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Synchronicity- The Police (A&M Records, 1983): o adeus no auge

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Por Fabian Chacur

Na semana que se encerrou no dia 23 de julho de 1983, o álbum Synchronicity assumiu o 1º lugar na parada de sucessos dos EUA. Seriam 17 semanas não consecutivas de liderança no mercado mais disputado do mundo e também em vários outros países, encarando de frente adversários como Thriller, de Michael Jackson. O 5º álbum da carreira do The Police marcaria o seu auge em termos comerciais e criativos.

Duas faixas dele (Synchronicity I e Synchronicity II) tiveram como inspiração a teoria da sincronicidade, do psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), que a grosso modo trata do que ele definia como “coincidências significativas”. E, de certa forma, foi uma coincidência significativa que deu início a este seminal trio.

Em 1976, o baterista norte-americano Stewart Copeland, filho de um funcionário da temida CIA e que viveu em vários países, incluindo Líbano e Egito, estava então radicado na Inglaterra e integrava o grupo progressivo britânico Curved Air. Após um show na cidade de Newcastle, aceitou o convite de um amigo jornalista e foi conferir o som de uma banda local.

O jazz rock do Last Exit não o entusiasmou muito, mas ele não teve como não notar a ótima voz e o inegável carisma de seu baixista, um certo Gordon Matthew Sumner. Como naquele momento ele pensava em sair do Curved Air para investir em um trabalho próprio, deu o seu telefone para o tal músico, dizendo para visitá-lo quando por ventura fosse a Londres, onde Copeland morava naquela época.

Gordon, que então já era mais conhecido pelo apelido Sting, por sua vez estava cansado da rotina na sua cidade, e pretendia se mudar para Londres com seu grupo para tentar a sorte grande. Após um show de despedida de Newcastle no final de 1976, ele fez as malas e partiu, com a esposa Frances e o filho, esperando que os colegas de banda o seguissem, o que não ocorreu.

Enquanto morava na casa de uma amiga e buscava alternativas para sobreviver, Sting um dia se viu próximo do endereço de Copeland, e resolveu ligar para ele. Em uma “coincidência significativa”, descobriu que o orelhão de onde falava (estamos no início de 1977) ficava a apenas alguns metros da casa do baterista. Em questão de minutos, estavam frente a frente.

Não demorou para se enfiarem em uma jam session que demorou muito tempo. Logo, Copeland expôs seu plano de largar mão do rock progressivo para tentar alguma coisa com o espírito do punk rock, que vivia um momento efervescente na cena britânica. De quebra, imaginava incluir elementos de outro gênero musical então em ascensão, o reggae. Sting, também meio entediado com o jazz rock, curtiu a ideia. Nascia o The Police.

O baterista queria que a banda investisse no formato trio, e então chamaram pro time o guitarrista corso Henri Padovani, que tinha toda a panca de músico punk. No entanto, após algumas apresentações e a gravação de um single indie, com as músicas Fall Out e Nothing Achieving, ficou claro que o grupo não iria adiante com um músico tão limitado na guitarra.

Aí, outra “coincidência significativa” se incumbiu de trazer pro time o cara que faltava. Mike Howlett, ex-integrante da banda franco-britânica Gong, buscava um novo rumo pra sua carreira.

Ele convidou Sting, que também havia conhecido ao ver um show da Last Exit, para participar de uma nova formação que estava criando, intitulada Strontium 90, que marcaria presença em um show na França que reuniria os ex-integrantes do Gong, cada um com seus novos trabalhos e depois todos tocando juntos, no final do evento, que contou com mais de 6 mil fãs.

Sting conseguiu incluir Copeland na oportunidade. Howlett precisava de um guitarrista, e se lembrou de um certo Andy Summers, músico já veterano que havia tocado com Eric Burdon & The Animals, Soft Machine e Mike Oldfield, entre outros, e que voltara para a Inglaterra após alguns anos radicado nos EUA. Ele adorou a chance de se enturmar novamente em Londres.

Rapidamente, Sting e Copeland perceberam, após poucos ensaios com o Strontium 90, que Summers era o cara ideal para o The Police, embora cerca de 10 anos mais velho do que eles. Mas como se livrar do simpático Padovani? No início, convidaram o novo amigo para entrar no grupo, que então virou um quarteto durante algumas semanas.

Como o Strontium 90 logo saiu de pauta, Summers resolveu a parada com um ultimato: ou Henry saía, ou seria ele quem pularia fora. E como Copeland era apaixonado pelo formato trio, a decisão se tornou inevitável. E coube a Sting dar a triste notícia a Padovani, que depois tocaria com Wayne County e posteriormente montaria sua própria banda, The Flying Padovanis.

Desde o começo, o The Police teve como marcas a ambição e a ousadia. Embora tenham se valido do espírito e da energia do punk, nunca compartilharam do niilismo dos seus seguidores mais irados. A musicalidade sempre deu as cartas na banda, e isso ficou claro logo em seu álbum de estreia, Outlandos D’Amour (1978), com os hits Roxanne e So Lonely.

Em função da bagagem musical anterior e do extremo talento de seus integrantes, fica difícil dizer que o trio britânico evoluiu de disco para disco. Na verdade, eles já começaram em um patamar bem alto, e apenas foram ampliando horizontes em cada novo trabalho, acrescentando sonoridades e temas em suas letras, tendo Sting como principal compositor, mas com os outros dois vivendo bons momentos neste setor.

Por sua vez, com o apoio do irmão de Stewart, o empresário Miles Copeland III, a banda arregaçou as mangas e se mandou pra estrada. Sua primeira turnê foi bancada por eles próprios, sem o apoio da gravadora que os havia contratado, a A&M Records, que ficou espantada com a ousadia dos rapazes. E valeu a raça, pois do começo em clubes suspeitos eles foram evoluindo a cada novo ano e novo lançamento.

Após o grande sucesso de Ghost In The Machine (1981), que acrescentou teclados e metais à sonoridade da banda (tudo tocado por eles mesmos- all noises by The Police, como escreviam na contracapa de seus álbuns), ficou no ar o clima de que seu próximo lançamento os alçaria ao topo do mundo pop. E foi precisamento o que ocorreu.

Em 1982, o The Police não lançou um novo álbum, tendo apenas participado, com dois temas instrumentais, da trilha do filme Brimstone And Treacle (1982), que também trouxe faixas individuais de Sting, entre as quais I Burn For You e Spread a Little Happiness, esta última seu primeiro hit solo na Inglaterra no formato single.

Sting também atuou como ator em Brimstone And Treacle , e marcou presença na trilha de Party Party (1982). Stewart Copeland compôs as trilhas sonoras para o filme Rumble Fish (1983), de Francis Ford Copolla e o espetáculo de dança King Lear, do San Francisco Ballet. E Andy Summers gravou I Advance Masked (1982) com Robert Fripp, do King Crimson.

Após tantos trabalhos paralelos, o trio voltou a se reunir em dezembro daquele mesmo ano para as gravações de seu novo álbum, mais uma vez contando com a coprodução de Hugh Padgham (ele estreou no álbum anterior) e realizadas no Air Studios em Montserrat, no Caribe, e no Le Studio, em Quebec, Canadá. Foram seis semanas de trabalhos, período até curto para um trabalho com tanta expectativa.

Vale registrar que naquele 1982, em função de o The Police ter momentaneamente sumido de cena, outros grupos influenciados pela sua sonoridade aproveitaram o vácuo momentâneo e se deram bem, especialmente os australianos do Men At Work, que com seu álbum Business As Usual ficaram durante 15 semanas no topo da parada americana entre novembro daquele ano e fevereiro de 1983.

Antes das gravações, Sting tirou uns dias e foi para a Jamaica, onde ficou em uma casa que pertenceu ao escritor britânico Ian Fleming (1908-1964), o criador do célebre personagem James Bond. A ideia era poder se concentrar na composição de canções para o novo álbum. E ele precisava mesmo se isolar um pouco, pois vivia um momento dos mais conturbados em sua vida.

Por um lado, conseguiu finalizar uma longa e desgastante disputa com a editora Virgin referente aos direitos autorais de suas canções, devido a um contrato draconiano assinado ainda nos tempos de vacas magras. Do outro, encarou uma dolorosa separação de Francis, com quem teve dois filhos, para ficar com a também atriz Trudie Styler, vizinha e melhor amiga de Francis.

Sting também começou a ler muitos livros, o que o inspirou a fazer letras mais profundas. A soma disso tudo levou o artista a criar um conteúdo um pouco mais intelectualizado, algo que se consolidaria ainda mais na sua carreira-solo a partir de 1985.

Synchronicity foi concebido para o formato LP, e suas 10 faixas foram distribuídas em duas metades bem distintas.

O lado A abre e fecha com canções baseadas na teoria da sincronicidade. Synchroniticy I (ouça aqui) investe em fúria e muita energia, como uma espécie de introdução a tudo o que viria a seguir no disco.

Walking in your Footsteps (ouça aqui) dá início às surpresas do álbum, com uma sonoridade tribal e percussiva, com direito a sopros certeiros e uma letra na qual Sting ironiza o ser humano, analisando a extinção dos dinossauros e insinuando que esse poderá se tornar o mesmo caminho da destruição da raça humana, apesar de nossa evidente arrogância.

Oh My God (ouça aqui), outro belo exemplar da fusão reggae-rock do grupo, traz versos de Sting que não só questionam a relação com Deus como exigem algum tipo de ação do mesmo, atitude que certamente pode ter horrorizado os mais carolas. O ritmo é envolvente e dançante.

Mother(ouça aqui), composição de Andy Summers, traz o guitarrista gritando, digo, cantando de forma desesperada, como se estivesse no divã de um psiquiatra, tendo como tema a obsessão pela mãe, claramente inspirada no filme Psicose (1960), de Alfred Hitchcock. Experimentalismo dos bons.

A insegurança gerada pela Guerra Fria entre os EUA e a então União Soviética é abordada de forma bem-humorada e sarcástica em Miss Gradenko (ouça aqui), composição de Stewart Copeland com forte influência da música africana, vertente que o baterista exploraria de forma ainda mais intensa em seu ótimo álbum solo The Rhythmatist (1985).

A primeira parte do álbum é encerrada com Synchronicity II (ouça aqui), que aborda o tema da sincronicidade de uma forma mais apocalíptica, clima muito bem explorado em seu clipe, que flagra os três músicos em um navio típico dos piratas conduzido em plena tempestade. O single foi nº 16 nos EUA e nº 17 no Reino Unido.

Propositadamente ou não, o lado B de Synchroniticy traz quatro canções de Sting que, analisadas a posteriori, equivalem às primeiras amostras do que seria a carreira-solo dele, com um material mais próximo do soft rock.

O início fica por conta do maior hit da história do The Police, Every Breath You Take (ouça aqui), que no formato single se manteve por 8 semanas no topo da parada americana. Um clássico do rock, que merece uma análise mais apurada em torno de suas contradições.

A estrutura desta canção é muito simples, e lembra a do rock balada do finalzinho dos anos 1950, que gerou hits como Diana (Paul Anka) e Oh Carol (Neil Sedaka). Essa similaridade é marcada pelo brilhante e ao mesmo tempo simples arranjo de guitarra de Andy Summers, que dá um charme todo especial, assim como a batida quase marcial da bateria de Copeland.

A bela melodia e a interpretação empolgada de Sting explicam o porque o público nos quatro cantos do mundo abraçou esta como uma linda canção de amor apaixonado, sendo tocada em bailinhos e mesmo em casamentos. No entanto, se notarmos bem sua letra, veremos que não é bem assim.

Na verdade, Sting assume nesses versos o papel de um cara obcecado por uma mulher que o deixou, dando verdadeiros recados levemente sinistros nos versos, como se fosse um stalker que vigiaria até o fim dos tempos a ex-parceira. Ele garante que não se inspirou em fatos reais, mas quem não acreditar nele não pode ser ironizado ou avacalhado…

Acredito não ter sido uma “coincidência significativa” o fato de Sting ter composto e gravado no seu álbum solo The Dream Of The Blue Turtles (1985) a sensacional If You Love Somebody Set Them Free (ouça aqui), cuja letra defende exatamente o contrário do hit anterior.

A forte carga emocional gerada pela sua separação certamente inspirou a faixa mais forte nesse aspecto do álbum, King Of Pain (ouça aqui). Ela se alterna entre um clima ora tenso e lento, ora de verdadeiro desabafo.

No formato single, King Of Pain foi o 2º maior hit do álbum, atingindo o 3º lugar nos EUA e um mais humilde 17º posto no Reino Unido. Um dos momentos mais aguardados dos shows da turnê Synchronicity era quando Stewart Copeland iniciava a música tocando vibrafone e saía correndo rumo à bateria, sem perder um único compasso e arrancando aplausos do público.

Wrapped Around Your Finger (ouça aqui), com seu clima sonoro introspectivo e reflexivo, traz como tema um tenso e cerebral duelo entre um mestre e seu discípulo, inspirada no pacto com o diabo do personagem mitológico alemão Fausto, celebrizado pela peça de Goethe. O clipe, com suas inúmeras velas, dá uma ambientação excelente para tal canção, que foi nº 8 nos EUA e nº 7 no Reino Unido, no formato single.

A versão original de Synchronicity é encerrada por Tea In The Sahara (ouça aqui), com seu espírito minimalista, andamento hipnótico e letra baseada no livro The Sheltering Sky (1949), de Paul Bowles. Essencialmente, fala sobre promessas não cumpridas. O livro foi adaptado para o cinema em 1990 por Bernardo Bertolucci e exibido no Brasil como O Céu Que Nos Protege.

As sessões de gravação de Synchronicity geraram mais três faixas muito boas, que vieram à tona inicialmente como lados B de singles e depois foram incluídas na espetacular e essencial caixa com 4 CDs Message in a Box- The Complete Recordings (1993).

Murder By Numbers (ouça aqui), belíssima e com sofisticada estrutura jazzística escrita em parceria por Sting e Andy Summers, foi incluída na versão em CD do álbum como a faixa de nº 11.

Someone To Talk To (ouça aqui) é de Andy Summers e traz como curiosidade o fato de Sting ter se recusado a cantá-la por não curtir a letra, algo que deixou o guitarrista (que teve de se incumbir da tarefa, com categoria, vale ressaltar) um pouco ressentido. Outra parceria de Sting com Andy Summers, Once Upon a Daydream (ouça aqui) envolve com sua linda melodia e uma interpretação doce e sutil do baixista.

A turnê de divulgação de Synchronicity foi até o início de 1984 e se tornou a mais bem-sucedida daquele período, com direito a um show em 18 de agosto de 1983 no Shea Stadium para cerca de 70 mil pessoas, quase 20 mil a mais do que o mitológico show dos Beatles no mesmo local em 1965. Foram 105 apresentações, realizadas de 23 de julho de 1983 a 4 de março de 1984 nos EUA, Europa, Austrália e Ásia.

O espetacular show em Atlanta foi registrado e lançado em VHS em 1984 com o título Synchronicity Live Atlanta 1983 (1984) e em versão remasterizada em DVD e com faixas adicionais em 2005, como Synchronicity Concert. No palco, a banda teve para auxiliá-los as backing vocalists Michelle Cobb, Tessa Niles e Dolette McDonald.

Quem poderia imaginar que Synchronicity seria o último disco de estúdio do The Police? Desde o seu lançamento, a banda fez em 1986 um pocket show para a Anistia Internacional e uma regravação de Don’t Stand So Close To Me. Em 2006 e 2007, realizaram uma turnê mundial, mas sequer foi cogitado gravar um novo álbum. Bem, ao menos acabaram no auge.

Ouça Synchronicity na íntegra em streaming:

Swedish House Mafia lança single Red Light em parceria com Sting

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Por Fabian Chacur

Em seus quase 50 anos de carreira, Sting tem como uma de suas marcas estar sempre aberto a novas parcerias. Ele já foi da bossa nova ao jazz, passando por reggae, r&b, pop e outros estilos nessas suas gravações com outros artistas. Desta vez, o cantor, compositor e músico britânico se une ao Swedish House Mafia, supergrupo sueco de EDM (electronic dance music). A parceria gerou o single Red Light, já disponível nas plataformas digitais, prévia do álbum de inéditas do grupo, Paradise Again, programado para sair no dia 15 de abril via Universal Music.

A música resultante dessa reunião de artistas bem distintos soa curiosa, quase como tentativa de misturar água e óleo, mas ainda assim interessante. Os DJs Axwell, Steve Angello e Sebastian Ingrosso incluem um trecho da canção Roxanne, de 1978 e 1º grande hit do The Police, mais especificamente aquela parte em que Sting canta “You don’t have to put on the red light those days are over”, em meio a uma batida pesada, quase marcial, de house music.

O clipe feito para divulgar esse provável novo hit do trio nórdico mescla cenas sombrias, como se flagradas em uma espécie de discoteca do fim do mundo, com alguns registros visuais de Sting feitos no mesmo clima. No geral, o resultado agrada. Na estrada desde 2008, o Swedish House Mafia marcou forte presença na cena da EDM mundial e se separou em 2013, mas voltou à ativa a partir de 2018, e agora vem com um álbum que traz colaborações com craques da cena pop atual como The Weeknd e Ty Dolla $ygn.

Red Light (clipe)- Swedish House Mafia + Sting:

Sting volta a investir em canções inéditas em seu próximo álbum

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Por Fabian Chacur

Quem aguardava por um novo disco solo de inéditas de Sting pode se preparar. Está programado para o dia 19 de novembro o lançamento de The Bridge, 1º disco nesse formato desde 57th & 9th (2016). Nesses últimos cinco anos, ele lançou um álbum em parceria com o jamaicano Shaggy (44/876-2018), um de releituras de seus hits (My Songs– 2019) e uma coletânea com duetos (Duets– 2021).

O 1º single de The Bridge acaba de ser disponibilizado nas plataformas digitais. Trata-se de If It’s Love, canção que tem na descoberta do amor e suas contra-indicações a sua inspiração e com um perfil pop daqueles grudentos. O assovio, a marca registrada dessa faixa, entra no cérebro do ouvinte e não sai mais. Muito boa! Ele falou um pouco sobre a motivação para escrever mais esse possível hit em entrevista ao jornal Los Angeles Times:

“Certamente não sou o primeiro compositor a comparar o amor ou o desapaixonar-se a uma doença incurável, nem serei o último. A canção If It’s Love é minha adição a esse cânone onde os metafóricos sintomas, diagnóstico e incapacidade absoluta são familiares o suficiente para fazer cada um de nós sorrir com tristeza”.

If It’s Love– Sting:

Sting lançará álbum reunindo duetos com grandes astros

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Por Fabian Chacur

Desde o início de sua carreira-solo, em 1985, uma das marcas de Sting é a sua capacidade de trocar figurinhas com outros artistas. Como forma de focalizar essa característica significativa do trabalho individual do ex-integrante do The Police, a Universal Music lançará no dia 19 de março a coletânea Duets. O lançamento, que ocorrerá nas plataformas digitais e também em CD simples e LP duplo de vinil, compreende o período entre 1992 e 2020, com um total de 17 faixas que englobam nomes os mais diversos.

O repertório de Duets não traz nenhuma canção registrada originalmente pelo The Police, concentrando-se nas composições do astro britânico pós-grupo e em releituras de repertório alheio. A versatilidade de Sting fica bem nítida no estrelado elenco aqui reunido, com nomes tão distintos entre si como Annie Lennox (na foto com Sting), Julio Iglesias, Herbie Hancock, Craig David, Mary J Blige, Melody Gardot, Charles Aznavour e Zucchero.

As gravações, lançadas originalmente em trilhas de filmes, álbuns do próprio Sting e dos artistas em questão ou mesmo discos-tributo, vão desde It’s Probably Me, gravada ao lado de Eric Clapton em 1992, até duas registradas em 2020, com respectivamente a cantora americana Melody Gardot (Little Something) e o roqueiro italiano Zucchero (September).

Eis as faixas de Duets, de Sting:

It’s Probably Me– com Eric Clapton (1992)

Fragile– com Julio Iglesias (1994)

Desert Rose– com Cheb Mami (1999)

In The Wee Small Hours Of The Morning– com Chris Botty (1999)

Rise & Fall– com Craig David (2002)

Whenever I Say Your Name– com Mary J Blige (2003)

We’ll Be Together– com Annie Lennox (2004)

My Funny Valentine– com Herbie Hancock (2005)

None Of Us Are Free– com Sam Moore (2006)

L’Amour C’Est Comme Un Jour– com Charles Aznavour (2008)

Practical Arrangement– com Jo Lawry (2013)

Stolen Car– com Mylène Farmer (2015)

Don’t Make Me Wait– com Shaggy (2018)

Reste– com Gims (2019)

Mama– com Gashi (2020)

Little Something– com Melody Gardot (2020)

September– com Zucchero (2020)

We’ll Be Together– Sting e Annie Lennox:

Sting- A Free Man (2017) é um documentário bastante eficiente

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Por Fabian Chacur

Abordar uma carreira de mais de 45 anos como a de Sting em apenas 52 minutos parece uma tarefa difícil, senão impossível de se realizar. O diretor francês Julie Veille, no entanto, mesmo sem ter esgotado o tema, proporciona uma interessante e muito bem realizada amostra do que de melhor o grande cantor, compositor e músico britânico fez nesses anos todos. Sting- A Free Man (2017), o resultado desse projeto, está disponível na programação do Canal Bis e também em sua plataforma de streaming.

Feito para um canal de TV francês, o filme tem como base uma ótima entrevista feita com o astro da música especialmente para a atração. Também temos bons depoimentos de pessoas ligadas a ele, entre os quais o guitarrista Dominic Miller, que toca há muito tempo em sua banda de apoio e é seu parceiro em algumas composições, e também o italiano Zucchero, o baterista Vinnie Colaiuta, Will.I.am (do grupo Black Eyed Peas) e Bob Geldof. Este último surpreende pelo aparente profundo conhecimento da vida e obra do colega de profissão.

A opção foi por ter foco principal na carreira solo de Sting, passando por alto por seus anos no The Police, incluindo uma justificativa pela qual ele saiu da banda: “Não queria repetir as mesmas fórmulas, eu queria a liberdade que me seria ditada pelas músicas, e não pelo grupo”.

Sting fala sobre o desafio de contar histórias relevantes em um formato tão compacto como o das canções pop, e de como escreveu alguns de seus clássicos, como Shape Of My Heart, Desert Rose e do repertório do álbum The Soul Cages (1991), este último feito em homenagem ao seu pai.

O envolvimento do músico com questões humanitárias e ecológicas também é abordado, entre eles sua ligação com o cacique brasileiro Raoni e as mães das vítimas da ditadura de Pinochet no Chile (que rendeu a bela canção They Dance Alone). O show que fez em Toscana, Itália, no mesmo dia dos ataques às torres gêmeas em Nova York em 11 de setembro de 2001, está na pauta, assim como a inspiração das belas canções Russians e Inshala.

Pontuado por um bem selecionado material de arquivo, Sting- A Free Man equivale a uma concisa e bem realizada viagem na obra de um artista que soube como poucos trafegar por gêneros musicais como rock, reggae, jazz, pop, world music, folk etc com desenvoltura, criatividade e muito talento. E pensar que, no relato do próprio Sting, tudo começou quando ele herdou o violão de um tio que se mudou para o Canadá…

Veja o trailer de Sting- A Free Man:

Sting relê seus hits com novos arranjos no álbum My Songs

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Por Fabian Chacur

Em seus mais de 40 anos de carreira discográfica, Sting volta e meia resolveu fazer releituras diferenciadas de suas principais composições, ora ao vivo, ora em estúdio. E novamente o brilhante cantor, compositor e músico britânico vai nos oferecer um produto com essas características. Trata-se de My Songs, álbum de estúdio que a Universal Music promete lançar no dia 24 de maio nos formatos físico e digital.

O novo trabalho do ex-baixista e cantor do The Police traz 15 faixas, selecionadas entre hits de sua ex-banda e da carreira-solo. A produção ficou a cargo de Martin Kierszembaum, Dave Audé e Jerry Fuentes. Em declaração incluída no press release de divulgação do trabalho, ele o definiu assim: “My Songs é a minha vida em músicas. Algumas delas reconstruídas, algumas delas reformadas, algumas delas reformuladas, mas todas com foco contemporâneo”.

O repertório de My Songs se concentra em músicas lançadas originalmente de 1978 a 1999. Três dessas releituras já estão disponíveis nas plataformas digitais: Brand New Day (ouça aqui), Desert Rose (ouça aqui) e Demolition Man. As amostras são bem bacanas, sem subverter demais as versões originais e sem copiá-las iguaizinhas. A voz do astro continua ótima, o que conta, e muito.

Conheça na íntegra o repertório incluído em My Songs e em que discos foram gravadas originalmente:

Can’t Stand Losing You– (Outlando’s d’Amour- The Police- 1978)
Roxanne (Outlando’s d’Amour- The Police- 1978)
So Lonely (Outlando’s d’Amour- The Police- 1978)
Message In a Bottle (Regatta De Blanc- The Police- 1979)
Walking On The Moon (Regatta De Blanc- The Police -1979)
Demolition Man (Ghost In The Machine-The Police- 1981)
Every Breath You Take (Synchronicity- The Police- 1983)
If You Love Somebody Set Them Free (The Dream Of The Blue Turtles-solo- 1985)
Fragile (…Nothing Like The Sun- solo- 1987)
Englishman In New York (…Nothing Like The Sun- solo- 1987)
If I Ever Lose My Faith In You (Ten Summoner’s Tales- solo- 1993)
Fields Of Gold (Ten Summoner’s Tales- solo- 1993)
Shape Of My Heart (Ten Summoner’s Tales- solo- 1993)
Desert Rose (Brand New Day- solo- 1999)
Brand New Day (Brand New Day- solo- 1999)

Demolition Man– Sting (do CD My Songs):

Sting e Shaggy lançam o clipe e investem em boa parceria

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Por Fabian Chacur

O reggae é presença constante no trabalho de Sting desde seus tempos com o The Police. O ritmo volta a dar as caras em um trabalho de sua autoria na recém-lançada música Don’t Make Me Wait, parceria dele com o cantor e compositor jamaicano Shaggy. A canção está sendo divulgada com um clipe dirigido por Gil Green, que já trabalhou coo Nick Minaj, Drake e John Legend.

O cenário do vídeo é uma área popular de Kingston, cidade natal de Shaggy, e o clima é de verdadeira festa povão, com todo mundo dançando. A música tem cara de provável hit, conta com a produção de Shaun Pizzonia, antigo parceiro do astro jamaicano, e foi gravada lá mesmo. Trata-se da primeira de uma série de outras parcerias que a dupla promete divulgar aos poucos.

Com 39 anos de idade, Shaggy tornou-se conhecido inicialmente graças ao hit Oh Carolina, em 1993. A partir daí, emplacou diversos sucessos, como Boombastic, Angel e In The Summertime, nos quais mesclava o reggae com música eletrônica, pop e outros ritmos. Ele teve faixas incluídas em trilhas de filmes badalados, e seu álbum Hot Shot (2000) atingiu o primeiro lugar na parada americana, além de vender mais de 10 milhões de cópias em todo o planeta.

Don’t Make Me Wait– Sting e Shaggy:

Sting mergulha em rock e folk no ótimo álbum 57th & 9th

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Por Fabian Chacur

Desde o lançamento de Sacred Love (2003), Sting deixou de lado o pop rock mais explícito em sua carreira solo. Nesse período, lançou trabalhos com faceta erudita ou de folk mais tradicional, como os ótimos If On a Winter’s Night (2009) e The Last Ship (2013), ou mesmo de inspiradas e interessantes releituras sinfônicas de canções de sua autoria em Symphonicities (2010). Mas, agora, é hora de rock, bebê! E chega às lojas o ótimo 57th & 9th. Bem roqueiro, mas com folk na mistura, também.

O título do CD alude a uma esquina localizada em Nova York e próxima dos estúdios em que as gravações ocorreram. No encarte, Sting explica o quanto gosta de andar a pé, especialmente no caminho rumo ao trabalho, pois é nesses momentos que reflete e pensa de forma mais apurada. Como o álbum foi concretizado em um período de três meses, algo rápido para os padrões atuais de estrelas, dá para se imaginar que várias canções possam ter surgido durante esses passeios.

Acompanhado pelo excelente guitarrista Dominic Miller, que é seu braço direito há décadas, além de feras do porte de Vinnie Colaiuta (bateria) e integrantes do grupo The Last Bandoleros, Sting nos oferece dez novas canções que trazem como marca aquela simplicidade sofisticada que sempre marcou a sua obra, indo desde o rock mais básico a canções folk, e um momento com elementos árabes no meio.

A coisa começa a mil por hora, com a contagiante I Can’t Stop Thinking About You, que possui ecos de clássicos do The Police como Truth Hits Everybody e Can’t Stop Losing You. Com um riff poderoso de guitarra, a vibrante 50.000 é uma assumida homenagem a David Bowie, Glenn Frey e Prince, músicos que sabiam como poucos fazer músicas para entreter grandes plateias. One Fine Day, um rock balada, traz letra de inspiração ecológica com abordagem extremamente inteligente.

Não faltam outros momentos excelentes neste álbum. As baladas acústicas na melhor tradição folk Heading South On The Great North Road e The Empty Chair, o rockão estradeiro Petrol Head e a envolvente Inshallah, por exemplo. São canções sempre enfocando temas atuais, como ecologia, relações amorosas e mesmo a crise dos refugiados na Europa, mas sem nunca resvalar na apelação.

A edição lançada no Brasil de 57th & 9th é a Deluxe, o que significa uma capa digipack dupla, encarte luxuoso com ficha técnica completa, letras e textos de Sting sobre as canções e também três faixas adicionais. São elas uma versão mais folk rock de I Can’t Stop Thinking About You (apelidade de LA Version por ter sido gravada em Los Angeles), outra de Inshallah gravada em Berlim e uma ao vivo de Next To You, clássico do The Police, com participação dos The Last Bandoleros.

O álbum atingiu a posição de número 9 ao ser lançada nos EUA em novembro, prova de que Sting continua atraindo a atenção do grande público. Nada mais justo, pois aos 65 anos, idade completada por ele no último dia 2 de outubro, este grande artista prova mais uma vez continuar sendo não só um mero cantor e compositor, mas alguém preocupado em sempre oferecer o melhor aos fãs. Ele já está fazendo shows para divulgar o disco. Tomara que passe por aqui.

50.000– Sting:

Coletânea resume 25 anos do astro solo Sting

Por Fabian Chacur

Em 1985, Sting aproveitou o que se imaginava ser apenas uma pausa na carreira da banda que então comandava, o The Police, para lançar The Dream Of The Blue Turtles, seu primeiro álbum solo.

A repercussão do álbum perante crítica e público foi tão boa que certamente deve ter influenciado, no ano seguinte, a decisão que levou ao fim do mitológico grupo britânico, que só voltou de forma mais consistente em 2007/2008 para uma turnê.

Desde então, o cantor, compositor e músico britânico passou a investir em uma musicalidade versátil, com rock e reggae, mas também incluindo jazz, soul, funk, pop, música erudita e world music no coquetel.

Como forma de celebrar esses 25 anos de carreira individual, Sting lança a coletânea The Best Of 25 Years, disponível em dois formatos: álbum duplo em embalagem digipack, com 31 músicas, e caixa com 3 CDs (e 45 músicas), DVD inédito gravado ao vivo e livreto repleto de fotos.

A Universal Music acaba de colocar no mercado brasileiro a versão simples, que serve como uma generosa introdução no que de melhor Sting fez fora do The Police.

O primeiro CD, com faixas lançadas entre 1985 e 1994, é o melhor, incluindo maravilhas como If You Love Somebody Set Them Free, Englishman In New York, We’ll Be Together, Fields Of Gold e If I Ever Lose My Faith In You.

Uma verdadeira aula de pop sofisticado, dançante, envolvente e bem concebido e realizado.

O repertório do segundo CD, embora com vários bons momentos, é um pouco mais irregular, pois inclui algumas canções derivativas, incluindo experiências com a world music dispensáveis.

Ainda assim, When We Dance, Desert Rose e Brand New Day merecem ser destacadas por sua qualidade e capacidade de prender o ouvinte com categoria.

A inédita Never Coming Home é mediana, e temos também três faixas ao vivo em áudio extraídas do citado DVD inédito (intitulado Rough, Raw And Unreleased: Live At Irving Plaza, gravado ao vivo nos EUA em 2005) que só está disponível na versão luxuosa da coletânea, entre elas uma releitura bacana de Demolition Man, gravada por sua ex-banda no álbum Ghost In The Machine (1981).

Se brilhou em potência máxima como líder do The Police, Sting prova em The Best Of 25 Years que também soube criar músicas de alta qualidade e potencial pop nesse um quarto de século.

Veja o clipe de Fields Of Gold, com Sting:

Sting arrebenta em CD/DVD com orquestra

Por Fabian Chacur

Sting é um dos grandes nomes da história do rock.

Como líder do The Police ou como artista solo, sua trajetória artística é repleta de grandes momentos.

Sem nunca impor limites à sua criação, o cantor, compositor e músico britânico fez de tudo nesses quase 40 anos de trajetória profissional.

Lógico que nem sempre ele acerta, como os álbuns …Nothing Like The Sun (1987) e Mercury Falling (1996), por exemplo, provam de forma veemente.

Mas seu alto índice de grandes canções e álbuns já lhe garantiu um lugar no coração daqueles que curtem rock de alta qualidade.

Seu mais novo lançamento, Live In Berlin, lançado pela Universal Music em pacote que inclui DVD e CD, é outro golaço para o seu invejável currículo.

O trabalho é o registro ao vivo do show realizado em 21 de setembro de 2010 na O2 Arena de Berlim, Alemanha, durante a divulgação de seu álbum Synphonicity, no qual releu canções de seu repertório com acompanhamento orquestral.

O ótimo conceito do disco, no qual sua banda composta por cinco músicos e lideradas pelo inseparável e brilhante guitarrista Dominic Miller se integra de forma brilhante com os músicos eruditos, funciona às mil maravilhas ao vivo.

Ou seja, não rola aquela chatice de versões orquestrais do tipo recepção de consultório dentário.

As músicas não só perdem seu calor original, como ainda ganham mais energia, vibração e nuances sonoros e rítmicos.

As canções por si só maravilhosas de Sting ganham uma roupagem nova e refrescante.

Every Little Thing She Does Is Magic, King Of Pain, I Hung My Head, She’s Too Good For Me e Desert Rose são algumas das canções escolhidas, uma equilibrada mistura entre sucessos e pérolas menos conhecidas de seu repertório.

A voz de Sting, que beira os 60 anos de idade, continua com a potência e a beleza de sempre, e seu carisma no palco se mantém intacto, também.

Um momento muito bacana do show é quando os músicos da orquestra começam a tocar e dançar durante a sacudida e jazzística She’s Too God For Me. Divertidíssimo!

De quebra, temos um fantástico reencontro do astro com o saxofonista Branford Marsalis, que integrou sua banda nos tempos dos álbuns The Dream Of The Blue Turtles e Bring On The Night, nos anos 80.

Marsalis toca em Englisman In New York e Moon Over Bourbon Street, arrepiando quem é fã de música com alma e sofisticação.

Live In Berlin é mais uma prova do enorme talento desse brilhante Sting, por vezes injustamente ironizado por críticos brasileiros por razões extra-musicais. Mas não é a música o que de fato interessa, manés?

Curiosidade: o CD inclui duas músicas que não estão no DVD, If I Ever Lose My Faith In You e Shape Of My Heart. São 22 faixas no DVD e 14 no CD.

Veja o clipe de Fields Of Gold, com Sting:

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