Se há algo que me faz rir, e muito, é quando alguém diz ser a Disco Music “um som mecânico, de máquinas, robotizado”. Quem defende tal asneira certamente nunca analisou esse estilo musical, que surgiu e teve seu auge nos anos 70, com o devido rigor. Um bom exemplo de excelência no setor é o Chic.
Seus criadores: o guitarrista Nile Rodgers e o baixista e Bernard Edwards. Músicos já bastante rodados, eles criaram uma sonoridade caracterizada por irresistíveis guitarras rítmicas, linhas de baixo matadoras e canções que conciliam apelo dançante e sofisticação. A auxiliá-los, um time dos sonhos: o baterista Tony Thompson, as vocalistas Alfa Anderson e Lucy Martin, os tecladistas Raymond Jones e Robert Sabino, o percussionista Sammy Figueroa e um quarteto feminino de cordas.
Em 1979, eles já haviam emplacado hits sensacionais como Everybody Dance, Dance Dance Dance (Yowsah Yowsah Yowsah), Le Freak e I Want Your Love, e dois ótimos discos, Chic (1977) e C’Est Chic (1978). Mas a obra prima veio mesmo naquele ano, com seu terceiro álbum.
Em Risqué, o Chic atingiu a perfeição. O disco se inicia com Good Times, certamente uma das músicas mais influentes de todos os tempos, sampleada e copiada por Deus e todo o Universo conhecido e desconhecido. A mega sensual A Warm Summer Night vem a seguir. My Feet Keep Dancing tem, além de um beat matador, o luxo de solos de sapateado. A intensa e sacudida My Forbidden Lover iniciava o lado B do vinil, seguida pela swingada Can’t Stand To Love You. Também altamente efetivo em baladas, o Chic acerta no nervo na dolorida Will You Cry (When You Hear This Song).
O encerramento fica por conta da envolvente What About Me, na qual uma garota se queixa do cara que “conseguiu o que queria e se mandou”. Risqué não tem um único acorde fora do lugar, esbanja criatividade e também é altamente acessível.
Clipe da música Le Freak:
http://www.youtube.com/watch?v=Putity0ZMl8
Chic toca Good Times ao vivo em 1996:
http://www.youtube.com/watch?v=9wBBYbVO7WE
Clipe da música Everybody Dance:
http://www.youtube.com/watch?v=TicuyhN7UYs
Site oficial de Nile Rodgers:
http://www.nilerodgers.com/
February 2, 2008 at 8:52 pm
LIXO…nem vale a pena falar
January 12, 2009 at 4:20 pm
Baralho Altinor , vou ter uma opinião completamente diferente da sua pela segunda vez hahahahaha , mas tá valendo . Fabian , como você bem sabe , o tempo fez um bem danado pelo trabalho de alguns artistas dessa fase . Eu digo isso porque no meio de tanta porcaria que era lançada às duzias nessa fase , alguns trabalhos realmente de nível , conseguiram se livrar desse estigma maldito da chamada Disco Music , que na verdade era um nome usado pra classificar coisas extremamente diversas que possuiam um ritmo mais swingado . A “conversa” entre o baixo e a bateria desses dois monstros ( Thompson e Edwards ) , costurados pelo balanço da guitarra do Nile Rodgers , formam uma das combinações mais impressionantes em termos de ritmo de todos os tempos . É incrível como todo o conjunto , vozes , bases , etc , funciona como se fosse executado por uma única pessoa . Pois é , mais um exemplo do mal que as classificações precipitadas podem fazer a alguns artistas .