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Tag: samba paulista

Miguel Barone relê Adoniran Barbosa com nova roupagem

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Por Fabian Chacur

Miguel Barone possui duas faces bem distintas, digamos assim, em termos musicais. Uma delas, na qual se vale do pseudônimo Krafor, é a de vocalista, compositor e líder da banda de rock Zona Proibida, que tem em seu currículo dois ótimos trabalhos, Corrida Noturna (1991) e Pane Cega (2016, (leia a resenha aqui). A outra o apresenta como fã ardoroso de Adoniran Barbosa (1910-1982), investindo de forma incomum e original nas canções deste saudoso cantor e compositor. Essa segunda faceta acaba de render um novo fruto.

Trata-se do EP Adoniran Mezzo a Mezzo, disponível em versão física e com cinco faixas, sendo quatro delas versões em italiano para as letras originais e uma, Trem das Onze, com a letra tradicional em português. A primeira experiência de Barone com essa releitura das canções do grande mestre do samba paulista ocorreu em 1996 com o lançamento de uma fita cassete independente que obteve boa repercussão e lhe valeu participação em programas de TV.

Oriundo do bairro paulistano da Bela Vista, o mítico Bixiga, com forte presença de descendentes de italianos e personificado em várias canções do genial Adoniran, Miguel resolveu unificar essas duas marcas do bairro em um pacote só. Essa característica marcante do Brasil, a mistura de diversas culturas, é ressaltada ainda mais na forma como Krafor resolveu gravar tais canções.

Além das novas letras em língua napolitana, o samba original do autor de Saudosa Maloca, embora ainda forte e presente, recebe fortes elementos de rock, blues e jazz nos arranjos, com um resultado bastante criativo, mas sem fugir excessivamente da essência do som do compositor paulista.

Com interpretação ao mesmo tempo roqueira e swingada, Miguel Barone nos oferece Prova Del Mio Amore (Prova de Carinho), Alvaro (Tiro ao Álvaro), Samba (No Morro da Casa Verde) e Non Lasciarmi (Malvina), além de Trem das Onze em português, que encerra a festança com gosto de quero mais.

Os músicos escolhidos ajudam a dar consistência às releituras. São eles Markinhos Rodriguez (bateria), Danilo Rocha (violão), Marcos Prado (guitarra), Dico Santana (baixo) e Alecio Rodrigues (teclados). Temos também participações especiais de Romualdo da Rocha (vocais, congas e pandeiro), Jean Marcell Saad (surdo) e Ayrton Mugnaini Jr (vocais), este último jornalista, músico, cantor, compositor, pesquisador e autor de livro sobre Adoniran, Dá Licença de Contar.

Difícil reler de forma original um repertório tão regravado anteriormente e por tanta gente como o de Adoniran Barbosa, mas Miguel Barone conseguiu concretizar essa façanha em seu EP Adoniran Mezzo a Mezzo.

Álvaro (Tiro ao Álvaro)– Miguel Barone:

Carlinhos do Cavaco de volta com novo CD e show em SP

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Por Fabian Chacur

Durante uma década, Carlinhos do Cavaco deixou o mundo da música para se dedicar a outras atividades. Para felicidade dos fãs do melhor samba, este excelente cantor, compositor e músico paulistano da Vila Maria está de volta. E com tudo, pois acaba de lançar o seu terceiro CD, Meu Nome é Cavaco. Ele mostra o repertório do novo trabalho com show nesta terça (1º/5), ás 18h no Sesc Bom Retiro (Alameda Nothmann, nº 185- fone 0xx11-3332-3600), com ingressos de R$ 9,00 a R$ 30,00.

Carlinhos do Cavaco lançou o seu primeiro CD, autointitulado, em 1997. Depois, firmou-se no cenário musical paulistano, participou de festivais e shows diversos e lançou, em 2008, seu segundo álbum, o elogiado Mensagem de Bamba, com participações especiais de Wilson Moreira, Nei Lopes e o Quinteto em Branco e Preto. Sua sonoridade investe nas várias vertentes do samba tradicional, como partido alto, samba de terreiro, maxixe, gafieira e batucada.

A direção musical do show está a cargo do antigo parceiro e grande nome do samba e choro paulistano Edmilson Capelupi, que também se incumbirá do violão. Eis o time que estará em cena ao lado dos dois:

Sexteto de Cordas: Ricardo Takahashi (violino); Gerson de Souza (violino), Flávio Gerardini (violino), Aléx Ximenes (violino), Fábio Tagliaferri (viola) e Sergio Schereiber (violoncelo)

Banda: Jonas Dantas (teclados), Olivinho Filho (acordeon), contrabaixo (Nino Almeida), Edu Peixe (bateria), Chanel Rigolon (cavaco, banjo e bandolim), Conrado (trombone), Rodrigo y Castro (flauta), Gerson da Banda, Balto da Silva, Douglas Conceição e Nego Tom (percussão)

Vocal: Tamires Uchôa e Rafael Raspada

Nesse Pagode Eu Vou– Carlinhos do Cavaco:

Quesito Melodia faz seu show com sambas-enredo clássicos

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Por Fabian Chacur

Há aproximadamente 12 anos, quatro dos cantores mais bem-sucedidos do meio carnavalesco paulistano resolveram criar um grupo. Nascia o Quesito Melodia, que investe com categoria em samba de raiz, partido alto, pagode e sambas-enredo. Eles estreiam nessa quinta (9) um projeto bem interessante intitulado Clube do Samba-Enredo. O show será realizado a partir das 21h na Vila do Samba (rua João Rudge, nº 340- Casa Verde- fone 0xx11-3858-6641), com ingressos a R$ 20,00.

Fazem parte do grupo Darlan Alves (intérprete oficial da X-9 Paulistana), Douglas Aguiar (intérprete oficial da Águia de Ouro), Afonso BV Campos (integrante do time de canto da Vai-Vai) e Vagner Vaguinho Mariano (voz oficial da Estrela do 3º Milênio). Somados, eles já tiveram mais de 100 composições campeãs no eixo Rio-São Paulo do carnaval, façanha bem significativa.

Este será o primeiro show do grupo no qual entrarão no repertório apenas sambas-enredo clássicos do carnaval de São Paulo de várias épocas. Entre outros, estão escalados Naraínã, a Alvorada dos Pássaros (1977 – Camisa Verde e Branco), Águas Claras (1985 – Unidos do Peruche), Babalotim, A história dos afoxés (1989 – Leandro de Itaquera), Coisa boa é para sempre (1995 – Gaviões da Fiel), Amazônia, A Dama do Universo (1997 – X-9 Paulistana) e Simplesmente Elis (2015 – Vai Vai).

Com aproximadamente duas horas de duração, o show terá as participações especiais dos experientes compositores e cantores Ideval Anselmo e Dom Marcos e da intérprete Bernadete. Já está prevista a gravação deste espetáculo em março de 2018 com o objetivo de ser lançando em um DVD que tem até título definido, Clube do Samba Enredo- Vol.1, com apoio da Liga SP.

Grupo Quesito Melodia (ao vivo):

Carlinhos Vergueiro mostra o samba de São Paulo em show

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Por Fabian Chacur

Em um raro momento infeliz de sua bela trajetória, certa vez Vinícius de Moraes chamou São Paulo de “O Túmulo do Samba”. Como forma de brincar com a frase de seu parceiro musical, o cantor, compositor e músico paulistano Carlinhos Vergueiro intitulou seu mais recente show O Cúmulo do Samba, um trocadilho genial. Ele se apresenta em São Paulo no dia 4/7 (terça-feira) às 21h no Teatro Itália (avenida Ipiranga, nº 344- República- fone 0xx11-2122-2474), com ingressos a R$ 20,00 e R$ 40,00.

Como o título de certa forma já indica, O Cúmulo do Samba reúne um repertório integrado por canções de grandes autores de samba de São Paulo. Além do próprio Carlinhos, teremos obras com as assinaturas ilustres de Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini, Eduardo Gudin, Toquinho e Geraldo Filme, entre outros. Duvido que, se ainda estivesse entre nós, Vinícius sustentasse seu “palpite infeliz” após ouvir tantos sambas paulistanos com tamanha qualidade.

Nascido em Sampa City em 27 de março de 1952, Carlinhos Vergueiro se tornou conhecido nacionalmente a partir da vitória obtida no festival Abertura (1975), promovido pela Rede Globo, com a belíssima música Como Um Ladrão. A partir daí, conseguiu cativar um público fiel graças a seus sambas dolentes e melodiosos, sempre repletos de lirismo, bom-humor e inspiração, maravilhas do porte de Camisa Molhada, Torresmo à Milanesa e Dia Seguinte.

De quebra, ele ainda conseguiu ter como parceiros gente do calibre de Chico Buarque, Adoniran Barbosa, Vinícius de Moraes, Toquinho, J.Petrolino, Elton Medeiros, Sueli Costa, Paulo Cesar Pinheiro e Paulinho da Viola. Em sua ótima discografia, que traz mais de 20 títulos, destaque para Na Ponta da Língua (1980), Carlinhos Vergueiro e Convidados (1988) e Contra-ataque- Samba e Futebol (1999). Carlinhos é pai da cantora Dora Vergueiro.

Camisa Molhada– Carlinhos Vergueiro:

Turma do Pagode grava CD ao vivo com diversos convidados

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Por Fabian Chacur

Na última segunda-feira (12), em pleno Dia dos Namorados, o grupo Turma do Pagode gravou o seu novo CD ao vivo. O local foi o estúdio NaCena, em São Paulo, que contou com uma plateia composta por convidados especiais e integrantes de diversos fãs-clubes do grupo espalhados pelo Brasil. Ainda sem título definido ou data de lançamento programada, o trabalho trará bons atrativos para quem segue o seu trabalho.

Com 17 faixas, divididas entre regravações e inéditas, o repertório inclui, entre outras, Cobertor de Orelha, Se Eu Pudesse, Tá de Parabéns e Antes Só do Que Mal Apaixonada. O elenco de convidados é estelar, um verdadeiro “quem é quem” no cenário do pagode: Dodô (Pixote), Reinaldo- O Príncipe do Pagode, Netinho de Paula, Leandro Lehart e Márcio Art do Art Popular e os ex-Exaltasamba Chrigor e Péricles.

Com 15 anos de estrada, o grupo formado por Leiz (tantã e voz), Caramelo (banjo e voz), Rubinho (pandeiro), Marcelinho (cavaquinho), Leandro Filé (violão), Fabiano Art (surdo e percussão), Neni Art (repique de mão, pandeiro, cuica e percussão) e Thiagão (percussão) atualmente faz shows para divulgar seu DVD/CD XV Anos (2016), que traz como chamariz a faixa Deixa em Off, um dos grandes sucessos recentes do pagode, com mais de 55 milhões de acessos no Youtube.

Deixa em Off (ao vivo)- Turma do Pagode:

Leandro Lehart lançará álbum louvando o Fundo de Quintal

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Por Fabian Chacur

Nada melhor do que fazer a louvação do que deve ser louvado, como diria a célebre música de Gilberto Gil (Louvação) lançada nos anos 1960. Pois é exatamente isso o que se propõe a fazer Leandro Lehart. O cantor, compositor, produtor e músico paulistano promete para dezembro o lançamento de seu novo álbum solo. Trata-se de Violão é no Fundo de Quintal, que será lançado pela Deck e que homenageia o genial Grupo Fundo de Quintal.

O fundador e ex-líder do grupo Art Popular, o mais criativo e ousado da geração pagode anos 1990, relê 21 canções extraídas do repertório do Fundo de Quintal, grupo que surgiu de rodas de samba informais na sede do bloco Cacique de Ramos, no Rio, na segunda metade dos anos 1970, e que se notabilizou por incorporar ao samba instrumentos atípicos, como o banjo e o até então inédito repique de mão.

Mais: aquele grupo revelou nomes do porte de Jorge Aragão, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Sombrinha, Mário Sérgio e seus fundadores, os incríveis Bira Presidente, Ubirany e Sereno, estes últimos integrantes do time desde o seu início. Aliando uma sessão rítmica incrível a belas melodias e harmonias musicais, acabaram se tornando referência no meio do samba, influenciando muita gente boa a “ser sambista também”.

A ideia de Leandro foi das mais interessantes. Ele gravou o álbum de forma totalmente solo, no melhor esquema voz e violão, em seu estúdio caseiro. A percussão marcante do Fundo ele substitui por uma execução percussiva do seu instrumento de seis cordas. No repertório, pérolas pinçadas dos álbuns do grupo, e nem sempre os hits mais óbvios. Entre outras, teremos Suborno, Nem Lá Nem Cá, Tudo é Festa, Minhas Andanças, Minha Alegria, Te Gosto e A Amizade.

Teaser do CD Violão é no Fundo de Quintal- Leandro Lehart:

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