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Autoamerican- Blondie (1980/ Chrysalis-EMI)

por Fabian Chacur

 

O Blondie foi a banda mais bem-sucedida em termos comerciais da primeira fase da new wave, movimento que mesclou o vigor e a urgência propostos pelo punk com o apelo pop capaz de torná-lo atrativo para os mais diversos tipos de público. Seu disco de estréia, auto-intitulado, saiu em 1976, e quando chegamos em 1980, o grupo oriundo de Nova York já era um sucesso de proporções mundiais. Mas nada que não pudesse aumentar ainda mais, e foi exatamente o que aconteceu, graças a Autoamerican. Com a produção do experiente Mike Chapman, responsável pela lapidação do seu som a partir do ótimo álbum Parallel Lines (1978, inclui o mega-hit Heart Of Glass), o disco equivale a um mergulho radical no que o então sexteto tinha de melhor: a capacidade de ser versátil, investindo em várias vertentes musicais sem perder a identidade. A belíssima Debbie Harry, ícone do rock dos anos 70 e 80, prova sua categoria como cantora ao ir do rock básico ao vaudeville, passando por disco music, funk, pop e o que mais pintar. O marido Chris Stein, parceiro da moça na maioria dos hits da banda, demonstra pleno entrosamento com o outro guitarrista, Frank Infante. Jimmy Destri (teclados) cria as texturas ideais para cada viagem do grupo, enquanto Nigel Harrison (baixo) e Clem Burke encaram com desenvoltura as mudanças de sonoridade. O disco se inicia com a instrumental Europa, com clima cinematográfico, e mergulha em disco music (Live It Up), reggae pop (The Tide Is High, número um nas paradas dos EUA e Inglaterra), rock básico e energético (Walk Like Me, T-Bird e Go Through It), blues (Faces) e até um standard da Broadway (a tocante Follow Me, do musical Camelot). O ponto alto fica por conta de Rapture, com seu beat irresistível e a primeira bem-sucedida utilização do então ainda underground rap no mainstream pop. Outro primeiro lugar nas paradas. A edição em CD traz quatro faixas bônus, entre elas outro single número um, Call Me, do mesmo ano, parceria da banda com o produtor Giorgio Moroder (Donna Summer etc) e tema do filme Gigolô Americano. Consideração final: que capa maravilhosa, heim?

 

Videoclipe de Rapture, de 1980:

 

http://br.youtube.com/watch?v=xHPikUPlRD8

 

5 Comments

  1. Também acho uma grande banda . Uma pena que aí eles já tavam meio que dando os últimos suspiros . Mas recomendo a audição de todos os dos quatro anteriores . Pois é , esse casamento Harry e Stein ( em todos os sentidos ) funcionou perfeitamente , e a banda também segurava a onda , pra mim com destaque pro baterista Clem Burke . Criativos e com o espírito daquele momento . Pra quem achava que ela só era uma coelinha da Playboy querendo ser cantora , nada mal .

  2. coelinha=coelhinha , falha nossa .

  3. Autoamerican foi de fato o último suspiro deles, nessa primeira fase. Após, lançaram o irregular The Hunter (seu disco mais fraco) e foram cada um pro seu lado, só voltando à ativa em 1999 com o hit Maria e o satisfatório No Exit. Grande abraço, Covoes!!!!

  4. Uma lástima os produtores brasileiros nunca trazerem a banda para o país, sendo que eles já tocaram duas vezes na America do Sul. Sorte dos Chilenos, Argentinos e Peruanos. Ganharam do Brasil de goleada.

    Amo a Debbie Harry desde 1979.

  5. Concordo com você em gênero, número e grau, Ricardo. Lamentável mesmo, principalmente se levarmos em conta a quantidade de grupos medíocres que já estiveram por aqui, e alguns deles por mais de uma vez!!! Enfim, enquanto há vida, há esperança. Quem sabe Debbie Harry e seus asseclas não venham ao Brasil um dia? Enquanto isso,a gente se diverte ouvindo discos ótimos como esses. Acho que a gente deve ter descoberto o Blondie mais ou menos na mesma época, ou seja, quando Heart Of Glass estourou. Também curto a banda desde 1979, quando esse clássico estourou. Grande abraço, muito obrigado pela visita, e volte sempre!!!!

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