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Dire Straits Legacy conta com um elenco de craques do rock

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Por Fabian Chacur

Após o sucesso obtido em sua primeira passagem pelo Brasil em maio de 2017, o Dire Straits Legacy está de volta. Eles se apresentarão em São Paulo nesta quinta (25) às 22h no Espaço das Américas (rua Tagipuru, nº 795- Barra Funda- fone 0xx11-2027-0777), com ingressos de R$ 140,00 a R$ 380,00. Para alguns, pode parecer apenas uma banda cover de luxo, mas na prática é a oportunidade de se ver ao vivo, juntos e em um mesmo espetáculo, músicos com currículos impecáveis.

Em relação ao time do ano passado, temos duas belas novidades. Uma delas é o cantor, compositor, produtor e músico Trevo Horn, uma verdadeira lenda viva. O cara integrou o duo The Buggles, célebre pelo megahit Video Killed The Radio Star, cujo clipe foi o primeiro a ser exibido pela MTV americana, em 1981. Pouco antes, em 1980, foi o vocalista do Yes no álbum Drama, além de ter ajudado na produção e ainda ser o coautor de várias músicas do disco.

Quando o Yes voltou à tona em 1983, Horn já havia saído, mas se incumbiu da produção do excelente álbum 90125, aquele que traz o clássico Owner Of a Lonely Heart. Nessa mesma época, foi o mentor e produtor do grupo tecnopop Frankie Goes To Hollywood (1984), famoso pelos hits Relax e Two Tribes e do álbum Welcome To The Pleasurdome. Ele também trabalhou com Seal em seus discos mais bem-sucedidos comercialmente, e com Malcolm McLaren no icônico álbum Duck Rock (1983), um dos pioneiros da fase inicial do rap/hip hop.

O outro “novato” do DSL é o baterista Steve Ferrone, que começou a se tornar conhecido no meio musical como baterista da Average White Band, nos anos 1970 e 1980. Em 1986, entrou no Duran Duran, participando de álbuns como Notorious (1986) e de turnês. Nos anos 1990, tornou-se o baterista da banda Tom Petty And The Heartbreakers, com quem tocou até 2017. Ele também tocou e gravou com Tina Turner, Eric Clapton e Chaka Khan, entre muitos outros.

Acharam pouco? Pois a folha corrida do resto da turma também merece registro. O tecladista Alan Clark, por exemplo, integrou o Dire Straits entre 1980 e 1993. De quebra, gravou e fez shows ao lado de Tina Turner, e gravou em discos de Bee Gees, Prefab Sprout e Gerry Rafferty. O guitarrista Phil Palmer trabalhou bastante ao lado do amigo Trevor Horn, esteve no Dire Straits durante a turnê On Every Street (1991-92), trabalhou com Eric Clapton e, de quebra, é sobrinho dos irmãos Ray e Dave Davies, fundadores do The Kinks.

O percussionista Danny Cummings também esteve no álbum e turnê On Every Street. Por sua vez, o saxofonista Mel Collins esteve no Dire Straits entre 1983 e 1985, e no progressivo King Crimson em sua fase inicial e nos anos 2000. Ele é o responsável por dois solos de sax icônicos: o de Miss You (1978), dos Rolling Stones, e de Private Dance (1984), música de Mark Knopfler e gravada pela diva Tina Turner.

Completam o time dois artistas italianos que, embora não tão famosos como os colegas de DSL, esbanjam talento. São eles o cantor e guitarrista Marco Caviglia e o tecladista Primiano Dibase. No repertório do show, maravilhas do porte de Sultans Of Swing, Romeo And Juliet, Walk Of Life, On Every Street e Once Upon a Time In The West. Belíssimo time esse daí, heim? Elenco estrelado é pouco!

Once Upon a Time In The West (live)- DSL:

Seal grava novo e ótimo CD de covers de soul

Por Fabian Chacur

Em 2008, Seal lançou seu primeiro álbum composto apenas por obras alheias. Soul, cujo título entrega imediatamente seu conteúdo, obteve boa repercussão e vendeu bem. Quatro anos depois, temos aqui Soul 2, com onze novas releituras de clássicos da soul music, dez delas lançadas originalmente nos anos 70.

Muitos podem apontar a falta de originalidade em dedicar um disco a esse tipo de repertório. Afinal, quando se pensa em álbuns de covers no cenário pop, quatro temas são os mais comuns e mais explorados: soul, Motown, Beatles e standards americanos.

No entanto, a pergunta é óbvia: porque temas óbvios não podem proporcionar bons trabalhos, mesmo em cima de material já repassado milhares de vezes? Seal poderia justificar da seguinte forma seu mergulho em um dos repertórios mais ricos da música mundial: “eu nunca gravei essas músicas antes; então, é novidade!”.

Conceitos à parte, o mais importante é ouvir o álbum e avaliá-lo. E não dá para não considerar Soul 2 um belíssimo trabalho, no qual a voz do cantor e compositor londrino de 49 anos desliza com doçura e potência por um set list de qualidade irretocável.

Com produção divida entre Trevor Horn (o descobridor de Seal e produtor premiado) e David Foster (revelou Celine Dion, The Corrs e inúmeros outros grandes nomes), o álbum traz arranjos enxutos e muito bem concatenados, ressaltando as harmonias e dando espaços para que a voz do cantor se sobressaia sem apelar a arroubos ególatras.

A sensual balada Love T.K.O., sucesso originalmente na voz de Teddy Pendergrass, a doce Ooh Baby Baby, única faixa oriunda dos anos 60 e um original de Smokey Robinson And The Miracles, a arrebatadora balada Love Won’t Let Me Wait (hit com Major Lance e depois com o saudoso Luther Vandross) e a vibrante I’ll Be Around (grande clássico dos Spinners) são destaques certeiros, mas o álbum todo é muito legal.

A curiosidade fica por conta de duas baladas gravadas originalmente pelo grupo Rose Royce, Wishing On A Star (mais conhecida no Brasil na versão dos anos 90 das Cover Girls) e Love Don’t Live Here Anymore (regravada por Madonna nos anos 80).

Mesmo as escolhas mais manjadas, como Let’s Stay Together, de Al Green, regravada até por Rosana Fiengo, não podem ser condenadas, pois ao menos tiveram releituras bem gostosas.

Para quem busca a originalidade que Seal exalava em seus trabalhos iniciais, representados por clássicos como Killer, Crazy e Future Love Paradise, Soul 2 poderá soar decepcionante. Mas para quem curte seu lado mais pop, dos megahits Kiss From a Rose e Fly Like a Eagle, ou quer apenas ouvir ótimas canções interpretadas por um cantor irrepreensível, este álbum é uma excelente pedida.

Ouça Love TKO, com Seal, em versão de estúdio:

Ouça Love TKO, com Seal, em versão ao vivo:

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