Por Fabian Chacur

Nelson Cavaquinho (1911-1986) faz parte de uma elite de autores da música popular brasileira integrada por gente como Cartola, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Dorival Caymmi e tantos outros pioneiros maravilhosos.

No caso específico dele, trata-se de um verdadeiro artesão do samba mais elaborado, com belas melodias e letras, trabalhos feitos com parceiros como Guilherme de Brito (o principal deles).

Como forma de celebrar o centenário de seu nascimento, a EMI acaba de lançar a compilação Degraus da Vida.

Trata-se de um álbum duplo com 28 músicas, cuja seleção ficou a cargo do ótimo jornalista e pesquisador Rodrigo Faour, também autor dos caprichados textos informativos contidos no encarte, que também traz as letras e informações de cada gravação.

São fonogramas registrados entre 1953 e 2001 por intérpretes do alto calibre de Beth Carvalho, Elza Soares, Clara Nunes, Elizeth Cardoso, Paulinho da Viola, Nora Ney, Germano Batista, Emílio Santiago e Roberto Silva.

O repertório foi dividido em duas metades distintas.

A primeira, intitulada Sambas Consagrados, traz sucessos como Folhas Secas, A Flor e o Espinho, Luz Negra e Pranto de Poeta.

Já a segunda, denominada Sambas Guardados, oferece composições menos conhecidas ou raras, como Quero Alegria, É Só Vergonha e Depois da Vida.

Em comum, a altíssima qualidade de todas elas.

Degraus da Vida é obrigatório para quem gosta de MPB da melhor qualidade, especialmente do samba, tipo do lançamento que mereceria aquele selo que vinha nos anos 70 em discos de vinil, o famoso “disco é cultura”.

Veja Beth Carvalho interpretando ao vivo Folhas Secas: