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Fame versão 2009 toma de goleada do original

FAME SOUNDTRACKPor Fabian Chacur

O estouro do filme Saturday Night Fever (Os Embalos de Sábado à Noite, 1977) e de sua explosiva trilha sonora levou os executivos de gravadoras e empresas cinematográficas a investirem forte em musicais a partir daí. Todos queriam o seu Fever. Fame (Fama, 1980), dirigido por Alan Parker (o mesmo de The Wall e The Commitments-Loucos Pela Fama), foi uma dessas tentativas, e uma das melhores.

Se não chegou aos pés da magia de Travolta e os Bee Gees, ao menos apresentou uma história convincente (da passagem de uma turma por todo o curso de uma escola superior de música) e uma trilha agradável. Desce a cortina. Quase trinta anos se passam.

Agora, os estúdios novamente investem em musicais impulsionados pelo sucesso de High School Musical, filme que pegou a garotada em cheio e revitalizou o gênero, embora obviamente sem a qualidade de Fever. Na busca de novas fórmulas de sucesso, surgiu a idéia de um remake de Fame, que acaba de chegar às telas. Com ele uma nova trilha sonora, com o título Fame Original Motion Picture Soundtrack e lançado pela Universal.

Da versão original, só sobraram duas músicas, a faixa título e Out Here On My Own. Enquanto em 1980 a cantora Irene Cara, bem na cola de Donna Summer (a maior estrela da época), até esboçou uma subida ao estrelato que não se confirmaria nos anos seguintes, agora a bola da vez é a jovem Naturi Naughton. E consegue ser pior do que Cara.

Fame, a música, ganhou fraco arranjo electro e não agrada, enquanto a balada Out Here On My Own ficou inferior até mesmo à versão da então criança Nikka Costa. E a voz de Naturi é igual à de centenas de cantoras de r&b americanas.

O resto da trilha sonora se divide em dois blocos. Um traz composições inéditas de vários autores, especialmente Raney Shockne, conhecido por escrever trilhas para a televisão, e Damon Elliott, filho de Dionne Warwick e com trabalhos assinados para Beyoncé Knowles e outras do mesmo naipe.

Eles tentaram investir na sonoridade do rhythm and blues e do electro moderno, com um resultado não muito emocionante. A rigor, salvo a sacudida Big Things, que leva a assinatura de Elliot.

A outra parte traz releituras de clássicos da música pop americana, como I Put a Spell On You, gravada com sucesso por Screamin’ Jay Hawkins e Creedence Clearwater Revival, e os standards Someone To Watch Over Me e You Took Advantage On Me. As regravações também não acertam o alvo. Pode ser que, vistas no filme, as músicas soem melhores, mas as do Fame original independiam disso. Especialmente a balada Is That Okay That Call You Mine?, interpretada pelo então moleque Paul McCrane, hoje mais conhecido por sua atuação no seriado televisivo I.R. . Aliás, a cena dele cantando essa música no Fama original é uma das mais sentimentais e solitárias da história do cinema. Arrepiante!

Confira a cena do Fame original na qual Paul McCrane canta Is It Okay If I Call You Mine? :

http://www.youtube.com/watch?v=EqQASuyqgGA

1 Comment

  1. Em tempos de “crepusculo” e outras coisas para jovens sendo sinônimos de baixa qualidade, vamos apostar nesse filme né?!

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