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Maria Gadú continua sendo uma promessa

maria gaduPor Fabian Chacur

A estreia da paulista radicada no Rio de Janeiro Maria Gadú não poderia ser mais luxuosa. Seu primeiro CD, autointitulado e lançado pela Som Livre, tem apresentação belíssima, com direito a capa dura, encarte colorido com letras, informações e inúmeras fotos.

A embalagem é diferenciada, em formato digipack que sai do padrão. Além disso, a moça está com uma música, Shimbalaiê, em trilha de novela global. Com 24 anos, a moça é gatíssima. Bem, mas o assunto aqui é música: e como ficamos no quesito qualidade? Aí, a coisa está mais para cinza do que para preto ou branco. Explico melhor.

Gadú, cujo nome de batismo é Mayra, tem um bonito timbre vocal, sem sombra de dúvidas. Existe uma semelhança com o de Marisa Monte, sim, e isso se ressalta devido à sonoridade que a moça segue, que tem muito a ver com o estilo MPB pop da autora da estrela carioca.

O clima fica ainda mais próximo devido ao uso de músicos de estúdio de ótimo gabarito, mas que acabaram por ajudar o disco a soar meio pasteurizado, semelhante demais ao que se tem feito no que se rotulou de “nova MPB”, e que freqüentemente cai em um clima redundante e soporífero demais.

Oito das treze faixas incluídas em Maria Gadú, o CD, são de autoria da própria, e ela se mostra ainda em busca de uma assinatura própria, com repetição de frases melódicas e letras que investem mais em forma do que em conteúdo.

Nas releituras, mostra-se mais à vontade, mas pouco acrescenta a clássicos como Ne Me Quitte Pas (de Jacques Brel) e A História de Lilly Braun (de Chico Buarque e Edu Lobo) em relação a gravações de outros artistas. O pior momento é a faixa que encerra o disco. Gadú tenta dar a Baba, aquela mesma de Kelly Key, um clima acústico descolado, e só consegue evidenciar o quanto essa música é fraca.

Muita gente deve ter ouvido Shimbalaiê e achado se tratar de uma nova de Marisa Monte. Creio que Maria Gadú tem futuro, apesar de tudo. Não a vi ao vivo, mas pode ser que ela sofra da mesma síndrome de outra cantora talentosa, Ana Cañas: faz bons shows, mas não consegue trazer esse clima para seus discos de estúdio. Vejamos o que o futuro irá proporcionar a elas. Tomara que algo melhor.

Confira Shimbalaiê ao vivo:

http://www.youtube.com/watch?v=Ph-pLZEVWGs

6 Comments

  1. Ah, então era ela que toca na novela….Minha mãe já tinha me perguntado quem era a cantora.E eu tinha respondido: Não é a Marisa Monte?ha ha ha

    Mais uma versão de Ne Me Quitte Pas ….Quero ouvir.

    off-topic: que cabelo maravilhoso desta cantora hein?

    Saudações Chacur!

  2. Concordo, o haircut da moça é sensacional, assim como a apresentação visual desse seu primeiro CD. Quem sabe nos próximos a parte musical possa se mostrar mais personalizada e mais forte? Brigadão pela visita e tuuuuuudo de bom!!!!

  3. Mais um menininho na MPB, a lista é longa, Duncan, Joana, Bethania, Carolina, Gal…..

  4. Fabian Chacur who?

  5. Mais uma novidade sem novidade alguma na MPB. As letras, os ritmos, não há nada de novo sob o sol. Comparada a Vanessa da Mata, Gadú perde muito em tempero e sensualidade, e suas músicas parecem clichês, repetições de tudo que já foi feito. Ainda não é dessa vez que entregamos à MPB um talento comparável à longa tradição de nossa música popular. Talento a menina (não entremos no mérito da discussão) tem, porém é minguado comparado ao que já tivemos. Muito minguado, muito repetitivo. Uma jam session de tédio e repetição.

  6. To Marcio:
    Fabian Chacur, the one and only, for bad and for good!!!!!

    Para os outros: obrigado pelos comentários pertinentes. E tomara que a Maria Gadu queime as nossas línguas e venha, no futuro, com grandes trabalhos. Quem sabe? Por enquanto, é uma promessa, nada mais do que isso……. Abraços a todos!

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