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Supertramp é flagrado no seu auge em DVD

Por Fabian Chacur

Crítico tem hora que só serve para encher o saco. Eu sou um deles e posso falar com conhecimento de causa. Às vezes, eles perseguem grupos que só deveriam receber elogios. O Supertramp, em seus anos áureos, foi uma dessas vítimas, levando cacetadas a torto e a direito sem merecer.

Uma boa prova da excelência do trabalho dessa banda britânica acaba de sair no Brasil pela ST2. Trata-se do DVD Live In Paris ’79, que flagra o quinteto em show realizado na capital francesa em dezembro de 1979, quando eles viviam o auge de uma carreira que comemorava dez anos na ocasião.

Criado em 1969 por Roger Hodgson (vocal, guitarra e teclados) e Rick Davies (vocal e teclados) e depois completado em sua formação clássica por Dougie Thomson (baixo), Bob Siebenberg (bateria e percussão) e John Anthony Helliwell (sopros e vocais), o Supertramp soube como poucos levar sua inclinação ao rock progressivo do tipo Yes e Genesis rumo a uma sonoridade mais pop e acessível, também influenciada fortemente pelos Beatles.

Naquele fim de década de 70, eles divulgavam seu disco mais bem-sucedido em termos artísticos e comerciais, o sublime Breakfast In America, que vendeu milhões de cópias mundo afora, atingiu o primeiro posto na disputada parada americana e rendeu singles como Take The Long Way Home, Goodbye Stranger, The Logical Song e a faixa-título.

Em performance equilibrada e na qual as músicas são reproduzidas com arranjos fiéis aos das gravações de estúdio, o Supertramp mergulha no melhor de seu repertório, com direito a faixas de Breakfast In America e também pérolas como School, Bloody Well Right, Give a Little Bit, Crime Of The Century, Dreamer e Fool’s Overture, entre outras.

Embora capitaneada por Hodgson e Davies, responsáveis pelas composições e pelos vocais principais, a banda tinha em John Helliwell seu integrante mais carismático em cena, o que ele prova em diversos momentos do show. Siebenberg e Thomson são discretos, mas sólidos.

Como o show não foi captado na íntegra em vídeo, temos nos extras as cinco faixas que faltaram daquela apresentação, com o áudio original e montagens visuais gerando clipes para preencher as lacunas de imagens que ficaram bastante legais.

Vale registrar que, embora contemporâneo, o áudio desde DVD não é o mesmo do célebre álbum duplo ao vivo Paris (1980), que foi gravado em outra noite, durante essa mesma turnê.

Segundo informações do gentil internauta Nuno Ponces, os áudios de Crime Of The Century, School, Bloody Well Right e Rudy são iguais aos de Paris, sendo os outros extraídos de outras apresentações feitas na mesma capital francesa. Mas a qualidade em termos musicais e técnicos é a mesma. Críticos malas, deixem-nos curtir o Supertramp em paz e larguem dos nossos pés, seus chatos!

Take The Long Way Home, ao vivo, com Roger Hodgson:

Roger Hodgson volta ao Brasil em abril

Por Fabian Chacur

O cantor, compositor e músico britânico Roger Hodgson voltará ao Brasil em breve. Ele tem show marcado para o dia 26 de abril (quinta-feira) às 22h em São Paulo na Via Funchal (rua Funchal, 65- www.viafunchal.com.br). Os ingressos custam entre R$150,00 a R$350,00.

Nascido em 21 de março de 1950, Roger Hodson se tornou conhecido mundialmente como integrante do Supertramp, banda que fundou em 1969 em parceria com Rick Davies e na qual permaneceu até 1983.

A mistura de rock progressivo e pop do grupo britânico gerou inúmeros sucessos, e boa parte deles levava a assinatura e o vocal principal de Hodgson, entre as quais Give a Little Bit, The Logical Song, Dreamer, Take The Long Way Home e Fool’s Overture, só para citar alguns deles.

Mesmo lançando bons discos solo, o astro britânico continua investindo em seus grandes hits ao vivo. Em sua última passagem pelo Brasil, há dois anos, esbanjou vitalidade e carisma, além de manter intacta sua poderosa voz. Tipo de show imperdível para quem gosta de classic rock.

Veja Take The Long Way Home, com Roger Hodgson:

Roger Hodgson honra a reputação do Supertramp

Por Fabian Chacur

Janeiro de 1988. Último show da primeira edição do Hollywood Rock Festival em São Paulo. Depois de apresentações bem bacanas durante os vários dias do evento, especialmente de Simply Red e Duran Duran, entrava em cena a banda escolhida para encerrar a festança roqueira, o Supertramp.

E não era uma escolha ruim, pelo fato de a banda ser bastante popular por aqui. Apesar de ter vindo com sua formação quase original, o grupo britânico radicado nos EUA não conseguiu a repercussão imaginada.

Houve até fãs indo embora mais cedo de um estádio do Morumbi que estava com casa quase cheia no início. A razão: embora ainda bem competentes, eles estavam desfalcados de um elemento fundamental: o cantor e músico Roger Hodgson.

Sem saída para conseguir substituí-lo à altura, o grupo optou por tocar apenas duas das canções nas quais Hodgson era o vocalista principal, Breakfast In America e The Logical Song, em versões bem abaixo das originais. O resto do show era todo focado no tecladista e cantor Rick Davies, inegavelmente bom, mas bem menos marcante.

Durante décadas, fiquei com a impressão de que havia visto um show pela metade. Desde 1982 fora da banda que integrou durante 12 anos, Hodgson por sua vez investiu em uma carreira solo sem grandes hits.

Foi, portanto, mais por saudosismo e tentando fazer o que um amigo meu definiu como “ver uma banda a prestação”, ou seja, conferir apresentações separadas dos vários integrantes de um grupo importante, que fui à Via Funchal na noite desta sexta (14).

E não é que me dei bem? Na juventude dos 60 anos de idade completados em março, Hodgson veio acompanhado por quatro excelentes músicos e um cenário repleto de árvores que pareciam bonsais gigantes. Ficou lindo, especialmente com o realce dado pela iluminação.

Qualquer possível dúvida referente ao que poderia esperar do show foi dissipada aos primeiros acordes de gaita de Take The Long Way Home, que abriu o show e é curiosamente a minha favorita da banda, integrante do melhor e mais bem-sucedido em termos comerciais disco do grupo, o antológico Breakfast In America (já escrevi sobre ele em Mondo Pop).

Simpático e falante (mas não falastrão), Roger Hodgson emendou a seguir Give a Little Bit, deixando claro que aquele show seria inesquecível. O público o aplaudiu de forma entusiástica. E foi assim até o final.

Teríamos mais três pepitas de ouro de Breakfast In America: a faixa título, o megahit The Logical Song e a iluminada e lírica Lord Is It Mine. Não faltaram outras maravilhas, entre as quais Hide In Your Shell, A Soapbox Opera, Dreamer e School.

Tivemos direito até mesmo a uma boa inédita, The Awakening. Até aquelas tiradas do baú, entre as quais a belíssima Don’t Leave Me Now, que fecha o último álbum de Hodgson com o Supertramp (Famous Last Words, de 1982), que só grandes conhecedores da obra da banda reconheceram de imediato (como a adorável Carla Chuler, que viu o show coladinha comigo), mas que todos aplaudiram ao seu final.

O show acabou com uma faixa que todos sentiram falta naquele show do Supertramp de Rick Davies em 1988, Fool’s Overture, que só faz sentido interpretada pela voz maravilhosa e apaixonada de Roger.

No bis, duas pauladas para neguinho sair sem ar, de tanto prazer: School e It’s Raining Again, esta última também de Famous Last Words. Para mim, o segredo do Supertramp era combinar de forma acessível elementos de folk, rock progressivo, pop e do som inigualável dos Beatles.

Resultado: senti que, 22 anos depois, enfim posso dizer que vi e ouvi o Supertramp, com o bom gosto e o talento de Rick Davies e dos sopros de John Helliwell em 1988 e o imenso carisma e a voz cristalina de Roger Hodgson neste 2010. Mas nem preciso dizer quem eu escolheria ver e ouvir de novo…

obs.:só faltou Roger colocar o autógrafo dele ao lado dos dados a mim pelos outros integrantes do Supertramp em 1988… Fica para uma próxima!

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