Por Fabian Chacur 

Em 1998, Paula Toler lançou um auto-intitulado trabalho solo, o primeiro sem o Kid Abelha. Bastante elogiado, incluía releituras de clássicos alheios e duas inéditas, entre as quais Derretendo Satélites, que virou hit. Nove anos se passaram até chegar o segundo. Mas valeu a espera, pois Sónós recebeu elogios unânimes por parte da crítica. E a turnê de lançamento do mesmo dá mostras de que a cantora e compositora carioca poderia perfeitamente optar pela trajetória individual como seu objetivo principal.

Nos anos 80, muitos questionavam a qualidade de Toller como cantora. Com o tempo, a moça deu provas de que estudou muito, pois vê-la ao vivo atualmente é conferir uma intérprete segura, madura e que se vale de seu potencial com maestria. E isso tudo sem sair do seu habitat natural, o pop. Felizmente, não virou cantora de samba ou jazz, embora se valha de elementos desses e de outros gêneros musicais em seu coquetel sonoro. Mas a mágica das canções de três minutos continua pautando a moça, e ela se mostra cada vez melhor nesse ofício. Nos shows, esbanja charme, simpatia e tagarelice.

O repertório se divide entre os discos próprios, clássicos do Kid Abelha e um ou outro cover, como Saúde, de Rita Lee, ao qual ela acrescentou o refrão de Só Love, de Claudinho e Buchecha. A seu lado, banda bem concatenada, integrada por Adal Fonseca (bateria e percussão), Jorge Ailton (baixo e vocais), Jam da Silva (percussão e vocal), Caio Fonseca (teclados, violão e vocais), Coringa (guitarra, violão, bandolim e vocais). De quebra, Miss Toller está em plena forma, sem transparecer seus 45 anos de idade.

Só a versão voz e piano de Grand’ Hotel já teria valido o ingresso do show que ela fez no Sesc-Pinheiros em março. Mas ela ofereceu muito mais. E a pergunta certamente está no ar: teremos Kid Abelha novamente? Porque a moça está se virando bem sozinha.

Vídeo de divulgação com trechos das músicas de Sónós:

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