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The Monkees estão de volta à parada dos EUA com novo CD

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Por Fabian Chacur

No ano em que completa 50 anos de carreira, os Monkees comemoram tal efeméride com um feito elogiável. Good Times!, seu novo álbum de inéditas e primeiro desde Justus, de 1996, chegou à parada da revista Billboard, a bíblia da indústria fonográfica mundial, direto na 14ª posição em sua semana de lançamento. É a sua melhor performance desde 1968, quando The Birds, The Bees And The Monkees atingiu o 3º posto.

Nada mais justo para um álbum que foi concebido de forma bastante feliz. Ele conta com a produção de Adam Schlesinger, líder da banda Fountains Of Wayne, e mescla faixas gravadas originalmente entre 1967 e 1968 e que só foram completadas agora com gravações absolutamente inédita de canções feitas para eles por autores de gerações mais recentes, como Andy Partridge, do XTC, Rivers Cuomo, do Weezer, Noel Gallagher, do Oasis, e Paul Weller, do The Jam.

Nele, temos a participação dos quatro integrantes originais da banda criada em 1966 pelos produtores Bob Rafelson e Bert Schneider e coordenado musicalmente por Don Kirschner para estrelar uma série televisiva. O programa fez tanto sucesso que o grupo, originalmente feito para ser um tipo de xerox dos Beatles em sua fase Help!, tornou-se um grande sucesso no mundo real, com quatro álbuns e três singles no número um nos EUA e milhões de cópias vendidas em todo o planeta.

Davy Jones, o único inglês do grupo e que nos deixou em fevereiro de 2012, marca presença no álbum com a faixa Love To Love (de Neil Diamond), gravada originalmente nos anos 1960. Harry Nilsson (1941-1994) é outro que marca presença de forma póstuma no CD, tocando piano na ótima faixa-título do CD, que é de sua autoria. Outro autor bacana que marca presença no disco é Bem Gibbard, da banda alternativa Death Cab For Cutie.

A sonoridade do álbum em suas 13 faixas (existem outras quatro distribuídas como bônus em versões diferentes do disco para vários países) é bem próxima da dos anos de ouro do grupo, uma mistura de rock melódico, folk e pop com aquelas melodias mágicas e vocalizações muito legais, especialmente as feitas por Micky Dolenz. A performance de Peter Tork e Mike Nesmith é também muito legal, em faixas ótimas como You Bring The Summer (Andy Partridge), She Makes Me Laugh (Rivers Cuomo) e I Wasn’t Born To Follow (Gerry Goffin e Carole King).

You Bring The Summer– The Monkees:

She Makes Me Laugh– The Monkees:

Wasn’t Born To Follow– The Monkees:

Coletânea celebra 40 anos da Virgin Records

Por Fabian Chacur

Em 1973, um sujeito chamado Richard Branson resolveu criar uma gravadora, e a batizou como Virgin Records. Logo no primeiro lançamento, Tubular Bells, do artista de rock progressivo Mike Oldfield, se deu incrivelmente bem. Graças à inclusão de um de seus temas com destaque no filme O Exorcista, o álbum vendeu milhões de cópias, e deu início a uma grife de muito sucesso no cenário da música pop mundial.

Como forma de celebrar os 40 anos deste selo, a Universal Music (atual detentora da marca) está lançando o álbum triplo Virgin Records: 40 Years Od Disruptions, que traz 42 faixas e cujo objetivo é mostrar um pouco da amplitude dessa marca em termos musicais. A apresentação é no formato digipack, com direito a um encarte estilo pôster que traz fotos, pequenos textos e informações, além de reproduções de capas de álbuns lançados por eles.

Creio que o ponto fraco do pacote é exatamente a inexistência de um texto um pouco mais extenso contando a história da Virgin Records e de seu ousado criador, que depois deixaria a música em segundo plano para investir em diversos outros ramos comerciais, incluindo até mesmo uma companhia aérea. Seria bacana o comprador da coletânea ter acesso a uma análise dessa trajetória, que tem momentos muito peculiares e curiosos.

Outro ponto negativo fica por conta do terceiro CD, com apenas seis músicas e qualificado como disco bônus. Nele, temos releituras de hits antigos da Virgin feitos pela nova geração de artistas que gravam atualmente por ela. As regravações são até interessantes, mas porque não incluir mais do que apenas seis faixas? Com a palavra, os organizadores da compilação.

Pontos negativos à parte, a compilação inclui um elenco bem diversificado, que vai desde o pioneiro Mike Oldfield (com Tubular Bells-Opening Theme) até a recente revelação Emeli Sandé (Next To Me), passando por Sex Pistols (God Save The Queen), The Human League (Don’t You Want Me), XTC (Senses Working Overtime), Malcolm McLaren (Buffalo Gals), Simple Minds (Don’t You Forget About Me), Shaggy (Boombastic), Culture Club (Do You Really Want To Hurt Me) e Lenny Kravitz (Fly Away), além da parceria entre Phillip Oakey, do The Human League, com o genial Giorgio Moroder (Together In Electric Dreams).

O repertório mostra que, mesmo com bastante diversidade, a Virgin Records sempre apontou rumo ao pop, apostando tanto em nomes que se firmaram como outros que passaram rapidinho pela cena do sucesso, como os perecíveis (embora bacanas) T’Pau (China In Your Hands), Inner City (Good Life) e o pioneiro projeto de rap de Malcolm McLaren, seu maior legado depois do punk rock dos Pistols, que gerou o histórico álbum Duck Rock.

Ouvir os CDs contidos nesta compilação na sequência é um exercício divertido para quem deseja ter uma ideia do legado da Virgin Records, além de ser uma verdadeira sucessão de hits. Não estranhe a inclusão aqui de artistas como Phil Collins, cuja obra foi sempre distribuída no Brasil e em outros países pela Warner, ou de Brian Ferry, cujo selo EG era distribuído pela Virgin. Coisas e peculiaridades da indústria fonográfica.

Together In Electric Dreams, com Phillip Oakey e Giorgio Moroder:

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