Por Fabian Chacur

Lendo matéria publicada na nova encarnação do jornal paulistano Shopping News, que fez seu nome nos anos 70 e 80 quando era distribuído gratuitamente aos domingos, fiquei com uma questão importante na cabeça.

A análise em questão falava sobre o atual momento positivo da música sertaneja, com diversos artistas estourados nas paradas de sucesso. Em determinado ponto,  era citado um possível preconceito que impediu durante anos esse estilo musical de ter destaque nos grandes centros urbanos.

Aí, fica a pergunta que me levou a escrever esse post: será que o fato de a gente gostar ou não de um determinado estilo musical implica necessariamente em preconceito?

Não seria esse argumento usado por alguns de forma excessiva e até leviana por aí? Afinal de contas, ninguém chamará alguém que afirme não gostar de rock de preconceituoso. Ou de quem não curte MPB. Ou ainda aqueles que não se liguem em jazz ou música erudita.

No caso da música de cunho popular, sempre fica essa razão no ar. Não seria uma espécie de “complexo de vira-lata” por parte de quem sempre toca nesse ponto para justificar o porque alguém com formação intelectual mais elaborada não curte estilos como sertanejo, axé ou música romântica?

Dou o meu exemplo pessoal. Não tenho o menor preconceito contra a música sertaneja. Minha mãe nasceu na gloriosa Buri (SP) e tenho inúmeros parentes no interior deste e de outros estados.

Respeito muito esse estilo musical, e existem artista nele que considero excelentes, como Chitãozinho & Xororó, por exemplo. Mas sabem quantos discos desse estilo eu comprei para mim? Nenhum. E provavelmente nunca comprarei. Por preconceito? Não! A razão é simples: não me agrada, não me cativa, não me envolve e não me identifico com ele. Simples assim.

Essa coisa de sempre colocar o preconceito com explicação para certas coisas é um princípio meio perigoso. Lógico que tem gente que possui essa característica de rotular as coisas antes de conhecê-las, ou que associa uma opinião imediatamente com a posição social ou cultural de quem a emite.

Mas não dá para generalizar. Pois se fosse dessa forma, todos teríamos de obrigatoriamente gostar dos gêneros musicais populares, sob pena de sermos considerados discriminatórios, preconceituosos, metidos a besta. E não é por aí. Viva a liberdade de escolha, sempre!