por Fabian Chacur
Lulu Santos é um verdadeiro gênio do pop rock brasileiro. Há pelo menos trinta anos na estrada, ele sabe como poucos compor e gravar canções que conseguem com rara maestria misturar ousadia, vocação pop e uma brasilidade que em seus melhores momentos nunca soa forçada.
Sua ousadia o leva a não ter limites, o que, obviamente, também gera pontos baixos aqui e ali. Mas quando o cara acerta a mão, sai de baixo. Sempre produtivo e gravando novos CDs, ele acaba de lançar Singular. Um discaço!
Singular abre e fecha com temas instrumentais, respectivamente Spydermonkey e Restinga. Ambas equivalem àqueles instrumentais brasileiros dos anos 70, com um tom mais moderno e alto pique dançante em sua fusão rock/samba.
As outras faixas são felizes petardos pop rock ora dançantes, ora levemente psicodélicos, ora românticos, mas sem cair na redundância ou rotina. Fortes elementos de funk de verdade, dance music e eletrônica dão o tempero.
Na Boa é daqueles pop rocks dançantes e funkeados que te ganham logo na primeira audição. Duplo Mortal larga seu apelo pop de forma tão desencanada que também ganha o jogo rapidinho.
A faixa título, com seu clima jazzy, usa brincadeirinhas de mixagem que a fazem soar como se tivesse sido gravada nos anos 30/40 e estivesse tocando no seu radinho de pilha. Uma delícia!
Quem curte a guitarra de Lulu em tom mais ardido vai curtir Atropelada (de Jorge Ailton e Apoena), que demonstra urgência e riffs certeiros do instrumento que Jimi Hendrix tornou célebre.
Até mesmo na praia do samba, na qual ele sempre investe e onde frequentemente se dá mal, ele sai com nota máxima por aqui, especialmente na releitura de Black And Gold (de Jesse Rogg e Samel Falson).
E tem Perguntas (II), na qual ele se vale de um sutil elemento do refrão de Bad Girls, de Donna Summer. O balanço é irresistível, e a letra questionando o nosso glorioso Brasil é ácida e de rara inspiração. Um clássico instantâneo!
Baby de Babylon já entrou em trilha de novela global, e serve como boa apresentação deste ótimo Singular, um dos melhores CDs desse verdadeiro mestre do pop rock a brasileira.
February 12, 2010 at 12:43 pm
Bacanésima matéria. Título simples mais objetivo para o que o p´roprio se propôe aqui: Entreter o ouvinte. Lulu não volta pra casa como em discos anteriores, mas também ñ foge de sua marca registrada que só mesmo ele, lógicamente, sabe fazer. Qdo digo sua marca registrada, me refiro a forma peculiar de Lulu fazer suas músicas, por mais pop que possa parecer, conseguimos identificar Lulu logo no pimeiro acorde, mesmo sem saber se a música de fato é dele. Meio a tudo isso, ele sabe inovar, soar bonito, divertir e ainda por cima com toda qualidade sonora, seja nos acordes, efeitos e na poesia. Lulu é o poeta do pop, não de uma vasta massa, mas de pessoas que apreciam boa música e sabem o que querem e o que não querer ouvir: bobagens. Lulu passa longe disso em Singular, mesmo que cheio de batidas eletrônicas como sempre podemos conferir em seus discos desde os primõrdios de suia carreira, o mestre do Pop Nacional mostra o motivo de ter esse título.
February 12, 2010 at 4:26 pm
Caro Will: obrigado pelo elogio. O Lulu é de fato um dos caras que mais sabem fazer música pop aqui no Brasil. Tem assinatura própria, sabe digerir influências alheias e possui bom gosto para timbres de instrumentos. Além, é claro, de cantar e tocar muito bem. Ele ainda será valorizado da forma que merece! Grande abraço e apareça sempre que quiser/puder!
February 22, 2010 at 2:57 am
Mais um discaço do mestre Lulu. Também vale ressaltar a grande parceria do tecladista e co-produtor do disco Hiroshi… timbres fantásticos!
(Procurei o contato do site e não achei. Gostaria de enviar meu disco pra resenha. Abraços!)
February 22, 2010 at 5:57 pm
Caro Geovanni:
Antes de tudo, muito obrigado pela visita. Realmente os teclados do CD do Lulu são ótimos, mesmo. Quanto a mandar o seu CD para o blog, mande-me por favor um e-mail para [email protected] que eu te passo o endereço, ok? Grande abraço e volte sempre!
March 22, 2010 at 11:09 am
Gosto muito do Lulu tenho, todos seus discos e este está ótimo.Só acho que esta viagem tecnopop já cansou gostaria que ele abolice as influências eletrônicas e se voltasse a estilos que estão em sua formação, o Blues, R&B dos anos 50/60 e o Jazzrock tipo Mahavishnu Orchestra. Soaria novo as novas gerações,o valorizariam como guitarrista e renovaria o cenário musical que está tão chato e abandonou o valor que tem a musica instrumental.Detesto musica eletrônica e venero quase religiosamente a musica orgânica, acústica ,natural.