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Almir Sater mostra seus hits e solos no Rio e em São Paulo

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Por Fabian Chacur

Quando a viola caipira é o tema, um nome que sempre vem à tona é o de Almir Sater. O cantor e compositor é considerado não só um dos grandes mestres desse instrumento musical, mas também um dos responsável pela sua popularização nos grandes centros urbanos. Ele mostra seus sucessos e seus solos incríveis em show nesta quinta (24) às 21h no Rio no Teatro Bradesco Rio (avenida das Américas, nº 3.900- loja 160- Shopping VillageMall- Barra da Tijuca- fone 0xx21-3431-0100),com ingressos de R$ 60,00 a R$ 200,00) e nesta sexta (25) e sábado (26) às 21h em São Paulo no Teatro Bradesco (Rua Palestra Itália, nº 500- 3º piso- Bourbon Shopping São Paulo- fone 4003-1212), com ingressos de R$ 45,00 a R$ 180,00.

E pensar que este artista natural de Campo Grande (MS) quase virou advogado… Ele estudou com este intuito no Rio durante quase três anos, mas acabou percebendo que a música era o melhor caminho para si. E em 1981, lançou o seu primeiro álbum, Estradeiro. Aos poucos, foi cativando o público urbano com sua mistura de música de raiz com MPB e até um pouquinho de country music na mistura.

Em 1988, participou do Free Jazz Festival. No ano seguinte, gravou em Nashville, a capital mundial da música country, seu álbum Rasta Bonito (1989). Sua atuação nas novelas Pantanal (1990) e A História de Ana Raio e Zé Trovão (1991) ajudou a impulsionar ainda mais sua popularidade, que atingiu um ponto bem alto com o lançamento do álbum Almir Sater ao Vivo (1992) pela Sony Music.

Além de seus discos solo, ele marcou presença em trabalhos de artistas como Sergio Reis, Roberto Carlos, Daniel e Chitãozinho & Xororó, além de ter uma música gravada pela estrela da MPB Maria Bethânia. Ele participou do DVD Emoções Sertanejas, do Rei, e gravou em 2015 o álbum AR em parceria com o velho amigo e parceiro Renato Teixeira.

O repertório dos shows de Almir Sater no Rio e em São Paulo trará em seu repertório músicas como Chalana, Um Violeiro Toca, Tocando Em Frente e outros sucessos desse mesmo naipe. Além do próprio artista, que se incumbirá dos vocais e da viola caipira, teremos a seu lado uma banda composta por Rodrigo Sater (violão), Guilherme Cruz (violão), Marcelus Anderson (acordeon) e Reginaldo Feliciano (baixo).

Um Violeiro Toca (ao vivo)- Almir Sater:

Biquini Cavadão faz um show em SP para lançar novo álbum

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Por Fabian Chacur

Com seu novo álbum, As Voltas Que o Mundo Dá, o Biquini Cavadão realiza um antigo sonho, que era ser produzido por Liminha, um dos grandes nomes do rock e do pop brasileiro de todos os tempos. A banda carioca traz a turnê de lançamento deste trabalho a São Paulo para um único show no dia 23 de março (quinta-feira) às 21h no Teatro Bradesco (rua Palestra Itália, nº 500- 3º andar- loja 263- Pompéia-SP- call center 4003-1212), com ingressos custando de R$ 40,00 a R$ 200,00.

Integrado por Bruno Gouveia (vocal), Carlos Coelho (guitarra e violão), Miguel Flores da Cunha (teclados) e Álvaro Birita (bateria), o Biquini Cavadão só tem palavras elogiosas para definir sua parceria com Liminha, que já trabalhou com Paralamas do Sucesso, Titãs, Gilberto Gil e uma infinidade de outros nomes importantes da nossa música. “Liminha foi um intensivão que fizemos, uma aula de rock nacional e uma injeção ânimo e ideias”, diz Miguel.

As Voltas que o Mundo Dá traz 12 faixas inéditas, com direito a parcerias com os americanos Eric Silver (Um Minuto Com Você) e Beth Hart (A Saudade é o Museu do Amor) e o neozelandês Simon Spire (Para Sempre Seu Maior Amor). Além de produzir, Liminha também toca baixo, guitarra, violão, bandolim e loops no álbum, cuja turnê de divulgação chegará ao Rio de Janeiro no dia 8 de abril, na Fundição Progresso.

Um Rio Sempre Beija o Mar– Biquini Cavadão:

Jorge Aragão relembra os hits com shows em São Paulo e RJ

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Por Fabian Chacur

Em 1976, Elza Soares fez muito sucesso com a música Malandro. Daquela forma, ainda apenas como compositor, começava a ser conhecido nacionalmente Jorge Aragão. Quarenta anos depois, esse craque do samba relembra esse e outros clássicos em shows nesta terça (24) às 21h em São Paulo no Teatro Bradesco (rua Palestra Itália, nº 500- 3º piso- Bourbon Shopping São Paulo- fone 4003-1212) e nesta quarta (25) às 21h no Rio, no Teatro Bradesco Rio (avenida das Américas, nº 3.900- loja 160 Shopping VillageMall- Barra da Tijuca- fone 4003-1212), com ingressos de R$ 60,00 a R$ 180,00.

Cantor, compositor e músico, Jorge Aragão é considerado um dos grandes nomes do samba e da MPB em geral. Em seus discos e também na voz de outros intérpretes, viraram standards canções como Enredo do meu Samba, Coisa de Pele, Coisinha do Pai, Vou Festejar, Moleque Atrevido e inúmeros outros. Sua capacidade de falar sobre o amor e outros temas essenciais o levaram a ser chamado de poeta, e com toda a justiça.

Seu lado músico se realçou com o estouro de uma bela versão instrumental de Ave Maria, na qual ele sola com o cavaquinho. A faixa é de um CD ao vivo que, no final dos anos 1990, o ajudou a se consagrar como artista solo. Desde então, seus shows sempre estão lotados. Ele recentemente foi homenageado com o pacote de lançamentos multimídia Sambabook (leia a resenha de Mondo Pop aqui).

Enredo do Meu Samba (ao vivo)- Jorge Aragão e Alcione:

John Pizzarelli volta ao Brasil com tributo a Paul McCartney

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Por Fabian Chacur

De bobo, Paul McCartney nunca teve nada (afora aquela negociação pelos direitos das músicas dos Beatles nos anos 1980, mas isso é exceção, não regra). Em maio de 2014, ele mandou uma carta ao genial jazzista John Pizzarelli sugerindo ao amigo, que participou de seu CD Kisses On The Bottom, que fizesse um álbum só com obras de McCartney. E o cara topou. Ele voltará a São Paulo no dia 12 de junho no Teatro Bradesco para show no qual vai mostrar o resultado, o CD Midnight McCartney.

Midnight McCartney, lançado no exterior em setembro de 2015 pelo selo Concord, é uma verdadeira aula de como reler um repertório de alta qualidade com personalidade e estilo. Uma delícia de disco, com brilhantes e suaves versões de maravilhas como No More Lonely Nights, Heart Of The Country, Maybe I’m Amazed e With a Little Luck, entre outras pérolas bem selecionadas da discografia pós-Beatles do Macca.

O bacana é que o repertório mescla músicas mais conhecidas, como My Love, com outras mais, digamos assim, “obscuras”, como a incrivelmente jazzy Heart Of The Country, do maravilhoso CD Ram (1971), Some People Never Know (1971), do primeiro álbum dos Wings (Wild Life) ou mesmo Wonderful Christmas Time, canção natalina lançada no formato single em 1979, ou até uma inesperada versão instrumental de Hi Hi Hi, single de 1972. Simplesmente incrível. E Michael McDonald (ex-Doobie Brothers) participa com categoria de Coming Up.

John Pizzarelli (voz e guitarra) será acompanhado pelos excelentes Martin Pizzarelli (seu irmão,baixo acústico),Kevin Kanner (bateria) e Konrad Paszkudziki (piano). No repertório, é muito provável que ele também inclua faixas de outro álbum relacionado a este, Meets The Beatles (1998), no qual releu com categoria clássicos dos Beatles como Can’t Buy Me Love, For No One, Get Back e Oh Darling.

Nascido em 6 de abril de 1960, John é filho do renomado guitarrista de jazz Bucky Pizzarelli, e nos seus mais de 30 anos de carreira consolidou-se como grande intérprete de standards e também de composições de autores fora do universo do jazz, como Joni Mitchell, Neil Young, Tom Jobim e a dupla Lennon & McCartney. Ele abriu shows para Frank Sinatra em 1993, e gravou dois CDs em homenagem a seu grande ídolo, o saudoso Nat King Cole.

John Pizzarelli- show Midnight McCartney– dia 12 de junho de 2016 (domingo) às 20h. Local: Teatro Bradesco (rua Palestra Itália, nº500- 3º piso- Bourbon Shopping- SP- www.teatrobradesco.com.br). Os ingressos custam de R$ 80,00 a R$ 280,00.

Ouça músicas de Midnight McCartney:

Paulinho da Viola encanta em seu lindo show em São Paulo

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Por Fabian Chacur

Paulinho da Viola é o mestre zen do samba. Sempre tranquilo, sábio e simpático, o cantor, compositor e músico carioca chega nesta quinta-feira (12) aos 73 anos em excelente forma. Se ele é o aniversariante, na noite de ontem (11) quem ganhou o presente foi o púbico que lotou o Teatro Bradesco (SP) durante seu mais do que excelente show. Uma aula de boa música.

Foram quase duas horas de apresentação, iniciadas no estilo voz e violão com 14 Anos, uma de suas primeiras composições. Depois, o artista teve o apoio de uma banda composta por oito músicos, que se alternavam conforme a necessidade de cada música. Na parte final, tivemos a participação da ótima cantora Beatriz Rabello, que é parte integrante do clã do desencanado astro carioca.

O show teve um clima bem intimista, embora em vários momentos o ritmo convidasse à dança. Simples e informal, Paulinho contou vários e deliciosos “causos” sobre sua carreira e seus colegas de música. Cantou algumas músicas não tão conhecidas do público (embora ótimas), entremeadas com hits como Pecado Capital, Dança da Solidão e Argumento, algumas inseridas em pot-pourrys matadores.

Além do samba, o repertório investiu bastante em chorinho, ritmo pelo qual o artista admitiu ser seu preferido e o qual ouve desde criança, e também em alguns momentos experimentais, como a instrumental Inesquecível (tocada por dois músicos da sua ótima banda) e a icônica Sinal Fechado. Esta última integrou o bis, ao lado de Eu Canto Samba. Teve também as espetaculares Bebadosamba e Rosa de Ouro. Uau!

Com a voz ótima e se dividindo entre violão e cavaquinho com destreza, Paulinho domina o palco com classe, sem apelações e com um carisma simplesmente irresistível. Lógico que faltaram inúmeros de seus sucessos no repertório, mas diante da excelência do material que nos foi apresentado, como reclamar? E, no final, o público cantou um entusiástico parabéns a você antecipado para esse artista genial.

Bebadosamba– Paulinho da Viola:

Eu Canto Samba (ao vivo)- Paulinho da Viola:

Pecado Capital– Paulinho da Viola:

Rod Hanna/A Taste Of Honey fazem show impecável em SP

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Por Fabian Chacur
fotos: Tania Voss- Universo da Fama

O grupo paulista Rod Hanna completa 20 anos de carreira consolidado como um dos grandes nomes no cenário musical brasileiro. Seus espetáculos resgatando grandes hits e eventualmente investindo em material próprio cativaram um público que cresce a cada dia. O mais recente show, Rod Hanna On Broadway, é simplesmente irresistível, e se tornou ainda melhor com a participação do grupo americano A Taste Of Honey, como vimos no Teatro Bradesco (SP) neste sábado (25).

Liderado por Rod (vocal, teclados e violão) e Nora Hanna (vocais), o Rod Hanna traz em suas fileiras uma equipe digna de musicais, com direito a músicos, vocalistas e dançarinos que transformam a performance de cada música em um espetáculo particular. Sempre com uma batida disco que ninguém no Brasil faz com tanta convicção e categoria.

O repertório de Rod Hanna On Broadway reúne clássicos dos melhores e mais bem-sucedidos musicais das últimas décadas, com direito I Will Survive, I Say a Little Prayer, Mamma Mia, Fame, Summer Nights, Night Fever e You Should Be Dancing. O desempenho do time é impressionante, e cativa de forma incondicional.

A parceria com o A Taste Of Honey deu super certo. O grupo, que estourou em 1978 com o megahit Boogie Oogie Oogie e depois emplacou outras músicas matadoras do tipo Rescue Me, Do It Good e Sukiaki, conta hoje com uma integrante de sua formação original, a vocalista e baixista Janice-Marie Johnson. Carismática e simpática, ganhou o público.

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Janice trouxe consigo dos EUA dois músicos também repletos de realizações. Nos teclados e metais, Felton Pilate II, integrante da banda funk Con Funk Shun (dos hits nos anos 1970 e 1980 Got To Be Enough, Too Tight, Ffun e Chase Me) e David Cochrane na guitarra e metais, ele que entre 1976 e 1982 foi músico de apoio da banda The Commodores e compôs músicas com Lionel Richie na carreira solo do astro.

Com os dois novos parceiros e o apoio do Rod Hanna, Janice ganhou a plateia interpretando Boogie Oogie Oogie (duas vezes, a segunda no bis que encerrou o show), Rescue Me e Sukiyaki (essa com direito a visual japonês), Ladies Night (hit do Kool & The Gang em 1979) e I Love The Nightlife (hit com Alicia Bridges em 1979). O entrosamento entre os Rod Hannas e o trio americano impressionou, eles que já haviam se apresentado juntos no Brasil em 2014.

Vale também destacar a fantástica Disco Evolution, um pot-pourry que conta a história da disco music desde seus anos iniciais, na década de 1970, até seus desdobramentos que ocorreram nas décadas seguintes, indo de Boogie Wonderland até Get Lucky. O espetáculo acabou com Dancin’ Days e Boogie Oogie Oogie num clima de quero mais. A gravação de um DVD seria sensacional!

Boogie Oogie Oogie (ao vivo em 2011)- A Taste Of Honey:

Hod Hanna On Broadway– trechos do show:

Os Incríveis celebram 50 anos de estrada gravando um DVD

Por Fabian Chacur

Os Incríveis, uma das melhores e mais importantes bandas da história do rock brasileiro, está comemorando 50 anos de carreira. Como forma de celebrar essa impecável trajetória, eles irão gravar ao vivo um DVD nesta quarta-feira (28) às 21h no Teatro Bradesco (rua Turiassu, nº 2.100- 3º piso do Bourbon Shopping- fone 4003-1212), com ingressos custando de R$ 50 a R$ 70.

Mantendo apenas o baterista Netinho de sua formação original, o grupo teve origem na banda de rock instrumental The Clevers, fez parte do programa Jovem Guarda de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa e depois teve sua própria atração de TV. Lançou até filme, Os Incríveis Nesse Mundo Louco, e marcou época no rock brasileiro por várias razões.

Entre elas, o fato de mesclar temas instrumentais com canções, algo nada comum no rock de então, possuir músicos de alto calibre técnico e versatilidade impressionante. Sua formação clássica incluiu Netinho (bateria), Manito (sax e outros instrumentos), Nenê (baixo), Mingo (vocal) e Risonho (guitarra), uma verdadeira seleção do rock and roll à brasileira.

Entre seus inúmeros sucessos, temos Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e os Rolling Stones (revivida anos depois pelos Engenheiros do Hawaii), Vendedor de Bananas, O Milionário e a célebre Eu Te Amo Meu Brasil. A escalação do time hoje inclui, além de Netinho, seu filho Sandro Haick (guitarra), Leandro Weingaertner (baixo e vocal), Wilson Teixeira (sax), Rubinho Ribeiro (vocal e guitarra) e o convidado Bruno Cardoso (teclados).

Em entrevista exclusiva concedida por e-mail a Mondo Pop, Netinho dá dicas de como será o show e o DVD e também relembra momentos decisivos na carreira dos Incríveis.

MONDO POP- Como você avalia os 50 anos de estrada dos Incríveis? Você concorda que sua banda é uma das pioneiras do que podemos chamar de “rock brasileiro”, pelo fato de sempre terem misturado o rock com elementos da música brasileira, sem copiar o que se fazia lá fora?
NETINHO– Nos anos 60, nasciam as primeiras bandas de rock com baixo e guitarra elétrica, e assim aconteceu também The Clevers, com músicos mais experientes em orquestras e conhecimento musical teórico. E assim fomos muito felizes, tudo dava certo, onde tocávamos arrasávamos, até no exterior, porque misturávamos vários estilos e inclusive humor.

Como será o repertório do show? Teremos alguma música inédita? Como rolou a seleção das músicas, e qual critério foi seguido por vocês para fazer isso?
NETINHO– O repertório foi escolhido no sentido de homenagear a história da banda, mesclando os sucessos vocais com os instrumentais de sax e guitarra e também alguns hits dos anos 60 e 70.

Uma das marcas dos Incríveis nos anos 60 e 70 era a qualidade e versatilidade de seus músicos. Vocês acham que são os responsáveis por elevar o nível técnico do nosso rock?
NETINHO– Bem, nos anos 60 existiam bandas fantásticas de jazz e MPB, e nos espelhávamos neles também. Por isso, talvez essa vantagem no rock, no qual as bandas eram mais simples e a maioria vindas das garagens.

Como será a homenagem aos ex-integrantes do grupo, especialmente àqueles que infelizmente nos deixaram?
NETINHO– Sim, no meio do show faremos uma pequena homenagem aos três integrantes que já nos deixaram, Mingo, Manito e Nenê com imagens deles e da banda num telão de Led de 11 x 3,5 mts.

Os Incríveis tiveram várias formações durante sua trajetória. Gostaria que você falasse um pouco da clássica, dos anos 60, e da atual.
NETINHO– No início The Clevers e Os Incríveis com Mingo, Manito, Neno, Risonho e Netinho. Em 65, entrou o Nenê no lugar do Neno e em 70 o Aroldo no lugar do Risonho. Mas alguns músicos participaram nas vezes em que alguém tinha que se ausentar, geralmente por doença, como foi o caso do Pique Riverti, que diversas vezes substituiu o Manito, e o Tinho no vocal e baixo em 90, quando voltamos com o Sandro na guitarra.

Com Vendedor de Bananas, vocês ajudaram na criação do que hoje é chamado de samba rock ou swing. Como surgiu a ideia de gravar essa música (do Jorge Ben), e o que você acha desse estilo musical, que tem toda uma cultura em torno dele?
NETINHO– Estávamos gravando no estúdio da RCA na rua Dona Veridiana quando apareceu o Jorge Ben. Papo vai e vem, ele resolveu mostrar uma nova música que tinha acabado de compor. Não deu outra, gostamos tanto que na mesma hora resolvemos gravar, e foi de prima.

Como é tocar ao lado do Sandro Haick, um dos melhores guitarristas brasileiros e também seu filho?
NETINHO-Meu Deus! (risos). É ao mesmo tempo simples, porque desde os 8 anos que o Sandro me acompanha nos ensaios e também no palco principalmente nos carnavais, que desde 67 eu costumava reunir músicos feras e montar uma grande banda pra tocar nas quatro noites de Carnaval de clubes. E ao mesmo tempo uma benção de Deus ter colocado o Sandro ao meu lado. Acredito que ele seja um dos principais motivos de eu continuar tocando e evoluindo.

Quando vocês pretendem lançar esse novo DVD, quem irá lançar (selo próprio, alguma gravadora etc) e como será a divulgação do mesmo (se vai rolar uma turnê, quando irá começar etc)?
NETINHO– Não sabemos ainda a data de lançamento, mas com certeza será em breve. Após o show, vamos pro estúdio refazer os erros, depois mixar, masterizar, preparar fotos e arte da capa e entregar para a gravadora Eldorado pra ser lançado. Estamos ansiosos pela qualidade que imaginamos ter, pois será o primeiro DVD da banda Os Incríveis, que é pioneira em ter seu próprio programa de TV, primeira a fazer filme longa metragem (primeiro filme brasileiro a cores filmado na Europa- Os Incríveis Neste Mundo Louco) e agora o primeiro DVD.

Uma das marcas dos Incríveis é a divisão entre músicas com vocais e músicas instrumentais. Como surgiu essa ideia, levando-se em conta que, na época (a década de 1960), geralmente os grupos iam ou por um caminho ou pelo outro, nunca juntando os dois?
NETINHO– Por termos músicos bons, optamos no início pelo instrumental e aos poucos e também por influencia da gravadora começamos a cantar. Até eu gravei cantando uma homenagem ao Jimi Hendrix, Adeus Amigo Vagabundo (que tocaremos no show).

Eu Te Amo Meu Brasil foi provavelmente o maior sucesso comercial da carreira de vocês. Analisada friamente hoje, trata-se de uma música muito boa, e gravada de forma esplêndida por vocês, mas ficou com aquela conotação de ‘apoiando a Ditadura Militar’. Como você avalia isso tudo hoje? Continuam tocando Eu Te Amo Meu Brasil nos shows? Vão regravá-la no DVD?
NETINHO– Sim, vamos regravá-la, da mesma maneira como a gravamos em 70 em homenagem à Copa. Essa foi a nossa única intenção, não tinha nada a ver com política.

De todos os discos que os Incríveis gravaram, qual é o melhor, na sua opinião, e porquê?
NETINHO– Gravamos muita coisa boa assim como também gravamos muito lixo por imposição da gravadora, mas gosto bastante do disco que tem a música Que Coisa Linda (Os Incríveis, lançado em 1969).

Netinho, você é um guerreiro, que superou muitas dificuldades para chegar onde chegou, inclusive em termos de saúde. Qual o conselho que dá a quem por ventura esteja em uma fase difícil da vida no momento?
NETINHO– Três coisas: nunca desistir, se você ama a música. Nunca pensar somente no sucesso e no dinheiro. E estudar, praticar e assistir/ouvir bons músicos.

Última pergunta: como você avalia a música brasileira no momento, e o rock brasileiro, em especial? Você gosta de algum artista atual? Quem?
NETINHO– Pergunta difícil! Acho que sempre existiu a música brega e a música ruim fazendo sucesso rápido e logo caindo, só que hoje parece que todos preferem ganhar rápido e tudo logo é descartado. A vida voa, então acontece isso que se ouve no rádio e na TV = cocô (desculpe, mas não achei palavra melhor). Foi isso que eu ouvi de um dos maiores empresários ao apresentar nosso CD autoral inédito em 2012. Ele me disse: “é muito bom, não dá para eu comprar! Faz merda que eu compro!” É de chorar, né? Como diz o Sandro; Não existe música tão ruim, existe música mal tocada.

Ouça na íntegra em streaming Os Incríveis, LP de 1970:

Vendedor de Bananas, com Os Incríveis:

Arnaldo Antunes lança CD com show em SP

Por Fabian Chacur

Arnaldo Antunes lança em São Paulo seu novo trabalho, intitulado Disco, em show que será realizado nesta quarta-feira (11) às 21h30 no Teatro Bradesco (rua Turiassu, 2.100 – 3º piso- Água Branca). Os ingressos custam de R$ 30 a R$ 120 (informações: fone 4003-1212 e www.teatrobradesco.com.br ). Sua banda inclui Curumim (bateria) Edgard Scandurra (guitarra), Betão Aguiar (baixo), Chico Salém (guitarra e violão) e André Lima (teclados e sanfona).

Em entrevista coletiva realizada na Casa de Francisca (SP), o ex-integrante dos Titãs que completou 20 anos de carreira solo definiu seu novo lançamento fonográfico como um álbum bem diversificado, que equivale a um contraponto ao badalado Iê Iê Iê (2009), que era mais conciso. “Curto coisas muito diferentes, de um samba do Noel Rosa ao funk do James Brown, nunca quis me prender a um único estilo”.

Ele aponta essa razão como a fundamental para sua saída dos Titãs. “Saí do grupo porque queria expressar mais coisas do que poderia fazer com o grupo, não foi por discordâncias pessoais. Também queria poder usar o meu tom real de voz, para cantar em tons mais graves, não tão gritados como precisava fazer no grupo”.

Além da diversidade sonora, Disco traz como outra marca as várias parcerias feitas por Arnaldo na autoria do repertório, incluindo nomes como Caetano Veloso, Hyldon, Marisa Monte, Céu, Dadi Carvalho, Betão Aguiar, Felipe Cordeiro e outros, oriundos de várias gerações. Ele explica essa amplitude de colaborações.

“Estou sempre aprendendo nas parcerias que faço, quebrando essa história de que uma geração substitui a outra. Componho com gente da minha geração, das novas, das anteriores, sem limites. Gosto de aprender com meus parceiros, de descobrir novos caminhos”.

Disco conta com o apoio do programa Natura Musical, que Arnaldo considera um parceiro extremamente positivo. “Não é o nosso primeiro projeto juntos, e gosto da postura dessa empresa. Estava bancando o disco sozinho até que a Natura entrou no projeto, é uma parceria muito benvinda e produtiva”.

Quatro músicas de Disco foram disponibilizadas antes de seu lançamento oficial no site do artista, no formato streaming (que permite a audição sem que haja o download). Arnaldo gostou da experiência e se diz aberto às várias possibilidades existentes para divulgar e lançar sua música atualmente, especialmente em termos de formatos.

“Gostei de mostrar as músicas em streaming, uma a uma, mas também gosto do formato álbum, que tem um lado ritualístico, representando uma época do artista que o lança. Acho que esses formatos devem conviver, espero que isso ocorra. Disco teve um lançamento diferente na minha carreira. Espero que as pessoas continuem ouvindo os álbuns. E tem a volta do vinil, que voltei a ouvir após dez anos. Inclusive, comprei uma vitrola recentemente para isso”.

Entre as músicas do novo álbum de Arnaldo Antunes, temos a irreverente e sacudida Ela é Tarja Preta, uma versão em português para Mamma, da fase britânica de Gilberto Gil nos anos 70, uma parceria inédita do ex-Titã com Caetano Veloso (Morro, Amor) e uma bem antiga, Vá Trabalhar, dos anos 80, que ele cantou nos tempos dos Titãs (ela aparece em versão ao vivo no DVD A Vida Até Parece Uma Festa, do grupo), em um total de 15 faixas.

Ouça Ela é Tarja Preta, com Arnaldo Antunes, do álbum Disco:

Jack Bruce faz juz à fama em show em SP

Por Fabian Chacur

Jack Bruce, um dos melhores e mais influentes baixistas da história do rock, tocou pela primeira vez no Brasil na noite desta quarta-feira (24) no Teatro Bradesco (SP). Acompanhado pela sua Big Blues Band, o cantor, compositor e músico escocês conseguiu cativar a plateia presente, com direito a canções clássicas e solos marcantes.

Aos 69 anos de idade, Bruce é um sobrevivente, pois teve de superar sérios problemas de saúde na década passada. Sua voz continua potente, enquanto a habilidade com seu belo e sóbrio baixo cor de madeira se mostrou melhor do que nunca. Suas linhas de baixo fogem do óbvio e se baseiam em improvisos pulsantes, sem nunca sair do ritmo.

Ele teve a seu lado uma banda bastante afiada, com direito a naipe de metais e teclados vintage. Os destaques foram o trombonista Winston Rollins e o baterista Frank Tontoh, ambos responsáveis pelos solos mais eletrizantes da noite, fazendo juz ao fato de integrarem a atual banda do ex-integrante do Cream (que também tocou teclados em algumas músicas).

O set list incluiu várias músicas do repertório do Cream. O novo arranjo para Spoonful, por exemplo, tocado de forma mais compassada e valorizando os metais, arrepiou, assim como a marcante Politician, que explorou de forma inteligente seu marcante riff. Aliás, os arranjos da banda para essas músicas merecem elogios ao inovar, sem no entanto descaracterizar canções que fazem parte do imaginário do fã de classic rock.

A sequência de hits do Cream Deserted Cities Of The Heart (que Jack afirmou ser a sua canção favorita), White Room (seguida pelo solo mortal de bateria de Tontoh, com direito até a levadas de escola de samba!) e Sunshine Of Your Love (última canção antes do bis) acabou sendo o ponto alto de um show quente e que durou quase duas horas.

A comunicação entre Jack Bruce e o público presente se mostrou bastante positiva, com o músico mostrando simpatia e aparentando muita felicidade por enfim tocar no Brasil.

Estranhamente, ele, que havia saído do palco no fim do show normal de forma simpática, retirou-se de modo intempestivo logo após a segunda e última canção do bis. Teria ocorrido algo que o desagradou? Mas isso não tira o brilho de uma performance totalmente elogiável.

Spoonful, com Jack Bruce & His Blues Band:

Sunshine Of Your Love, com Jack Bruce & His Blues Band:

Jack Bruce tocará em SP em outubro

Por Fabian Chacur

Jack Bruce, um dos nomes mais importantes da história do rock, finalmente tocará em São Paulo. A apresentação está marcada para o dia 24 de outubro no Teatro Bradesco (rua Turiassu, nº 2.100 – fone 3670-4100- www.teatrobradesco.com.br), com ingressos de R$ 100 a R$ 250.

O astro britânico terá ao seu lado a Big Blues Band, que conta com ele no baixo, vocal e piano e mais os músicos Tony Remy (guitarra), Paddy Milner (teclados), Winston Rollins (trombone), Frank Tontoh (bateria), Paul Newton (trompete), Nick Cohen (baixo) e Derek Nash (sax tenor).

Nascido na Inglaterra em 14 de maio de 1943, Jack Bruce iniciou a carreira integrando grupos britânicos que se propunham a reler o blues americano, entre os quais a Graham Bond Organization e John Mayall’s Bluesbreaker.

Em 1966, já considerado um dos grandes nomes da cena do blues de Londres como cantor e baixista, uniu-se a dois outros músicos que também brilhavam por lá, o guitarrista Eric Clapton e o baterista Ginger Baker.

Surgia o Cream, que em menos de três anos se tornou um dos melhores e mais infuentes power trios da historia do rock, graças a álbuns como Disraely Gears e Wheels Of Fire e canções como Strange Brew, Sunshine Of Your Love e Badge.

Após o fim do Cream, Jack mergulhou em inúmeras experiências e intercâmbios com outros músicos, além de investir em rica carreira solo que rendeu otimos álbuns como Songs For a Taylor e A Question Of Time.

Investindo em rock, blues e jazz, ele participou do Lifetime, ao lado do saudoso e fantástico baterista Tony Williams, West, Bruce & Laing (power trio com o guitarrista Leslie West e o baterista Corky Laing) e BBM (outro power trio, desta vez com Gary Moore na guitarra e o velho amigo Ginger Baker na bateria), além de tocar na All Star Band de Ringo Starr.

Ele também gravou e fez shows com nomes do porte de Lou Reed, Frank Zappa, Mitch Mitchell e Robin Trower. Em 2005, participou do breve e mais do que histórico retorno do Cream, que rendeu um DVD/CD gravado ao vivo no mesmo Royal Albert Hall que presenciou a despedida do célebre grupo, em 1968.

Seu mais recente álbum é Seven Moons, gravado em dobradinha com Robin Trower, ex-guitarrista do Procol Harum. Outros lançamentos recentes são a caixa retrospectiva Can You Follow?, com seis CDs, e o documentário sobre sua carreira Rope Ladder To The Moon.

Valeu pelo toque, Cláudio Foá, amigo que me deu essa ótima notícia e a quem dedico este post!

Born Under a Bad Sight, ao vivo em 2011, com Jack Bruce e banda:

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