. Quando percebeu o erro, reagiu e lançou em outubro de 1992 no formato single Little Miss Can’t Be Wrong, que atingiu o 17º lugar nos EUA e o 23º lugar no Reino Unido. A seguir, foi a vez de Two Princes, com resultados ainda melhores, nº 7 nos EUA e nº 3 no Reino Unido. As duas com videoclipes bem legais. Dessa forma, a Spin mania tornava-se real.

O disco de platina para Pocket…, marca de mais de um milhão de cópias comercializadas nos EUA, veio em janeiro de 1993. Em junho, essa marca já havia triplicado. No fim das contas, o álbum ultrapassou os 10 milhões de álbuns comercializados em todo o mundo, sendo metade deles em território americano.

Tudo bem, falei muito de números e mais números. Mas e a qualidade musical? Ai é que a coisa melhora. Trata-se de um disco de rock simples e sensacional, daqueles bons de se ouvir de ponta a ponta, e que vai além de seus hits matadores. A forma melódica e quase falada do canto de Barron se encaixou feito luva nos riffs de guitarra potentes, bases ritmadas e solos ora virulentos, ora a la George Harrison de Schenkman, enquanto a cozinha rítmica de White e Comess encarava todas as curvas e retas do som deles.

Mas creio que aqui caiba uma análise faixa a faixa. Vamos a ela

Jimmy Olsen’s Blues (Spin Doctors)
Com um riff de abertura matador, a música tem uma letra divertidíssima, na qual Jimmy Olsen, o repórter pobretão do Planeta Diário, tenta xavecar Lois Lane, a eterna namorada do Super Homem, dizendo que ele não só é melhor do que o fortão, como de quebra ainda tem o “bolso cheio de kriptonita”, a única substância capaz de deter o cara. Aliás, eis a origem do título do álbum. A capa do CD mostra uma cabine de telefone do tipo em que o Super Man trocava de roupa e saía com o seu uniforme de super herói. Uma faixa vibrante, swingada, perfeita para abrir um disco. Vale citar sutis passagens rítmicas aqui e ali típicas da música pop africana.

What Time Is It? (Spin Doctors)
Essa saiu de um improviso feito pelo grupo às 4h30 da madrugada em um show em uma irmandade universitária. Funkeada, envolvente e viajandona, aumenta bastante de duração nos shows. Vale sempre destacar o entrosamento da cozinha rítmica, sempre precisa e repleta de jogo de cintura e grooves.

Little Miss Can’t Be Wrong (Spin Doctors)
Rock desencanado e dançante que soa como uma espécie de mescla entre os estilos de Huey Lewis & The News e Steve Miller. A faixa que desencadeou o estouro deste álbum. Houve quem considerasse na época a letra sexista, mas creio que seja um excesso de zelo exagerado, pois a banda nem tem esse perfil.

Forty Or Fifty (Spin Doctors)
Chega o momento de respirar um pouco. Com elementos de blues, r&b e até de bossa nova, cria um clima gostoso e envolvente, com uma letra meio hippie e romântica a la anos 1960.

Refrigerator Car (Spin Doctors)
Depois da respirada, outra porrada das boas. Rockão pesado, hard mesmo, um dos vários momentos dos quais a influência de Jimi Hendrix, uma das mais importantes no som dos Doctors, vem à tona neste álbum. Pra chacoalhar a cabeça sem dó!

More Than She Knows (E.Schenkman- S.Lambert-G.Clark-J.Fitting)
Rock acelerado e pra cima, com um belo solo de harmônica de John Popper, líder da banda Blues Traveller, outra da cena jam bands que se deu bem. Por sinal, ele, Barron e Schenkman tiveram uma banda paralela, a Trucking Company, que acabou quando o Blues Traveller começou a decolar.

Two Princes (Spin Doctors)
Com sua batida irresistível e concisão absurda, Two Princes se tornou o cartão definitivo de visitas dos Spin Doctors, prova cabal de que uma autêntica banda de rock pode ser pop ser perder sua verdadeira essência.

Off My Line (Erik Schenkman- J.Bell- Spin Doctors)
Aqui, no momento mais hendrixiano do álbum, Erik Schenkman assume o vocal principal, em um rock pesado com um riff poderoso e energia suficiente para sacudir a todos.

How Could You Want Him (When You Know You Could Have Me?) (Spin Doctors)
Rock funkeado com influências da música africana, em cuja letra surge aquele questionamento clássico em todo cara apaixonado por uma mulher e não correspondido: “por que você quer ele se você pode ter a mim?” Respostas para a redação!

Shinbone Alley (Spin Doctors)/ Hard To Exist (C.Barron- E.Schenkman-John Popper-A.Comess)
Como forma de trazer para o disco ao menos uma faixa com o clima dos shows, o grupo optou por reunir essas duas composições em pot-pourry e sem medo de improvisar, passando, dessa forma, dos 10 minutos de duração. Baita de uma jam, com direito a muito groove, energia e solos bacanas. Um fim perfeito para um álbum marcante.

Ouça Pocket Full Of Kryptonite em streaming:

Lenny Kravitz lança single com videoclipe filmado nas Bahamas

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Por Fabian Chacur

Desde o começo da pandemia do novo coronavírus, Lenny Kravitz está isolado nas Bahamas, um dos paraísos naturais do planeta. Isolado, mas não parado. Ele acaba de lançar um novo single, Raise Vibration, um rock com pegada hard, influências de John Lennon e Jimi Hendrix e com arranjo trazendo algumas pausas estratégicas de efeito garantido em termos de empolgação. O clipe para divulgá-la tem a direção do badalado fotógrafo e diretor americano Mark Selinger.

Em texto enviado à imprensa, o autor de Are You Gonna Go My Way e It Ain’t Over ‘Til It’s Over explica a motivação básica por trás de sua nova canção:

“Essa música é muito especial para mim. É tudo uma questão de esperança, união e permanência sem medo na busca de sua paixão e propósito. Mark e eu guardamos esta mensagem no coração. Queríamos celebrar a beleza das Bahamas no vídeo e tentar capturar o espírito de inspiração sinônimo das ilhas. É algo que quero compartilhar quando voltar para a estrada. ”

Raise Vibration (clipe)- Lenny Kravitz:

Losing My Religion, do R.E.M., vira EDM nas mãos de Steve Aoki

steve aoki losing my religion 400x

Por Fabian Chacur

O DJ americano Steve Aoki, um dos mais bem-sucedidos mundialmente na música eletrônica, mais especificamente em uma de suas tendências mais populares, a EDM (electronic dance music), acaba de lançar uma releitura que irá surpreender a muita gente. Trata-se de Losing My Religion, maior hit do R.E.M. lançado há exatos 30 anos. A nova versão, com uma batida fortemente dançante e timbragem eletrônica com sabor de anos 1990, traz os vocais da cantora canadense MLKA e também os DJs Gattuso e Aukoustics.

MKLA é conhecida no cenário dance por ter participado em 2019 do single Save Me, do brasileiro Vintage Culture, enquanto o americano Gattuso já havia também transformado outro clássico roqueiro dos anos 1990, Creep, do grupo britânico Radiohead, e Aukoustics é talento da nova geração.

Em texto enviado à imprensa, Aoki, de 43 anos, explica a motivação desse remake sonoro, gravado em seu estúdio situado em Las Vegas a partir de uma demo criada por Gattuso:

“Losing My Religion é a minha favorita do R.E.M., eu a amava quando criança. Era hora de trazer de volta e fazer uma versão 2021 para as pistas, e as pessoas não esperariam. Nós a fizemos especial.”

Losing My Religion– Steve Aoki, Gattuso, Aukoustics, MKLA:

Sheryl Crow e Emmilou Harris em single que antecede disco ao vivo

sheryl crow li.ve from the ryman and more

Por Fabian Chacur

Desde que iniciou sua carreira-solo há mais de 30 anos, Sheryl Crow não só emplacou diversos hits e vendeu milhões de discos como também se firmou como uma incrível artista no quesito shows. Para quem por ventura ainda tem alguma dúvida disso, no dia 13 de agosto sairá, em CD duplo, LP de vinil quádruplo e nas plataformas digitais, Live From The Ryman And More, um novo registro flagrando essa incrível cantora, compositora e musicista americana em seu habitat natural, os palcos mundo afora.

O repertório traz 27 faixas que dão uma geral no repertório da artista, extraído de shows realizados no Ryman Auditorium, em Nashville, The Ace Theatre, em Los Angeles e o New York Folk Festival, em Rhode Island. Além de sua afiadíssima banda de apoio, ela conta com participações especiais de nomes do calibre de Emmilou Harrys, Brandi Carlile, Jason Isbell, Lucius, Maren Morris, Natalie Hemby, Amanda Shires e Stevie Nicks.

Eis as faixas de Live From The Ryman & More:

1- Steve McQueen
2- A Change Would Do You Good
3- All I Wanna Do
4- My Favorite Mistake
5- Tell Me When It’s Over
6- Everything Is Broken (featuring Jason Isbell)
7- Can’t Cry Anymore
8- Prove You Wrong (featuring Stevie Nicks, Maren Morris, Waddy Wachtel, Steve Jordan)
9- Run, Baby, Run (featuring Lucius)
10- Don’t (featuring Lucius)
11- Strong Enough (featuring Lucius)
12. Leaving Las Vegas
13- It Don’t Hurt
14- Still The Good Old Days
15- Cross Creek Road
16- Nobody’s Perfect (featuring Emmylou Harris)
17- Home
18- Maybe Angels
19- Real Gone
20- Wouldn’t Want To Be Like You/Na Na Song
21- Beware Of Darkness (featuring Brandi Carlile)
22- The First Cut Is The Deepest
23- Best Of Times
24- If It Makes You Happy
25- Soak Up The Sun
26- Everyday Is A Winding Road
27- I Shall Believe (featuring Lucius)

Nobody’s Perfect (Live From Ryman)– Sheryl Crow & Emmilou Harris:

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