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U2 relê 40 hits de sua carreira no álbum Songs of Surrender

u2 songs of surrender 400x

Por Fabian Chacur

O U2 resolveu mergulhar em seu repertório de quatro décadas para selecionar as músicas para um novo álbum, Songs Of Surrender, que será lançado em vários formatos pela Universal Music no dia 17 de março (saiba mais aqui). Com curadoria e produção a cargo do guitarrista The Edge, foram escolhidas 40 canções para receberem novos arranjos, gravações e até alguns novos versos, em certos casos.

Algumas das regravações já estão disponíveis nas plataformas digitais, e tem em comum o vocalista Bono usando regiões mais graves de sua extensão vocal. O resultado certamente levará alguns fãs a preferir de longe as versões originais, mas uma frase do grupo Roupa Nova ao fazer um trabalho com este mesmo enfoque em 1999 (Agora Sim!) pode ser usado aqui: “as releituras não invalidam as versões originais, nem o contrário”.

Entre outras, temos em Songs Of Surrender canções como Beautiful Day (ouça aqui), One (ouça aqui), With Or Without You (ouça aqui) e Pride (In The Name Of Love). É ouvir e tirar suas próprias conclusões.

Pride (In The Name Of Love)-U2:

DVD mostra momento decisivo do U2

Por Fabian Chacur

No final dos anos 80, o U2 vivia um momento crucial em sua existência. Após tornar-se uma banda de proporções mundiais graças ao estouro do marcante álbum The Joshua Tree (1987), o quarteto irlandês lançou o filme e álbum Rattle And Hum, e pela primeira vez na carreira tomou traulitadas fortes da crítica.

A viagem pelas raízes da música americana feita em 1988 e representada pelo projeto foi encarada por alguns como uma proposta megalomaníaca e inconsistente, opinião com a qual eu não concordo. Seja como for, essas severas críticas abalaram a confiança do grupo, que ficou à beira da separação lá pelos idos de 1989/1990. O chamado impasse.

Como sair dessa situação complicada de forma positiva? A solução foi mergulhar num verdadeiro processo de reinvenção. O resultado foi Achtung Baby, disco lançado em 1991 e certamente um dos trabalhos mais ousados da carreira deles.

Como forma de comemorar os 20 anos do lançamento de Achtung Baby, o diretor Davis Guggenheim fez o documentário From The Sky Down, que conta a história e os bastidores das gravações deste CD e que agora chega ao formato DVD pela distribuidora ST2.

O filme contextualiza o CD dentro da carreira da banda, contando, dessa forma, a trajetória de Bono, The Edge e Cia até aquele momento, com entrevistas atuais e registros da época, incluindo cenas em Berlim, onde esse trabalho seminal foi gravado, nos célebres estúdios Hansa (os mesmos de álbuns de David Bowie e Iggy Pop).

O processo de criação das músicas, os dilemas, a importância dos produtores Brian Eno e Daniel Lanois para a concretização do trabalho e trechos das músicas também são apresentados durante o filme. Os músicos mostram como a criação da faixa One foi o divisor de águas que tornou Achtung Baby possível.

O documentário From The Sky Down é recomendado apenas aos fãs mais atentos da banda, pois deixa de lado performances na íntegra das músicas, o que só aparece nos bônus, com interpretações despojadas e completas de So Cruel, Love Is Blindness e The Fly.

Veja o trailer de From The Sky Down:

Sai reedição luxuosa de Achtung Baby, do U2

Por Fabian Chacur

Dando continuidade à excelente série de reedições de ítens da discografia do U2, chega às lojas a Deluxe Edition que comemora 20 anos do lançamento de um dos álbuns mais importantes da carreira da banda, Achtung Baby.

Quando chegou às lojas no final de 1991, este CD marcou um momento de virada na carreira de Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen.

Após o mergulho nas raízes do rock e da música americana que geraram os álbuns The Joshua Tree (1987) e Rattle And Hum (1988), o quarteto irlandês sentiu que era ordem de experimentar um pouco mais.

A sonoridade de Achtung Baby mistura o rock empolgante e engajado da banda com elementos da música eletrônica, incluindo batidas dançantes e vocalizações mais sutis por parte de Bono em algumas faixas.

Na produção, nomes do porte de Brian Eno, Daniel Lanois e Steve Lilywhite, com apoio de Flood na parte técnica, variando de faixa a faixa.

O resultado não poderia ter sido melhor, pois nos apresenta um U2 de roupa nova, mas sem deixar de ser o U2 que conquistou fãs nos quatro cantos do planeta.

O álbum vendeu milhões de cópias no mundo todo, graças a hits como One, Even Better Than The Real Thing, The Fly e Mysterious Ways.

A reedição é luxuosa mesmo, com direito a capa digipack daquelas que abrem em quatro partes e incluindo encarte colorido com fotos, letras das músicas e ficha técnica completa.

Temos dois CDs: o primeiro com versão remasterizada do álbum original e o segundo com os lados B dos singles lançados do álbum e também gravações raras registradas na mesma época, totalizando 14 faixas.

Entre essas faixas bônus, que também incluem bons remixes de algumas músicas do álbum original, destacam-se as ótimas releituras de Fortunate Son (John Fogerty, hit do Creedence Clearwater Revival), Night And Day (Cole Porter), Satellite Of Love (Lou Reed) e Paint It Black (Rolling Stones).

Um belo presente de Natal para os fãs da banda e também para quem gosta de rock clássico de primeira linha.

Veja o clipe de One, do U2, faixa de Achtung Baby:

Jack White, The Edge e Jimmy Page juntos

Por Fabian Chacur

A Todo Volume (It Might Get Loud) é um documentário tão bom que todos ficam buscando uma dentre as suas inúmeras cenas que sirva para defini-lo. Não fugirei a essa tentação, e escolho a parte final.

Nela, Jack White (White Stripes,  Raconteurs, Dead Weather), Jimmy Page (Led Zeppelin) e The Edge (U2) encerram seu maravilhoso encontro tocando e cantando um clássico do country rock.

Ver os três tratando com tanta reverência, tesão e inspiração uma música tão maravilhosa como The Weight, do The Band (lançada em 1968 em Music From Big Pink) é bem revelador do amor deles não pelo virtuosismo masturbatório e inútil, mas pelo que realmente importa: a música.

A grande música. Aquela que arrepia, e que às vezes precisa de poucas notas para aflorar e emocionar. Marcar as vidas de quem as ouve. Os três são mestres nisso, e provaram/provam isso em suas carreiras.

A ideia do diretor Davis Guggenheim foi muito inteligente. Ele reuniu três músicos de gerações distintas para trocar figurinhas sobre música, sobre suas origens, preferências, paixões. Livres, leves, soltos. Tipo bate-papo.

Individualmente, cada um visita e mostra para as câmeras lugares importantes para o início de suas trajetórias, com direito a cenas de arquivo de Page e de The Edge daquelas tiradas dos baús. Emocionantes, sempre.

Concordo com quem ressaltou a emoção com que Jack White e The Edge olham Jimmy Page tocar o riff inicial do clássico Whole Lotta Love, do Led Zeppelin. Afinal, foi ele quem criou aquela passagem sonora tão repetida e imitada nos últimos 40 anos.

A obra-prima tocada pelo seu autor ali, na frente dos dois grandes músicos que, naquele momento, sentiram-se apenas e tão somentes fãs como o mais humilde dos mortais.

Apesar do título, A Todo Volume é muito mais acerca de sutilezas e peculiaridades bacanas do de que exageros impositivos. Um documentário que os fãs do melhor rock and roll não podem se dar ao luxo de perder.

E que deixa claro o quanto Jimmy Page é humilde, o quanto The Edge sabe ser sutil com seu instrumento e o quanto Jack White é talentoso, com tudo para se firmar no mesmo alto patamar dos colegas de documentário. Vá ver já! Agora!

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