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Giorgio Moroder: o influente produtor é setentão

Por Fabian Chacur

No dia 26 de abril de 1940, nasceu na Itália um cara que entrou para a história da música pop: Giorgio Moroder. É o tipo do profissional que fez tanta coisa que pode ser que muita gente nem saiba que ele esteve envolvido com músicas e artistas dos quais gostam. Então, vamos dar uma geral em sua trajetória.

Cantor, compositor e tecladista, Giorgio iniciou a carreira como artista solo. Existem gravações deles desde a metade dos anos 60, feitas especialmente na Alemanha, onde trabalhou bastante.

Seu primeiro sucesso veio em 1969, a agitada Looky Looky, que pega emprestado o refrão de Papa Oom Mow Mow da música homônica gravada originalmente em 1962 pelo grupo The Rivingtons e depois por Beach Boys, Gary Glitter e até João Penca & Os Miquinhos Amestrados.

Em 1971, veio outro ainda mais potente, a sensacional Son Of My Father, que o grupo britânico Chicory Tip também gravou com sucesso. Nela, o parceiro já era Pete Belotte, com o qual assinou vários de seus grandes hits.

Com o tempo, Giorgio Moroder foi preferindo se dedicar mais à atividade de produtor, embora continuasse gravando discos solo bem significativos. From Here To Eternity, por exemplo, cuja faixa título e também Too Hot To Handle são clássicos da vertente mais eletrônica da disco music.

Aliás, foi exatamente ao querer gravar com uma cantora americana que foi parar na Alemanha para participar de uma montagem do musical Hair e acabou passando uns tempos por lá que ele, mais uma vez, fez história.

A moça era uma jovem Donna Summer. A performance da moça em Love To Love You Baby não só a transformou em hit em 1975 como deu início a uma carreira fenomenal. A Rainha das Discotecas gravou até 1980 clássicos do gênero, a maior parte deles assinados pela dobradinha Moroder/Belotte.

Quer alguns títulos? Lá vão eles: I Love You, I Remember Yesterday, Hot Stuff, Bad Girls, Dim All The Lights, I Feel Love, Last Dance, Heaven Knows, a lista é quase interminável. Summer emplacou três álbuns duplos consecutivos no número um da parada americana. Ninguém conseguiu isso. Nem antes, nem depois.

Paralelamente, Giorgio Moroder criou o projeto Munich Machine (1978), no qual releu A Writer Shade Of Pale (hit sessentista do grupo Procol Harum) e revelou a cantora Chris, com a qual gravou um disco em dupla do qual fazem parte os hits Love’s In You Love’s In Me e Love Now Hurt Later.

Quando miss Summer resolveu partir para outras experiências, nosso heroi não perdeu o rebolado. Fez a célebre trilha do filme Midnight Express (O Expresso da Meia-Noite -1978).

Ainda no cinema, produziu e compôs as trilhas de filmes como Cat People, American Gigolo, Flashdance e Metropolis, entre outros.

Quer alguns sucessos dessa fase do italianinho bom de eletrônica? Aí vão eles: Call Me, com o Blondie, Cat People (Putting Out Fire), com David Bowie, Flashdance…What a Feeling, com Irene Cara, Danger Zone, com Kenny Loggins, Love Missile F1-11, com Sigue Sigue Sputnik….

Essa lista vai longe, e só vou acrescentar mais uma trilha que gerou sucessos: Electric Dreams (Amores Eletrônicos), da qual faz parte Together In Electric Dreams, com vocais a cargo de Phil Oakey, do Human League.

Ainda na ativa, embora sem o mesmo sucesso, Giorgio Moroder recebeu em 2000 o tributo DJ Empire Presents: A Tribute To Giorgio Moroder, com releituras de seus hits feitas por nomes importantes da música eletrônica.

No Brasil, duas coletâneas com os hits gravados por Giorgio foram lançadas. Em 1996, a BMG soltou The Early Hits, que traz 16 faixas gravadas por ele como artista entre 1966 e 1972, entre os quais Looky Looky e Son Of My Father.

Em 2005, saiu uma que, embora também traga as duas faixas citadas acima, mergulha fundo na fase posterior do músico, com mais 15 faixas. O título da mesma é The Best Of Giorgio, e usa a mesma foto da capa de From Here To Eternity.

Os destaques são as músicas do álbum From Here To Eternity, os hits citados do Munich Machine e Giorgio And Chris, a música com Phil Oakey e highlights de suas trilhas. O lançamento foi do selo nacional MNF Brazil, e é indispensável para quem deseja conhecer a obra dele.

Nem é preciso dizer que uma coletânea de Donna Summer dos bons tempos também é jogo ganho, pois boa parte dos petardos da moça levam a produção e/ou a assinatura de Giorgio Moroder e Pete Belotte.

2 Comments

  1. Muita saudades destes tempos.Sou fanzaço
    Um grande abraço e muito obrigado

  2. fabian chacur

    May 7, 2013 at 3:19 pm

    Também tenho saudades dessa era musical, Douglas. Muita coisa boa rolou, e o que nos resta é recordar sem saudosismo banal, mas com muito bom gosto. Eu é que agradeço a sua visita a este humilde espaço. Volte sempre que puder/quiser, e tuuuudo de bom!!!

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