Por Fabian Chacur

É inegável que o melhor de Mick Jagger está nos Rolling Stones. Afinal, ele grava com a banda há 45 anos, e ao lado de Keith Richard, fez alguns dos maiores clássicos da história do rock and roll. E sozinho?

Rolando as pedras de forma solo, o cantor, compositor e músico britânico quatro álbuns: She’s The Boss (1985), Primitive Cool (1987), Wandering Spirit (1993) e Goddess In The Doorway (2001).

Além disso, também lançou alguns singles e gravou em parceria com outros artistas, algumas vezes para trilhas de filmes, outras, em singles beneficentes. Uma geral nesse patrimônio é o que nos oferece The Very Best Of Mick Jagger, coletânea lançada em 2007 e disponível nas lojas brasileiras.

Nessas empreitadas individuais, Jagger se cercou de gente competente, como Jeff Beck, Dave Stewart, Herbie Hancock, Lenny Kravitz e outros desse alto calibre. Quando a química rolou, o resultado foi bem bacana.

O início da carreira solo de Mick Jagger se deu há exatos 40 anos, quando ele lançou Memo From Turner, trilha do filme Performance, estrelado por ele próprio. Um blues elétrico e vibrante, de primeiríssima linha.

No final dos anos 70, ele gravou (You Got To Walk And) Don’t Look Back em parceria com Peter Tosh, um dos grandes nomes da história do reggae que ele contratou por um tempo para lançar discos pela sua RS Records.

Nos anos 80, quando seu relacionamento com Keith Richards se deteriorou a ponto de ameçar a continuidade dos Rolling Stones, ele lançou dois álbuns irregulares, mas com bons momentos, dos quais Just Another Night e Lucky In Love estão na coletânea. A fraquinha Let’s Work, também.

Nesse período, ele também gravou ao lado de David Bowie uma releitura de um grande sucesso dos anos 60, Dancing In The Streets, originalmente registrada pelo grupo Martha Reeves & The Vandellas. O lançamento ocorreu em julho de 1985, durante o Live Aid. É seu maior sucesso sem a banda.

Nos anos 90 e 2000, lançou dois discos bem bacanas e que se dividiram entre rock vibrante e funk dançante, com baladas aqui e ali. God Gave Me Everything, Put Me In The Trash e Joy são destaques.

A deliciosa balada rock de acento pop Old Habits Die Hard, tema do filme Alfie que ele gravou em parceria com Dave Stewart, é uma das cerejas contidas nesta compilação.

As outras são três faixas inéditas. A melhor é Too Many Cooks (Spoil The Soup), produzida para ele em 1973 por ninguém menos do que John Lennon e com participação de músicos como Jack Bruce, do Cream.

The Very Best Of Mick Jagger, com suas 17 faixas e luxuoso encarte com texto informativo e muitas informações sobre as músicas, prova que o cantor dos Stones possui um acervo solo bem interessante. É só não querer comparar com a obra dos Stones……