Por Fabian Chacur

 Disco novo de Steve Winwood é garantia de prazer auditivo a seus inúmeros fãs. Sempre. O cantor, compositor e músico britânico completou 60 anos de idade em maio deste ano, sendo que ele se tornou uma estrela da música pop com apenas 15 anos, integrando o Spencer Davies Group.

Depois, liderou o Traffic, estrelou o efêmero (mas ótimo) Blind Faith e posteriormente tornou-se um artista solo com trajetória mais do que sólida. Felizmente, Nine Lives, seu novo CD, mantém essa consistência artística sem representar uma guinada rumo a novas direções. Ou seja, um sublime mais do mesmo.

Winwood definiu de forma simples o novo projeto como a somatória de nove canções distintas entre si, sem nenhuma pretensão maior. Pura humildade. A nova fornada de composições, todas de sua autoria (com parceiros diversos) é espetacular. Segue o coquetel sonoro que ele delineou com maestria nesses anos todos, e que engloba latinidade, soul, rhythm and blues, rock, jazz, rock progressivo e blues.

O lado latino predomina, embora não tanto como no sublime About Time, de 2003. Eric Clapton, velho amigo e colega de Blind Faith, marca presença no rockão Dirty City, prova de que a parceria permanece afiada e afinada. No blues I’m Not Drowning, que abre o álbum, ele retoma um costume que valeu anteriormente até discos inteiros, o de tocar todos os instrumentos, e se dá bem. Fly, Secrets, At Times We Do Forget e Other Shores podem ser destacadas, mas Nine Lives é aquele tipo de disco raro hoje em dia, ou seja, um trabalho que não só pode ser ouvido de ponta a ponta, como vai revelando novos segredos a cada audição.

Uma última notícia: inteligente, Winwood assinou contrato com a Sony/BMG por apenas um título, como forma de não virar refém de uma multinacional e ter seus rumos profissionais prejudicados. 

Confira o videoclipe da música Dirty City: 

http://br.youtube.com/watch?v=zufrQDm3pLY