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Amy Macdonald canta rock como se deve

Por Fabian Chacur

Sou acima de tudo um apaixonado por música. Traduzindo, não curto me prender a um único estilo ou artista ou era. Adoro os clássicos, mas também fico feliz ao descobrir alguma novidade bacana.

Afinal, erra quem pensa que só o que foi feito no passado vale. Da mesma forma que muito picareta gravou nos anos 50, 60, 70 e 80, também temos nomes promissores fazendo seus registros na era atual. E nem é preciso dizer que os que só ouvem o que é “novo” podem engolir carne dura como filé mignon.

E descobri um desses novos nomes promissores hoje. Atrasado, admito, pois a figura em questão acaba de lançar o segundo CD. Ou seja, o primeiro passou totalmente batido por mim, que não o ouvi (mas ouvirei, certamente).

Antes tarde do que nunca, descobri Amy Macdonald. Cantora, compositora e violonista escocesa de 22 anos. Seu segundo álbum, A Curious Thing, acaba de chegar às lojas brasileiras via Universal Music.

A coisa começa bem pela voz da moça. Ao contrário do que poderia dar a entender a capa, que mostra uma gatinha com jeitão de quem canta música pop comercial, temos aqui um legítimo gogó roqueiro.

A voz de Amy é potente e percorre regiões mais graves, com agudos eventuais. Suas influências básicas são Joan Armatrading, Melissa Etheridge, Stevie Nicks, Tracy Chapman,Patti Smith e Pat Benatar, só para citar algumas.

Influências que denotam inteligência e bom gosto, e que ela digeriu de forma satisfatória, esbanjando personalidade e não soando igualzinha a ninguém. Pelo contrário. Soa bem diferente das colegas de geração.

Algumas das cantoras que citei englobam elementos de folk e country em suas obras, e Amy Macdonald vai pelo mesmo caminho, mas com uma pegada roqueira realmente predominante.

Ela recebeu um importante aval, o do genial Paul Weller, hoje em carreira solo e ex-integrante das seminais bandas The Jam e Style Council. O cara toca no rockão dançante Love Love e na deliciosamente country This Pretty Face.

O rock da moça de cabelos escuros tem forte ligação com o de artistas ligados às raízes do gênero, como Bruce Springsteen, por exemplo, além das bandas britânicas como The Alarm, Big Country e Deacon Blue.

Não faltam faixas boas no disco. Além das já citadas, merecem destaque os rockões Don’t Tell Me That It’s Over, Sparks, o rock balada Troubled Soul e a alucinante Next Big Thing. O repertório agrada por seu equilíbrio.

A produção ficou a cargo de Pete Wilkinson, que também toca e cujo bom gosto deu um contorno básico e de bom gosto ao álbum, sem cair em exageros e também sem ser pobre em termos sonoros.

Uma surpresa que era comum nos CDs de rock dos anos 90 volta aqui. Alguns segundos após o final da teoricamente última faixa do álbum, a bela What Happiness Means To Me, o ouvinte terá uma surpresa. E que surpresa.

Trata-se de uma versão voz/violão gravada ao vivo de Dancing In The Dark, clássico de Bruce Springsteen que integra o célebre álbum Born In The USA (1984). Bela releitura de uma garota que tem muita personalidade e talento.

Vale a lembrança: This Is The Life, o primeiro disco, saiu em 2007, valeu a ela diversos prêmios e também o primeiro posto na parada britânica. Tomara que este novo siga o mesmo rumo, pois merece.

2 Comments

  1. Conheci Amy ano passado e ouvi e muito seu primeiro album… que é incrivel. Mas esse segundo é uma obra prima. Assino embaixo,

  2. É, Bismak, vejo um futuro brilhante para essa garota. Basta que ela mantenha a cabeça no lugar e saiba resistir às tentações negativas que o mundo do show business oferecem aos menos preparados. Grande abraço e muito obrigado pela visita. Volte sempre que quiser/puder!

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