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Festival Natura Musical será a atração de BH em setembro

ney matogrosso 400x

Por Fabian Chacur

Será realizada no dia 14 de setembro em Belo Horizonte (MG) a quarta edição do Festival Natura Musical. Durante aproximadamente 12 horas, mais de 20 atrações irão tocar ao vivo nas praças da Liberdade, JK e da Estação na capital mineira, com entrada gratuita e expectativa de 50 mil pessoas por local. O elenco está recheado de grandes nomes da nossa música.

O elenco inclui artistas importantes de várias gerações, entre os quais Ney Matogrosso, Nação Zumbi, Karina Buhr 5 a Seco e Felipe Cordeiro. Também teremos parcerias, como as de Fernanda Takai e Samuel Rosa (do grupo Skank) e Elba Ramalho e Mariana Aydar. Os escolhidos para realizar o espetáculo de encerramento, na praça da Estação, serão divulgados até o início de setembro.

Desde o seu início, o Festival Natura Musical trouxe em seu elenco uma mescla de astros consagrados da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento e Paulinho da Viola com destaques das novas gerações da nossa música popular como o cantor Marcelo Jeneci e o rapper Flávio Renegado, numa democrática integração entre o que há de melhor nesse segmento artístico.

A ideia do projeto, iniciado em 2011, é tornar acessível ao grande público o trabalho de artistas patrocinados pelo projeto Natura Musical, que há nove anos apoiou mais de 220 projetos que geraram mais de mil produtos, entre CDs, DVDs, shows, websites, livros e outras iniciativas culturais bacanas de artistas de todo o país.

Pra Curar Essa Dor (Heal The Pain), com Fernanda Takai e Samuel Rosa:

Exposição faz Bowie virar herói em SP

Por Fabian Chacur

O mundo muda, e nem sempre para pior, como costumamos imaginar de forma pessimista. No início dos anos 1980, quando resolvi colecionar a obra de David Bowie, lembro muito bem de como era difícil e caro obter material sobre esse genial cantor, compositor e músico britânico. Aliás, eram poucos os que conheciam de fato sua exemplar trajetória artística até aquele momento. Poucos e bons.

Hoje, podemos comemorar o fato de sermos o terceiro país no mundo a receber a exposição David Bowie, com algo em torno de 300 itens fundamentais relativos aos trabalhos do autor de Heroes. Melhor do que isso: o evento se tornou histórico, pois em seu período de duração, entre 30 de janeiro e 20 de abril, conseguiu atrair 80.190 pessoas ao Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo.

Lógico que isso só se tornou possível graças ao visionário André Sturm, aquele mesmo do maravilhoso Cine Belas Artes (que deve voltar à ativa em breve) e atualmente diretor-executivo e curador-geral do MIS. Ele apostou nesse projeto, conseguiu os apoios necessários e deu aos fãs de David Bowie essa maravilhosa oportunidade de conferir memorabilia do mais alto valor.

A exposição merece nota máxima por sua ambiência multimídia, que possibilitou ao visitante um verdadeiro mergulho no universo bowie, com direito a roupas, quadros, calçados, instrumentos musicais, cartazes, manuscritos, clipes, entrevistas e muita música. O visitante saía do MIS com a alma lavada. Quem é fã, ficou mais, e quem não era, provavelmente virou.

Com ingressos a preços baixos, assim como o belíssimo catálogo da exposição, uma preciosa lembrança do evento vendida a apenas R$ 40,00 , a exposição se tornou um programa obrigatório para todo o fã do astro e também para as pessoas interessadas em moda, cultura pop, teatro, cinema e artes em geral. Valeu cada minuto que se esperou em filas, por sinal organizadas e sem grandes tumultos, no geral.

O êxito das mostras de David Bowie e a anterior, dedicada no mesmo local ao cultuado cineasta Stanley Kubrick e visitada por 80.972 pessoas (números divulgados pela assessoria do MIS) durante 79 dias, prova que existe, sim, público para eventos dedicados a artistas importantes, mesmo que fora do mainstream artístico atual. Que venham outros do mesmo alto nível. Biscoitos finos para as massas, mesmo!

Vale lembrar que essa exposição de David Bowie coroou um processo de crescimento da popularidade do artista por aqui que teve como marcos seus shows em solo nacional em 1990 e 1997, além do relançamento de sua discografia e também dos lançamentos simultâneos de seus novos trabalhos. Um sonho de gente como a adorável Rosa Kaji, presidente do melhor fã-clube de Bowie existente por aqui nos anos 80 e que deixou o Brasil por volta de 1987 para realizar o sonho de ver o Camaleão ao vivo. Por onde andará ela, por sinal?

Boys Keep Swinging, com David Bowie:

Som Livre lançará DVDs da Eagle Rock

Por Fabian Chacur

A gravadora Som Livre anunciou que adquiriu os direitos para lançar no Brasil o catálogo da Eagle Rock Entertainment, a maior empresa independente do mundo especializada no lançamento de DVDs e Blu-rays de música. São mais de 800 títulos, de artistas do primeiríssimo escalão, como Paul McCartney, The Rolling Stones, U2, Peter Gabriel, Queen, The Doors, The Who e inúmeros outros.

A parceria preencherá uma lacuna existente desde 2013, quando a distribuidora brasileira ST2, que durante mais de dez anos distribuiu no Brasil com muita competência os títulos da empresa com sede na Inglaterra, saiu de cena por problemas administrativos. Desde então, novos produtos da Eagle Rock só eram encontrados por aqui em versões importadas e de forma bastante restrita.

Surgida em 1997, a Eagle Rock também tem em seu acervo séries maravilhosas como Classic Albums, que conta a história de álbuns clássicos do rock e do pop, e Live In Montreux, com registros históricos de shows realizados no célebre festival de jazz sediado na Suíça. Estão previstos para sair, ainda este ano, títulos como Rock Show, registro da turnê americana de 1975-76 dos Wings pela América do Norte, Sweet Summer Sun Hyde Park, dos Rolling Stones, e The Million Dollar Piano, de Elton John.

Band On The Run, dos Wings, do DVD Rock Show:

MTV Unplugged de Clapton em edição Deluxe

Por Fabian Chacur

Lançado originalmente em 1992, MTV Unplugged deu novo impulso em termos comerciais à carreira de Eric Clapton, atingindo o topo da parada americana e de inúmeros outros países, sendo provavelmente o álbum mais vendido de sua brilhante carreira. Este álbum está sendo relançado pela Warner Music em edição Deluxe com direito a vários conteúdos inéditos e exclusivos. Coisa fina e imperdível mesmo.

A festa começa com a embalagem luxuosa e no formato digipack, com direito a capa que abre em várias partes e repleta de fotos coloridas bem bacanas. O encarte traz ficha técnica e detalhes das gravações, e só peca pelo fato de não incluir textos contando as histórias e fatos importantes referentes às gravações, que foram realizadas no Bray Film Studios em Londres perante uma plateia seleta e muito, mas muito sortuda mesmo.

O primeiro CD contém a versão original do álbum devidamente remasterizada, com 14 faixas e clássicos como Before You Accuse Me, Tears In Heaven, Running On Faith, Rollin’ & Tumblin’ e a polêmica releitura de Layla. Essa repaginação de seu célebre hit com Derek & The Dominoes em 1970 lhe rendeu até um Grammy, mas há quem não goste (eu me incluo entre eles). Uma coisa, porém, é fato: uma versão não invalida a outra.

Com seis faixas, o segundo CD incluído no pacote traz versões alternativas de Running On Faith e Walkin’ Blues e três músicas que não entraram no álbum e no vídeo, Circus, Worried Life Blues e My Father Eyes. Esta última, por sinal, só seria lançada em versão oficial seis longos anos depois, no álbum de estúdio Pilgrim, e fala sobre o pai do roqueiro/blueseiro, com quem ele não teve contatos.

A cereja do bolo é o DVD que completa o pacote. Além da versão do programa que foi exibido pela MTV na época, temos nos extras o até então inédito ensaio para o show (com 62 minutos de duração), feito horas antes no mesmo local sem a presença de plateia, com apenas alguns técnicos e pessoas da equipe técnica por perto. O repertório tem pequenas diferenças do show oficial, incluindo as canções My Father’s Eyes e Circus.

A integração entre Clapton e a estelar banda de apoio que o acompanha no show se sobressai nesse ensaio. Integram o time Ray Cooper (percussão), Nathan East (baixo), Steve Ferrone (bateria), Chuck Leavel (teclados), Andy Fairweather Low (guitarra), Katie Kissoon (vocais de apoio) e Tessa Niles (vocais de apoio), gente que tem em seus currículos atuações ao lado de Elton John, Rolling Stones, Michael Jackson, Duran Duran e outros desse altíssimo gabarito.

A cumplicidade entre o Deus da Guitarra e seus parceiros se sobressai em alguns momentos, como em uma música na qual Ray Cooper solta a franga na percussão e Clapton manda a ele um recado bem-humorado, ou em San Francisco Bay Blues, quando Andy Fairweather Low sopra a gaita e o som não sai, provavelmente por problemas com o microfone. Eles tocam até o fim, e o intérprete de Cocaine fala algo tipo “espero que isso não ocorra no show”. Felizmente, na hora agá deu tudo certo.

MTV Unplugged Deluxe + DVD é indispensável não só para os mais fanáticos por Eric Clapton, mas também para quem curte rock e blues, ou é aficionado por gravações acústicas de alto gabarito. Eis um trabalho que você ouve e não se cansa, e que soa realmente feito pelo prazer artístico, e não só para garantir uns milhõezinhos a mais na conta bancária.

Veja MTV Unplugged, com Eric Clapton:

Novo álbum dos Beatles é para colecionadores

Por Fabian Chacur

Poucos fãs são tão devotados ao seu objeto de paixão como os dos Beatles. Os mais fanáticos consomem literalmente tudo que leva a logomarca dos Fab Four. Camisetas, livros, revistas, pôsteres e especialmente discos. O mais recente lançamento, On Air- Live At The BBC Volume 2, marca o primeiro item da banda a sair pela Universal Music, que adquiriu o acervo da EMI. Belo início dessa nova parceria.

Logo de cara, é importante ressaltar que este álbum duplo é recomendável apenas àqueles que já possuem a coleção completa dos álbuns lançados pelo mitológico grupo britânico entre 1963 e 1970 e também a coletânea Past Masters Volumes 1 e 2, que compila os singles que não integraram os LPs e foram lançados naquele período. Esse é o Santo Graal, com as gravações perfeitas do mais fantástico repertório jamais lançado por um grupo, duo, artista ou coisa que o valha na história da música.

Para quem ainda não possui esse acervo, adquirir On Air- Live At The BBC Volume 2 soa meio fora de propósito, e a explicação é simples. Este álbum duplo traz 63 faixas, sendo 40 músicas e 23 vinhetas e pequenas entrevistas com os quatro músicos. Essas gravações foram registradas entre 1963 e 1966 essencialmente nos estúdios da rádio BBC de Londres, sendo flagrantes da banda tocando ao vivo canções já registradas por ele em seus álbuns normais ou outras nunca gravadas por eles oficialmente.

Boa parte dos registros tem qualidade de áudio bem inferior ao dos álbuns regulamentares e com performances bem próximas das, digamos assim, “oficiais”. Para quem quer ouvir os Beatles no topo de sua atuação, é muito melhor comprar Please Please Me, Help!, Revolver, Sgt. Pepper’s, Abbey Road e seus outros espetaculares discos de carreira, pois é lá que eles nos mostram o porque merecem tanta adulação.

Live At The BBC Volume 2, assim como seu antecessor, Live At The BBC (1994), são destinados ao fã mais detalhista, que curte conferir versões diferentes da mesma música e que não se importa de fazer isso valendo-se de gravações de qualidade técnica inferior, como ocorre aqui, especialmente nas faixas I’m Talking About You e Beautiful Dreamer.

Também é delicioso ouvir John, Paul, George e Ringo mandando ver em canções não gravadas por eles oficialmente, embora até tivessem sido incluídas nos set lists de shows de seus primeiros tempos, como Lucille, The Hippy Hippy Shake e Sure To Fall (In Love With You). Mas o ouvinte médio certamente não aguentará ouvir os dois CDs na íntegra, ainda mais com as entrevistas entre uma canção e outra. Melhor deixar isso para nós, os fanáticos.

A apresentação de Live At The BBC em CD e LP de vinil é simplesmente espetacular, com direito a capa digipack (no caso do CD), encarte luxuoso feito com papel especial e repleto de fotos e informações detalhadas sobre cada faixas, além de um bom trabalho de remasterização das faixas, que só não soam melhores pelo fato de terem sido gravadas de forma menos caprichosa do que as feitas nos célebres estúdios da EMI situados em Abbey Road.

Para quem não sabe, os Beatles tinham um contrato com a BBC de Londres que os obrigava a participar de vários programas da emissora, sempre tocando ao vivo. Eles fizeram isso entre 1962 e 1965, o que era considerado uma bela forma de divulgação para a banda. Esse material foi bastante pirateado a partir dos anos 70, e só começou a sair oficialmente em 1994.

A Universal Music também lançou no exterior uma caixa reunindo os quatro CDs contidos nos volumes 1 e 2 de Live At The BBC, outro item de colecionador bem bacana, especialmente para quem por ventura não havia ainda adquirido o volume 1. Esses álbuns mostram a melhor banda de todos os tempos desnuda, mostrando sua garra e seu imenso talento em gravações mais toscas. Indispensável para os integrantes do núcleo duro dos beatlemaníacos.

Ouça The Hippy Hippy Shake, com os Beatles:

Ouça Words Of Love, com os Beatles:

Sheryl Crow volta com álbum de country rock

Por Fabian Chacur

Sheryl Crow é o tipo de artista que não costuma fazer muito sucesso entre os críticos de música do Brasil. A explicação é simples. Ela não investe em modinhas musicais, escândalos ou truques indies moderninhos, apostando pura e simplesmente na velha e boa fórmula de misturar rock, country, soul e pop. E a combinação sempre dá certo, vide seu novo álbum, Feels Like Home, que marca sua estreia na Warner após duas décadas na A&M Universal Music. Bela estreia, por sinal.

Esta cantora, compositora e guitarrista/violonista americana nascida em 11 de fevereiro de 1962 teve de batalhar bastante antes de se tornar uma artista solo de sucesso. Entre outras tarefas, ela fez vocais de apoio nos anos 80 para gente como Eric Clapton, Don Henley e especialmente Michael Jackson, com quem atuou na turnê 1987/88 que divulgou o álbum Bad, e na qual ela tinha seu momento máximo ao interpretar com o Rei do Pop a balada I Just Can’t Stop Loving You. Há um DVD lançado oficialmente de Jacko no qual o dueto pode ser conferido em toda a sua sutileza pop.

Em 1991, gravou um álbum produzido pelo badalado Hugh Padgham (The Police, Phil Collins etc), mas a gravadora não gostou do que ouviu e deixou o trabalho arquivado até hoje. Sem desistir, Sheryl conseguiu ser contratada pela A&M, lançado em 1993 seu primeiro álbum solo, Tuesday Night Music Club. Após um ano mofando injustamente nas lojas, o CD enfim estourou, graças ao single All I Wanna Do, e atingiu o top 5 das paradas de todo o mundo.

Desde então, a moça não saiu mais das paradas de sucesso, lançando belos álbuns e também fazendo parcerias com artistas do gabarito de Stevie Nicks, Tony Bennett, B.B. King, Smokey Robinson, Rolling Stones (e com Mick Jagger solo também) e Luciano Pavarotti. Ótima cantora e compositora, ela se firmou também graças a seus ótimo shows, como pudemos ver em 1995 (abrindo os primeiros shows de Elton John no Brasil) e no Rock in Rio de 2001.

Em 2010, a estrela lançou 100 Miles From Memphis, no qual deu maior ênfase ao seu lado soul/blues. Desta vez, com Feels Like Home, os holofotes foram endereçados ao country rock, com direito a gravações em Nashville, a meca do estilo, com a presença de músicos locais e participações especiais de nomes bacanas como Vince Gill e Zack Brown, além do fiel parceiro Jeff Trott (guitarra e violão).

O álbum é muito bom como um todo, valendo-se dos elementos tradicionais do country e do country rock mas sem cair na banalização do uso excessivo de slide guitar e cordas. Os arranjos são consistentes e fluentes, e as 12 músicas são bem bacanas. As roqueiras Shotgun, Nobody’s Business e Best Of Times, a certeira balada country rocker Easy, as tocantes baladas Give It To Me, Homesick e Stay At Home Mother são pontos altos de um disco delicioso de se ouvir.

Feels Like Home atingiu a sétima posição em sua semana de estreia na parada pop americana e a sexta na parada country, provas de que o púbico de lá continua interessada em sua obra, que já lhe rendeu 32 indicações ao Grammy (com 9 troféus conquistados), milhões de discos vendidos e o respeito de quem entende e gosta de música boa, direta e sem frescuras. E a miudinha Sheryl Crow é ainda uma gata. Quer mais o quê?

Best Of Times – Sheryl Crow:

Easy– Sheryl Crow:

Bryan Ferry e seu genial The Jazz Age

Por Fabian Chacur

Bryan Ferry sempre foi muito além de um simples rock star. Culto, o cantor, compositor e músico britânico nascido em 26 de setembro de 1945 é um grande conhecedor de artes e literatura, e nunca se restringiu ao gênero musical que o popularizou, dando provas de ser especialista em jazz e soul music. Seu novo CD, The Jazz Age, é mais uma prova de sua imensa criatividade. Coisa de gênio mesmo, sem dúvida.

O álbum parte de um conceito bastante original. Ele selecionou 13 músicas de todas as fases de sua carreira, tanto a solo como a da banda que o tornou conhecido, a Roxy Music, e as verteu para o estilo do jazz instrumental dos anos 20, fase denominada pelos especialistas dessa área como The Jazz Age. O repertório é abrangente e vai desde Virginia Plain (1972, primeiro single do Roxy Music) até Reason Or Rhyme, de seu mais recente (e belíssimo) álbum solo, Olympia (2010).

Para interpretar as músicas, ele montou a The Bryan Ferry Orchestra, liderada pelo pianista e arranjador Colin Good e integrada por mais 14 músicos. Ferry não toca um único acorde no álbum, e atua como coprodutor ao lado do parceiro de tantos outros trabalhos Rhett Davies. E volto a ressaltar: o trabalho é totalmente instrumental, algo incomum para um cantor.

De quebra, a sonoridade da gravação procura reproduzir o clima dos discos de cera e de 78 rotações de antigamente, com aquele delicioso som meio abafado e repleto de positiva nostalgia. Além disso, o álbum em CD conta com uma embalagem digipack capa dura tipo livro, com direito a encarte luxuoso, papel sofisticado e ilustrações belíssimas assinadas por Paul Colin, além de textos explicando de forma minuciosa o conceito em torno do álbum.

Difícil não se arrepiar ao ouvir releituras tão diferentes e criativas de clássicos do repertório do astro britânico como Do The Strand, Love Is The Drug, Avalon, The Bogus Man, Slave To Love e Don’t Stop The Dance. Aos 68 anos, Bryan Ferry demonstra que não quer saber de cair na estagnação, sempre investindo em material de alta qualidade artística e proporcionando maravilhas como este The Jazz Age a seus inúmeros fãs. Em uma única palavra: discaço!

Veja o making off de The Jazz Age:

Ouça Do The Strand, com The Bryan Ferry Orchestra:

Os Beatles voltam ao Top 10 nos EUA

Por Fabian Chacur

A presença dos Beatles nas paradas de sucesso parece um fenômeno que nunca irá se encerrar. Mesmo extinta desde 1970, a banda britânica se recusa a sumir dos charts, e cada novo lançamento póstumo garante essa eternidade dos Fab Four. Agora, é a vez de On Air: Live At The BBC Vol.2 manter ativa uma história de sucesso que se iniciou em 1962 e não tem data para acabar. Se é que irá acabar…

O álbum duplo que traz faixas gravadas ao vivo entre 1962 e 1964 feitas com exclusividade para a rádio BBC de Londres estreou na parada da revista Billboard, a bíblia do mercado fonográfico dos EUA e mundial, direto no sétimo posto entre os mais vendidos desta semana. As vendagens nessa semana inicial atingiram a marca de 37 mil cópias, e proporcionaram ao grupo sua 31ª incursão no Top 10 da terra de Barack Obama.

O álbum mescla pequenos trechos de entrevistas dos integrantes do quarteto com releituras feitas ao vivo de faixas de seus primeiros álbuns e singles e também algumas canções que faziam parte de seu repertório de shows, embora nunca tenham sido gravadas em seus álbuns de estúdio, entre as quais I’m Talking About You (Chuck Berry), Lucille (Little Richard) e Hippy Hippy Shake (Chan Romero).

Vale lembrar que o primeiro volume, Live At The BBC (1994), foi relançado simultaneamente em nova edição remasterizada. Na época, há quase 20 anos, o também álbum duplo largou no terceiro posto nos EUA, atingindo a marca de 360 mil cópias na semana inicial nas lojas, prova de que o mercado fonográfico já viveu dias bem melhores até para eternos campeões de vendas como os rapazes de Liverpool.

Segundo informações da Billboard, os Beatles agora o quarto posto entre os artistas com mais álbuns que atingiram os dez mais vendidos no mercado ianque, atrás de Rolling Stones (36), Frank Sinatra (33) e Barbra Streisand (32). Logo atrás da banda britânica, temos o eterno rei do rock, Elvis Presley, que teve 27 de seus álbuns atingindo os dez mais em sua terra natal.

E em breve teremos mais festa em torno do mais importante grupo pop de todos os tempos. A rede de TV americana CBS, em parceria com a direção do Grammy (o prêmio mais importante da música), anunciou que irá exibir no dia 9 de fevereiro de 2014 o especial The Night That Changed América: A Grammy Salute To The Beatles, cuja gravação ocorrerá no dia 28 de janeiro do próximo ano, um dia após a entrega dos Grammy Awards 2014.

O especial será feito para comemorar os 50 anos da primeira exibição ao vivo dos Beatles na TV americana, ocorrido no programa The Ed Sullivan Show, onde apenas os grandes nomes da música de então se apresentavam. A performance da banda se tornou um dos momentos mais importantes de sua carreira, e iniciou a célebre The British Invasion. O elenco, cuja escalação ainda não foi divulgada, incluirá grandes nomes da música atual, que interpretarão grandes sucessos da carreira dos Fab Four.

Veja o clipe de Words Of Love, dos Beatles, do novo álbum ao vivo:

David Crosby lançará CD Croz em janeiro

Por Fabian Chacur

Aos 72 anos de idade, David Crosby parece longe de querer dar uma reduzida em suas atividades musicais. Após turnê com o Crosby Stills & Nash que passou pelo Brasil em março de 2012, o cantor, compositor e músico americano anuncia para o dia 28 de janeiro de 2014 o lançamento de seu novo álbum solo, intitulado Croz, pelo selo Blue Castle Records, que criou com o fiel parceiro musical Graham Nash.

Croz será o primeiro álbum solo com gravações de estúdio de Crosby desde Thousand Roads (1993). O trabalho inclui 11 faixas, sendo uma delas What’s Broken, que será divulgada como prévia do novo disco. Outra, The Cleaning, será disponibilizada como bônus para quem encomendar previamente o álbum nas lojas virtuais. As gravações ocorreram no estúdio Groove Masters, de Jackson Browne, em Santa Monica, com Daniel Garcia na coprodução.

Como forma de divulgar o novo CD, Crosby fará shows nos EUA em janeiro e fevereiro de 2014, com início em Nova York no dia 28 de janeiro. De 23 a 25 de fevereiro, ele estará no palco do lendário Troubadour, que ajudou a lançar nomes do porte de James Taylor, Elton John, Linda Ronstadt, The Eagles e Jackson Browne. No resto do ano, ele poderá tocar com o Crosby Stills & Nash ou mesmo com o trio acrescido de Neil Young, tudo ainda a confirmar.

A banda que acompanhará o autor de Almost Cut My Hair nessa curta turnê incluirá seu filho, o tecladista James Raymond (com quem fundou o trio CPR), e também Marcus Eaton (guitarra e parceiro de duas músicas de Cros), Steve DiStanislao (bateria), Shane Fontayne (guitarra) e Kevin McCormick (baixo), além do próprio Crosby nos vocais, guitarra e violão.

O repertório desses shows deverá incluir o repertório de Croz na íntegra, mais canções das várias fases da carreira do astro, incluindo várias de seu brilhante álbum de estreia como solista, o antológico If I Could Only Remember My Name (1971), que inclui faixas como Cowboy Movie, Laughing e Music Is Love, entre outras maravilhas.

O roqueiro também anunciou em seu site oficial que por volta de março ou abril deverá ser lançada uma caixa (box set) com material extraído de oito shows feitos pelo Crosby Stills Nash & Young em 1974, com direito a um DVD e vários CDs. Ele garante, no entanto, que o show do quarteto em Wembley, na Inglaterra, não aparecerá na íntegra, pois o resultado final não agradou os músicos.

Ouça versão alternativa do álbum If I Could Only Remember My Name :

Joni Mitchell, a autora das canções atemporais

Por Fabian Chacur

Nesta quinta-feira (7/11), uma certa Joni Mitchell atinge a marca de 70 primaveras completadas. E quem é ela para ser tão reverenciada, tão relembrada, tão citada, sempre por gente com estatura suficiente para ter suas opiniões respeitadas? Quem é essa loira de feições duras, embora com um quê de doçura, mas que certamente intimida muitas pessoas? Eis algumas pistas.

Não sei se gostaria de conhece-la pessoalmente. Às vezes, é melhor manter distância dos ídolos. E quem já leu sobre essa cantora, compositora e musicista canadense sabe que a mulher tem um temperamento bastante peculiar. Ou pelo menos aparenta isso. Mas o que de fato importa é que Miss Mitchell merece todos os elogios que pudermos fazer a ela na área da música popular. E vamos a alguns deles.

Joni Mitchell é uma das pioneiras nessa história de mulher merecer o respeito no meio do rock, folk e música pop e trincar o até então eterno Clube do Bolinha. Ao lado de Laura Nyro e Carole King, forma a santíssima trindade do pioneirismo e da força feminina nos anos 60/70. Lógico que temos Janis Joplin, Grace Slick e outras, mas aqui nessa trinca temos um caso de autossuficiência total e de influência total sobre quem veio depois.

No caso específico da nossa agora setentona, a moça começou na cena folk, proporcionando a nós canções incríveis como Both Sides Now, The Circle Game e Woodstock. Nos anos 70, foi aos poucos ampliando seus horizontes e incorporando doses de rock, jazz e experimentalismo na sua receita, sem nunca deixar de lado o bom gosto, a ousadia e a paixão pelas canções.

Em 1974, lançou um álbum simplesmente espetacular, Court And Spark, que inclui diamantes do mais alto quilate como Help Me (a música que me fez virar fã dela), Free Man In Paris e tantas outras. Aqui, o jazz, os ritmos quebrados e os arranjos elaborados já haviam tomado a ponta da coisa, mas sem deixar a sensibilidade pop ser engolida.

A partir daí, a vida da moça só nos proporcionou coisas boas. Aliás, como já vinha proporcionando desde aquele impressionante começo nos anos 60, com direito a disco de estreia produzido pelo seletivo David Crosby, namoro e parceria com Graham Nash etc. Sempre com uma voz de timbre lírico e agridoce e um violão simplesmente cativante para acompanhar suas canções. Gravou até com Charles Mingus, um dos grandes mestres do jazz.

Nos anos 80, alguns fãs de mente menos aberta torceram o nariz para seu mergulho na sonoridade eletrônica de então, que gerou o espetacular Dog Eat Dog (1985), que inclui uma das faixas mais belas de todo o seu brilhante repertório, Impossible Dreamer. E nos anos 90, a obra da moça teve o retorno às paradas de sucesso e aos Grammys da vida que merecia com o estupendo Turbulent Indigo (1994).

E tem também as letras, sempre profundas e investindo em temas relevantes e universais como as inúmeras curvas e retas dos relacionamentos afetivos, o medo do futuro, a insegurança quanto aos caminhos que seguimos, as paixões, os maravilhosos gatos… Acho que eu tremeria feito vara verde na frente dessa mulher, pelo tamanho de sua obra e a emoção que algumas de suas canções me proporcionam.

Curta cinco canções inesquecíveis desse maravilhoso acervo que é a obra de Joni Mitchell. Que ela possa viver com saúde por muitos e muitos anos mais. Uma coisa, no entanto é fato: estamos por aí, vivendo e dando voltas e voltas nesse “circle game”.

Impossible Dreamer – Joni Mitchell

Help Me- Joni Mitchell

Big Yellow Taxi- Joni Mitchell

Both Sides Now – Joni Mitchell

The Circle Game – Joni Mitchell

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