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Clássicos do Rei em ritmo de churrascaria

Eduardo-LagesPor Fabian Chacur

O maestro, pianista, arranjador e compositor Eduardo Lages trabalha com Roberto Carlos há quase 30 anos. Coincidência ou não, foi mais ou menos nessa época que esse nome seminal da música brasileira começou a perder a grande inspiração que teve durante uns bons anos em sua carreira, caindo em uma mansidão e repetição com direito a poucos momentos à altura desse passado de glórias.

Braço direito do Rei nessa fase autoindulgente, Lages lança agora seu segundo CD com versões instrumentais de hits do patrão, intitulado Nossas Canções. Mais um trabalho esquecível.

Lógico que seria de se esperar, em um disco como esse, uma abordagem leve, sem grande compromisso e no melhor clima de som de fundo de churrascarias de antigamente. Mas Lages poderia ter sido um pouquinho mais criativo. Suas releituras de 12 sucessos do Roberto Carlos ficaram sonolentas demais, sem grandes nuances rítmicas ou melódicas.

O repertório se divide entre composições de Roberto e Erasmo como Além do Horizonte, Outra Vez, O Portão e Não Quero Ver Você Triste, e canções de outros autores gravadas pelo astro, como Custe O Que Custar (Hélio Justo e Edson Ribeiro), Canzone Per Te (Sergio Endrigo, Sérgio Bardotti e Luis Enrique Bacalov), Negro Gato (Getúlio Cortês) e Falando Sério (Maurício Duboc e Carlos Colla). Uma leva a assinatura do próprio Lages, Confissão, feita em parceria com Paulo Sérgio Valle. Não por acaso, a mais fraca de todas.

Nossas Canções é o tipo do disco que você ouve e esquece cinco minutos depois. Simples assim. Fica a torcida para que, em uma próxima tentativa, Lages aproveite e tente algo pelo menos um pouquinho mais criativo, mesmo que seja nessa mesma linha mansa e sem grandes ambições. Mas que não caia de novo nessa mesma linha de recepção de dentista. Dá sono…..

Clipe sensacional de Quando, extraído do filme Em Ritmo de Aventura:

http://www.youtube.com/watch?v=wdW2Eo7xY5w

2 Comments

  1. Pois é Fabian , sem entrar diretamente no disco em si , esse tema que você citou realmente é relevante . Essa cultura de tentar espremer até o último suspiro de alguém que foi grande demais , por muitas vezes acaba criando uma opinião errada sobre o artista , e até o ódio de novos ouvintes pelo desconhecimento do melhor que já foi feito pelo mesmo . Mas , se a renda é alta , a tentação é grande demais . E aí você diz , eu não entro nessa , mas “entram” por você . Quando esse tipo de disco sai , do porte desses grandões , parece aqueles ataques surpresa na guerra . Você ouve ( à força ) , quando come na lanchonete , passeia pela praia , e quando vai tomar banho e liga o chuveiro … surpresa ! A música sai lá de dentro ! Mas , vamos sobreviver a tudo isso . Pelo menos é o que eu espero .

  2. Bela opinião, Marcelo. Acho que é por aí, também. E viva a boa música, sempre! Grande abraço e tudo de bom!!!!

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