rock_radio.jpgOs 40 anos do álbum Revolver tem sido celebrado pelos amantes da música em todos os cantos do planeta (acabo de ouvir “Good Day Sunshine” numa rádio dos EUA), mas o fato passou quase que desapercebido por aqui. Aliás, pergunte a um garoto de 16 anos qual a canção dos Beatles que ele mais gosta. A resposta certamente será “Twist and Shout”, isso se ele souber quem são os Fab Four.

Ah, sim. Os grandes responsáveis pela formação musical dos jovens neste País ainda são as indefectíveis “rádios rock”, cuja a programação segue a mesma irracionalidade há mais de vinte anos. E qual a linha que seguem os programadores destas emissoras seguem? Apostar em uma ou duas canções de algumas bandas “famosas”, e principalmente, garantir parte de seu horário reservado para o “jabá”, e é isso. 

O resultado é óbvio. Apostando na mesmice, outras grandes canções de grandes bandas são simplesmente ignoradas por esse sistema podre que forma ouvintes com conhecimentos musicais cada vez mais limitados, e que por conta desta total escassez de influências acabam produzindo músicas “pasteurizadas” quando chegam aos estúdios. 

OK, agora a Internet permite que você ouça a uma rádio de Manchester, baixe uma música de uma banda nova da Escócia, e se liberte deste círculo vicioso. Pois faça isso, liberte-se. Não é possível que os Guns N’ Roses continuem a ser mais cultuados que os Beatles por aqui, ou que todas as bandas nacionais tenham a mesma sonoridade de uma banda pós-punk californiana (só falta o falso sotaque britânico) por mais dez anos.