maiden_lifeanddeath.jpgDepois de três décadas na estrada, não é fácil manter a qualidade. Os senhores do Iron Maiden têm tentado. A banda agora tem três guitarras, não é tão “heavy” como costumava ser, aposta num metal mais progressivo, com canções mais longas, temáticas diferentes em suas letras. Enfim, uma nova fórmula…para resultados iguais.Depois de ouvir todo o álbum fica a impressão de que tentaram mudar tudo sem tirar nada do lugar. Músicas longas, refrões sendo repetidos à exaustão pelo ainda competente Dickinson, duelos de guitarras, belos solos de Smith/Gears/Murray…tudo soa como antes, mas muito mais chato.

A guerra é uma constante nas letras, o que mostra a insatisfação da banda com o que o Reino Unido, e os EUA têm feito no Oriente Médio. O tema é muito bem explorado em For The Greater Good Of God, que seria uma ótima canção de metal se não fosse tão longa e repetitiva. Alguém já contou quantas vezes Dickinson canta tell me nos 9:24 minutos da música?

A grande surpresa do álbum é Out of the Shadows. Os fãs mais atentos vão notar que a música parece (intencionalmente, ou não, resta saber) uma mistura de Children of the Damned , e de Fear of the Dragon (da carreira solo de Bruce Dickinson). Uma linda melodia, uma letra enigmática (A man who cast no shadows has no soul ), o som de um violão entrosado com as guitarras e o sempre marcante baixo de Harris deixam esta canção com cara de hit instantâneo.

O vocalista Bruce Dickinson disse numa entrevista há alguns anos “Os fãs de heavy metal não têm a cabeça mais aberta desse mundo”, acho que esta frase explica tudo. Mesmo apostando num nova fórmula, o Iron Maiden acaba soando exatamente…como o Iron Maiden.