Por Fabian Chacur

Kylie Minogue pode ser considerada como integrante da primeira geração de seguidoras musicais de Madonna. A cantora e compositora australiana surgiu no cenário pop em 1988, aos 20 anos, esbanjando beleza, apelo pop e hits alegres e descartáveis como I Should Be So Lucky e Got To Be Certain.

Muitos céticos achavam que a loirinha não iria muito longe, incluindo este que vos tecla. Pois bem. Vinte e dois anos depois da estreia, a moça está aí, firme e forte, vencendo até mesmo um câncer de mama que a afligiu em 2005. Melhor: mostra ótima forma artística, como prova Aphrodite, seu novo CD, lançado no Brasil pela EMI.

Sempre antenada, Kylie soube se cercar de bons profissionais para a ajudarem no novo trabalho, o de número 11 em sua discografia. O produtor, não por acaso, é o mesmo Stuart Price, que assinou o excepcional Night Work, dos Scissor Sisters. Por sinal, o vocalista da banda, Jake Shears, é coautor da ótima faixa Too Much.

Alternando composições próprias em parceria com seu produtor e também musicas de vários outros autores, a estrela australiana montou um repertório certeiro, que no geral é impecável e que consegue algo difícil, que é equilibrar apelo pop, boas melodias, batidas dançantes bem concatenadas e criatividade.

All The Lovers, o primeiro single do disco e com clima eletro, é bem legal. Algumas músicas já soam como clássicas, entre as quais a empolgante Get Outta My Way, Can’t Beat The Feeling, Everything Is Beautiful e a faix-título.

Aphrodite soa como um daqueles discos da melhor fase de Madonna, especialmente True Blue (1986) e Like a Prayer (1989), só que sem baladas. É clima dançante de ponta a ponta.

Se você está naquele momento de apenas curtir um som dançante, pop até a medula e muito bem feito, pode ouvir esse Aphrodite sem contra-indicações. Um dos melhores discos pop do ano, e certamente o melhor da carreira de Kylie Minogue, que sabe usar bem a pouca extensão de sua voz de forma inteligente e eficiente.