Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Tag: som do darma

She faz seu 1º show presencial com Supla em Votorantim (SP)

She grupo estreia 400x

Por Fabian Chacur

Durante a pandemia, a extremamente competente produtora Som do Darma criou o projeto inclusivo colaborativo She, no qual foram gravados pela via remota 10 vídeos com musicistas femininas relendo clássicos de bandas femininas ou com mulheres em suas formações.

O resultado foi tão bom que surgiu a ideia de se formar uma line up da banda para shows. E a estreia vai rolar na cidade de Votorantim (SP) neste domingo (9) a partir das 15h no Parque da Pedreira, em evento que também contará com as participações de Supla e os Punks de Boutique e Eixo Central. A entrada é a doação de um litro de leite.

O quarteto traz como destaque a excelente cantora Jéssica Sirius, ex-integrante da banda Aetherea e cujo vozeirão defendeu no projeto a música I Am The Fire (do Halestorm), Thais Pancheri (baixo, da Funeral Sex), Vicky (guitarra, Wonder Maidens) e Jully Lee (bateria, ex-Nervosa). A produção cultural e direção artística do projeto She são de Susi dos Santos.

Esse time afiadíssmo mergulhará com personalidade em músicas de The Runaways, Joan Jett, L7, Hole, Garbage, Avril Lavigne, Warlock e Halestorm. No evento, também estarão à venda artigos de merchandising da She, como camisetas, bottons, adesivos e até mesmo uma marca de cerveja.

I Am The Fire (clipe)– She:

Warshipper tem relançamento luxuoso de seus dois 1ºs álbuns

Warshipper - Past Essentials-400x

Por Fabian Chacur

Em 2021, a banda Warshipper lançou Barren… (leia a resenha aqui), seu 3º álbum, no qual mostrou muita consistência e criatividade em sua própria visão do chamado metal extremo. Para chegar a essa qualidade, esta banda oriunda de Sorocaba (SP) trilhou uma estrada de uma década com muito trabalho e dedicação.

Como forma de oferecer a quem conheceu a banda através de seu mais recente lançamento uma oportunidade de mergulhar fundo em sua obra, a gravadora Heavy Metal Rock, de Americana (SP) acaba de lançar Past Essentials. Trata-se de uma compilação que traz, no formato CD duplo (mais infos aqui), o conteúdo dos dois álbuns lançados anteriormente pelo Warshipper, Worshippers Of Doom (2015) e Black Sun (2018).

A coisa já começa bem a partir da incrível embalagem digipack, com capa tripla de alta qualidade, encarte com fotos e ficha técnica e de quebra um belo poster. Coisa padrão internacional mesmo. Cada álbum traz uma faixa bônus em relação aos lançamentos originais: Absence Of Colors- Blackened Version no 1º e Atheist Respect! (Raw Version) no 2º..

Como seria de se esperar, Worshippers Of Doom é o mais cru dos trabalhos da banda liderada por Renan Roveran (vocal e guitarra), com direito a muita energia, fúria, vocais agressivos e guitarras vigorosas. A ótima produção tornou essa verdadeira usina de força metálica extremamente audível e bem equalizada, sendo um ótimo início de trajetória.

Por sua vez, Black Sun já nos oferece boas pistas da ampliação das sonoridades que a banda nos ofereceria em Barren…, com um som mais consistente e trazendo variações de andamento e de timbragem dentro da proposta inicial do quarteto. A faixa título (com suas três partes) e Delusions Of Grandeur são os destaques de um ótimo trabalho.

Como o Warshipper tem tudo para ir ainda mais longe na cena heavy metal mundial, nada melhor do que ter essa oportunidade de ver que, desde o início, a banda dava provas de que não havia entrado nessa seara só para se divertir. A coisa era séria, mesmo, e vale esperar por seu próximo álbum, que já está sendo preparado por Renan e seus colegas.

Ouça Past Essentials em streaming:

Roadie Crew Online emplaca a sua edição nº 28 nesta sexta (8)

Eliton Tomasi-400x

Por Fabian Chacur

Com o advento da covid-19 no início de 2020 e como forma de manter os eventos musicais mesmo com o isolamento social exigido, surgiram vários festivais online. Um dos mais bem-sucedidos é o Roadie Crew Online, que chegará à sua 28ª edição nesta sexta-feira (7) a partir das 19h30, uma realização da revista Roadie Crew em parceria com a premiada produtora Som do Darma. A apresentação ficará a cargo do jornalista, músico e produtor Eliton Tomasi (foto), da Som do Darma. Você poderá ver os shows gratuitamente no canal oficial da Roadie Crew aqui.

A ideia do projeto é abrir espaços para as mais significativas bandas do heavy metal brasileiro. Nesta edição, teremos ênfase em duas vertentes, o thrash e o death metal. Serão exibidos vídeos inéditos e exclusivos das bandas Manger Cadavre, Corpse Grinder, Hicsos, Wolfpire, Warbound, Bloody, Sacrifix, Vomit Bag Squad, Gustavo Carmo, Dysnomia, Torrencial, Infector Cell, Black Priest, Necrofilosophy, Bruno Santos e Perpetual Sign.

Desde o inicio, já passaram pelo festival online mais de 450 bandas, prova de o quanto esta cena é atuante e repleta de representantes. O Roadie Crew Online Festival ganhou o badalado Prêmio Dynamite em 2021 na categoria Melhor Evento. O evento é realizado mensalmente.

Pátria Amada (clipe)- Hicsos:

Viva o Metal é inaugurado com três shows nesta 6ª (17) em SP

The Giant Void-400x

Por Fabian Chacur

Boas novas para os fãs do heavy metal brasileiro autoral. Terá início nesta sexta-feira (17) o projeto Viva o Metal, criado pela extremamente competente e atuante produtora Som do Darma. Estão escaladas para essa primeira etapa três bandas de primeira linha: The Giant Void, Jaeder Menossi Interstellar Experience e Wolfpire. Os shows serão realizados a partir das 20h em São Paulo no La Iglesia Borratxeria (rua João Moura, nº 515- Pinheiros), com ingressos a R$ 40,00 (mais informações aqui).

A escolha das bandas não poderia ter sido mais feliz. Embora recente, a The Giant Void conta com músicos experientes, e lançou recentemente o seu excelente álbum de estreia, Thought Insertion (leia a resenha aqui).

Por sua vez, o Jaeder Menossi Interstellar Experience tem como líder Jaeder Menossi, músico conhecido por seus trabalhos com bandas como Javali/Pop Javali, Cabala Mística e Mystical Warning. Esse novo projeto já gerou um álbum dos mais consistentes (leia a resenha aqui).

Completa o time o sexteto paulistano Wolfpire, que é integrado por Doug Muratore (vocal), Luiz Casadio e Furuken (guitarras), Hall Mayan (baixo), Markus Mioranzza (teclado) e Rod Selmo (bateria), e lançou recentemente seu álbum de estreia, Naughty and Hungry, com faixas bem bacanas como Alongside Me (veja o clipe aqui)

Space Pirates (clipe)- Jaeder Menossi Interstellar Experience:

Uganga ousa e consolida a sua sonoridade com o álbum Servus

Uganga_Capa_Servus-400x

Por Fabian Chacur

Não é fácil desenvolver uma sonoridade original e consistente na seara do rock pesado. Um dos problemas é o fato de esse gênero exigir virulência e massa sonora, o que às vezes leva algumas bandas a caírem em uma armadilha que as prendem a clichês que sempre dão certo em termos gerais, em detrimento de uma personalidade mais apurada. O grupo mineiro Uganga, em seus mais de 25 anos de trajetória, nunca despencou nesse perigoso alçapão, e dessa forma cresce a cada ano. Servus, o seu novo álbum, mostra mais uma vez o poder criativo e energético dessa turma do barulho, no melhor sentido do termo.

A história do Uganga (leia mais sobre eles aqui) teve início no Triângulo Mineiro, mais precisamente na bela cidade de Uberlândia (MG). Possuem no currículo cinco álbuns de estúdio, um ao vivo gravado na Alemanha, um DVD incluindo documentário sobre sua trajetória e show ao vivo e turnês por Brasil e Europa.

A maturidade adquirida nessa trajetória se mostra muito evidente em Servus, a partir dos apoios obtidos para a sua realização. A Waken Foundation, por exemplo, é uma organização alemã sem fins lucrativos criada em 2008 pelos produtores do festival Waken Open Air, considerado o maior de heavy metal do planeta, e que apoia projetos consistentes de hard e heavy metal de todo o mundo. Outro parceiro importante para a realização deste álbum é o Programa Municipal de Incentivo À Cultura (PMIC) de Uberlândia, que soube reconhecer o quanto a banda divulga e eleva o nome da cidade pelo mundo afora.

O retorno desses investimentos você percebe logo ao manusear o CD físico, com direito a capa digipack dupla e um encarte luxuoso com letras, fotos e ficha técnica completa. As impactantes artes de capa e contracapa ficaram a cargo do artista pernambucano Wendell Araújo, que já trabalhou com grupos como Ratos de Porão e Cólera. A qualidade técnica de gravação, mixagem e masterização tem padrão internacional, e foi feita em nosso país, basicamente no estúdio Rock Lab, em Goiânia (GO), com produção a cargo do vocalista da banda, Manu Joker, em parceria com Gustavo Vazquez.

Se tudo isso relatado até aqui já seria suficiente para ficar bem impressionado com o Uganga, o que de fato os torna dignos de muitos elogios é o conteúdo musical de Servus. Mesmo com tanto tempo de estrada, o time continua com aquela fúria energética típica de bandas iniciantes. No entanto, essa adrenalina toda é filtrada de modo a gerar um resultado tecnicamente impecável, fugindo da mera barulheira insana rumo a uma estrutura na qual você consegue ouvir cada detalhe, incluindo as tramas das guitarra, a sólida cozinha rítmica e os penduricalhos adicionais incluídos em cada uma das 13 faixas.

Capitaneando essa estrutura bem azeitada, Manu Joker se mostra um dos melhores cantores de rock pesado do Brasil. Sua voz tonitroante é controlada de forma quase cirúrgica, e com uma dicção impecável (algo não tão frequente em vocalistas dessa praia), que nos permite entender e mergulhar nas letras em português, o que valoriza ainda mais as conquistas deles no exterior, onde o inglês é quase obrigatório para quem quiser ver sua música valorizada.

O conteúdo poético contido nas letras do álbum traz um forte protesto contra o sofrimento da maior parte da população nas mãos dos poderosos de plantão, sem cair em panfletarismos ou ideologias restritivas. O refrão da alucinada faixa título exemplifica bem essa linha de pensamento: “escravos somos nós, escravos coniventes de loucos genocidas insanos, errados somos nós, massa de manobra, não mais do que servos”. A esperança de tempos melhores, no entanto, sempre aparece, com elementos espiritualistas sendo utilizados.

Manu tem a seu lado neste álbum Christian Franco (guitarra), Thiago Soraggi (guitarra), Maurício “Murcego” Pergentino (guitarra), Raphael “Ras” Franco (baixo e vocais) e Marcelo Henriques (bateria e vocal). Pergentino saiu do time após a gravação do álbum, substituído por Lucas “Carcaça”. Um time coeso, vibrante e tecnicamente impecável, que viabiliza a sonoridade thrascore, uma mistura de thrash metal com o punk hardcore, de forma plena e muito criativa.

Também temos as participações especiais da cantora e dançarina pernambucana Flaira Ferro, que com Manu e Luiz Salgado divide os vocais da incrível faixa E.L.A., do grupo chileno de rap Lexico na vigorosa Hienas, e também de Renato BT (do John No Arms), DJ Eremita, Marco Melo (sax), Fábio Marreco (do Totem) e o espiritualista Sr. Waldir, este último na enigmática Depois de Hoje…, que traz sampler de um discurso do líder pacifista indiano Mahatma Ghandi.

Servus nos mostra uma inquietude e inconformismo com os rumos atuais vividos pela humanidade, mas sempre com um olho no futuro que pode ser melhor, se as pessoas do bem se unirem para modificar essa situação. Com este álbum, o Uganga mostra que quem considera o heavy metal um antro de gente que só sabe fazer barulho insano e abordar temas satânicos precisa urgentemente atualizar os seus conceitos. Aqui, estamos diante de rockers do melhor calibre, lutando por um mundo melhor em todos os sentidos, tanto musicais como de convivência entre os seres humanos.

Servus (videoclipe)- Uganga:

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑