Por Fabian Chacur

Acho sempre muito interessante ter a oportunidade de ver ao vivo uma banda que acabou de estourar.

Isso ocorreu várias vezes em minha vida. Às vezes, a experiência é boa, em outras, nem tanto. Mas sempre vale a pena tentar.

Foi isso que me levou a, na última hora, sozinho e na raça, ir ver na noite da última terça-feira (1º) o show que o grupo americano Vampire Weekend fez em São Paulo na Via Funchal.

E quer saber? Acho que me dei bem.

Com cinco anos de estrada e dois discos no currículo, os americanos fizeram a façanha de atingir o primeiro posto da parada americana no início de 2010  com o álbum Contra, recentemente lançado por aqui e comentado por Mondo Pop.

Live, o quarteto composto por Ezra Koenig (vocal e guitarra), Rostam Batmanglij (teclados e guitarra), Christopher Tomson (bateria) e Chris Baio (baixo) mostrou muita fome de bola.

O som dos caras é bastante rítmico, com fortes influências do Paul Simon fase Graceland/Rhythm Of The Saints, os Talking Heads de Remain In Light e o movimento Two Tone (Specials, The Beat, Selecters etc).

Lógico que, para funcionar, o batera teria de ser bom, e Tomson é um verdadeiro dínamo, embora seja auxiliado por programações eletrônicas de percussão, o que não é nenhum demérito.

O frontman Koenig segura a onda com muita simpatia e uma timidez que se transforma em charme.

Por sinal, os quatro integrantes do “Fim de semana vampírico” parecem saídos de algum episódio da série de TV The Big Bang Theory. Mais nerds, impossível.

O show incluiu músicas dos dois álbuns da banda, incluindo as ótimas Horchata, Giving Up The Gun e I Think Ur a Contra, esta última um dos poucos momentos mais reflexivos de um show dançante por excelência.

Por sinal, o que me surpreendeu e muito foi o fato de a plateia presente (uns três mil, ótimo para uma noite de terça-feira) cantar praticamente todas as músicas.

Isso, mesmo com apenas um disco lançado por aqui, e há pouco. Prova de que a internet ajuda e muito a propagar os bons trabalhos musicais.

O espetáculo não foi além do que deveria, com uma hora de show e quase 15 minutos de bis.

Posso até quebrar a cara, mas a impressão que o Vampire Weekend me deu é de que certamente progredirá ainda mais nos próximos anos. Tomara eu esteja certo.

Veja A-Punk, com o Vampire Weekend: