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Sade volta e sacode o mercado pop americano

Por Fabian Chacur

Ficar dez anos fora de cena pode ser mais do que suicídio para um artista pop. Afinal, em uma era na qual novos nomes surgem e somem em questão de meses, imagine uma década inteira sem oferecer nada aos fãs.

Pois foi isso o que Sade fez. E quando digo Sade, eu me refiro ao grupo que atende por esse nome e que é integrado por Sade Adu (vocal), Stuart Matthewman (guitarra, sax, programação eletrônica), Andrew Hale (teclados e programações) e Paul S Denman (baixo).

De forma inteligente, a banda divide suas tarefas, e a cantora nigeriana radicada na Inglaterra equivale ao centroavante matador. Que não seria nada sem seus fiéis escudeiros. Ou seja, ela não é uma artista solo. Ponto.

Voltando ao tema deste post: a primeira década do século 21 ficou em branco para Sade. Nesse período, seus integrantes se preocuparam com trabalhos paralelos, além de cuidar dos filhos. Isso mesmo: cuidar dos filhos.

Mas eles estão de volta. E que volta! Soldier Of Love, oitavo ítem de sua discografia iniciada em 1985 com Diamond Life (incluindo um disco ao vivo e uma coletânea) fez furor esta semana nos EUA.

O CD vendeu 502 mil cópias por lá, o que garantiu ao quarteto uma folgada estreia na ponta da parada mais importante do mundo. É a segunda vez que eles conseguem tal feito. A primeira foi com Promisse, em 1986.

Mais: os oito CDs de Sade atingiram o Top 10 na terra presidida por Barack Obama. Apenas uma banda conseguiu uma sequência como essa, o Led Zeppelin, com seus 10 primeiros trabalhos.

Mas chega de números e vamos ao que de fato interessa, que obviamente é a música. O novo álbum da banda britânica não chega a ser tão bom como o seu momento máximo, Stronger Than Pride (1988), mas não fica longe.

Em seus concisos 41 minutos de duração, temos duas faixas bastante inovadoras em relação ao que Sade já fez.

Soldier Of Love, a faixa que dá nome ao CD, é sensacional. Possui batida marcial, clima ao mesmo tempo dançante e tenso, repleta de guitarras ardidas ao fundo e uma melodia bem encadeada. De quebra, rufar de tambores dão um tempero de marcha militar ao resultado final.

O videoclipe dessa canção é também belíssimo, com direito a coreografia no melhor estilo das dos videos de Michael Jackson e com visual que permeia a capa e as fotos do encarte do CD. Resultado: um clássico instantâneo.

A outra faixa diferente é uma homenagem fofinha da banda a seus herdeiros, ou seja, aos filhos do quais eles cuidaram nesses dez anos longe dos palcos e estúdios de gravação. É Babyfather.

Em uma espécie de reggae entortado para o jeito Sade de fazer música, Babyfather celebra a relação pais/filhos, com uma “garantia vitalícia de amor”, como diz a letra. Fofa demais, bonita demais. Uma graça.

E com participação especial nos vocais de Ila Adu e Clay Matthewman, dois dos herdeiros dos integrantes da banda, nos vocais.

Quem busca a sensualidade e as linhas deliciosas de baixo de Paul S Denman deve mergulhar na envolvente e hipnótica Skin, ou na suave balada blues In Another Time, ou ainda na elaborada The Moon And The Sky.

Soldier Of Love vai revelando suas sutilezas a cada nova audição. Parece o mesmo disco de sempre, mas não é. Tem assinatura forte, mas sem significar repetição desmedida. É um trabalho de muita personalidade.

Além da sofisticação pop dos músicos, obviamente o destaque fica por conta da voz sensual e inconfundível de Sade Adu, que está cada vez melhor.

E a moça não aparenta os 51 anos que tem, igualzinha ao ícone dos anos 80 de que tanto lembramos.

Desde já, um dos primeiros destaques de lançamentos pop de 2010, e que certamente vai merecer entrar na lista dos melhores desde ano que ainda está em seu início.

4 Comments

  1. Eita que lah vou eu comprar mais um CD !!!!!!
    Fantastica SADE e sua voz encantadora, que eh capaz de hipnotizar qualquer um !!

  2. E a voz da moça continua exatamente igual, sem ter perdido nada nesses dez anos que ficou sem lançar um disco de inéditas. Vale a pena comprar, sim, Cláudio, e o CD cresce a cada nova audição. Pode não ser o seu melhor, mas é bem bacana. Grande abraço, e tuuudo de bom!!!!

  3. Aposto 100 contos que você já furou o CD de tanto ouvir.
    Sua cara ficar ouvindo Sade, é bem “Padrão Fabian de qualidade”

    Também é uma artista que me agrada bastante.

    Saudações Chacur!

  4. Quase, Carla, quase……. Repito: não é o melhor da banda, mas é de ótima qualidade! Bjs e muito obrigado pela visita!

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