Às 22h10 desta sexta-feira (17), Peter Frampton entrou no palco da Via Funchal (SP) com jeito de quem não estava ali para brincar. Ou melhor, estava, sim. Mas aquele tipo de brincadeira que dá prazer a quem a faz e a quem a vê e ouve. Melhor para o público presente.
Quem foi pensando em ouvir todos os grandes sucessos do cantor, compositor e guitarrista britânico radicado há décadas nos Estados Unidos ficou frustrado.
Canções como I Can’t Stand It No More, I’m In You, I Read The News e Signed Sealed Delivered (I’m Yours), por exemplo, não entraram no set list.
Em compensação, várias faixas do novo (e ótimo) Thank You Mr. Churchill e também do recente instrumental Fingerprints estiveram presentes. Prefiro olhar tal escolha pelo lado positivo.
Antes ouvir canções novas ou não tão conhecidas tocadas com enorme tesão, como Frampton fez, do que oferecer aos fãs versões requentadas e burocráticas de todos os sucessos, como alguns artistas fazem.
Os hits grandões que ele resolveu tocar, o fez com inspiração total. Show Me The Way foi a terceira música do set list, com 10 minutos de show, e levantou a todos logo nos primeiros acordes.
Baby I Love Your Way, em versão antológica, veio já com 1h20 de apresentação, enquanto a massiva Do You Feel Like I Do surgiu com 1h35, na tradicional e vibrante versão longa, bem longa, e bem bacana.
Esbanjando energia, boa forma e prazer em tocar, Peter Frampton tocou uma música atrás da outra, não aparentando os 60 anos de idade que completou este ano.
A seu lado, um quarteto afiado do qual se destacam o baixista John Regan (com ele há 31 anos), o tecladista e guitarrista Rob Arthur e o guitarrista Adam Lester.
O bis não poderia ter sido melhor, com o mega hit Breaking All The Rules, recebido com urros de prazer pela plateia, e um bastante competente cover de While My Guitar Gently Weeps, dos Beatles.
Quando a banda saiu de cena, duas horas 15 minutos já haviam se passado. Um belo show de um artista que prefere arriscar a se prender na mesmice burocrática.
obs.: Peter Frampton tocou no Brasil em 1980, 1982, 1995 e agora, em 2010. Em post anterior, havia me esquecido de citar 1982, quando ele veio divulgar por aqui o excelente álbum The Art Of Control. Sorry, people!
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